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Os seres humanos, desde tempos pré-históricos, atuam no sentido de transformar o meio natural em que vivem. Inicialmente, todos os povos do mundo eram nômades, ou seja, deslocavam-se de um local para outro, buscando por alimentos e por locais de moradia e sustento. Com o tempo, foram desenvolvidas técnicas para cultivo de vegetais e frutos, além da adoção de procedimentos de confinamento e criação de animais. Com isso, desenvolveram-se a agricultura e a pecuária, o que permitiu que os grupos humanos pudessem fixar-se em determinados locais, formando as primeiras civilizações.
Com o passar dos séculos, essas sociedades desenvolveram técnicas cada vez mais avançadas para garantir não só as necessidades de suas populações, mas também o seu poder e domínio sobre outras áreas. Dessa forma, tais técnicas tornaram-se realmente complexas, mas sem deixarem de lado a premissa mais básica desde o surgimento dos primeiros povoados: a necessidade de utilização e transformação da natureza.
Por esse motivo, dizemos que o espaço geográfico – o campo das atividades humanas – é sempre produzido e transformado pela sociedade. Assim, percebemos que existe um vínculo entre natureza e ação humana, ou seja, entre o espaço natural e o espaço geográfico. Como exemplo dessa ação, temos as matérias-primas extraídas do meio ambiente ou a remoção de matas e florestas para o cultivo de alimentos ou matérias-primas empregadas na produção de mercadorias. A extração de minérios também pode ser considerada um exemplo da forma como o ser humano transforma o ambiente em que vive.
A mineração é um exemplo do processo de utilização da natureza pelos seres humanos
Mas essa relação é sempre tranquila e harmoniosa? Não. Muitas vezes os seres humanos exploram além da conta a natureza, provocando profundas alterações sobre o meio natural. Quando áreas inteiras de florestas são devastadas ou quando rios são profundamente poluídos, observa-se o impacto da sociedade sobre a natureza.
A consequência de tal processo é vista por meio de efeitos diversos, como os processos erosivos que afetam áreas de rios, lagos ou até campos de atividade agrícola, a perda de recursos hídricos ou até eventuais alterações climáticas proporcionadas pela perda de áreas naturais ou pela grande emissão de gases tóxicos na atmosfera. Por isso, registra-se também o impacto da natureza sobre a sociedade.
Área erodida pelo mau uso do solo, com a perda de uma área agricultável
No campo dessas ideias, vários movimentos sociais e grupos ativistas surgiram com o objetivo de combater e diminuir os efeitos da ação das sociedades sobre o meio ambiente. Atualmente, em tempos de capitalismo e globalização, tais efeitos são gradativamente mais intensos, o que proporciona preocupações generalizadas com questões como o agravamento do efeito estufa, o aquecimento global, a poluição e os problemas ambientais das cidades, entre outros tipos de impactos ambientais.
Portanto, mais do que simplesmente consumir a totalidade dos recursos naturais e agredir a natureza de forma frenética, a humanidade precisa desenvolver técnicas sustentáveis de melhor aproveitamento desses recursos. Falar em sustentabilidade é falar em garantir a preservação dos recursos naturais para as próximas gerações, o que se tornou um grande desafio para todas as sociedades do mundo contemporâneo.
Por Me. Rodolfo Alves Pena