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A sexualidade humana é um assunto complexo e, muitas vezes, é alvo de discussão. A sexualidade é uma condição humana que é construída durante toda a vida do indivíduo, iniciando ainda na infância. Ela é influenciada por diversos fatores, como biológicos, psicológicos, sociais, políticos, culturais, históricos, econômicos e religiosos.
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De conceituação difícil, a sexualidade envolve muito mais que as características dos sistemas genitais masculino e feminino e os mecanismos de reprodução. Veja abaixo a definição de sexualidade de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS):
“Sexualidade é uma energia que nos motiva para encontrar amor, contacto, ternura e intimidade; ela integra-se no modo como sentimos, movemos, tocamos e somos tocados, é ser-se sensual e ao mesmo tempo ser-se sexual. A sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental”. |
Percebemos, portanto, que a sexualidade está relacionada com a qualidade de vida, logo, é fundamental uma vivência sexual saudável. Para isso, é importante tratar o assunto de forma que se evitem a disseminação de crenças errôneas, a desinformação e a discriminação.
Tópicos deste artigo
- 1 - → Puberdade
- 2 - → Identidade de gênero
- 3 - → Orientação sexual
- 4 - → Gravidez na adolescência
- 5 - → Métodos contraceptivos
- 6 - → Doenças sexualmente transmissíveis
→ Puberdade
Na puberdade, observa-se uma grande quantidade de mudanças biológicas e físicas nos seres humanos. Essas transformações culminam na aquisição da nossa capacidade reprodutiva. O corpo do indivíduo começa a mudar, e várias dúvidas e sentimentos começam a aflorar. Por isso, essa é uma fase de grandes descobertas.
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Na puberdade, a garota apresenta sua primeira menstruação, o que indica que seu organismo já está preparado para uma gestação.
Na puberdade, os níveis dos hormônios sexuais masculinos e femininos aumentam, desencadeando o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e alterações comportamentais. Nas meninas, observam-se o início do crescimento dos seios, o surgimento dos pelos pubianos e a ocorrência da primeira menstruação, ponto que indica que o corpo da menina já está preparado para uma gravidez. Nos meninos, verificam-se mudanças na voz, crescimento dos pelos, aumento do volume testicular e aumento do impulso sexual e da força física.
→ Identidade de gênero
Identidade de gênero refere-se à identificação do indivíduo como mulher, homem ou ainda uma mistura de ambos. Essa identidade é construída pelo próprio indivíduo e independe do sexo biológico e da orientação sexual (homossexual, heterossexual ou bissexual). Além disso, a identidade de gênero diz respeito à forma como o indivíduo se vê e como deseja ser reconhecido pelas pessoas.
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→ Orientação sexual
De acordo com sua orientação sexual, uma pessoa pode ser heterossexual, homossexual ou bissexual.
A orientação sexual diz respeito à atração afetiva ou sexual de cada pessoa, ou seja, se uma pessoa apresenta atração pelo sexo oposto, por pessoas do mesmo sexo ou, ainda, por pessoas dos dois sexos. O termo “orientação sexual” é utilizado na atualidade em substituição ao termo “opção sexual”, que dava uma falsa ideia de que a pessoa escolhia sentir desejo por determinado sexo.
De acordo com sua orientação sexual, uma pessoa pode ser:
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Heterossexual: sente atração afetiva e sexual por pessoas do sexo oposto.
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Homossexual: sente atração afetiva e sexual por pessoas do mesmo sexo.
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Bissexual: sente atração afetiva e sexual por pessoas de ambos os sexos.
→ Gravidez na adolescência
De acordo com a lei nº 8069/90, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, adolescente é aquela pessoa que apresenta idade compreendida entre 12 anos e 18 anos de idade. Nessa fase, o indivíduo sofre mudanças físicas, hormonais e, até mesmo, sociais. Essas transformações marcam a passagem da infância para a fase adulta.
Na adolescência, é comum a pressão para que o adolescente inicie a prática sexual, sendo observado um início cada vez mais precoce das relações sexuais no Brasil. As experimentações típicas dessa fase acabam desencadeando uma maior exposição a comportamentos de risco, o que, muitas vezes, culmina na gravidez na adolescência e no aumento de infecções sexualmente transmissíveis.
A gravidez na adolescência causa consequências sociais e emocionais nos jovens.
Muitas vezes, a gravidez ocorre em decorrência da falta de informações de qualidade sobre os métodos contraceptivos ou ainda em decorrência da falta de conhecimento sobre o funcionamento do corpo e sobre como a gravidez acontece. Vale destacar, no entanto, que nem sempre a falta de informação é a responsável pelas gestações indesejadas. Muitas vezes, a ideia de que “isso não vai acontecer comigo” faz com que o adolescente sinta que não precisa prevenir-se.
A gravidez na adolescência traz consequências graves para a adolescente grávida, para o pai da criança e para os parentes mais próximos do casal. Entre as consequências sociais e emocionais de uma gravidez na adolescência, estão: abandono escolar, dificuldade para encontrar emprego, preconceito por parte da sociedade e risco de depressão na gestante. Além disso, não podemos esquecer das consequências relacionadas à saúde da mãe e do bebê, como risco de parto prematuro, anemia, complicações no parto e baixo peso do bebê ao nascer.
→ Métodos contraceptivos
Os métodos contraceptivos visam a evitar uma gravidez indesejada. Esses métodos não visam à proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (IST), sendo a camisinha o único método contraceptivo que apresenta também essa importante função.
A camisinha garante proteção contra uma gravidez indesejada e contra IST.
Os métodos contraceptivos devem ser adotados por um casal em comum acordo após análise dos pós e contras de cada método. Para escolher um método, devem ser analisados eficácia, possíveis efeitos colaterais, facilidade de uso, custo, reversibilidade e se ele protege contra IST. Sendo assim, um método contraceptivo ideal para um casal pode não ser para outro.
Como exemplo de métodos contraceptivos, podemos citar:
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Muco cervical
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Temperatura basal
→ Doenças sexualmente transmissíveis
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são infecções transmitidas, principalmente, por contato sexual desprotegido com pessoa infectada. A terminologia “doenças sexualmente transmissíveis” não é mais utilizada hoje, pois muitas pessoas apresentam infecções que não causam sinais e sintomas visíveis no organismo, portanto, que não podem ser chamadas de doenças.
Existe uma grande variedade de IST, por isso, é difícil estabelecer sintomas precisos para identificar o problema. Entretanto, de uma maneira geral, considera-se que as IST apresentam, como principais manifestações clínicas, corrimentos no pênis, vagina ou ânus, feridas e verrugas genitais.
Entre as principais IST, podemos citar: gonorreia, sífilis, infecção pelo HIV, herpes genital, infecção pelo HPV, hepatite B e hepatite C. Essas infecções podem ser prevenidas, principalmente, com o uso de preservativos em todas relações sexuais e com a redução do número de parceiros. Além disso, algumas dessas infecções podem ser prevenidas com vacinas, como é o caso da infecção pelo HPV.
Não podemos nos esquecer também da importância do diagnóstico e do tratamento da pessoa com IST. Sem o diagnóstico correto, muitas pessoas acabam contribuindo para a disseminação da doença. Desse modo, ao sentir qualquer sintoma que sugira uma IST, é fundamental procurar o médico e comunicar o parceiro.
Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos