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O plástico é um material sintético produzido pela indústria e que, assim como em outras inovações tecnológicas, surgiu de uma necessidade humana. Ele foi desenvolvido para substituir materiais de origem animal, como cascos de tartaruga e marfim, além de outros materiais como, por exemplo, a madeira. Esse material foi e ainda é empregado de diversas maneiras no mundo, com a fabricação de produtos de higiene e beleza como pentes, estojos, embalagens de xampus, cremes e loções, produtos de cozinha, utensílios em geral, além de botões, calçados, roupas, joias, brinquedos, dentre inúmeros outros.
O problema é que o excesso desses materiais plásticos no ambiente ocasiona a poluição de um modo geral, já que não são facilmente degradados. Além de causar um volume enorme na formação de resíduos sólidos diários, nem todos podem ser reciclados. A facilidade e praticidade aliadas à durabilidade fazem com que a sua produção se mantenha no mercado atual.
Por isso, muitos pesquisadores buscam alternativas para estes plásticos, visando favorecer o meio ambiente. Uma pesquisa bastante interessante e muito promissora é a produção de plástico de mandioca realizada na escola politécnica da USP (Universidade Estadual de São Paulo), onde pesquisadores desenvolveram um filme plástico à base de amido de mandioca e açúcares.
O plástico que está sendo desenvolvido é biodegradável, protege e é comestível, pois é proveniente de produtos naturais e não libera nenhum tipo de substância tóxica ao alimento. Além disso, tem propriedades antibacterianas e pode sofrer alteração na cor de acordo com o estado de conservação do produto. É degradado em alguns meses, diferentemente do plástico convencional, que demora mais de um século para ser degradado, já que deriva do petróleo, fonte não renovável.
Com o amido de mandioca somado à sacarose, a flexibilidade do filme é aumentada, com a adição de componentes antibacterianos que estão presentes em temperos como alho, cebola, canela, manjericão, orégano, há uma melhor conservação do alimento. A mudança de cor em razão da mudança de pH, ou seja, quando o alimento torna-se mais ácido o plástico muda de cor, beneficia a verificação das condições de conservação do alimento.
Mesmo em desenvolvimento, o “plástico comestível” pode solucionar graves problemas ambientais, pois só no Brasil 4 milhões de toneladas de plástico são utilizadas por ano. Assim, o lixo é reduzido e o número de conservantes sintéticos também é minimizado.
Por Giorgia Lay-Ang
Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola