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Relações ecológicas

Relações ecológicas são interações que ocorrem entre os seres vivos. Essas interações podem ser benéficas ou trazer malefícios a um dos envolvidos.

Relações ecológicas podem ocorrer entre indivíduos de uma mesma espécie e ser harmônicas ou desarmônicas. Na figura, uma competição intraespecífica.
Relações ecológicas podem ocorrer entre indivíduos de uma mesma espécie e ser harmônicas ou desarmônicas. Na figura, uma competição intraespecífica.
Crédito da Imagem: Shutterstock
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Relações ecológicas são interações que ocorrem entre os seres vivos. Elas podem ocorrer tanto entre indivíduos de uma mesma espécie quanto entre organismos de espécies diferentes. É denominada relação ecológica harmônica quando nenhum dos organismos envolvidos é prejudicado na interação, e desarmônica, quando há prejuízo para, pelo menos, um dos envolvidos.

Leia também: Principais conceitos de ecologia

Tópicos deste artigo

Resumo sobre relações ecológicas

  • Relações ecológicas são interações que ocorrem entre os seres vivos.
  • Nas relações ecológicas harmônicas, nenhum dos indivíduos é prejudicado com a associação.
  • Nas relações ecológicas desarmônicas, pelo menos um dos envolvidos é prejudicado.
  • As relações ecológicas intraespecíficas ocorrem entre indivíduos de uma mesma espécie.
  • Sociedade, colônia, competição intraespecífica e canibalismo são exemplos de relações intraespecíficas.
  • As relações ecológicas interespecíficas ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes.
  • Mutualismo, comensalismo, predatismo, parasitismo, amensalismo e competição interespecíficas são exemplos de relações interespecíficas.

Videoaula sobre relações ecológicas

O que são relações ecológicas?

Em uma comunidade, os seres vivos estabelecem interações entre si. Essas interações são denominadas relações ecológicas e podem ocorrer entre indivíduos de uma mesma espécie (intraespecíficas) ou entre indivíduos de espécies diferentes (interespecíficas).

As relações ecológicas podem beneficiar todos os envolvidos, beneficiar apenas um dos envolvidos e não causar nenhum benefício ou prejuízo para o outro, ou, ainda, beneficiar apenas um dos envolvidos e prejudicar o outro. Quando uma relação não provoca prejuízo para nenhum dos envolvidos, ela é chamada de harmônica. Já as relações em que, pelo menos, um dos envolvidos sofre alguma desvantagem são chamadas de desarmônicas.

Mapa Mental: Relações Ecológicas

Mapa Mental: Relações Ecológicas

*Para baixar o mapa mental em PDF, clique aqui!

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Relações ecológicas intraespecíficas

As relações ecológicas intraespecíficas ocorrem entre organismos de uma mesma espécie. Elas podem ser harmônicas, como a sociedade e a colônica, ou desarmônicas, como a competição intraespecífica e o canibalismo.

Abelhas trabalhando na colmeia.
As abelhas vivem em sociedade.
  • Sociedade: é uma relação ecológica em que organismos de uma mesma espécie vivem em grupos caracterizados pela divisão de trabalho. Na sociedade não há união física entre os organismos, e os indivíduos trabalham de modo cooperativo. As abelhas são animais que vivem em sociedades.

Nas colmeias é possível verificar três castas, as quais realizam tarefas bem definidas. A rainha é a única fêmea que se reproduz na colmeia. As operárias são fêmeas que realizam diferentes atividades, como produção de cera, coleta de néctar e pólen e alimentação dos indivíduos em fase larval. Por fim, temos o zangão, que atua garantindo a fecundação da rainha.

Caravela-portuguesa na praia.
As caravelas-portuguesas são um exemplo de colônia.
  • Colônia: é uma relação ecológica em que organismos de uma mesma espécie estão associados anatomicamente. Nessa relação pode ou não ocorrer divisão de tarefas. As caravelas, por exemplo, são um exemplo de colônia em que há a divisão de trabalho entre os indivíduos envolvidos. Nesse grupo, há um indivíduo adaptado para a flutuação e outros especializados na reprodução, defesa e alimentação. Existem colônias móveis, como as caravelas, e fixas, como as esponjas.
  • Competição intraespecífica: ocorre quando organismos da mesma espécie disputam entre si por algum recurso, como alimento, acesso à luz ou água. A competição pode ocorrer também por território e direito de acasalar. Esse tipo de competição é responsável por controlar o tamanho de determinada população.
Louva-deus em cima de galho.
A fêmea do louva-deus se alimenta do macho durante a cópula.
  • Canibalismo: ocorre quando um indivíduo mata e se alimenta de outro da mesma espécie. Um exemplo de canibalismo pode ser observado entre os louva-deuses. Nessa espécie, a fêmea se alimenta do macho durante a cópula.

Relações ecológicas interespecíficas

As relações interespecíficas ocorrem entre organismos de espécies diferentes. Mutualismo e comensalismo são exemplos de relações interespecíficas harmônicas, enquanto predação, parasitismo, amensalismo e competição interespecífica exemplificam relações desarmônicas.

Abelha retirando néctar de flor.
Abelhas e plantas angiospermas estabelecem uma relação de mutualismo, em que a abelha é beneficiada com néctar e a planta garante sua reprodução.
  • Mutualismo: caracteriza-se pelo fato de que os dois organismos envolvidos se beneficiam da interação. O mutualismo pode ser classificado em obrigatório e facultativo.

O obrigatório ocorre quando a interação é obrigatória para a sobrevivência de, pelo menos, um dos envolvidos. Esse é o caso dos líquens, uma associação entre fungos e algas ou entre fungos e cianobactérias. No facultativo, os organismos se beneficiam da interação, mas podem viver de maneira independente. Nesse último caso, podemos citar as plantas com flores e os insetos polinizadores.

Abutres se alimentando de carcaça na floresta.
Os abutres se alimentam dos restos do alimento do leão sem lhe causar prejuízo.
  • Comensalismo: indivíduos de espécies diferentes se associam de modo que uma espécie é beneficiada e a outra não sofre prejuízo ou benefício com essa associação. Esse é o caso dos abutres, que se alimentam dos restos deixados pelo leão. O inquilinismo é considerado um tipo de comensalismo, uma vez que, nessa interação, uma espécie vive sobre ou no interior de outra sem lhe causar prejuízo. O epifitismo é um tipo de inquilinismo.
Cobra se alimentando de sapo na mata.
No predatismo, um animal se alimenta de outro de uma espécie diferente.
  • Predatismo: acontece quando um indivíduo de uma espécie (predador) mata um indivíduo de uma outra espécie (presa) para se alimentar. Quando um organismo mata e se alimenta de um vegetal, dizemos que a relação em questão é a herbivoria.
Mulher tirando piolhos do cabelo de uma menina com pente.
A relação entre o piolho e os seres humanos é um caso de parasitismo.
  • Parasitismo: é uma relação ecológica em que um organismo (parasita) retira os nutrientes de que precisa para a sua sobrevivência do corpo de um indivíduo de outra espécie (hospedeiro). Geralmente, o parasita é muito menor que o hospedeiro, e, diferentemente do predatismo, o parasita raramente mata seu hospedeiro. O parasita pode viver sobre o corpo do hospedeiro (ectoparasita) ou em seu interior (endoparasita). O piolho é um exemplo de ectoparasita, enquanto a lombriga é um endoparasita.
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Colônias de fungos Penicillium crescendo em placa de Petri.
Alguns fungos liberam substâncias que impedem o crescimento bacteriano.
  • Amensalismo: é uma relação ecológica em que uma espécie impede o desenvolvimento de outra.  Esse é o caso de alguns fungos que secretam antibióticos, que inibem o crescimento de bactérias.
Manada de búfalos pastando, com algumas zebras no local.
Uma grande quantidade de espécies herbívoras em uma região pode levar à competição por alimento.
  • Competição interespecífica: ocorre quando indivíduos de espécies diferentes disputam por recursos, como alimento e água. Essa competição, quando muito severa, pode fazer com que uma das espécies envolvidas busque outros lugares para se desenvolver ou até mesmo entre em extinção.
  • Videoaula sobre relações interespecíficas

Exercício sobre relações ecológicas

Agora que você já sabe um pouco mais sobre as relações ecológicas, responda a questão abaixo:

(UFRR) Na natureza, os seres vivos estabelecem diferentes tipos de relações interespecíficas, isto é, relações ecológicas entre membros de espécies distintas, tais como:

I. Determinados tipos de fungos e de algas se associam (formando os líquens), de modo que os primeiros fornecem às algas água e nutrientes minerais extraídos do substrato. Por sua vez, as algas fornecem compostos orgânicos ao fungo, obtidos por meio da fotossíntese.

II. Muitas espécies de orquídeas e de bromélias crescem sobre o tronco e galhos de árvores, obtendo abrigo e melhor acesso à luz solar em um ambiente de floresta sem, contudo, produzir danos ou benefícios às árvores hospedeiras.

III. O cipó chumbo (Cuscuta racemosa) é uma planta que não possui clorofila. Para sobreviver, ela cresce sobre outras plantas de onde extrai a seiva elaborada, necessária à sua sobrevivência e crescimento, por meio de raízes especializadas que penetram no interior dos vasos condutores da espécie hospedeira.

Os exemplos descritos anteriormente são qualificados, respectivamente, como:

a) Inquilinismo, protocooperação e parasitismo.

b) Mutualismo, inquilinismo e parasitismo.

c) Inquilinismo, mutualismo e parasitismo.

d) Parasitismo, mutualismo e inquilinismo.

e) Mutualismo, parasitismo e inquilinismo.

 

Resolução: letra b. A afirmativa I fala dos líquens, os quais são formados por uma associação mutualística entre fungos e algas ou fungos e cianobactérias. A afirmativa II, por sua vez, fala do inquilinismo (mais precisamente, o epifitismo), em que um organismo se associa a outro, sem prejudicá-lo, com a finalidade de conseguir abrigo. A afirmativa III, por sua vez, trata de um caso de parasitismo, pois um organismo retira do corpo de outro os nutrientes de que precisa para a sobrevivência.

 

Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Relações ecológicas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/relacoes-ecologicas.htm. Acesso em 18 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

(UFC-CE) As esponjas desempenham papéis importantes em muitos habitat marinhos. A natureza porosa das esponjas as torna uma habitação ideal para vários crustáceos, equinodermos e vermes marinhos. Além disso, alguns caramujos e crustáceos têm, tipicamente, esponjas grudadas em suas conchas e carapaças, tornando-os imperceptíveis aos predadores. Nesse caso, a esponja se beneficia por se nutrir de partículas de alimento liberadas durante a alimentação de seu hospedeiro. As relações ecológicas presentes no texto são

a) protocooperação e competição.

b) inquilinismo e protocooperação.

c) inquilinismo e parasitismo.

d) competição e predação.

e) parasitismo e predação.

Exercício 2

Os líquens são formados pela associação de certas espécies de algas e um fungo. Ambas as espécies são beneficiadas nessa relação, sendo que uma espécie não é capaz de viver isoladamente naquele local. Nesse caso, há uma relação chamada de:

a) Comensalismo.

b) Inquilinismo.

c) Mutualismo.

d) Protocooperação.