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Botânica (do grego botánē, que significa planta) é uma área da Biologia voltada para o estudo das plantas. Tradicionalmente, outros organismos são estudados em Botânica, tais como algas, fungos e cianobactérias. Esses organismos, no entanto, não são tratados como plantas e estão incluídos apenas pela tradição de serem frequentemente considerados parte do currículo da Botânica.
As plantas são seres vivos multicelulares, eucariotos e autotróficos (com exceção de plantas parasitas) essenciais para os seres humanos e outros organismos, apresentando papel econômico e também ecológico. Didaticamente, as plantas são classificadas em quatro grupos: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas. Na maioria das plantas, encontramos três órgãos vegetais básicos: raiz, caule e folhas. Sementes estão presentes em gimnospermas e angiospermas, enquanto flores e frutos estão presentes apenas em angiospermas.
Leia também: Conceitos de Botânica — as definições básicas para entender a área
Tópicos deste artigo
- 1 - Áreas de estudo da Botânica
- 2 - A importância de estudar as plantas
- 3 - Principais partes de uma planta
- 4 - Principais grupos de plantas
Áreas de estudo da Botânica
Como dito, a Botânica é uma área da Biologia voltada para o estudo das plantas, mas que também inclui outros organismos vivos que tradicionalmente são estudados por botânicos, como fungos e algas. A Botânica apresenta uma série de subdivisões, sendo algumas apresentadas a seguir.
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Anatomia vegetal: área que se volta para a estrutura das plantas. Nesse campo, estuda-se, por exemplo, como os tecidos vegetais estão distribuídos no corpo da planta e como a sua estrutura está relacionada com as adaptações das plantas ao meio em que vivem.
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Fisiologia vegetal: subdivisão da Botânica que realiza o estudo do funcionamento das plantas. Processos como fotossíntese, nutrição, respiração e tropismos são estudados na fisiologia vegetal.
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Morfologia vegetal: tem como objeto de estudo a morfologia, ou seja, a forma e estrutura das plantas. Nessa área, estudamos o formato das folhas, tipos de caules e raízes, por exemplo.
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Taxonomia e sistemática vegetal: subárea da Botânica que se preocupa com a identificação e classificação dos vegetais.
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Etnobotânica: estuda a relação existente entre os homens e as plantas, preocupando-se em entender como determinadas plantas são utilizadas por determinadas comunidades.
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Ecologia vegetal: como o nome sugere, é focada no estudo da interação dos organismos vegetais entre si e com o meio.
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Paleobotânica: área da Botânica preocupada com o estudo dos registros de organismos vegetais que viveram no passado. Esse estudo é importante para compreendermos, por exemplo, a evolução das plantas e como era o planeta há milhares de anos.
A importância de estudar as plantas
A Botânica é uma área extremamente importante, uma vez que as plantas são utilizadas de diferentes formas pelos seres humanos e são fundamentais para a manutenção da vida como conhecemos hoje. Quando falamos de plantas, logo nos lembramos de que elas são fonte de alimento para nós, seres humanos, e também para outros animais, os quais, muitas vezes, também servem de alimento para nós.
Não podemos nos esquecer também de que elas fornecem abrigo para diversas espécies, ajudam na manutenção do clima, garantem estabilização do solo e que, por meio do processo de fotossíntese, são responsáveis por liberar oxigênio, o qual utilizamos na respiração. Economicamente, as plantas são importantes por fornecerem madeira, fibras para confecção de roupas, matéria-prima para a confecção de papel e componentes importantes para a fabricação de cosméticos e medicamentos utilizados no tratamento de várias doenças. As plantas são também utilizadas para ornamentação, sendo usadas em jardins e parques.
Quando estudamos as plantas, podemos garantir, por exemplo, maior produtividade das plantas utilizadas pelo homem, descobrir novos compostos benéficos e entender como podemos garantir a preservação das diferentes espécies.
Leia também: Quais são as áreas de estudo da Biologia
Principais partes de uma planta
Quando falamos em plantas, algumas partes devem ser destacadas, a saber: raiz, caule, folhas, sementes, flores e frutos. Vamos entender melhor as principais características de cada uma dessas partes a seguir.
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Raiz: ausente em briófitas, as raízes são importantes por garantir a fixação do vegetal no substrato e permitir a absorção de água. Algumas raízes desempenham também outras funções, atuando, por exemplo, como órgãos de reserva, sendo esse o caso da beterraba e da batata-doce.
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Caule: estruturas ausentes em briófitas que apresentam duas funções principais: suporte e condução. As substâncias produzidas nas folhas (que estão sustentadas pelo caule), por exemplo, são levadas até as raízes por meio de vasos, chamados de floema, presentes no caule. No caule também há o transporte de água e sais minerais, retirados do solo pelas raízes, até outras partes da planta, por meio de vasos chamados de xilema. Assim como nas raízes, alguns caules estão adaptados para desempenhar outras funções, como armazenamento de substâncias.
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Folhas: estruturas relacionadas, principalmente, com a fotossíntese. Algumas folhas estão relacionadas com outras funções, tais como armazenamento e proteção. Nesse último caso, devemos destacar os espinhos de origem foliar.
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Sementes: estão presentes apenas em gimnospermas e angiospermas. Elas são formadas a partir da maturação do óvulo após a fecundação.
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Flor: uma exclusividade das angiospermas, é responsável pela reprodução do vegetal e está muito relacionada com a atração de polinizadores. Essa atração é conseguida graças a características como cores chamativas, odores que atraem animais e presença de néctar.
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Fruto: estruturas exclusivas das angiospermas que apresentam como funções proteger a semente e garantir a dispersão do vegetal.
Principais grupos de plantas
Didaticamente, as plantas estão agrupadas em quatro grupos: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.
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Briófitas: plantas avasculares, ou seja, que não possuem vasos condutores de seiva. Elas não possuem raízes, caules e folhas verdadeiros e apresentam dependência da água para a reprodução. A fase do ciclo de vida dominante é o gametófito. Musgos, antóceros e hepáticas são exemplos de briófitas.
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Pteridófitas: plantas vasculares sem sementes. Nesse grupo, observa-se ainda a dependência de água para a reprodução. A fase do ciclo de vida dominante é o esporófito. Samambaias e avencas são exemplos de pteridófitas.
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Gimnospermas: plantas em que há o surgimento do grão de pólen e da semente. As sementes, no entanto, são nuas, ou seja, não são envolvidas por frutos. O surgimento do grão de pólen faz com que essas plantas não dependam mais da água para a reprodução. A fase do ciclo de vida dominante é o esporófito. São exemplos de gimnospermas os pinheiros e araucária.
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Angiospermas: plantas que possuem flores e frutos. Essas duas características permitiram que esse grupo obtivesse um grande sucesso evolutivo e, hoje, representam cerca de 90% de todas as espécies vegetais. Assim como as gimnospermas, não dependem da água para a reprodução. A fase do ciclo de vida dominante é o esporófito. Mangueira, abacateiro, roseira, lírios, grama e arroz são exemplos de plantas angiospermas.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia