PUBLICIDADE
Diante da escassez de água em algumas partes do mundo, diversas estratégias foram criadas para garantir o acesso da população a esse recurso. Dentre essas estratégias, destaca-se a transposição de rios, que possui como objetivo principal levar água de um lugar rico para outro pobre nesse recurso.
A transposição de rios é realizada desde a Antiguidade, porém tem se intensificado hoje em dia em razão da falta de água para a população e para os animais. Apesar de a ideia parecer simples e justificável, os danos ambientais causados pela transferência de água de uma região para outra são imensos.
Dentre os impactos ambientais mais significativos, podemos citar o desmatamento. De uma maneira geral, as obras de transposição são grandes e ocupam diversos hectares de terra para o andamento do projeto. Essa destruição da fauna e flora resultante do desmatamento causa um enorme impacto ambiental, podendo acelerar o processo de extinção de muitas espécies.
Além de matar várias espécies, a transposição acaba impedindo a migração de alguns animais entre ambientes, que até então eram bem preservados. Apesar de a maioria das obras prever a realização de pontos de ligação entre um ambiente e outro, muitas vezes essa alternativa acaba não sendo viável, levando a uma redução da biodiversidade.
A destruição de habitat provocada pelo desmatamento pode colocar em risco também a saúde de uma população, uma vez espécies saem dos seus locais de origem e podem invadir a casa dos moradores daquelas áreas. Aranhas, cobras e escorpiões, por exemplo, podem provocar sérios acidentes ao procurarem nova moradia.
O desmatamento também pode agravar o problema da desertificação em algumas áreas. Esse é um ponto muito debatido por pesquisadores que analisam a Transposição do Rio São Francisco, uma vez que existem áreas onde esse processo está bastante avançado. Nesses pontos, é impossível plantar espécies nativas, o que dificulta os planos do governo de minimização dos impactos ambientais.
A transposição de rios também favorece o surgimento de processos erosivos, principalmente em áreas que já sofrem com a desertificação, como é o caso do Nordeste brasileiro.
As comunidades biológicas aquáticas também são afetadas pela mudança do curso dos rios, principalmente as das bacias receptoras. Normalmente, espera-se que haja uma modificação de toda a composição dessas comunidades e uma diminuição do número de espécies. O risco decorrente da introdução de espécies exóticas também é um ponto a ser analisado.
A poluição também está entre os problemas ambientais decorrentes da transposição de rios. Os novos canais atraem a população e indústrias, que acabam lançando dejetos na água, provocando a poluição.
Além de todos os impactos ambientais negativos gerados por essas obras, os projetos de transposição afetam também a vida social de toda a população dessas áreas e nem sempre de uma maneira benéfica. Sendo assim, é fundamental que a população conheça bem as obras de transposição e analisem todos os impactos que elas causarão em suas vidas e no meio ambiente.
Por Ma. Vanessa dos Santos