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Ecologia é a ciência que estuda as interações entre os seres vivos e o meio ambiente em que vivem. Ela busca compreender como os organismos se relacionam entre si e com os fatores abióticos, como solo, água, clima e recursos naturais. Essa área abrange diversos níveis de organização, desde indivíduos até ecossistemas inteiros.
Ela é tradicionalmente dividida em autoecologia e sinecologia, podendo, ainda, ser fragmentada segundo outros critérios, como taxonômico e habitat. É um dos temas mais recorrentes do Enem na prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Alguns de seus principais conceitos incluem: cadeia alimentar, sucessão ecológica e relações ecológicas.
Leia também: Botânica — a área da Biologia voltada para o estudo das plantas
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Ecologia
- 2 - Videoaula sobre Ecologia
- 3 - O que é Ecologia?
- 4 - Níveis de organização em Ecologia
- 5 - Quais são os ramos de estudos da Ecologia?
- 6 - Conceitos básicos da Ecologia
- 7 - Importância da Ecologia
- 8 - Ecologia no Enem
- 9 - Exercícios resolvidos sobre Ecologia
Resumo sobre Ecologia
- Ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o ambiente que os rodeia, analisando como fatores bióticos e abióticos interagem para moldar os ecossistemas.
- Engloba diferentes níveis de organização: indivíduos, populações, comunidades e ecossistemas.
- É tradicionalmente dividida em autoecologia e sinecologia, podendo também ser fragmentada segundo outros critérios, como taxonômico e habitat.
- Fatores bióticos e abióticos, população, comunidade, ecossistema, cadeia alimentar, sucessão ecológica, habitat, nicho ecológico e relações ecológicas são alguns dos principais conceitos dessa disciplina.
- Ela influencia políticas públicas e a tomada de decisões relacionadas ao meio ambiente e à preservação dos ecossistemas.
- É um dos temas mais recorrentes do Enem na prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. No Enem, um dos conceitos mais abordados da área é cadeia alimentar.
Videoaula sobre Ecologia
O que é Ecologia?
Ecologia é a ciência que estuda as relações dos seres vivos entre si e com o seu ambiente. A palavra deriva dos termos gregos Oikos, significando “casa” ou “lugar onde se vive”, e logos, significando “estudo”. Dessa forma, a Ecologia pode ser compreendida como o estudo do lugar onde se vive. O termo é atribuído ao biólogo alemão Ernst Haeckel, que, em 1869, o definiu como a ciência capaz de compreender a relação do organismo com o seu ambiente.
A definição de Ecologia teve colaboração de outros pesquisadores ao longo das últimas décadas. Eugene Odum, um pesquisador influente na área, define Ecologia “como o estudo das relações dos organismos ou grupos de organismos com o seu ambiente, ou a ciência das interrelações que ligam os organismos vivos ao seu ambiente”.|1| Dessa forma, a Ecologia busca entender como o organismo e suas interações afetam seu ambiente e como o ambiente afeta o organismo.
O interesse dos seres humanos pelo meio ambiente e suas relações remonta aos primórdios de nossa existência, uma vez que era essencial conhecer o ambiente circundante para garantir a sobrevivência. Isso levou a Ecologia a ter uma forte influência na história natural por meio da descrição e classificação de diversos elementos ecológicos.
Essa abordagem forneceu o embasamento necessário para, atualmente, compreendermos e explicarmos os mecanismos das interações entre os organismos, bem como suas relações com o ambiente abiótico. Hoje em dia, a Ecologia é uma ciência interdisciplinar que se relaciona diretamente com diversas outras áreas, como Evolução, Genética, Etologia (o estudo do comportamento) e Fisiologia.
Além disso, para desenvolver suas teorias sobre a natureza, os ecólogos (pesquisadores em Ecologia) buscam construir modelos da realidade que gerem previsões sobre o que ocorre na natureza, utilizando-se de gráficos e modelos matemáticos.
