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A Geografia ambiental é uma disciplina, inserida tanto no campo da Geografia física quanto no campo da Geografia humana, que se dedica ao estudo do meio ambiente e das relações estabelecidas entre os seres humanos e a natureza. Essa área do conhecimento geográfico analisa como a sociedade transforma o meio natural e se utiliza dos recursos nele presentes, avaliando os impactos provocados pelas atividades antrópicas no equilíbrio ambiental e as suas consequências nos âmbitos socioeconômico e geopolítico.
Leia também: Geografia urbana — o campo da geografia humana que se dedica à compreensão e à análise das cidades e do espaço urbano
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Geografia ambiental
- 2 - O que a Geografia ambiental estuda?
- 3 - Conceitos importantes da Geografia ambiental
- 4 - Importância da Geografia ambiental
- 5 - Geografia ambiental no Brasil
- 6 - Geografia ambiental no Enem
- 7 - História da Geografia ambiental
- 8 - Exercícios resolvidos sobre Geografia ambiental
Resumo sobre Geografia ambiental
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A Geografia ambiental é uma área da ciência geográfica que estuda o meio ambiente e as interações entre os seres humanos e a natureza, bem como os problemas ambientais e suas implicações socioeconômicas e geopolíticas.
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Está inserida tanto no campo da Geografia física quanto no campo da Geografia humana.
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Utiliza conceitos importantes como desenvolvimento sustentável, sustentabilidade, meio ambiente, ecossistema e biodiversidade.
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É importante para a compreensão de como as ações humanas transformam a natureza e impactam o equilíbrio do meio ambiente, gerando consequências em maior ou menor escala para a sociedade e para a sua manutenção.
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Dada a importância dos temas abordados pela Geografia ambiental, essa disciplina é cobrada com frequência nos vestibulares brasileiros e no Enem.
O que a Geografia ambiental estuda?
A Geografia ambiental é uma subárea da ciência geográfica que se dedica ao estudo e à compreensão do meio ambiente e das interações estabelecidas entre a sociedade e a natureza. Embora esse seja o objeto de estudo da Geografia de modo geral, o enfoque ambiental visa compreender como as ações humanas interferem no equilíbrio ecossistêmico e alteram as diferentes esferas do planeta Terra (atmosfera, hidrosfera, biosfera e litosfera), jogando luz nos impactos causados por essa correlação ser humano-natureza e nas suas consequências sociais, (geo)políticas e econômicas.
Não podemos nos esquecer de que os estudos da Geografia ambiental abrangem, ainda, a organização da comunidade internacional para debater temas de extrema importância para a manutenção do nosso planeta e, principalmente, para a tomada de decisões coordenadas acerca das mudanças climáticas e da degradação ambiental, bem como das suas consequências para a sociedade e o meio ambiente no médio e longo prazo.
Na maioria das vezes, esses tópicos se conectam com temas referentes à Geopolítica, à Geografia econômica e a outras importantes áreas das ciências humanas e da natureza, como a Ecologia, o que faz com que a Geografia ambiental adquira caráter interdisciplinar, seja dentro do escopo da própria Geografia, seja em contato com outras áreas do conhecimento.
Conceitos importantes da Geografia ambiental
A grande maioria dos temas estudados pela Geografia ambiental se utiliza de alguns conceitos-chave em comum, e por isso é importante conhecermos melhor cada um deles.
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Meio ambiente: conjunto de elementos naturais e dos processos biológicos e físico-químicos que permitem a existência e a manutenção da vida no planeta Terra. Do ponto de vista da ciência geográfica, o conceito de meio ambiente é mais abrangente, e compreende o espaço natural (inalterado pela ação dos seres humanos) e o espaço geográfico (meio dinâmico que está sujeito à ação constante dos seres humanos).
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Sustentabilidade: princípio que defende a utilização racional dos recursos naturais, de modo que eles satisfaçam as necessidades do presente sem causar danos ao meio ambiente e estejam disponíveis, também, para as gerações futuras.
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Desenvolvimento sustentável: modelo de desenvolvimento econômico, social e político que, ao mesmo tempo em que atende as necessidades da sociedade e dos agentes econômicos do presente, não compromete o equilíbrio ambiental e a disponibilidade de recursos naturais para as gerações do futuro.
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Ecossistema: conjunto formado por fatores bióticos (plantas, animais, fungos, bactérias etc.) e fatores abióticos (água, rochas, radiação solar, solo, atmosfera) que interagem entre si em determinado espaço físico e formam um sistema em que há a trocas constantes de matéria e de energia.
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Biodiversidade: conjunto formado por todos os seres vivos (fauna e flora) em uma localidade.
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Problemas ambientais: desequilíbrios causados em uma ou mais esferas ambientais que causam prejuízos diretos para a biodiversidade e para os seres humanos. Podem ter causas naturais, mas os principais problemas ambientais têm origem nas atividades antrópicas.
Importância da Geografia ambiental
A Geografia ambiental é uma disciplina de grande importância prática e acadêmica. Por meio de seu estudo, é possível conhecermos de maneira aprofundada a biodiversidade do planeta Terra e os diferentes ecossistemas que nele estão presentes, além de compreendermos as dinâmicas das esferas terrestres e a maneira como elas interagem. Dessa forma, a Geografia ambiental nos proporciona análises sobre o papel dos seres humanos na transformação da natureza e sobre os impactos positivos e negativos que a ação antrópica provoca, bem como seus efeitos na sociedade.
Os conhecimentos adquiridos com base na Geografia ambiental permitem que tenhamos maior consciência sobre os problemas ambientais que acometem o nosso planeta, sendo possível ampliar o debate e, principalmente, a ação em direção a um modelo de desenvolvimento mais sustentável.
Veja também: Quais são as principais ações antrópicas no meio ambiente?
Geografia ambiental no Brasil
O Brasil é detentor de uma das maiores biodiversidades do mundo, proporcionada pela grande variedade climática e paisagística do país. Ao todo, seis biomas, com aspectos de fauna e flora bastante distintos, coexistem no território nacional, sendo eles:
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Amazônia;
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Caatinga;
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Cerrado;
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Pantanal;
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Mata Atlântica;
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Pampas.
Os recursos naturais são, também, encontrados em abundância no território brasileiro. A água doce é o principal deles, sendo o Brasil abrigo da maior parcela da água potável da América do Sul. Outros importantes elementos naturais utilizados e/ou extraídos do meio para fins econômicos no país são os solos, minério de ferro, petróleo, gás natural, ouro, cobre e recursos biológicos, que incluem elementos da fauna e da flora brasileiras.
A intensificação das atividades industriais, a urbanização e a expansão da fronteira agrícola no Brasil, principalmente a partir da segunda metade do século XX, levaram a uma ampliação dos problemas ambientais no país, em especial o desmatamento e a perda de biodiversidade.
A Mata Atlântica é hoje o bioma mais devastado do Brasil, tendo somente 24% de sua cobertura original. Preocupa também as elevadas taxas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado, as quais têm impacto direto na dinâmica dos ecossistemas e do clima local, além de afetar a população brasileira e até mesmo o desenvolvimento das atividades econômicas.
Geografia ambiental no Enem
A Geografia ambiental é um tema importante e presente nos mais diversos aspectos da nossa vida cotidiana, razão pela qual é cobrado com frequência nas provas de vestibular e no Enem. Valendo-se da interdisciplinaridade e dos acontecimentos atuais no Brasil e no mundo, a Geografia ambiental aparece no Enem em questões abordando principalmente o desenvolvimento sustentável e os problemas ambientais da atualidade (desmatamento, aquecimento global e mudanças climáticas, perda de biodiversidade, desertificação, ilha de calor, inversão térmica), explorando seus principais causadores e impactos para a sociedade e para o meio natural.
História da Geografia ambiental
O meio ambiente e a ação dos seres humanos sobre ele, transformando o espaço natural em espaço geográfico, sempre foram a temática central dos estudos da Geografia. Entretanto, em um primeiro momento, a abordagem que a ciência geográfica fazia do meio ambiente era majoritariamente descritiva da natureza e de seus fenômenos. O meio natural foi também incorporado nos estudos geográficos como um objeto de reflexão filosófica acerca da existência humana e do papel da natureza enquanto fornecedora de recursos e de moradia.
A Geografia ambiental como a conhecemos no presente se desenvolveu a partir do século XX, especialmente com o surgimento da corrente crítica do pensamento geográfico.
A década de 1970 representou um marco nas discussões ambientais em todo o mundo, provocando mudanças na maneira como o pensamento geográfico se ocupava dessas questões. Foi durante esse período que aconteceu a primeira conferência mundial sobre o agravamento dos problemas ambientais ocasionados pela intensificação da ação antrópica sobre o meio, em especial o aquecimento global. Além disso, a década marcou o surgimento do conceito de desenvolvimento sustentável, com base no qual uma série de estratégias e políticas climáticas e ambientais foram elaboradas em escala internacional.
A Geografia ambiental está, hoje, incorporada nos ramos de estudo da Geografia humana e da Geografia física, permeando a maior parte dos temas pertinentes desse campo do conhecimento científico.
Veja também: Conferências ambientais — as reuniões realizadas a fim de discutir questões sobre o meio ambiente
Exercícios resolvidos sobre Geografia ambiental
Questão 1
(Enem)
No infográfico, a interferência antrópica nos elementos da natureza é marcada pela:
A) elevação da temperatura na área industrial.
B) alteração na modelagem do terreno florestal.
C) concentração de ar poluído em aterro sanitário.
D) impermeabilização do solo em local pouco povoado.
E) preservação da vegetação intocada no espaço arborizado.
Resolução:
Alternativa A
A interferência antrópica é marcada pelo aumento das temperaturas na área urbanizada onde se concentra a atividade industrial. Esse fenômeno é conhecido como ilha de calor, e tem como causa a presença de extensas superfícies de asfalto e concreto, a ausência de vegetação ou áreas verdes e o lançamento de gases poluentes na atmosfera.
Questão 2
(Enem)
As queimadas, cenas corriqueiras no Brasil, consistem em prática cultural relacionada com um método tradicional de “limpeza da terra” para introdução e/ou manutenção de pastagem e campos agrícolas. Esse método consiste em: a) derrubar a floresta e esperar que a massa vegetal seque; b) atear fogo, para que os resíduos grosseiros, como troncos e galhos, sejam eliminados e as cinzas resultantes enriqueçam temporariamente o solo. Todos os anos, milhares de incêndios ocorrem no Brasil, em biomas como Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica, em taxas tão elevadas, que se torna difícil estimar a área total atingida pelo fogo.
CARNEIRO FILHO, A. Queimadas. Almanaque Brasil Socioambiental. São Paulo Instituto Socioambiental 2007 (adaptado).
Um modelo sustentável de desenvolvimento consiste em aliar necessidades econômicas e sociais à conservação da biodiversidade e da qualidade ambiental. Nesse sentido, o desmatamento de uma floresta nativa, seguido da utilização de queimadas, representa:
A) método eficaz para a manutenção da fertilidade do solo.
B) atividade justificável, tendo em vista a oferta de mão de obra.
C) ameaça à biodiversidade e impacto danoso à qualidade do ar e ao clima global.
D) destinação adequada para os resíduos sólidos resultantes da exploração da madeira.
E) valorização de práticas tradicionais dos povos que dependem da floresta para sua sobrevivência.
Resolução:
Alternativa C
A remoção da cobertura vegetal e a ação do fogo representam uma ameaça direta para a manutenção da flora e da fauna, uma vez que destroem os habitats de espécies da biodiversidade local e ocasionam, diretamente, a morte de animais e plantas. Além disso, as queimadas provocam a liberação de fumaça com elementos poluentes da atmosfera.
Fontes
LELIS, D. A. J.; PEDROSO, D. S. As correntes da Geografia e da Educação Ambiental presentes na BNCC e nas DCNEA. Revista Sergipana de Educação Ambiental, v. 8, n. 1, p. 1-20, 2021. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/revisea/article/view/15871.
SOUZA, M. L. O que é a Geografia Ambiental? AMBIENTES: Revista de Geografia e Ecologia Política, v. 1, n. 1, p. 14, p. 14-37, 2019. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/ambientes/article/view/22684.
SOUSA, V. P. Geografia e meio ambiente: Reflexões acerca das práticas socioculturais na concepção de sustentabilidade. Revista Diversidade e Gestão, v. 1, n. 2, p. 178-188, 2017. Disponível em: http://costalima.ufrrj.br/index.php/diversidadeegestao/article/view/860.
MENDONÇA, F. Geografia socioambiental. Terra Livre, v. 1, n. 16, p. 113-132, 2015. Disponível em: https://publicacoes.agb.org.br/terralivre/article/view/352.
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia