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O mimetismo é um mecanismo utilizado por algumas espécies, em que se observa uma espécie imitando outra, sendo essa imitação física ou comportamental. O mimetismo é uma técnica utilizada por diferentes organismos e pode ser conferida de três formas: mimetismo de ataque, em que o organismo mimético é o predador; mimetismo defensivo, no qual a presa é mimética para afastar seu predador; e o mimetismo reprodutivo, o qual é realizado por plantas que se assemelham às fêmeas de seus polinizadores (veja figura no inicio do texto).
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Tópicos deste artigo
→ Exemplos
Um exemplo do mimetismo empregado pelo predador é o realizado pelo polvo mimético (Thaumoctopus mimicus). Esse animal pode assumir a aparência de outra espécie, de modo a conseguir aproximar-se de sua presa. Realiza também o mimetismo como forma de defesa imitando animais que afugenta predadores. Dentre as formas que o polvo mimético pode assumir, podemos destacar: serpente marinha, arraia, linguado e caranguejo.
O polvo mimético pode imitar o comportamento e também a forma de outros animais.
Outro manifestação de mimetismo bastante conhecida ocorre entre a coral-falsa e a coral-verdadeira. Nesse caso observamos que a coral-falsa imita o padrão da coral-verdadeira, e as duas serpentes são bastante semelhantes. Esse mimetismo é um importante mecanismo de defesa, uma vez que a coral-verdadeira é peçonhenta, diferentemente da falsa.
A coral-falsa é semelhante à coral-verdadeira, que é peçonhenta.
→ Tipos
Existem diferentes tipos de mimetismo, entretanto, comumente vemos sua classificação em dois tipos básicos: o batesiano e o mülleriano. Vejamos mais sobre esses, a seguir:
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Mimetismo batesiano: O tipo mais clássico, em que uma espécie (que não causa danos e que pode servir de alimento) mimetiza-se em outra que causa danos ou não é palatável. Nesse tipo de mimetismo, o aumento da densidade dos indivíduos miméticos é prejudicial para o aprendizado dos predadores. Isso se deve ao fato de que, se muitas espécies miméticas estiverem no local, o predador continuará alimentando-se da espécie, sem compreender os sinais de advertência.
Um exemplo interessante de mimetismo batesiano ocorre entre a larva da mariposa Hemeroplanes ornatus e a cobra-papagaio-verde. A larva dessa mariposa, quando é de alguma forma perturbada, infla sua cabeça e seu tórax, de modo a ficar semelhante à serpente citada. Isso afasta os predadores. Além de parecer com a serpente, ela também imita seu comportamento, movendo sua cabeça para a frente e para trás
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Mimetismo mülleriano: Nesse caso observamos que duas espécies não palatáveis (ou seja, que não apresentam sabor agradável para predadores) ou que apresentam outros mecanismos de defesa assemelham-se. Nesse tipo de mimetismo, o que se observa é que o aprendizado dos predadores é beneficiado com o aumento das espécies miméticas e também com o aumento da outra espécie, pois ambos os casos permitem reforçar a associação entre o seu padrão físico e seu mecanismo de defesa.
Um exemplo desse mimetismo ocorre entre a borboleta-monarca (Danaus plexippus) e a borboleta-vice-rei (Limenitis archippus). Essa última apresenta forma e coloração semelhantes às presentes na monarca, entretanto, nesse caso, a sinalização é verdadeira, pois ambas possuem nocividade.
A borboleta-monarca é uma borboleta não palatável.
A borboleta-vice-rei imita a borboleta-monarca.
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→ Mimetismo e camuflagem
Muitas pessoas acreditam que o mimetismo e a camuflagem são o mesmo mecanismo, entretanto, são métodos distintos. Como salientado em todo texto, o mimetismo diz respeito à imitação de um ser vivo por outra espécie. A camuflagem, por sua vez, trata-se de uma associação forte entre o ser vivo e o ambiente em que ele vive.
Diferentes animais realizam camuflagem. Alguns apresentam, por exemplo, pelo, penas e escamas que os assemelham ao ambiente em que vivem. Outros apresentam células chamadas de cromatóforos, que permitem a mudança de cor no corpo do animal de acordo com o ambiente em que ele vive. Veja a seguir algumas imagens que ilustram a camuflagem.
Observe como a coloração da borboleta confunde-se com o tronco.
Observe como o peixe fica quase imperceptível na areia.
Observe como o réptil confunde-se com a árvore.
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Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos