PUBLICIDADE
O espanhol é a língua oficial de 21 países, somando cerca de 500 milhões de falantes nativos. Se considerarmos as pessoas que estudam ou falam o espanhol como língua estrangeira, esse número vai a 543 milhões. Esse idioma latino é também o quarto mais estudado no mundo e um dos poucos, ao lado do inglês, presentes oficialmente em quase todos os continentes. Além disso, é a língua escolhida por mais de 60% das pessoas que fazem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Esse idioma, nascido no continente europeu, recebeu diversas influências linguísticas de diferentes culturas — africanas, árabes, indígenas das Américas —, de modo que, apesar de a escrita seguir um padrão oficial ditado pela Real Academia Española, a língua falada varia bastante de país para país, tanto no vocabulário como na fonética — sons produzidos pela fala.
Sendo assim, o espanhol é um idioma de grande relevância em diferentes contextos, como interagir com estrangeiros, fazer viagens turísticas, comunicar-se no mundo do trabalho e também realizar atividades culturais — ler, ver filmes e escutar música, por exemplo. Vamos aprender um pouco mais sobre a história desse idioma? ¡Sigue leyendo!
Leia também: El alfabeto — o alfabeto em espanhol
Tópicos deste artigo
- 1 - Países que falam espanhol
- 2 - História do espanhol
- 3 - Espanhol no Enem
- 4 - Curiosidades sobre o espanhol
Países que falam espanhol
Ao todo, são 21 países que têm o espanhol como língua oficial:
-
Espanha;
-
Guiné Equatorial;
-
Cuba;
-
República Dominicana;
-
Guatemala;
-
Colômbia;
-
Equador;
-
Panamá;
-
Honduras;
-
Nicarágua;
-
El Salvador;
-
México;
-
Costa Rica;
-
Porto Rico;
-
Venezuela;
-
Bolívia;
-
Peru;
-
Chile;
-
Paraguai;
-
Uruguai;
-
Argentina.
História do espanhol
O espanhol é derivado do latim, língua da qual também vieram o português, o francês, o italiano, o catalão, o galego e o romeno. Sua história está ligada a importantes acontecimentos, tendo recebido influência de várias outras línguas. Na época pré-romana, a Península Ibérica era ocupada pelos povos iberos, celtas, fenícios, cartagineses, tartésios e gregos. Cada um deles falava um idioma diferente, e esses idiomas seriam, anos mais tarde, a base do espanhol. Com a conquista romana, iniciada em 218 a.C., esses povos foram obrigados a aprender e falar o latim.
No entanto, como falamos de línguas vivas, não é possível que se abandone completamente uma língua. A língua é o arcabouço cultural de um povo e também uma marca de sua identidade, de modo que, mesmo aprendendo a falar latim, esses povos mantiveram suas línguas nativas em funcionamento.
Assim, o latim acabou se misturando a elas, dando origem a várias outras línguas; entre elas, o castelhano (castellano), a língua de Castela (Castilla), um dos reinos da região que os romanos intitularam Hispania, termo cuja origem é incerta. Uma das versões mais aceitas é a de que essa palavra deriva de I-shphanim, que significa “terra de coelhos”. Os fenícios usavam a palavra shaphán — no plural, shphanim — para se referirem ao coelho-europeu (conejo europeo), animal abundante ao sul da península.
Quando Roma foi invadida pelos visigodos (a partir de 409 a.C.), os germanos influenciaram também no latim falado. Trezentos anos depois, foi a vez de os muçulmanos ocuparem a península, e, durante mais de 800 anos, o idioma árabe foi alimentando o futuro espanhol. Em 1492, os reinos cristãos expulsaram os muçulmanos e estabeleceram o castelhano como língua oficial de Espanha, chamando-o de español áurico (espanhol do Siglo de Oro), variante usada até o final do século XVII, e cujas mudanças fonológicas e gramaticais dariam origem ao espanhol moderno.
Quando os espanhóis chegaram às Américas, outras línguas também influenciaram em sua pronúncia e vocabulário. Entre elas, podemos destacar o náhuatl — México; quechua — Peru, Bolívia, Argentina, Chile, Colômbia e Equador; mapuche — Chile e Argentina; quimbundo — Etiópia e difundido nas Américas devido à diáspora africana; hauçá — Níger, Chade, Nigéria e Camarões; e guarani — Argentina, Bolívia e Paraguai, sendo uma das línguas oficiais deste último.
Espanhol no Enem
O espanhol é uma opção de língua estrangeira para quem vai fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A prova é curta, com apenas cinco questões de múltipla escolha, nas quais os textos estão em espanhol e as questões estão em português. O foco é a compreensão leitora.
A língua espanhola é a mais escolhida por quem faz o Enem, e a principal razão é sua semelhança com a língua portuguesa. No entanto, essa proximidade nem sempre ajuda na hora de fazer a prova, e é necessário muito estudo para entender que a língua espanhola tem uma estrutura bem diferente do português, e que essa semelhança entre as duas às vezes mais atrapalha do que ajuda. Para saber mais sobre como funciona a prova de espanhol no Enem e para saber quais são os temas mais cobrados, clique aqui.
Curiosidades sobre o espanhol
-
Muitas palavras em espanhol vêm do árabe, como aldea, albóndiga (almôndega), almohada (travesseiro)… Esta última vem de al mujaddá, que significa “bochecha” (mejilla em espanhol). O nome é esse porque geralmente colocamos a bochecha no travesseiro.
-
O espanhol e o português compartilham certas palavras iguais ou semelhantes na escrita e na pronúncia, mas com significados completamente diferentes. São os chamados falsos amigos ou heterosemánticos. Quer um exemplo? Vaso é “copo”, e copo é “floco de neve”.
-
Uma pessoa que fala espanhol e inglês consegue entender uma a cada três pessoas que se conectam à internet.
-
O México é o país com o maior número de falantes nativos de espanhol do mundo (cerca de 128 milhões de pessoas), seguido de Colômbia, Espanha, Argentina e Peru.
-
Os Estados Unidos são o país com o maior número de falantes de espanhol fora de um país hispânico; estima-se que, em 2060, 27,5% da população estadunidense serão hispanos.
-
Mais de 22 milhões de pessoas estudam espanhol ao redor do mundo.
-
De acordo com Language Report, do aplicativo Duolingo, o espanhol foi a segunda língua mais estudada no mundo em 2022. Foram 34 países, entre os quais se destacam Estados Unidos e África do Sul.
-
Conforme o mesmo relatório, o espanhol também foi a segunda língua mais estudada no Brasil em 2022.
-
O til sobre a letra ñ é originário de outra letra n que era escrita sobre a primeira para indicar que se tratava de um som nasal (o nosso nh). Com o tempo, esse símbolo foi tomando outra forma até chegar à letra como a conhecemos hoje, com o til em cima (virgulilla). Apesar de ser bem característica do espanhol, a letra ñ também existe em aragonês, galego, euskera, aymara, mixteco, zapoteco, bretão, filipino, guarani e quechua.
Fontes
BLANCO, C. 2022 DUOLINGO Language Report. Duolingo, 2022. Disponível em: https://blog.duolingo.com/2022-duolingo-language-report/.
JIMÉNEZ, A. Africanismos, palabras de influencia africana que tiene el español. La revista de Babbel, c2023. Disponível em: https://es.babbel.com/es/magazine/africanismos.
INTERCULTURAL. Línguas mais faladas no mundo: ranking das 15 primeiras. Intercultural, 2021. Disponível em: https://www.intercultural.com.br/linguas-mais-faladas-mundo/.
LA PROFE MÓNICA. HISTORIA COMPLETA DEL IDIOMA ESPAÑOL - edutuber #IdiomaEspañol. Youtube, 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GjlJsxLYvwk.
LÓPEZ, L. Origen del español – Cómo surgió este idioma. Berlitz, 2022. Disponível em: https://www.berlitz.com/es-mx/blog/origen-del-espanol.
SANTANDER UNIVERSIDADES. Os 6 idiomas mais falados do mundo. Santander Universidades, 2022. Disponível em: https://www.becas-santander.com/pt_br/blog/idiomas-mais-falados.html.
VITORES, D. F. El español: una lengua viva. Informe 2020. Instituto Cervantes: Madri, 2020. Disponível em: https://cvc.cervantes.es/lengua/espanol_lengua_viva/pdf/espanol_lengua_viva_2020.pdf
Por Renata Martins Gornattes
Professora de Espanhol