A Guerra de Secessão foi o conclito entre o Norte o Sul dos Estados Unidos entre 1861 e 1865. Também conhecido como Guerra Civil Americana, esse conflito trouxe grande destruição, sobretudo para o Sul do país, afetando diretamente sua economia e resultando em um saldo aproximado de 600 mil mortos. Sua principal causa foi a decisão em torno da continuação do sistema escravagista no país: o lado do Norte era contra, e o do Sul, a favor.
Aconteceu entre 1861 e 1865, entre as regiões Norte e Sul dos Estados Unidos.
Suas causas giravam em torno das diferenças entre os dois lados.
O Norte desempenhava uma economia manufatureira, baseada no cultivo assalariado em pequenas propriedades.
No Sul predominava o sistema do plantation, em grandes extensões de terra e com base no trabalho escravizado.
Ainda que economicamente os dois vieses de plantação se complementassem, politica e culturalmente os lados se antagonizavam. Tinha-se em vista que tipo de sociedade seria a dos Estados Unidos, e, assim, o convívio entre Norte e Sul desgastou-se até chegar-se a um impasse.
Os Estados do Sul manifestaram então seu desejo por secessão, que começou a ocorrer em 1860, com a saída da Carolina do Sul. No ano seguinte, outros territórios foram se separando, e assim formaram-se os Estados Confederados da América.
Ainda em 1861, o lado confederado lançou sua primeira ofensiva, na conhecida Batalha do Fort Sumter, que, apesar de não ter deixado mortos, suscitou a reação do Norte, sob o governo de Lincoln.
A Guerra de Secessão foi caracterizada pelo fortalecimento das trincheiras, devido ao desenvolvimento das metralhadoras. Ficou marcada como o conflito bélico interno mais violento da história dos EUA.
O Norte saiu vencedor da guerra, o Sul teve de ser reconstruído e reintegrado aos EUA, e a escravidão foi abolida em todo o território.
Videoaula sobre Guerra de Secessão
Qual foi o motivo da Guerra de Secessão?
A secessão americana foi motivada basicamente pelas diferenças existentes entre Norte e Sul dos Estados Unidos durante o século XIX. Os estados do Norte eram caracterizados pelo desenvolvimento manufatureiro, com a existência de pequenas propriedades agrícolas e predominância do trabalho livre assalariado.
O Sul, por sua vez, era caracterizado pela dependência do cultivo agrícola baseado no sistema do plantation, no qual havia a existência da grande propriedade de terra (latifúndio), baseada na monocultura (em geral, algodão) e totalmente dependente do trabalho escravizado. Economicamente, esses modelos antagônicos complementavam-se, mas, politicamente, cada lado possuía interesses distintos, que contribuíram para o desgaste das relações entre essas regiões.
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A grande divergência envolvendo os dois lados era pautada pelo debate do modelo de sociedade que seria implantado nos novos territórios americanos. Isso porque, com o processo de marcha para o Oeste, iniciou-se a ocupação do Oeste americano, havendo, por isso, a defesa por parte dos sulistas da extensão do trabalho escravizado para esses locais, enquanto os nortistas eram contrários a essa ideia e defendiam a proibição da escravidão nesses novos territórios.
Essa questão gerou grande polêmica entre os dois lados, principalmente pela ocupação dos territórios do Kansas e do Nebraska. Politicamente, os dois lados estavam em intensa disputa e isso se refletia na sociedade, pois a tensão existente em Kansas, principalmente, levou ao surgimento de pequenas milícias que lutavam entre si.
A insatisfação sulista com as tentativas dos nortistas de abolir a escravidão levou muitos daquele lado a defenderem ideais de separatismo para manter seu estilo de vida. Todas essas questões canalizaram-se nas eleições presidenciais de 1860, com os sulistas posicionando-se contra a candidatura do republicano Abraham Lincoln.
Lincoln era visto pelos sulistas como um abolicionista convicto, e sua vitória para presidente motivou-os a iniciar um movimento de secessão, ou seja, de separação. A vitória de Lincoln fez com que o Estado da Carolina do Sul declarasse sua secessão em dezembro de 1860, quando o recém-eleito candidato ainda nem havia assumido a presidência.
A secessão da Carolina do Sul foi acompanhada pela adesão, entre janeiro e junho de 1861, de outros estados sulistas, como Alabama, Flórida, Mississipi, Geórgia, Texas, Luisiana, Virgínia, Arkansas, Carolina do Norte e Tennessee. Com a secessão dos sulistas, surgiram os Estados Confederados da América.
O primeiro ato de agressão com a secessão veio do lado confederado, em abril de 1861. Os exércitos confederados atacaram um forte ocupado por tropas da União na Carolina do Sul. Esse evento ficou conhecido como Batalha do Fort Sumter e não registrou mortos. O ataque sulista mobilizou a resistência da União, sob a liderança de Lincoln.
Inicialmente, o exército da União era formado por 80 mil soldados, número que aumentou consideravelmente ao longo da guerra. Os combates na Guerra de Secessão preconizaram uma característica bélica marcante nesse período: as trincheiras. O desenvolvimento das metralhadoras tornava a guerra de infantaria (aos moldes tradicionais) inviável, sendo necessário guarnecer as trincheiras.
Portanto, a Guerra de Secessão destacou-se pela violência e por combates de grande mortalidade, como a Batalha em Gettysburg, conhecida pelo número alto de mortos (cerca de 30 mil soldados).
Quem ganhou a Guerra de Secessão?
O Norte saiu vencedor da guerra, e a derrota sulista foi consolidada pelos seguintes motivos:
Os sulistas falharam em obter o apoio estrangeiro, principalmente da França e Inglaterra.
O embargo econômico marítimo, aplicado por Lincoln aos sulistas, sufocou a economia local e gerou crise de desabastecimento, inclusive para o exército confederado, o que resultou em deserções.
A atuação dos nortistas no incentivo à fuga dos escravizados de posses sulistas aumentou a crise econômica do Sul.
A junção desses fatores levou à rendição dos sulistas em abril de 1865.
Quais foram as consequências da Guerra de Secessão?
Com a guerra, o Sul ficou arrasado, com grande destruição material e uma economia em frangalhos. A guerra consolidou a abolição da escravidão em todo o país com a promulgação da 13ª Emenda Constitucional, e foram iniciadas a reconstrução e a reintegração do Sul à União. O saldo do conflito foi de 600 mil mortos, marcando a secessão como a maior guerra da história americana.
Após a guerra, houve reconstituições periódicas do conflito, em quevoluntários reconstituem alguma batalha ou acontecimento da Guerra Civil Americana. Mais frequentes nas décadas de 1980 e 1990, atualmente, no entanto, as reencenações são vistas como em declínio.
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.
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SILVA, Daniel Neves.
"O que foi a Guerra de Secessão?"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-foi-guerra-secessao.htm. Acesso em 21 de dezembro
de 2024.