Níveis de organização em Ecologia
A Biologia, ciência que se dedica ao estudo da vida, é organizada em 12 níveis hierárquicos, que facilitam o estudo desde as unidades mais básicas que compõem um organismo até as interações entre os organismos e o meio ambiente. Cada um desses níveis de organização depende dos níveis anteriores. Os níveis são:
átomo ⇨ molécula ⇨ organela ⇨ célula ⇨ tecido ⇨ órgão ⇨ sistema ⇨ organismo ⇨ população ⇨ comunidade ⇨ ecossistema ⇨ biosfera
A Ecologia dedica-se à compreensão de apenas alguns desses níveis de organização. Assim, os níveis de organização da Ecologia são os organismos, as populações, as comunidades e os ecossistemas.
É importante ressaltar que a análise desses níveis pode ser realizada em diversas escalas espaciais e temporais. Por exemplo, uma comunidade pode ser tão pequena quanto uma gota de água ou tão vasta quanto toda a biosfera.
Além disso, cada nível possui propriedades e características que podem estar ausentes nos demais. Uma população apresenta dinâmicas de taxa de natalidade e mortalidade que não estão presentes em organismos individuais, por exemplo. Entenda o que são cada um desses níveis:
- Organismo: unidade fundamental da Ecologia. Refere-se a um único indivíduo de determinada espécie. Os organismos podem ser classificados em unicelulares, formados por uma única célula, e pluricelulares, formados por múltiplas células. No nível de organismo, a Ecologia procura entender como um indivíduo é afetado pelo seu ambiente e como ele o afeta. Uma exemplo de organismo é a capivara.
- População: conjunto de organismos de uma mesma espécie que habita determinada área durante um período específico. Dessa forma, indivíduos da mesma espécie que vivem em locais diferentes não constituem uma mesma população. Por exemplo, um conjunto de capivaras vivendo em uma área específica do Pantanal constitui uma população. A maioria das populações tem grande potencial para crescer. Entretanto, em condições naturais, o potencial de crescimento de uma população é limitado por diversos fatores, como pela ação de parasitas e predadores, além da disponibilidade de recursos do meio (espaço, alimento, entre outros). A Ecologia busca entender a dinâmica de uma população investigando suas flutuações e tendências, taxas de natalidade, mortalidade, migração, entre outros.
- Comunidade: conjunto de populações de diferentes espécies que coexistem em uma área durante um período. Por exemplo, populações de capivaras podem compartilhar a mesma área com cervos-do-pantanal, onças-pintadas e tamanduás-bandeira. Essas populações podem interagir entre si, estabelecendo diversas interações ecológicas, tais como parasitismo, predação, mutualismo e comensalismo. A Ecologia estuda a composição ou estrutura de comunidades ecológicas, examinando as interações entre diferentes espécies em determinado habitat.
- Ecossistema: conjunto de todos os seres vivos presentes em determinada área e os elementos físicos (ou fatores abióticos) do ambiente com os quais eles interagem. A disponibilidade desses fatores abióticos pode afetar um ecossistema. Além disso, cada organismo dentro de um ecossistema possui seu próprio nicho. Nesse nível, a Ecologia concentra-se no estudo de ecossistemas inteiros, incluindo os componentes bióticos e abióticos bem como os fluxos de energia e matéria dentro deles.
Quais são os ramos de estudos da Ecologia?
A Ecologia pode ser estudada à luz de diferentes abordagens. Suas subdivisões são importantes e úteis porque facilitam a compreensão de questões complexas e possibilitam o uso de vias de especialização apropriadas dentro de cada campo de estudo.
Historicamente, é dividida em autoecologia e sinecologia. A autoecologia estuda os aspectos ecológicos de um organismo individual ou de dada espécie. Assim, ela busca entender como cada espécie reage separadamente a determinados fatores ambientais (clima, vegetação etc.). Já a sinecologia foca em grupos de organismos associados uns aos outros, formando uma unidade, como populações ou comunidades.
Esse ramo foca na distribuição das populações, nas suas relações ecológicas, no seu deslocamento, nas suas sucessões ecológicas, entre outros. Seguindo essa linha, a Ecologia pode ser subdividida de acordo com o conceito de níveis de organização: Ecologia de organismos, de populações, de comunidades e de ecossistemas.
O tipo de meio ambiente ou habitat é outro critério que pode ser utilizado para dividir a Ecologia. Segundo esse critério, temos a Ecologia de água doce; Ecologia marinha; e Ecologia terrestre.
- Ecologia de água doce: concentra-se no estudo dos ecossistemas de água doce, como rios, lagos, lagoas e riachos.
- Ecologia marinha: busca investigar os ecossistemas oceânicos e costeiros, incluindo mares, recifes de coral e estuários.
- Ecologia terrestre: foca no estudo dos ecossistemas terrestres, incluindo florestas, desertos e áreas montanhosas.
O critério taxonômico também pode ser utilizado para subdividir a Ecologia, por exemplo, em Ecologia dos insetos; Ecologia dos vertebrados; Ecologia microbiana (bactérias, vírus e fungos); e Ecologia das plantas. A vantagem dessa divisão é a possibilidade de focar em aspectos característicos da Ecologia do grupo considerado, bem como desenvolver métodos detalhados.
A Ecologia também pode ser subdividida segundo suas aplicações, com o objetivo de relacionar seus princípios básicos com problemas, e trazendo possibilidades de implementação de políticas de gestão ambiental. Alguns exemplos são Ecologia da paisagem, Ecologia da conservação e Ecologia humana.
- Ecologia da paisagem: analisa como os ecossistemas estão distribuídos no espaço e como eles interagem em paisagens maiores, investigando padrões de uso da terra, conectividade e efeitos de fragmentação.
- Ecologia da conservação: concentra-se na preservação e manejo sustentável dos ecossistemas e das espécies. Alguns autores discordam sobre essa divisão, considerando que se trata de uma área à parte que utiliza princípios da Ecologia em seu estudo. Tal área utiliza o termo Biologia da conservação.
- Ecologia humana: examina as interações entre os seres humanos e o ambiente, incluindo questões como sustentabilidade, impacto ambiental, uso de recursos naturais e mudanças.
Nos últimos anos, o ramo da Ecologia denominado Ecologia evolutiva tem ganhado espaço entre os pesquisadores. Ela subdivisão explora como as interações entre os organismos e seu ambiente afetam a evolução das espécies, incluindo a adaptação das características ao longo do tempo em resposta a pressões ambientais.
Conceitos básicos da Ecologia
A Ecologia possui diversos termos fundamentais para a compreensão de vários temas dessa disciplina, possibilitando a interpretação correta do conteúdo. Alguns de seus conceitos básicos (além de organismo, população, comunidade e ecossistema) podem ser vistos a seguir.
- Biodiversidade: variedade de espécies de organismos que habitam determinada região geográfica.
- Bioma: unidade espacial com aspectos físicos em comum, como clima e geologia, constituída pelo agrupamento de tipos de vegetação que podem ser identificados em nível regional. Esse recorte espacial, historicamente, sofreu os mesmos processos de formação da paisagem, resultando em uma diversidade de flora e fauna própria. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, há seis tipos de biomas no Brasil: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal.
- Biótopo: área geográfica onde se encontra uma comunidade.
- Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas encontrados no planeta, abrangendo toda a vida existente e todos os ambientes físicos em que ela se encontra.
- Ciclos biogeoquímicos: processos que envolvem a circulação de elementos químicos, como carbono, nitrogênio e fósforo, entre os componentes bióticos e abióticos de um ecossistema. A ocorrência desses ciclos é essencial para a manutenção da vida na Terra. O ciclo do carbono é um exemplo de ciclo biogeoquímico importante para a manutenção da vida na Terra.
- Espécie: segundo o conceito biológico de espécie, indivíduos de uma mesma espécie são aqueles capazes de cruzar-se entre si e produzir indivíduos férteis.
