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Questão Ambiental na Nova Ordem Mundial

O período marcado pelo fim da Guerra Fria e o início da Nova Ordem mundial ofereceu uma maior visibilidade para a questão ambiental.

O desafio para determinar mudanças na maneira como o sistema capitalista utiliza os recursos naturais para a sua reprodução
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Com o final da Guerra Fria, após a fragmentação da URSS no ano de 1991, o mundo iniciou uma nova etapa de relações geopolíticas, definindo os Estados Unidos como potência hegemônica e o sistema capitalista como determinante para a construção de uma Nova Ordem Mundial. As discussões e análises que permaneceram por décadas focadas nas disputas entre as ideologias antagônicas da Guerra Fria começaram a dividir espaço com outras problemáticas, como a erradicação da pobreza, a degradação ambiental e o terrorismo internacional.

No ano de 1992, foi realizada a Conferência das Nações Unidas para Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Rio 92, primeiro grande encontro promovido pela ONU após o início da Nova Ordem Mundial. É notável que as instâncias políticas e a imprensa de um modo geral passaram a oferecer maior atenção para os temas relacionados ao meio ambiente global. Em todos os segmentos da sociedade ocorreu, de fato, uma busca por ações ambientais e políticas públicas mais próximas da sustentabilidade social e ambiental, uma vez que o debate, até então muito concentrado nos meios científicos e acadêmicos, foi estendido para a vida cotidiana da população.

No âmbito da globalização, que marcou a economia e as relações internacionais a partir do final do século XX, várias são as manifestações que constituíram um processo único chamado desterritorialização, no qual um Estado perde, de forma implícita, parcial ou totalmente a soberania em seu território com relação a certas decisões. Essa perda se dá em função das necessidades de outro(s) Estado(s) ou em função das prioridades do capital globalizado, atuante na forma de empresas transnacionais cujos objetivos muitas vezes se contrapõem aos objetivos do Estado e da própria sociedade.

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Em meio a essa chamada Nova Ordem, vários foram os interesses que ultrapassaram as fronteiras de um ou mais países, tornando-se interesses globais, forçando, de certa forma, a desterritorialização. O meio ambiente não escapou desse processo, posto que a degradação ambiental trata-se de um problema que não reconhece fronteiras. É altamente questionável atéque ponto as instituições internacionais são capazes de coordenar ações em direção de leis ambientais globais e assentadas de acordo com o desenvolvimento socioeconômico de cada nação.

Por vezes, a lógica do capital se opõe à conscientização ecológica, sempre buscando a viabilidade econômica dos empreendimentos, como pode ser observado pela difusão de selos verdes, certificados ambientais e diversos programas de conservação. Muitas empresas alcançam maior valor de mercado ao participarem de projetos de reflorestamento e educação ambiental, o que atualmente é denominado de Ecomarketing. As tendências da globalização imprimem um ritmo econômico acelerado e em descompasso com o equilíbrio ecológico, e as instituições supranacionais como a ONU e os blocos econômicos ainda não estão adequados a essas demandas.

A solução do problema das mudanças climáticas, por exemplo, requer uma modificação radical no sistema energético atual, baseado em energias não renováveis e contaminantes (petróleo, carvão, gás natural) que são utilizadas de maneira não equitativa, excessiva e com desperdício. O novo sistema deveria ter como base as energias renováveis de menor impacto ambiental e um menor consumo energético, com um aproveitamento mais eficaz da energia e permitindo a satisfação das necessidades básicas de todos os habitantes do mundo. Essa alteração no padrão de geração de energia provocaria transformações na economia, na sociedade e nas formas de viver, além de constituir um contraponto ao consumismo que impera em nossa sociedade e ao dogma do crescimento econômico.


Júlio César Lázaro da Silva
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP
Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista - UNESP

Escritor do artigo
Escrito por: Júlio César Lázaro da Silva Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Júlio César Lázaro da. "Questão Ambiental na Nova Ordem Mundial"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/questao-ambientalnova-ordem-mundial.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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