Muitas pessoas fazem essa pergunta na tentativa de dar resposta à outra: “Para que serve a História?”. Bom, poderíamos dizer, inicialmente, que a palavra “história”, para os antigos gregos (que a criaram), significava “pesquisa”, “investigação”, isto é, implicava a busca pelos vestígios dos fatos passados, das glórias e das tragédias vividas pelos homens e mulheres que nos antecederam. Essa busca pela reconstrução desses fatos tinha o objetivo de não deixar morrer a memória de um povo, de uma nação, de uma civilização ou da humanidade como um todo.
Quando nos vem à mente alguma curiosidade sobre a História, sempre estamos querendo reavivar essa memória e nunca deixá-la perecer. É por isso que a História sempre esteve presente em todas as civilizações. Quando perguntamos “o que é a civilização grega?” ou “o que é a Revolução Francesa?” ou, ainda, “o que é a Marcha Para o Oeste dos Estados Unidos?”, estamos a perguntar sobre coisas que, quando elucidadas, ajudam-nos a entender melhor o sentido da presença humana na Terra, ainda que não digam respeito à nossa vida diretamente. Veja um exemplo:
Um jovem de 15 anos que mora no Brasil vê no noticiário uma reportagem sobre a Guerra Civil na Síria. Ao longo da reportagem, há referências a “grupos rebeldes sunitas”. A pergunta que vem imediatamente à mente desse rapaz é: “O que é sunita”? Por não estar diretamente ligado à população da Síria, o interesse desse jovem por um acontecimento atual leva-o a fazer uma pergunta que necessita de explicações históricas. Daí que, para entender a referida guerra, ele terá que saber não apenas o que é sunita, mas também o que é xiita, o que é islamismo, o que é radicalismo islâmico etc. Uma pergunta referente a uma curiosidade que envolva História sempre gera mais uma pergunta, e uma mais, e assim sucessivamente.
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Outro exemplo possível seria o de uma pessoa que passasse pela região central da capital da Alemanha, Berlim, sem conhecer bem a história recente desse país e visse fragmentos de um muro que, ao que lhe parece, circundava boa parte da cidade. A pergunta que essa pessoa faria, instantaneamente, é “que muro é esse?” ou, mais precisamente, “o que é o muro de Berlim?”. Logo que recebesse as primeiras informações, outras perguntas viriam, como: “o que é a Guerra Fria?” e “o que é a Reunificação da Alemanha?”
Esses exemplos ajudam-nos a pensar sobre como a História pode suprir nossas necessidades de compreender o mundo. A História não tem necessariamente um caráter de utilidade funcional, como algumas ciências – a Química, por exemplo, que é usada para resolver problemas práticos: produção de remédios, refinamento de petróleo etc. A História é útil na medida em que nos dá a base para construirmos sentido, isto é, para conseguirmos entender como as coisas que se passam no mundo atual têm conexão com fatos passados. Esse sentido, invariavelmente, é construído por meio de uma narrativa, de uma história, no sentido de narração mesmo. É por isso que muita gente que gosta de ler ficção (romances e contos) também gosta de livros de História, pois a narrativa é a base para as duas.
Sendo assim, a História serve para nos situarmos no tempo, para não nos deixar desorientados, sem referências passadas e sem perspectivas para o futuro ancoradas nessas referências. Se você quer saber, portanto, mais profundamente o que é história, bem como as múltiplas curiosidades que ela suscita, fique ligado nos textos relacionados nos links abaixo.
Por Me. Cláudio Fernandes