- Espécie invasora: organismo introduzido em uma área onde não é nativo, e tem a capacidade de causar danos significativos ao ambiente, à economia e/ou à saúde humana. Algumas características de espécies invasoras são: alta capacidade de reprodução e dispersão, capacidade de competir com espécies nativas por recursos, e ausência de predadores naturais.
- Habitat: local físico onde uma espécie ou comunidade vive, incluindo as condições ambientais, e encontra os recursos necessários para sobreviver, como alimento, água, abrigo e espaço.
- Nicho ecológico: papel funcional de uma espécie dentro de um ecossistema, incluindo sua ocupação de recursos, tolerância a fatores ambientais específicos, e interações com outras espécies.
- Relações ecológicas: interações entre os seres vivos. Podem ser intraespecíficas (entre organismos da mesma espécie) ou interespecíficas (entre organismos de espécies diferentes). Elas, ainda, podem ser classificadas em harmônicas (benefício mútuo entre os organismos envolvidos) e desarmônicas (prejuízo de um de seus participantes em benefício do outro). Conheça alguns dos principais tipos de interações.
- Interações intraespecíficas harmônicas:
- Colônia: grupo de organismos da mesma espécie, fisicamente unidos, que interagem de forma mutuamente vantajosa, dividindo funções. Um exemplo é a caravela.
- Sociedade: relação ecológica entre indivíduos de uma mesma espécie que vivem de maneira cooperativa em prol do sucesso do grupo, com divisão de tarefas, mas que não estão fisicamente unidos. Muitas formigas vivem em sociedade.
- Interações intraespecíficas desarmônicas:
- Canibalismo: um indivíduo se alimenta de outro da mesma espécie. Algumas espécies de aranhas são canibais.
- Competição intraespecífica: disputa por recursos entre organismos da mesma espécie. Leões podem competir pelas fêmeas disponíveis para acasalamento.
- Interações interespecíficas harmônicas:
- Comensalismo: uma das espécies é beneficiada, enquanto a outra não tem prejuízos nem benefícios. A associação entre rêmora e tubarão é um exemplo de comensalismo.
- Mutualismo: ambas espécies obtêm benefícios na interação. Pode ser obrigatório (a relação é indispensável à sobrevivência dos organismos envolvidos) ou facultativo (as espécies podem viver sozinhas).
- Inquilinismo: uma espécie (inquilina) vive sobre ou dentro de outra (hospedeira) sem prejudicá-la. Orquídeas podem ser inquilinas de outras plantas.
- Interações interespecíficas desarmônicas:
- Amensalismo: relação na qual indivíduos de uma população (inibidora) secretam substâncias que inibem o crescimento de outra espécie (amensal). Fungos podem produzir substâncias antibióticas, que inibem o desenvolvimento de bactérias.
- Competição interespecífica: ocorre quando duas espécies competem pelos mesmos recursos do ambiente, uma vez que seus nichos ecológicos se sobrepõem. Organismos herbívoros podem competir por alimento em época de pouca chuva.
- Parasitismo: um organismo (parasita) vive à custa de outra espécie (hospedeira), causando prejuízos a ela. Os parasitas podem ser divididos em ectoparasitas (vivem na superfície externa do hospedeiro) e endoparasitas (vivem no interior do hospedeiro). Piolhos são organismos ectoparasitas, e lombrigas são organismos endoparasitas.
- Predação: relação em que uma espécie (predadora) mata e come indivíduos de outra espécie (presa). Serpentes são conhecidas por predar ratos.
- Interações intraespecíficas harmônicas:
- Princípio da exclusão competitiva: também conhecido por princípio de Gause, devido ao pesquisador que elaborou essa premissa. Considera que duas espécies com nichos ecológicos muito semelhantes não são capazes de conviver em um mesmo habitat, devido à competição estabelecida entre elas. Isso pode levar uma espécie a excluir a outra.
- Sucessão ecológica: processo gradual de mudança nas comunidades de organismos em determinado ecossistema ao longo do tempo. Ela está dividida em:
- Sucessão ecológica primária: ocupação por organismos em uma área onde não existia uma comunidade anteriormente.
- Sucessão ecológica secundária: ocupação de organismos em local onde uma comunidade encontrava-se, mas foi eliminada por algum distúrbio.
Dentro da sucessão ecológica, dois outros termos são importantes:
-
- Comunidade pioneira: primeiras espécies a estabelecerem-se em uma área.
- Comunidade clímax: último estágio da sucessão ecológica, em que se observa estabilidade das espécies no ecossistema ocupado.
→ Componentes do ambiente
- Fatores abióticos: são os componentes não vivos do ambiente, como água, luminosidade e atmosfera.
- Fatores bióticos: são representados pelos seres vivos, como as bactérias, os fungos, as plantas e os animais. Os seres vivos são divididos em:
- Autotróficos: também conhecidos como produtores, são organismos capazes de produzir seu próprio alimento. Eles podem ser fotossintetizantes (realizam fotossíntese, como as plantas) ou quimiossintetizantes (realizam quimiossíntese, como as bactérias).
- Heterotróficos: são organismos que não produzem seu próprio alimento. Eles são divididos em consumidores (se alimentam de outros organismos) e decompositores (degradam matéria orgânica para obter nutrientes). Os consumidores, ainda, são subdivididos em primários, secundários, terciários, e assim sucessivamente, de acordo com sua posição no nível trófico dos consumidores.
→ Conceitos relacionados ao fluxo de matéria e energia
- Biomassa: matéria orgânica que compõe os organismos.
- Nível trófico: posição dos organismos na cadeia alimentar de um ecossistema. Existem três níveis tróficos principais: produtores, consumidores e decompositores.
- Cadeia alimentar: sequência linear pela qual a matéria e a energia são transferidas de um nível trófico a outro. O fluxo de energia é unidirecional, ou seja, não há o reaproveitamento da energia liberada. A matéria orgânica, por sua vez, retorna aos produtores por meio da sua decomposição pelos decompositores. Em uma cadeia alimentar, é possível observar diferentes tipos de interações entre os organismos, como herbivoria e predação.
- Teia alimentar: conjunto de várias cadeias alimentares interligadas. Nas teias alimentares, um mesmo organismo pode estar em diferentes níveis tróficos.
- Pirâmide ecológica: representação gráfica dos diferentes níveis tróficos de um ecossistema, mostrando como a energia ou biomassa é transferida entre os níveis. As pirâmides ecológicas podem ser de três tipos: número, biomassa e energia.
→ Conceitos básicos da Ecologia relacionados à dinâmica de populações
- Taxa de crescimento populacional: variação (aumento ou diminuição) do número de indivíduos em determinado intervalo de tempo.
- Taxa de natalidade: número de indivíduos que nascem em determinado período.
- Taxa de mortalidade: número de indivíduos que morrem em determinado período.
- Taxa de migração: movimento (entrada ou saída) de organismos de uma população em determinado período.
- Índice de fertilidade: número médio de descendentes que uma fêmea gera durante o período reprodutivo.
- Curva de crescimento intrínseco: também conhecida como potencial biótico, é a capacidade teórica de crescimento de uma população.
- Capacidade suporte: limite máximo de indivíduos que o ambiente suporta. Também é conhecida como carga biótica do meio.
Saiba mais sobre os conceitos básicos da Ecologia clicando aqui.
Importância da Ecologia
A Ecologia desempenha um papel fundamental na compreensão, preservação e gestão dos recursos naturais do nosso planeta e dos seres que aqui habitam. Ao compreender os ecossistemas, a Ecologia nos auxilia a avaliar como os recursos naturais são explorados e como podemos utilizá-los de maneira responsável, preservando sua capacidade de regeneração e promovendo o desenvolvimento sustentável. Essa compreensão fornece as bases para a formulação de políticas públicas relacionadas ao meio ambiente.
Além disso, a Ecologia contribui significativamente para a compreensão das mudanças climáticas, por meio do estudo das interações entre os ecossistemas e a atmosfera, e de como as atividades humanas impactam o clima. Isso, por sua vez, auxilia na previsão e mitigação de desastres naturais, como secas, inundações e incêndios florestais. A Ecologia também desempenha um papel importante na identificação de espécies em risco de extinção, fornecendo a base para o desenvolvimento de estratégias de conservação.
Os estudos ecológicos também nos ajudam a compreender como a degradação ambiental e a perda de biodiversidade podem afetar negativamente a saúde humana, incluindo a previsão de potenciais pandemias. Sua aplicação na agricultura oferece informações sobre as práticas agrícolas sustentáveis, o manejo de culturas e o impacto ambiental da agricultura. Ainda, a Ecologia atua na educação e na conscientização ambiental, auxiliando as pessoas a entenderem como suas ações cotidianas podem afetar o meio ambiente.
Ecologia no Enem
No Enem, Ecologia é um dos temas de Biologia mais frequentemente abordados na seção de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Nos anos de 2016 e 2017, por exemplo, foi o tópico central dessa área. Alguns dos principais conceitos relacionados à Ecologia e que são explorados no exame incluem:
- agroecologia;
- biodegradação;
- cadeias alimentares;
- ciclos biogeoquímicos;
- formações vegetais brasileiras;
- impactos ambientais;
- interações entre seres vivos;
- lixo/resíduos;
- preservação ambiental;
- sucessão ecológica.
Entre esses conceitos, a cadeia alimentar foi um tema recorrente em quase todos os anos. Portanto, além de entender e interpretar as cadeias alimentares, é fundamental se preparar para compreender conceitos relacionados, como fluxo de energia, nível trófico, e teias e pirâmides alimentares.
Importante: Devido à natureza interdisciplinar da Ecologia e à sua importância contemporânea, esses conceitos também podem ser abordados em questões de outras áreas, como Química, Geografia e História. Além disso, é essencial se preparar para a possibilidade de que esse tema esteja relacionado de alguma forma com a redação, especialmente em relação aos desafios e impactos ambientais que enfrentamos atualmente.
Veja também: Quais são os 5 temas de Biologia mais cobrados no Enem?
Exercícios resolvidos sobre Ecologia
Questão 1
(Enem)
O menor tamanduá do mundo é solitário e tem hábitos noturnos, passa o dia repousando, geralmente em um emaranhado de cipós, com o corpo curvado de tal maneira que forma uma bola. Quando em atividade, se locomove vagarosamente e emite som semelhante a um assobio. A cada gestação, gera um único filhote. A cria é deixada em uma árvore à noite e pela mãe até que tenha idade para procurar alimento. As fêmeas adultas têm territórios grandes e o território de um macho inclui o de várias fêmeas, o que significa que ele tem sempre diversas pretendentes à disposição para namorar!
Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n.º 174, nov. 2006 (adaptado).
Essa descrição sobre o tamanduá diz respeito ao seu
A) habitat.
B) biótopo.
C) nível trópico.
D) nicho ecológico.
E) potencial biótico.
Resolução:
Alternativa D
A descrição do texto retrata o cotidiano do tamanduá no habitat em que vive, relatando, assim, o seu nicho ecológico.
Questão 2
(Enem) Na natureza a matéria é constantemente transformada por meio dos ciclos biogeoquímicos. Além do ciclo da água, existem os ciclos do carbono, do enxofre, do fósforo, do nitrogênio e do oxigênio. O elemento que está presente em todos os ciclos nomeados é o
A) fósforo.
B) enxofre.
C) carbono.
D) oxigênio.
E) nitrogênio.
Resolução:
Alternativa D
O elemento químico está presente em todos os ciclos biogeoquímicos é o oxigênio. O oxigênio associa-se com o hidrogênio, fósforo, carbono, enxofre e nitrogênio, formando inúmeras substâncias inorgânicas e orgânicas que compõem o ambiente e os organismos vivos.
Questão 3
(Enem)
Uma nova estratégia para o controle da dengue foi apresentada durante o Congresso Internacional de Medicina Tropical, no Rio de Janeiro, em 2012. O projeto traz uma abordagem nova e natural para o combate à doença e já está em fase de testes. O objetivo do programa é cessar a transmissão do vírus da dengue pelo Aedes aegypti, a partir da introdução da bactéria Wolbachia — que é naturalmente encontrada em insetos — nas populações locais de mosquitos. Quando essa bactéria é introduzida no A. aegypti, atua como uma “vacina”, estimulando o sistema imunológico e bloqueando a multiplicação do vírus dentro do inseto.
Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br. Acesso em: 20 dez. 2012 (adaptado).
Qual o conceito fundamental relacionado a essa estratégia?
A) Clonagem
B) Mutualismo
C) Parasitismo
D) Transgênese
E) Controle biológico
Resoluçã:
Alternativa E
O controle biológico utiliza um organismo para controlar e/ou reduzir a população de outro, sendo este último geralmente de interesse econômico. No cenário da notícia acima, a estratégia de controle apresentada utiliza a bactéria Wolbachia no bloqueio da multiplicação do vírus dentro do mosquito Aedes aegypti, visando reduzir os casos de dengue.
Questão 4
(Enem)
Metais são contaminantes encontrados em efluentes oriundos de diversas atividades antrópicas. Dentre esses, o mercúrio (Hg) é aquele que apresenta a maior toxicidade e o único metal que reconhecidamente causou óbitos em humanos em razão de contaminação pela via ambiental, particularmente pela ingestão de organismos aquáticos contaminados. Considere que, em um ecossistema aquático cujas águas foram contaminadas por mercúrio, esse metal será incorporado pelos organismos integrantes de toda a cadeia alimentar nos diferentes níveis tróficos.
LACERDA, L. D.; MALM, O. Contaminação por mercúrio em ecossistemas aquáticos: uma análise das áreas críticas. Estudos Avançados, n. 63, 2008 (adaptado).
Na situação apresentada, as concentrações relativas de mercúrio encontradas nos organismos serão
A) mais altas nos produtores do que nos decompositores.
B) iguais para todos nos diferentes níveis tróficos da cadeia alimentar.
C) mais baixas nos consumidores secundários e terciários do que nos produtores.
D) mais altas nos consumidores primários do que nos consumidores de maior ordem.
E) mais baixas nos de níveis tróficos de menor ordem do que nos de níveis tróficos mais altos.
Resolução:
Alternativa E
O mercúrio é um metal que se acumula nos tecidos dos organismos. Consequentemente, sua concentração aumenta ao longo da cadeia alimentar.
Nota
|1|ODUM, E. P. & BARRETT, G.W. Fundamentos de Ecologia. São Paulo: Thomson Learning. 2007. 612 p.
Fontes
AZEVEDO, A.L.M. dos S. Biomas Brasileiros. In: IBGE - Educa | Jovens. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/territorio/18307-biomas-brasileiros.html.
BEGON, M., TOWNSEND, C.R. & HARPER, J.L. Ecologia - de Individuos a Ecossistemas. Porto Alegre: Artmed Editora. 2007. 740p.
HANAZAKI, N. et al. Introdução à Ecologia. 2. ed. Florianópolis: Biologia/Ead/UFSC. 2013. 86p.
HATANAKA, J.F.H. As relações entre ciência, tecnologia e sociedade no ensino de ecologia: um estudo a partir da sequência didática. Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura em Ciências Biológicas) - Instituto Federal de São Paulo - Campus Barretos. 2018. 33 p.
ODUM, E. P. & BARRETT, G. W. Fundamentos de Ecologia. São Paulo: Thomson Learning. 2007. 612 p.
TOWNSEND, C. R.; BEGON, M. & HARPER, J. L. Fundamentos em Ecologia. 2 ed. Porto Alegre: Artmed Editora. 2006. 592p.