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O que é intervenção militar?

A intervenção militar é uma ferramenta constitucional que visa restaurar a ordem de acordo com regras rígidas, o que não significa que as Forças Armadas possam tomar o poder.

Conceito de intervenção militar.
A intervenção militar é regulamentada pelas leis vigentes.
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A intervenção militar é um recurso excepcional amparado pela Constituição de 1988 cujos objetivos incluem a restauração da ordem, a preservação da integridade nacional e a garantia da estabilidade institucional. Realizada mediante solicitação das autoridades civis ou por iniciativa dos Poderes constitucionais, as Forças Armadas assumem responsabilidades específicas para atingir tais metas, respeitando princípios democráticos e direitos fundamentais.

O caso de 1964 no Brasil é interpretado de maneiras divergentes, sendo considerado tanto intervenção militar quanto golpe, refletindo a complexidade do período. As consequências de uma intervenção militar são profundas, abrangendo desde a destituição de autoridades locais até a suspensão temporária de garantias constitucionais, impactos econômicos e desafios para a reconstrução democrática, além de um legado histórico que molda a memória coletiva do país.

Leia também: Quantos golpes de Estado já houve no Brasil?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre intervenção militar

  • A intervenção militar é uma ferramenta constitucional que visa alcançar objetivos específicos, como restaurar a ordem, preservar a integridade nacional e garantir a estabilidade institucional, conforme autorizado pela Constituição de 1988.
  • A intervenção militar é realizada mediante solicitação expressa das autoridades civis ou por iniciativa dos Poderes constitucionais, com base na legislação vigente. As Forças Armadas assumem funções específicas para atingir os objetivos estabelecidos.
  • Durante uma intervenção militar, as Forças Armadas executam ações para manter a ordem pública, ocupar áreas estratégicas e coordenar esforços com órgãos governamentais, sempre respeitando direitos fundamentais e princípios democráticos.
  • O episódio de 1964 no Brasil é interpretado de maneiras diversas, sendo chamado tanto de intervenção militar quanto de golpe militar. Alguns o consideram uma resposta à ameaça comunista, enquanto outros o veem como uma ruptura da ordem democrática.
  • As intervenções militares têm repercussões profundas, incluindo destituição de autoridades locais, suspensão temporária de garantias constitucionais, impacto econômico, desafios para a reconstrução democrática e um legado histórico que molda a memória coletiva do país.

Qual é o objetivo de uma intervenção militar?

A intervenção militar é uma ação extraordinária em que as Forças Armadas de um país são mobilizadas para intervir em questões internas, visando atingir objetivos específicos. Esses objetivos podem variar, dependendo do contexto político, social e econômico do país em questão. Em muitos casos, os objetivos podem incluir:

  • a restauração da ordem pública,
  • a preservação da integridade territorial,
  • a manutenção da estabilidade institucional ou
  • a implementação de reformas políticas.

Uma das principais justificativas para a intervenção militar é a necessidade de preservar a ordem e a segurança, especialmente em situações de grave instabilidade política ou social. Além disso, a intervenção militar pode ser direcionada para conter ameaças internas, como insurgências, rebeliões ou levantes populares, que as autoridades civis considerem desestabilizadoras.

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Como é feita uma intervenção militar?

A condução de uma intervenção militar envolve uma série de etapas e procedimentos, muitos dos quais são determinados pela legislação e pela estrutura militar do país em questão. Em regimes democráticos, como é o caso do Brasil, a intervenção militar é estritamente regulamentada pela Constituição e pelas leis.

Capa da Constituição Federal do Brasil, que regulamenta a intervenção militar.
A intervenção militar é uma ação regulamentada pela Constituição Federal de 1988.

Normalmente, a solicitação de intervenção militar parte das autoridades civis, como o presidente da República, ou, em alguns casos, do Poder Legislativo ou do Judiciário. A decisão de acionar as Forças Armadas deve ser respaldada por circunstâncias que justifiquem a intervenção, como ameaças à ordem pública, invasões estrangeiras ou outras situações de exceção previstas na legislação.

Uma vez autorizada, a intervenção militar é comandada por líderes militares designados para essa missão. O plano de operações, a amplitude da intervenção, o prazo e as condições de execução são detalhados e devem estar alinhados com os objetivos previamente estabelecidos.

Veja também: Estado Democrático de Direito — o que isso significa?

O que acontece em uma intervenção militar?

Durante uma intervenção militar, as Forças Armadas assumem temporariamente funções específicas para atingir os objetivos estabelecidos. Essas funções podem incluir a manutenção da ordem pública, a ocupação de áreas estratégicas, o controle de fronteiras, entre outras ações que visam garantir a estabilidade e a segurança.

A atuação militar pode envolver:

  • a presença de tropas nas ruas,
  • a imposição de toques de recolher,
  • a realização de operações de busca e apreensão, bem como a coordenação com outros órgãos governamentais para restaurar a normalidade.

É fundamental destacar que, em uma democracia, a intervenção militar deve ser conduzida de maneira a respeitar os direitos civis e a não comprometer as liberdades individuais de forma arbitrária.

Quem pode solicitar uma intervenção militar?

Manifestantes com faixas pedindo intervenção militar em Brasília, em 2012.
Manifestantes pedem intervenção militar em protesto contra o governo de Dilma Rousseff, em 2012.[1]

A Constituição Brasileira de 1988 prevê, em seu Artigo 142, a atuação das Forças Armadas para a garantia da lei e da ordem. No entanto, é crucial esclarecer que essa disposição não autoriza, por si só, uma intervenção militar no sentido de substituir as instituições civis de governo ou desrespeitar a ordem democrática.

O texto estabelece que as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e essenciais à defesa da pátria, à garantia dos Poderes constitucionais e, por iniciativa destes, da lei e da ordem. A essas instituições, subordinadas ao presidente da República, compete a atuação em operações mediante solicitação expressa de um dos Poderes constitucionais.

Portanto, uma intervenção militar, no sentido de substituição do governo civil por um governo militar ou de desrespeito à ordem democrática, não é respaldada pela Constituição. Qualquer ação que vise à alteração do regime político de forma não democrática seria inconstitucional, contrária aos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil estabelecidos na Constituição de 1988.

Intervenção militar e intervenção federal

A intervenção federal e a intervenção militar são conceitos distintos, mas é importante notar que a intervenção federal pode envolver o emprego das Forças Armadas em situações específicas. Entretanto, nem todas as intervenções militares estão relacionadas a um contexto de intervenção federal.

A intervenção militar é comandada pelas Forças Armadas. O presidente da República é o Comandante Supremo das Forças Armadas e tem autoridade para determinar o emprego das tropas. Embora o presidente da República tenha prerrogativas relacionadas ao emprego das Forças Armadas, o Congresso Nacional deve ser informado sobre a medida, mas não há a mesma exigência de aprovação legislativa como na intervenção federal.

Portanto, a principal diferença está na finalidade e no contexto em que ocorrem. A intervenção federal é uma medida constitucional mais ampla, envolvendo a interferência da União em entes federativos, enquanto a intervenção militar está mais relacionada ao emprego das Forças Armadas em situações de emergência ou de segurança, podendo ou não ter relação com a intervenção federal.

Diferenças entre intervenção militar, golpe militar e intervenção federal

A principal distinção entre os três eventos reside na legitimidade e na conformidade com a ordem constitucional. O golpe militar implica a quebra da legalidade e a instauração de um governo não democrático, enquanto as intervenções militar e federal podem ser legítimas se estiverem em conformidade com a Constituição e forem utilizadas para fins específicos previstos na lei.

  • Golpe militar: um golpe militar refere-se à tomada ilegal e abrupta do poder político por parte das Forças Armadas, muitas vezes utilizando meios não democráticos, com o objetivo de derrubar o governo estabelecido. O golpe militar implica a ruptura da ordem constitucional e a instauração de um governo não legitimado pelo processo democrático. Geralmente, envolve a destituição do chefe de Estado ou do governo em exercício.
  • Intervenção militar: é a ação das Forças Armadas em questões internas do país, podendo incluir ações para manter a ordem, reprimir opositores ou, em casos extremos, assumir temporariamente o controle do governo. Pode ocorrer em situações de crise, como ameaças à ordem pública, e pode ser decretada com o objetivo de restaurar a estabilidade. Entretanto, é fundamental distinguir entre intervenções militares legítimas, realizadas em conformidade com a ordem constitucional, e aquelas que representam golpes contra a democracia.
  • Intervenção federal: refere-se à interferência da União (governo central) em estados, no Distrito Federal ou em municípios, de acordo com as situações previstas na Constituição. A intervenção federal é regulamentada pela Constituição e pode ocorrer em diversas circunstâncias, como para manter a integridade nacional, repelir invasões, restabelecer a ordem pública, garantir o livre exercício dos Poderes locais, entre outras. Diferentemente do golpe militar, a intervenção federal pressupõe um respaldo legal e constitucional. Saiba mais sobre intervenção federal clicando aqui.
Decreto da intervenção federal que ocorreu no Rio de Janeiro em 2018, aprovado pelo Congresso Nacional.
Decreto da intervenção federal que ocorreu no Rio de Janeiro em 2018, aprovado pelo Congresso Nacional.

Exemplos de intervenção militar e intervenção federal

Ao longo da história constitucional do Brasil, houve momentos em que intervenções militares, golpes de Estado e estados de exceção foram utilizados, rompendo com a ordem democrática e impactando o direito constitucional. A possibilidade de intervenção militar no Poder Executivo já estava prevista em algumas Constituições. Diferentes períodos exemplificam essa interação:

→ Constituição de 1891

A Constituição de 1891 foi a primeira Constituição republicana do Brasil, estabelecendo o fim do período imperial e o início do período republicano. O artigo 55 da Constituição de 1891 permitia a intervenção federal nos estados para garantir a execução das leis federais, manter a forma republicana e representativa, e preservar a integridade nacional.

→ Intervenção militar de 1930

O movimento revolucionário de 1930 resultou em uma intervenção militar que culminou na ascensão de Getúlio Vargas ao poder. A Constituição de 1891 foi alterada, e o país entrou em um período de transição, marcado por medidas autoritárias e a promulgação de uma nova Constituição em 1934.

→ Constituição de 1937 e o Estado Novo

Em 1937, Getúlio Vargas dissolveu o Congresso Nacional, instaurou o Estado Novo e promulgou uma nova Constituição, conhecida como "Polaca". Essa Constituição conferia amplos poderes ao presidente da República, incluindo a capacidade de intervir nos estados e municípios, suspendendo suas autonomias. O Estado Novo foi caracterizado como um regime autoritário, centralizado no Executivo, com supressão de direitos e concentração de poder.

→ Constituição de 1946

Após o término do Estado Novo, a Constituição de 1946 foi promulgada, restabelecendo o sistema democrático no Brasil. O artigo 10 da Constituição de 1946 previa a intervenção federal para garantir a execução de lei federal ou ordem judicial, assegurar a soberania nacional e a ordem constitucional.

→ Golpe Militar de 1964

Em 1964, as Forças Armadas intervieram no governo, depuseram o presidente João Goulart e instauraram um regime militar. O golpe de 1964 resultou em uma série de Atos Institucionais que estabeleceram um estado de exceção, suspendendo garantias constitucionais e instituindo um regime autoritário que perdurou até a década de 1980.

O Ato Institucional nº 1 (AI-1), promulgado em 9 de abril de 1964, foi um dos primeiros atos do regime militar e estabeleceu, entre outras medidas, a intervenção federal nos estados e municípios. Esse ato conferiu ao presidente da República o poder de decretar intervenção nos estados e municípios, destituindo governadores e prefeitos, substituindo-os por interventores nomeados pelo governo federal. A justificativa para essas intervenções era a necessidade de preservar a ordem política e combater a suposta ameaça comunista.

Em todos esses casos, é importante observar que, enquanto algumas Constituições permitiam a intervenção federal, o período do regime militar de 1964 foi especialmente marcado por uma série de Atos Institucionais, que, na prática, permitiram intervenções diretas das Forças Armadas no Poder Executivo, inclusive destituindo governadores e prefeitos. Essas disposições foram revogadas com o retorno à democracia e a promulgação da Constituição de 1988.

Afinal, o caso de 1964 foi intervenção, revolução ou golpe militar?

Tanques de guerra no Congresso Nacional, em 1964, em contexto de intervenção militar.
Tanques de guerra no Congresso Nacional, em 1964. O presidente João Goulart foi deposto pelos militares brasileiros.

O episódio de 1964 no Brasil é frequentemente denominado de diferentes maneiras, gerando debates sobre se foi uma intervenção militar, uma revolução ou um golpe militar. Essa questão envolve a interpretação dos eventos daquela época e sua contextualização no cenário político brasileiro.

Alguns argumentam que a intervenção militar de 1964 foi uma resposta à ameaça comunista e à instabilidade política, configurando uma revolução, sendo esta a visão oficial do governo estabelecido após o golpe, claramente expressa no preâmbulo do AI-1. No entanto, há críticos que classificam o episódio como um golpe militar, argumentando que houve a ruptura da ordem democrática e a imposição de um regime autoritário.

Independentemente da nomenclatura utilizada, é inegável que o episódio de 1964 teve consequências significativas para a história do Brasil. As Forças Armadas depuseram o presidente João Goulart, justificando sua ação como uma resposta à ameaça comunista. O regime militar resultante durou mais de duas décadas e foi marcado por censura, perseguições políticas e violações dos Direitos Humanos.

Saiba mais: Ato Institucional número 5 — decreto que inaugurou o período de maior rigidez da Ditadura Militar no Brasil

Quais são as consequências de uma intervenção militar?

→ Em um contexto de golpe de Estado

Ao considerar a intervenção militar como um golpe de Estado realizado pelas Forças Armadas, constitui-se um regime de exceção que possui diversas consequências. Essas consequências variam dependendo do contexto, da duração e da natureza da intervenção. Algumas das repercussões comuns incluem:

  • Impacto nas instituições democráticas: intervenções militares frequentemente resultam na suspensão temporária ou na quebra das instituições democráticas. No caso de um golpe militar, por exemplo, o governo civil pode ser destituído e substituído por uma liderança militar.
  • Restrição de liberdades civis: durante uma intervenção militar, as liberdades civis podem ser restringidas em nome da segurança e da estabilidade. Isso pode incluir censura à imprensa, restrições ao direito de reunião e manifestação, entre outros.
  • Instabilidade política e social: intervenções militares frequentemente geram instabilidade política e social. A população pode se dividir entre apoiadores e opositores da intervenção, resultando em conflitos e tensões.
  • Impacto econômico: a instabilidade política decorrente de uma intervenção militar pode afetar negativamente a economia do país. Investimentos estrangeiros podem diminuir, e a incerteza política pode prejudicar o desenvolvimento econômico.
  • Legado histórico: a memória de uma intervenção militar pode moldar o legado histórico de um país. Eventos como prisões arbitrárias, torturas e violações dos Direitos Humanos durante o regime militar no Brasil, por exemplo, têm impacto duradouro na consciência coletiva.
  • Desafios para a reconstrução democrática: após uma intervenção militar, o processo de restauração da ordem democrática pode enfrentar desafios. Reconstruir instituições, restabelecer a confiança na política e promover a reconciliação são tarefas complexas que podem levar anos ou décadas.

→ Em um contexto democrático e constitucional

Partindo da hipótese de uma intervenção militar fruto de uma intervenção federal, ou seja, dentro de um contexto democrático e que não signifique um golpe de Estado, podemos listar como consequências:

  • Destituição de autoridades locais: uma das consequências imediatas de uma intervenção federal é a possibilidade de destituição das autoridades locais, como governadores, prefeitos e outros gestores públicos. O interventor nomeado pela União assume temporariamente as funções do governo local.
  • Suspensão de garantias constitucionais: em situações de intervenção federal, a Constituição permite a suspensão temporária de garantias constitucionais. Contudo, essa suspensão deve ser proporcional e limitada ao necessário para restabelecer a ordem. Mesmo durante a intervenção, direitos fundamentais devem ser respeitados na medida do possível.
  • Apreciação pelo Congresso Nacional: a Constituição determina que o decreto de intervenção federal deve ser apreciado pelo Congresso Nacional em até 24 horas. Se o Congresso Nacional não confirmar a intervenção, ela fica revogada sem efeito. Esse mecanismo visa garantir o controle legislativo sobre essa medida excepcional.
  • Prazo determinado e revogação: o decreto de intervenção federal deve especificar a amplitude, o prazo e as condições de execução. Além disso, a intervenção é uma medida temporária e deve ser revogada assim que alcançados os objetivos estabelecidos. Se o Congresso Nacional estiver em recesso, ele deverá ser convocado extraordinariamente para se manifestar sobre a intervenção no prazo de dez dias.
  • Restabelecimento da ordem e dos princípios constitucionais: o principal propósito da intervenção federal é o restabelecimento da ordem e da normalidade institucional nos entes federativos afetados. Isso inclui garantir o cumprimento dos princípios constitucionais, a estabilidade política e a segurança pública.
  • Limitações à intervenção em municípios: no caso de intervenção em municípios, a Constituição estabelece algumas limitações. A intervenção não pode ocorrer em municípios de estados que estejam sob intervenção federal, de modo a evitar uma sobreposição excessiva de intervenções.
  • Responsabilidade dos interventores: os interventores nomeados têm a responsabilidade de executar as ações necessárias para atingir os objetivos da intervenção federal. Eles devem agir de acordo com a Constituição e as leis, respeitando os direitos fundamentais da população.

Créditos da imagem

[1] Bruno Cesar Spada/ Shutterstock

Fontes

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2012.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2022

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "O que é intervenção militar?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-intervencao-militar.htm. Acesso em 17 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


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