Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Microplásticos

Microplásticos são pequenos fragmentos de plástico, com 5 mm ou menos, que estão cada vez mais presentes na natureza, trazendo prejuízos ao meio ambiente e aos seres humanos.

Microplásticos vistos por meio de uma lupa.
Os microplásticos são partículas minúsculas de plástico derivadas de vários produtos que utilizamos no nosso dia a dia.
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

Microplásticos são pequenas partículas de plástico, com 5 mm de diâmetro ou menos, que derivam de outros objetos feitos de plástico ou podem ser produzidos já em tamanho reduzido. No segundo caso, estamos falando de microplásticos presentes em cremes esfoliantes, cosméticos, produtos de higiene pessoal, tecidos sintéticos e outros objetos muito comuns na nossa rotina.

Essas pequenas partículas de plástico poluem os oceanos, o ar e os solos, destinando-se aos recursos naturais de que fazemos uso e dos alimentos que ingerimos. Os microplásticos causam, portanto, danos à flora, à fauna e ao organismo dos seres humanos. A adoção de novos hábitos de consumo e a incorporação de práticas e políticas sustentáveis por empresas e agentes políticos, somadas ao maior acesso à educação ambiental, são fundamentais para combater os efeitos danosos dos microplásticos ao meio ambiente.

Leia também: Plástico verde — o polietileno produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar

Tópicos deste artigo

Resumo sobre microplásticos

  • Microplásticos são partículas de plástico que medem menos de 5 mm.

  • Os microplásticos podem ser produzidos em tamanho diminuto ou serem derivados de objetos ou fragmentos maiores de plásticos.

  • São fontes de microplásticos: produtos de higiene pessoal, cosméticos, garrafas, embalagens, sacolas, tecidos sintéticos e vários outros objetos que são feitos de plástico ou que possuem plástico em sua composição.

  • Os microplásticos são produzidos também pelo descarte irregular de lixo, pelo atrito entre o pneu e o asfalto, na lavagem de roupas de tecido sintético, entre outras situações.

  • Por terem um tempo de decomposição muito longo, os microplásticos são muito danosos ao meio ambiente, provocando a poluição dos oceanos, dos solos e do ar.

  • Os microplásticos presentes no oceano prejudicam o organismo do zooplâncton e dos animais marinhos, e acabam entrando nas cadeias alimentares.

  • Microplásticos estão presentes nos alimentos que ingerimos, como os peixes, no ar e na água que consumimos.

  • Essas partículas são capazes de se alojar em órgãos do corpo humano e provocar doenças, tendo em vista que acumulam toxinas.

  • Soluções para combater os efeitos nocivos dos microplásticos incluem a conscientização ambiental e a ação conjunta de governos, empresas e sociedade na adoção de práticas e hábitos de consumo mais sustentáveis.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

O que são micropláticos?

Microplásticos são partículas muito pequenas de plástico que medem 5 milímetros de diâmetro ou menos, conforme convencionado. Os microplásticos são compostos de materiais como polímeros sintéticos, dentre os quais se encontram o polietileno (PE), o polietileno tereftalato (PET), o policloreto de vinila (PVC) e o poliestireno. Como veremos adiante, os microplásticos podem ser produzidos diretamente em tamanho reduzido ou, então, são derivados de objetos ou fragmentos maiores de plástico.

Fontes de microplásticos

Os microplásticos podem ser originados de duas formas diferentes, e é desse aspecto que surge a sua classificação em dois tipos: primário ou secundário.

Microplásticos primários

Shampoo com glitter, um exemplo de produto de beleza que pode ser fonte de microplásticos primários.
Produtos de cuidados pessoais e cosméticos podem ser fontes de microplásticos primários.

Microplásticos primários são os microplásticos fabricados em tamanho reduzido para serem utilizados com propósitos diversos, mas principalmente comercial. Nesse caso, então, as fontes de microplásticos se tornam os produtos cosméticos e destinados à higiene pessoal, como esfoliantes, sabonetes, pastas de dente, batons e cremes, que contêm microesferas de plástico em sua composição.|1| Além desses produtos, encontram-se microplásticos primários em tecidos e em fibras sintéticas.

Microplásticos secundários

Garrafas e sacolas plásticas reunidas, objetos que podem ser fonte de microplásticos secundários.
Garrafas plásticas e quaisquer outros produtos fabricados com plástico podem ser fonte de microplásticos secundários.

Microplásticos secundários são os microplásticos derivados de outros objetos fabricados de plástico ou que apresentam esse elemento em sua composição, como o isopor e as fibras, por exemplo. Os microplásticos são, então, derivados da quebra ou da degradação desses fragmentos maiores por conta de fatores como o impacto da água ou a exposição à luz solar. Nesse sentido, quaisquer objetos, como garrafas plásticas, embalagens, brinquedos, acessórios, calçados, pneus (que apresentam polímero em sua composição), itens de decoração, sacolas e diversos outros elementos podem ser fonte de microplásticos.

Impactos dos microplásticos no meio ambiente

Existe uma grande preocupação no mundo atual sobre a presença cada vez maior de microplásticos no meio ambiente. Essas minúsculas partículas de plásticos têm sido identificadas na água que bebemos, nos alimentos que ingerimos, inclusive aqueles de origem animal, no ar que respiramos, nos solos e nos oceanos. Por não serem biodegradáveis, os microplásticos permanecerão por centenas ou milhares de anos na natureza até não oferecerem nenhum tipo de risco ou até serem eliminados por completo.

Entenda, a seguir, os principais impactos provocados pelos microplásticos no meio ambiente.

Microplásticos no oceano

Os microplásticos estão entre as principais causas de poluição das águas dos oceanos. A Unesco estima que os oceanos recebem entre 8 e 10 milhões de toneladas de plástico todos os anos, que, com o passar do tempo, vão se quebrar em partículas menores, tornando-se, portanto, microplásticos. Pensando nos microplásticos já existentes nos mares, a estimativa é de que entre 50 e 75 milhões de toneladas dessas pequenas partículas estejam presentes em todo o oceano. Dessas, 14 milhões de toneladas se encontram no assoalho oceânico.

Microplásticos nas águas do oceano.
Milhões de toneladas de microplástico e de plástico poluem os oceanos e provocam prejuízos à fauna e à flora marinhas.

O efeito danoso do microplástico é não somente a poluição física das águas, mas também a maneira como esse material impacta a dinâmica da flora e da fauna marinhas, principalmente. Os microplásticos acumulam muitos poluentes e toxinas em sua superfície, em primeiro lugar. Em função da enorme quantidade e das dimensões dessas partículas, elas são facilmente ingeridas pelos animais marinhos, que o fazem em larga escala. Assim sendo, a poluição física se torna, também, química e biológica.

A ingestão de microplásticos pelos animais marinhos é passada adiante e afeta toda a cadeia alimentar.

Microplásticos na cadeia alimentar

Os microplásticos atingem várias cadeias alimentares por meio dos animais marinhos e pelo zooplâncton, principalmente, que ingerem grandes quantidades dessas partículas em suspensão nos oceanos. A partir dessa ingestão é que o microplástico passa a fazer parte da cadeia alimentar de diversos organismos marinhos, fazendo com que haja um grande acúmulo de toxinas com o passar do tempo.

Uma vez na cadeia alimentar, além de prejuízos às funções biológicas dos animais, os microplásticos acabam chegando à mesa dos seres humanos, que consomem animais marinhos como peixes e crustáceos.

Microplásticos na água de consumo e nos alimentos

Ilustração mostrando como os microplásticos chegam até nós por meio da alimentação de animais marinhos.
O microplástico presente nos oceanos é consumido pelos animais marinhos e chega até nós por meio dos alimentos.

A presença de microplásticos na água que consumimos, nos alimentos e até mesmo no ar é uma realidade que foi comprovada por uma série de estudos e análises realizadas recentemente. Para além da sua entrada nas cadeias alimentares que começam nos oceanos, os microplásticos são liberados a partir da lavagem de roupas, descarte irregular de lixo, uso de tintas acrílico ou látex, uso de cosméticos, nos glitters, no atrito dos pneus com o asfalto e de diversas outras formas que acabam por lançá-lo no ambiente.|2| Assim, a presença e a liberação dos microplásticos em vários elementos tornam os microplásticos parte dos recursos essenciais para a sobrevivência humana, como os alimentos e a água, o que causa danos ao organismo.

Efeitos dos microplásticos no ser humano

Os microplásticos são materiais que acumulam toxinas que podem chegar ao organismo humano por diferentes vias. Os efeitos que esses materiais provocam nos seres humanos ainda não são totalmente conhecidos pelos pesquisadores, mas os microplásticos são capazes de ficar alojados em órgãos como o fígado, os rins e os intestinos, chegando, até mesmo, à corrente sanguínea. No sangue, o transporte dos glóbulos que compõem esse tecido é prejudicado.|3|

A liberação de toxinas no organismo, que provoca doenças, e o impacto dessas substâncias na liberação de hormônios são outros dos efeitos conhecidos do microplástico no ser humano.

Soluções para os microplásticos

Embalagens produzidas em material biodegradável, uma das soluções para reduzir os microplásticos.
O uso de materiais biodegradáveis é uma das soluções para reduzir os microplásticos.

Algumas soluções viáveis para contornar o problema dos microplásticos, evitando o lançamento de um número ainda maior dessas partículas no meio ambiente, são:

  • fabricação de objetos e utensílios de plástico em material biodegradável;

  • uso de tecidos feitos em algodão ou outras matérias-primas de origem natural para a confecção de roupas;

  • maior uso de embalagens de vidro ou retornáveis, que podem ser reutilizadas;

  • realização do descarte adequado do lixo urbano e do lixo industrial;

  • adoção da prática da separação do lixo doméstico para a coleta seletiva;

  • ampliação da reciclagem, evitando o descarte de materiais de plásticos;

  • uso de utensílios domésticos, canudos e garrafas em materiais biodegradáveis ou que não provoquem danos ao meio ambiente como os plásticos;

  • substituição de cosméticos que fazem uso de microesferas de plástico.

Essas são apenas algumas das soluções que os seres humanos e as empresas podem adotar para reduzir a produção de microplásticos. É importante reforçar também que os agentes governamentais também devem ser ativos nessa questão, desenvolvendo leis ou implementando multas para poluidores, por exemplo.

As entidades governamentais, como a Comissão Europeia, e os governos de países europeus já legislaram sobre polímeros sintéticos na indústria. Foram afetadas as produções de itens como glitter, brinquedos, cosméticos, detergentes e até medicamentos.|4|

Veja também: O que é o plástico oxibiodegradável?

Conscientização sobre os microplásticos

A conscientização sobre os microplásticos passa pela educação ambiental. Para entender o motivo pelo qual os agentes econômicos e governamentais devem agir, em conjunto com a sociedade, no sentido de diminuir o consumo e a produção de plástico, é importante compreender seus efeitos nocivos ao meio ambiente a médio e longo prazo.

Por isso, conscientizar a população, as empresas e os governos a respeito da incorporação de hábitos sustentáveis em suas respectivas rotinas e atividades, bem como sobre como os efeitos dos poluentes interferem na dinâmica do meio natural e nas nossas vidas, é fundamental para atuar no combate aos microplásticos.

Notas

|1| PINHATTI, Victor Carrera. Microplástico: Um contaminante invisível. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia de Materiais). Departamento de Engenharia de Materiais, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). São Carlos, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/16810.

|2| LEGNAIOLI, Stella. Há microplásticos no sal, nos alimentos, no ar e na água. eCycle, 14 set. 2017. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/microplasticos/.

|3| BLANES, Simone. Pela primeira vez, cientistas detectam microplásticos no sangue humano. Veja, 24 mar. 2022. Disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/pela-primeira-vez-cientistas-detectam-microplasticos-no-sangue-humano.

|4| BRÄNDLIN, Anne-Sophie. EU bans microplastics added to consumer products. DW, 17 out. 2023. Disponível em: https://www.dw.com/en/eu-bans-microplastics-added-to-consumer-products/a-67019552.

Fontes

HUSSEIN, Mohammed; Ali, Marium. World Ocean Day: How much plastic is in our oceans? Al Jazeera, 08 jun. 2023. Disponível em: https://www.aljazeera.com/news/2023/6/8/how-much-plastic-is-in-our-oceans-infographic.

KHARE, Eesha. 14 Million Tons of Microplastic are on the Ocean Floor. Science in the News – Harvard University, 19 out. 2020. Disponível em: https://sitn.hms.harvard.edu/flash/2020/14-million-tons-of-microplastic-are-on-the-ocean-floor/.

NATIONAL GEOGRAPHIC SOCIETY. Encyclopedic entry: Microplastics. National Geographic, 31 out. 2023. Disponível em: https://education.nationalgeographic.org/resource/microplastics/.

PINHATTI, Victor Carrera. Microplástico: Um contaminante invisível. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia de Materiais). Departamento de Engenharia de Materiais, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). São Carlos, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/16810.

RUETER, Gero. As soluções na luta contra os microplásticos. DW, 21 mar. 2019. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/as-solu%C3%A7%C3%B5es-na-luta-contra-os-micropl%C3%A1sticos/a-47982273.

SPAGNA, Julia Di. Microplásticos: entenda os impactos no meio ambiente e na saúde humana. Guia do Estudante, 16 mar. 2023. Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/o-que-sao-microplasticos-e-o-impacto-no-meio-ambiente-e-na-saude-humana/.

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Microplásticos"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/microplasticos.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante