Sionismo é um movimento político que surgiu no final do século XIX e que defendia a formação de um Estado Nacional próprio para os judeus na Palestina.
Sionismo, também conhecido como sionismo político, é o termo utilizado para se referir a um movimento político que surgiu na comunidade judia europeia no final do século XIX e que defendia a ideia da formação de um Estado Nacional que abrigasse os judeus na Palestina. A partir dessa definição, é importante esclarecer que, quando surgiu, o sionismo não tinha apenas um caráter nacionalista, mas era um movimento que visava colonizar definitivamente a Palestina.
O sionismo político surgiu na Europa no final do século XIX, em um contexto de crescimento do antissemitismo no continente. Esse movimento surgiu a partir das ações do jornalista húngaro Theodor Herzl, que foi o grande responsável pelo surgimento de uma organização internacional para defender a ideia de constituição de um Estado Nacional para os judeus na Palestina.
O sionismo nasceu por influência da obra O Estado Judeu (Der Judenstaat), escrita por Herzl. Essa obra foi resultado do crescimento do antissemitismo no continente europeu e sua produção foi motivada pelo caso Dreyfus.
O caso Dreyfus teve larga repercussão na Europa e dividiu a sociedade francesa, no final do século XIX. Esse acontecimento decorreu da acusação a Alfred Dreyfus, um oficial do Exército francês, de alta traição. No entanto, Dreyfus era inocente e, mesmo sem provas, acabou sendo sentenciado à prisão perpétua. Por esse motivo, surgiram questionamentos sobre sua punição, que ocorreu pelo fato de ele ser judeu.
A obra escrita por Herzl serviu de gatilho para o surgimento do sionismo enquanto movimento político organizado e repercutiu rapidamente na Europa, porque a perseguição aos judeus acentuava-se em todas as partes. Na Rússia, os pogroms (ataques coordenados a grupos sociais específicos) estavam tornando-se frequentes, enquanto na Alemanha, pipocavam os ideais de supremacia germânica e de antissemitismo. Sinais de antissemitismo também surgiam em outros locais da Europa.
Como a receptividade da ideia proposta por Herzl foi grande, o jornalista organizou o primeiro Congresso Sionista Mundial. Esse congresso reuniu-se na Basileia (Suíça) em 1897 e debateu questões relacionadas à viabilização do projeto de fundação de um Estado judeu na Palestina.
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Nesse congresso, determinou-se o envio de uma comissão para a Palestina para que fosse analisada a viabilidade de ocupação da terra. De toda forma, ficou preestabelecido que esse Estado judeu deveria ser fundado na terra da qual os judeus haviam fugido no século III d.C. Determinou-se ainda que uma das melhores formas de se concretizar esse processo era realizar a compra de terras para serem ocupadas exclusivamente por judeus.
É importante esclarecer que o I Congresso Sionista não inaugurou a imigração de judeus para a Palestina (essa imigração já existia desde 1882), apenas organizou as bases para que ela acontecesse em maior escala. Uma estratégia importante utilizada por Herzl e pelos sionistas para possibilitar seu projeto foi buscar apoio diplomático dos alemães e dos otomanos para a causa, mas ambos negaram-se a apoiá-los.
O projeto sionista ganhou força quando a Inglaterra assinou a Declaração de Balfour em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial. Nessa declaração, os britânicos anunciavam apoio ao projeto sionista de formar um Estado judeu na Palestina. No entanto, o projeto tinha ainda um grande entrave: a população de origem árabe.
À medida que crescia a presença judaica na Palestina, os desgastes entre judeus e árabes intensificavam-se. O sionismo, inclusive, é alvo de críticas atualmente, pois muitos afirmam que é uma ideologia que defende o isolamento da comunidade árabe nos territórios dominados por Israel. Antes mesmo da fundação de Israel, essa ideologia já evidenciava-se, pelo fato de as terras compradas pelos sionistas não poderem ser revendidas para árabes, por exemplo|1|.
Ao longo das décadas de 1920, 1930 e 1940, o sionismo fortaleceu-se consideravelmente, e a perseguição aos judeus promovida pelos nazistas durante o Holocausto viabilizou politicamente o projeto de fundação do Estado judeu, criado por meio da Resolução 181 da ONU.
Nota
|1| CHEMERIS, Henry Guenis Santos. Os principais motivos que geraram os conflitos entre israelenses e árabes na palestina (1897-1948). Dep. de História, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, PUC-RS: Porto Alegre, 2002. p. 34.
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.
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SILVA, Daniel Neves.
"O que é sionismo"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/historia/o-que-e-sionismo.htm. Acesso em 14 de novembro
de 2024.