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A redação é o ato de escrever, isto é, produzir um texto escrito. No entanto, toda redação possui uma série de regras e elementos próprios. A redação pode ser tipificada em dissertativa, descritiva, narrativa e informativa. Cada uma possui especificidades próprias e, ao escolher escrever uma delas, é preciso estar atento aos seus elementos constitutivos.
Leia também: As 5 competências da redação do Enem
Tópicos deste artigo
- 1 - Tipos de redação
- 2 - Como se começa uma redação?
- 3 - Exemplo de uma redação bem-feita
- 4 - A redação no Enem
Tipos de redação
Como já salientado, a redação pode ocorrer nos seguintes tipos: dissertativa, descritiva, narrativa e informativa. Cada uma delas possui certas particularidades e gêneros específicos correspondentes.
A redação dissertativa é aquela em que o redator defende uma tese, isto é, um ponto de vista acerca de um determinado tema ou assunto. Assim, ela tem como principal elemento a presença predominante da tipologia textual argumentativa. Há diversas redações que podem ser consideradas dissertativas. Entre as mais conhecidas podemos citar:
A redação descritiva é, como o próprio nome diz, a apresentação de alguém, de um objeto, de um lugar etc. A ideia é construir uma imagem verbal do que se propõe a descrever. Nesse sentido, na redação descritiva, prevalece a tipologia textual descrição. Os gêneros mais comuns relacionados à redação descritiva são:
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biografia;
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diário;
Na redação narrativa, temos a predominância da narração. Em outros termos, a proposta é desenvolver um texto com os elementos básicos da narrativa (foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço). São exemplos de gêneros textuais que podem constituir na redação narrativa:
Por fim, a redação informativa tem, como o nome já indica, a predominância da tipologia informativa. Em outros termos, em uma redação informativa, propõe-se a trazer um determinado tema a fim de esclarecê-lo de forma objetiva e consistente. São exemplos de textos que integram os grupos de redação do tipo informativo:
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notícia;
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entrevista;
Qual é a estrutura de uma redação?
A redação pode ser organizada estruturalmente da seguinte forma:
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Começo: é a introdução ou apresentação do assunto a ser abordado. Caso seja uma redação dissertativa, o autor deve apresentar o tema e a sua tese ao leitor. No caso de uma redação narrativa, é importante situar o leitor sobre as personagens, o tempo e o espaço em que se passa a história. Em resumo, o começo é a inserção do leitor no que será abordado no texto.
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Meio: em redações dissertativas e informativas, também é conhecido como desenvolvimento. Esse é o espaço em que podem ser desenvolvidos os argumentos, no caso de uma redação dissertativa, a fim de convencer/persuadir o leitor. Independentemente do tipo de redação escolhido, o meio é a parte mais robusta do texto, pois é ele que apresentará o conteúdo em detalhes ao público.
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Fim: trata-se do encerramento. Ele pode trazer o fim de um ciclo, podendo ser um raciocínio argumentativo ou mesmo o fim de um enredo. É possível que o fim também corresponda a um convite ao leitor para dar sequência ao pensamento desenvolvido (reflexão) ou imaginar as consequências da narrativa apresentada.
Como se começa uma redação?
Como vimos anteriormente, uma redação pode ser feita de várias formas. A redação pode ser descritiva, narrativa, dissertativa ou informativa. O primeiro passo é definir qual é o tipo de redação a ser escrita. Além disso, o autor precisa definir em qual gênero a sua redação se encaixará. Por exemplo, caso a escolha seja por uma redação descritiva, há opções como o diário, o relato pessoal, a biografia etc.
A escolha pelo gênero passa pelas intenções e objetivos do autor ao redigir aquele texto. Nesse sentido, é preciso definir a finalidade do texto e, consequentemente, o gênero que mais se enquadra nessa perspectiva. Definindo, assim, o tipo de redação e o gênero mais adequado, a escrita é o próximo passo.
Durante a escrita, é preciso ter em mente as etapas apresentadas anteriormente. Toda redação precisa apresentar um início, um meio e um fim. Sendo assim, é preciso introduzir, desenvolver e encerrar um assunto. A maneira como isso será feito dependerá, novamente, da escolha feita envolvendo o tipo de redação: em uma redação dissertativa, prevalece a introdução e desenvolvimento de um tema; em uma redação descritiva, o que vale são as etapas de elucidação do elemento descrito; em uma redação narrativa, o importante é situar o leitor sobre a narrativa em questão; e, por fim, em uma redação informativa, é fundamental trazer os fatos de maneira concisa e objetiva ao seu leitor.
Confira nosso podcast: Os mitos do modelo pronto na redação
Exemplo de uma redação bem-feita
O problema do conceito de poder A tradição demonstra que o conceito de poder é muito mais complexo do que se imagina. Do ponto de vista das correntes marxistas, o poder é visto de forma negativa. Evita-se o poder, pois ele é danoso à sociedade. Há, no entanto, a corrente maquiavélica, que se apropria do poder como um projeto de construção de um sistema de governo. No meio dessa briga conceitual, surge um conceito que destoa dos apresentados acima: a noção de poder em Michel Foucault. Para Foucault, o poder possui uma positividade. E quando ele diz “positividade”, não é no sentido de ser “bom”. A ideia de positividade remete à ideia de produzir coisas, sendo elas boas ou ruins. Não há também a falsa concepção, atribuída por muitos autores, de que Foucault atribui uma certa neutralidade ao poder. Esse não é o objetivo do filósofo francês. Em sua visão, o poder é algo que está em disputa e pode ser usado por grupos distintos, mudando evidentemente de lado várias vezes. Em síntese, o poder está em um campo aberto podendo ser apropriado por movimentos antagonistas, não se fixando em um ou outro. Com isso, percebemos que o conceito foucaultiano escapa das noções apresentadas pelas correntes ligadas a Marx ou mesmo aos grupos próximos de uma concepção maquiavélica. Para os marxistas, o poder é algo a ser evitado. Para os maquiavélicos, o poder é algo a ser conquistado. São, por assim dizer, dois conceitos que se antagonizam. Não é demais dizer que, em Foucault, há uma certa pacificação entre o conflito conceitual acerca da noção de poder. Ele não está nem excessivamente para Marx e muito menos excessivamente para Maquiavel. Ele se encontra em uma balança, ora pendendo para um lado, ora pendendo para outro. Isso, é claro, se levarmos em consideração o que o pensador francês disse. A discussão sobre o poder, portanto, ainda está aberta a discussões. O que se propôs aqui foi trazer três posições distintas, sendo que a última delas, a foucaultiana, reinterpreta, a seu modo, as duas outras visões. Pode-se dizer que houver, em Foucault, uma tentativa de apaziguar o problema ou talvez não seja bem esse o caso. |
Na redação acima, temos um texto dissertativo em que o autor argumenta sobre as divergências entre o conceito de poder. Percebe-se, logo de início, a exposição clara da temática, tornando o texto condizente com a sua base argumentativa. No desenvolvimento, o autor propõe algumas ideias nucleares: a concepção marxista, a concepção maquiavélica e a concepção foucaltiana. Todas elas são apresentadas ao leitor, sendo a última aquela entendida pelo autor como a responsável por “apaziguar” o conflito. Na conclusão, o autor demonstra que a discussão não está finalizada e reforça a tentativa do filósofo francês em tentar resolver o problema.
A redação no Enem
No Enem, a redação cobrada dos candidatos é o texto dissertativo-argumentativo. Assim, é importante que o estudante tenha conhecimento sobre a estrutura básica da modalidade textual, tais como a sua base predominantemente argumentativa e a sua estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão. Nesses termos, o candidato é avaliado em cinco competências, a saber:
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Competência 1: demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.
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Competência 2: compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
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Competência 3: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
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Competência 4: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
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Competência 5: elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Em síntese, o aluno deve demonstrar, ao desenvolver a redação para o Enem, domínio da norma-padrão da língua, conhecimento do gênero textual e da temática com repertório amplo, domínio da construção e progressão argumentativa no texto, uso diversificado e adequado dos elementos coesivos e, por fim, elaborar uma proposta com uma solução para o problema apresentado.
Por Rafael Camargo de Oliveira
Professor de Redação