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A tartaruga que se tornou símbolo do Arquipélago de Galápagos e da luta pela recuperação do meio ambiente na região foi encontrada morta na manhã do dia 24 de junho de 2012.
Lonesome George, ou George Solitário, era um dos habitantes mais conhecidos do Arquipélago, e pertencia à subespécie Chelonoidis nigraabingdoni. Oriunda da Ilha de Pinta, uma das ilhas que compõem o arquipélago e reconhecida como o último indivíduo de sua espécie, George Solitário morreu pesando 90 Kg, e com idade estimada em aproximadamente 100 anos.
A população de tartarugas da mesma subespécie de George foi dizimada a partir do momento em que colonizadores introduziram cabras na região, que devastaram toda a vegetação e acabaram com todos os hábitats da tartaruga. George, um remanescente de sua espécie, foi encontrado pelo pesquisador húngaro József Vágvölgyi, em pesquisas na Ilha de Pinta. József repassou essa informação para o Parque Nacional de Galápagos, que no ano de 1972 encaminhou a tartaruga para o Centro de tartaruga, na Ilha de Santa Cruz, para sua maior proteção.
Ao longo dos anos, várias tentativas foram feitas para que George conseguisse se reproduzir. Primeiramente duas tartarugas fêmeas (Chelonoides becki) coletadas na Ilha Isabela foram colocadas junto com George. Durante os 15 anos de convivência, as fêmeas de George produziram ovos, mas todos eles inférteis. Mais tarde, duas tartarugas fêmeas da população de tartarugas Espanhola (Chelonoides hoodensis), espécie de tartaruga mais parecida geneticamente com a espécie de George, foram colocadas com George, mas ele não conseguiu produzir descendentes.
Pesquisadores do Departamento de Ecologia e Biologia Evolucionária de Yale, pesquisando a genética das tartarugas gigantes de Galápagos, descobriram a ocorrência de híbridos com ascendência na espécie de George. Embora não tenham encontrado indivíduos puros dessa subespécie, esses híbridos podem auxiliar na restauração das tartarugas da mesma subespécie de George.
A causa da morte de George será conhecida após a necropsia feita por uma equipe de especialistas. Logo depois, o corpo será embalsamado e exposto em um centro que será construído e dedicado à preservação das tartarugas gigantes, e terá como nome Lonesome George.
Por Paula Louredo
Graduada em Biologia