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Desequilíbrio ambiental pode ser definido, de maneira simplificada, como alterações no meio ambiente que interferem de maneira negativa em um ecossistema. O homem é responsável por uma série de ações que impactam negativamente o meio ambiente, provocando desequilíbrio. Uma delas são as queimadas, que matam várias espécies, provocam destruição de habitat e desencadeiam poluição atmosférica.
Leia também: A relação entre impactos ambientais e o surgimento de doenças
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre desequilíbrio ambiental
- 2 - O que é desequilíbrio ambiental?
- 3 - Quais são os fatores que provocam o desequilíbrio ambiental?
- 4 - Quais são as consequências do desequilíbrio ambiental?
- 5 - Desequilíbrio ambiental no Brasil
Resumo sobre desequilíbrio ambiental
- Desequilíbrio ambiental são alterações no meio ambiente que interferem de maneira negativa em um ecossistema.
- Tempestades, erupções vulcânicas e terremotos são eventos naturais que podem provocar desequilíbrio ambiental.
- O homem pode provocar desequilíbrio ambiental por meio da poluição, caça e introdução de espécies exóticas, por exemplo.
- O desequilíbrio ambiental pode provocar o aumento de doenças nos seres humanos e uma série de prejuízos econômicos.
O que é desequilíbrio ambiental?
Ecossistema é o nome dado a um conjunto de organismos que vivem em determinado local e interagem entre si e com o meio que os cerca. Um ecossistema apresenta, portanto, componentes bióticos (seres vivos) e abióticos (fatores físicos e químicos, como vento, luz, chuva e temperatura).
Em um ecossistema, observa-se um equilíbrio entre os seres vivos e o ambiente em que vivem. Eventos perturbadores, como tempestades, terremotos, queimadas, poluição e caça, podem romper com esse equilíbrio, fazendo, por exemplo, com que algumas espécies se multipliquem exageradamente e outras deixem de existir.
Quais são os fatores que provocam o desequilíbrio ambiental?
O desequilíbrio ambiental pode ser provocado tanto por eventos naturais quanto como consequência de atividades humanas. Veja, a seguir, algumas das suas principais causas.
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Fatores naturais
O equilíbrio de um ecossistema pode ser ameaçado por fatores naturais. Grandes furacões, tempestades, maremotos, terremotos e erupções vulcânicas, por exemplo, podem causar a destruição do ambiente e morte de várias espécies. Em alguns desses eventos, a destruição é tão grande que o desenvolvimento de uma comunidade fica prejudicado por vários anos.
Vale destacar, no entanto, que, em algumas situações, eventos periódicos e cíclicos podem ser responsáveis por selecionar algumas adaptações dos seres vivos que os auxiliam a sobreviver a tais eventos. Esse é o caso de algumas plantas do Cerrado, que apresentam caules adaptados a suportar a ação do fogo e sementes que germinam mais facilmente após a ação desse agente. Essa adaptação é importante, pois o Cerrado apresenta características que favorecem a ocorrência periódica de incêndios.
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Videoaula sobre queimadas
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Fatores antrópicos (ações humanas)
Atualmente, o homem constitui uma grave ameaça ao meio ambiente, sendo responsável por causar grandes desequilíbrios ambientais. Algumas das ações humanas que podem prejudicar um ecossistema são:
- Poluição: pode colocar em risco o desenvolvimento de diferentes espécies. Imagine, por exemplo, a poluição por derramamento de petróleo. Ao ser liberado no ambiente aquático, o petróleo cria uma barreira que interrompe a passagem de luz, impedindo organismos fotossintetizantes de realizar a fotossíntese. Com a redução desses organismos, que constituem a base da cadeia alimentar, todos os outros grupos de seres vivos que fazem parte dessa cadeia são prejudicados.
- Desmatamento: quando o ser humano desmata uma região, ele não é responsável apenas pela morte de espécies vegetais. As plantas são responsáveis por fornecer alimento e casa para diferentes animais, que ficam sem alimento e têm seu habitat destruído como consequência do desmatamento. Além disso, o desmatamento pode provocar degradação do solo e influenciar até mesmo no clima, reduzindo as chuvas e prolongando estações secas.
- Queimadas: assim como o desmatamento, elas provocam a perda de habitat para várias espécies. Além disso, vários organismos são mortos em decorrência do fogo, também responsável por provocar poluição atmosférica e comprometer a saúde do solo.
- Caça e pesca: todos os seres vivos apresentam grande importância em um ecossistema, e a retirada de uma única espécie pode ser responsável por provocar grande desequilíbrio ambiental. Imagine, por exemplo, que uma espécie grande de felino é amplamente caçada em uma região. Com a redução do número de indivíduos daquela espécie, todas as suas presas começam a aumentar-se em número, uma vez que não há mais a presença de predadores. O aumento do número dessas presas pode ocorrer de modo exagerado, fazendo com que haja competição entre elas e redução dos recursos disponíveis, como alimento.
- Introdução de espécies exóticas: muitas pessoas pensam que a introdução de novas espécies pode aumentar a biodiversidade de uma região, mas essa não é uma verdade.
Ao se colocar uma espécie em um novo habitat, ela poderá, por exemplo, reproduzir-se exageradamente devido à ausência de predadores; competir por recursos com espécies nativas; transmitir doenças que não ocorriam naquele local; alimentar-se de espécies nativas a ponto de provocar uma extinção local, entre vários outros problemas.
O caramujo-gigange-africano é um exemplo de espécie introduzida em nosso território. Trazido para o Brasil como um substituinte do escargot, esse animal se espalhou exageradamente pelo território devido à ausência de predadores naturais, e hoje representa um problema ambiental e também de saúde, uma vez que participa do ciclo de transmissão de doenças.
Leia mais: Ações antrópicas no meio ambiente – expressão ficou conhecida pelos impactos causados pelo homem
Quais são as consequências do desequilíbrio ambiental?
Como vimos ao longo do texto, o desequilíbrio ambiental ocorre quando algum fator interfere no equilíbrio de um ecossistema. Quando isso acontece, podemos ter, por exemplo:
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Aumento de determinada espécie ou até mesmo extinção de outras
A multiplicação exagerada de uma espécie pode ser bastante prejudicial. Um exemplo disso são as nuvens de gafanhotos, que podem ser responsáveis por destruir plantações inteiras, causando grandes prejuízos econômicos.
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Aumento de doenças em seres humanos
O desequilíbrio ambiental também está relacionado com o aumento de doenças em seres humanos. Um dos motivos é a alteração da dinâmica ecológica de muitos vetores. Além disso, o contato com animais silvestres, seja para fins de alimentação, seja para captura para coleções, por exemplo, também pode favorecer a transmissão de zoonoses. Alterações no meio ambiente, como as provocadas pela poluição atmosférica, podem ser responsáveis também pelo desenvolvimento de doenças em humanos, como problemas respiratórios.
Confira no nosso podcast: O “alerta vermelho” do clima em 2021
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Intensificação de eventos climáticos
Alterações no meio ambiente também estão sendo responsáveis pela intensificação de eventos climáticos, como grandes tempestades e longos períodos de seca, os quais podem prejudicar o desenvolvimento de agricultura e até mesmo acentuar a questão da fome em algumas regiões do planeta. Além disso, ondas de calor intenso podem ser responsáveis por levar pessoas vulneráveis à morte, bem como as ondas de frio.
Redução da qualidade do ar e da água, desenvolvimento de doenças, eventos climáticos extremos e perdas econômicas são apenas algumas das consequências para o ser humano da sua falta de cuidado com o meio ambiente. Precisamos entender que todo o planeta é conectado e que um ambiente em desequilíbrio pode afetar todos os seres que nele vivem.
Desequilíbrio ambiental no Brasil
O Brasil, tem enfrentado uma série de ações nocivas ao meio ambiente, ações essas que provocam grande desequilíbrio ambiental. Desmatamentos e queimadas são frequentemente registrados em várias regiões do país, inclusive em áreas de grande biodiversidade, como a Amazônia. Os impactos ambientais negativos dessas ações são imensos, levando, por exemplo, à grande perda de biodiversidade, ao comprometimento do solo, a alterações no regime de chuvas e à poluição atmosférica.
O Brasil, no entanto, não sofre apenas com desmatamento e queimadas. Novas espécies são frequentemente introduzidas na nossa fauna e flora, impactando negativamente a estrutura das populações nativas, os ambientes aquáticos são constantemente poluídos, bem como o nosso ar, e o tráfico de animais silvestres é uma triste realidade em nossa nação.
Não podemos deixar de citar também os grandes desastres ambientais que já ocorreram no Brasil e provocaram grande desequilíbrio, sendo esse o caso do derramamento de petróleo na bacia de Campos (RJ), em 2011, do rompimento da barragem em Mariana (MG), em 2015, e do rompimento da barragem em Brumadinho (MG), em 2019.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia