PUBLICIDADE
O buraco na camada de ozônio é uma região em que há baixa concentração desse gás na estratosfera, abaixo do patamar que seria considerado normal. A camada de ozônio é de extrema importância para o planeta Terra, uma vez que filtra os raios ultravioleta (UV) emanados pelo Sol. A maior emissão de gases como os clorofluorcarbonetos (CFC), usados principalmente como refrigerante em processos industriais e eletrodomésticos, provocou reações químicas que levaram à decomposição de ozônio nessa região.
Embora seja um problema que pode ser revertido a longo prazo, seus efeitos prejudiciais têm sido sentidos no presente. Ações que visam impedir o crescimento do buraco na camada de ozônio, como a proibição do CFC pelo Protocolo de Montreal (1987), são cruciais para a rápida regeneração dessa importante parte da nossa atmosfera.
Leia também: O que é a camada de ozônio e qual a sua importância?
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o buraco na camada de ozônio
- 2 - Videoaula sobre o buraco na camada de ozônio
- 3 - O que é o buraco na camada de ozônio?
- 4 - Causas do buraco na camada de ozônio
- 5 - Localização dos buracos na camada de ozônio
- 6 - Como o buraco na camada de ozônio é formado?
- 7 - Quais são as consequências do buraco na camada de ozônio?
- 8 - É possível reverter o buraco na camada de ozônio?
- 9 - Protocolo de Montreal
- 10 - Como evitar o crescimento dos buracos na camada de ozônio?
- 11 - Curiosidade sobre o buraco na camada de ozônio
Resumo sobre o buraco na camada de ozônio
-
Buraco na camada de ozônio é um afinamento anormal na camada formada por gás ozônio (O3) situada na estratosfera terrestre.
-
A concentração média de ozônio nessa camada é de 300 DU. Em áreas onde se identifica o buraco, a concentração de gás é inferior a 220 DU.
-
Sua causa principal é a emissão de clorofluorcarboneto (CFC) na atmosfera, gás usado na indústria e em aparelhos refrigeradores.
-
Localizam-se no Ártico (Hemisfério Norte) e na Antártica (Hemisfério Sul), sendo o segundo o maior e mais perigoso deles.
-
É formado a partir da decomposição do ozônio provocada a partir da reação desse gás com cloro e bromo em suspensão. Esses elementos são liberados pelos CFC e HCFC.
-
Resulta na maior absorção de raios UV, elevação das temperaturas do planeta Terra, derretimento das calotas polares e problemas dermatológicos nos seres humanos.
-
O buraco na camada de ozônio é reversível, desde que haja tempo hábil para que esse gás se recomponha naturalmente. É importante notar que elementos como CFC permanecem um longo período em suspensão mesmo depois de anos da sua emissão.
-
O Protocolo de Montreal foi o primeiro tratado internacional a proibir o uso de gases como o CFC para proteger a camada de ozônio.
Videoaula sobre o buraco na camada de ozônio
O que é o buraco na camada de ozônio?
O buraco na camada de ozônio é uma área de afinamento em uma parte muito importante da atmosfera terrestre situada na estratosfera (entre 15 e 30 quilômetros da superfície) formada por gás ozônio (O3). Esse composto é o principal responsável por filtrar a radiação solar e impedir a chegada de raios ultravioleta (ou raios UV) na superfície do planeta Terra.
Não existe, portanto, uma região em que o ozônio está completamente ausente. Na realidade, a camada está muito mais fina do que nas áreas adjacentes, motivo pelo qual foi chamada de buraco na camada de ozônio. O afinamento acontece por conta da menor concentração de moléculas de ozônio, que é medida em Unidades Dobson (DU).
A concentração média de ozônio na estratosfera é de 300 DU (equivalente a 3 milímetros), com altura variando de acordo com a localização: a camada tende a ser mais elevada nos polos e mais baixa próximo ao equador terrestre. Nos anos 1970, com o aprofundamento dos estudos sobre os impactos da atividade humana no meio ambiente, identificaram-se áreas em que a concentração de ozônio era de 220 DU. Esse foi o valor determinado como o patamar abaixo do qual se considera a existência de um buraco na camada de ozônio.
Causas do buraco na camada de ozônio
Como a maioria dos problemas ambientais, o buraco na camada de ozônio tem origem antrópica. A causa para a sua existência é a emissão de um tipo de gás denominado clorofluorcarboneto, mais conhecido pela sigla CFC, utilizado desde o fim da década de 1920 na indústria e em eletrodomésticos principalmente como refrigerantes, isto é, para resfriar o equipamento. Por conta disso, o CFC era muito utilizado na fabricação de geladeiras, freezers e aparelhos de ar-condicionado.
O CFC tem muitas outras funções além das citadas acima, e se encontrava em aerossóis e extintores de incêndio, além de ser utilizado como solvente orgânico. Entretanto, um estudo publicado em 1974 indicou que esse gás poderia ser o motivo para a gradual destruição da camada de ozônio. Uma década mais tarde as suspeitas foram confirmadas, e, em 1987, o Protocolo de Montreal determinou a proibição do uso do CFC.
Veja também: Quais são os principais problemas ambientais?
Localização dos buracos na camada de ozônio
O buraco na camada de ozônio se localiza na porção da estratosfera sobre a Antártica, no Hemisfério Sul do planeta Terra. Esse é o maior deles, e aquele que desperta maior preocupação acerca das suas consequências sobre o planeta Terra e a biosfera. Devido ao fato de a camada de ozônio ser menos espessa nos polos terrestres e pelo frio constante nessas regiões, identifica-se um afinamento na camada de ozônio sobre o Ártico, no Hemisfério Norte.
Como o buraco na camada de ozônio é formado?
O buraco na camada de ozônio é formado a partir da reação química que acontece entre esse gás e compostos como a clorina e a bromina. Ambos são liberados pelos clorofluorcarbonetos (CFC) e outros elementos, como os hidroclorofluorcarbonos (HCFC), quando em contato com a radiação ultravioleta intensa emanada pelo Sol que atinge a estratosfera. Os átomos de clorina e de bromina provocam o que se chama de esgotamento ou degradação do ozônio em suspensão.
A degradação do O3 da estratosfera resulta em uma menor concentração desse gás em pontos específicos da camada de ozônio. Esses pontos correspondem ao que chamamos de buracos na camada de ozônio.
Quais são as consequências do buraco na camada de ozônio?
A permanência de buracos na camada de ozônio é prejudicial para o equilíbrio do meio ambiente e para as diferentes formas de vida no planeta Terra, o que inclui os seres humanos, justamente por permitirem a chegada de raios ultravioleta (UV) na superfície terrestre. Dentre as principais consequências do buraco na camada de ozônio estão:
-
aumento da temperatura da água em corpos hídricos;
-
intensificação de problemas ambientais como o aquecimento global e, por conseguinte, as mudanças nos padrões atmosféricos (isto é, no clima);
-
alterações nos ecossistemas marinhos e terrestres, o que pode provocar a destruição de habitats e a perda de biodiversidade;
-
menor produtividade das lavouras, o que reflete na produção de alimentos;
-
desregulação de ciclos naturais de organismos como plantas e algas, a exemplo da fotossíntese e do seu processo de crescimento e desenvolvimento;
-
prejuízos severos à saúde humana, como o desenvolvimento de câncer de pele, problemas oculares, queimaduras, envelhecimento precoce e enfraquecimento do sistema imunológico.
É possível reverter o buraco na camada de ozônio?
Sim, o buraco na camada de ozônio é um problema reversível. Desconsiderando, por ora, o fator humano, a degradação do ozônio é um processo natural identificado na estratosfera e que é revertido gradativamente com o tempo, sem a necessidade de qualquer tipo de intervenção. No entanto, a ação antrópica fez com que haja a aceleração do esgotamento de ozônio, impedindo que a regeneração desse gás na atmosfera aconteça em um ritmo natural e seguro.
No ano de 2018, um estudo realizado pela Nasa havia afirmado que o buraco sobre a Antártida estava se regenerando. Havia-se observado a recuperação de aproximadamente 20% da área perdida desde os anos 2000 e, caso o processo continuasse, estimava-se que seria possível recuperar a camada de ozônio até o ano de 2080.
Recentemente, entretanto, constatou-se que o volume de ozônio caiu em quase um quarto desde 2004, tendo tido uma piora considerável entre 2019 e 2023. Por conta disso, constatou-se que o buraco na camada de ozônio não está diminuindo, mas sim aumentando de tamanho.
Protocolo de Montreal
O Protocolo de Montreal é um tratado internacional assinado no dia 16 de setembro de 1987 na cidade de Montreal, no Canadá. Esse acordo versa sobre a proibição da emissão de substâncias causadoras da destruição da camada de ozônio, com destaque para os gases CFC e HCFC usados em aerossóis e como substâncias refrigerantes. As medidas do protocolo foram colocadas em prática a partir de 1989, e seu texto sofreu inúmeras revisões entre 1990 e 2016.
Hoje em dia, 198 países ratificam o Protocolo de Montreal, razão pela qual é considerado o primeiro tratado universal em vigência. O Brasil ratificou esse acordo por meio do Decreto nº 99.280, que data de 6 de junho de 1990.
Resultante da Convenção de Viena para Proteção da Camada de Ozônio, o Protocolo de Montreal se mostrou eficaz em seu principal objetivo. Ainda que tenha se observado uma melhora na recuperação do ozônio na atmosfera, vimos que recentemente o buraco na camada de ozônio voltou a ser motivo de preocupação. Isso porque, mesmo com a proibição das emissões de CFC, esses compostos permanecem na atmosfera por um longo tempo e, somados a outros poluentes, dão continuidade ao problema.
Como evitar o crescimento dos buracos na camada de ozônio?
O Protocolo de Montreal foi a primeira iniciativa de escala global para a contenção do buraco na camada de ozônio. Através dele, uma das principais medidas para reduzir esse problema foi tomada: a proibição da emissão de gases poluentes, especialmente aqueles que lançam cloro e bromo na atmosfera.
Como forma de conscientizar a população acerca da importância desse envólucro para o planeta Terra, foi estabelecido o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio em 16 de setembro, data de assinatura do Protocolo de Montreal.
Não obstante o impacto das medidas acima mencionadas, somente elas não são suficientes para dar conta de um problema ambiental que tem se agravado recentemente, e cujas consequências podem ser devastadoras caso não haja a ação imediata. Entre as ações que podem ser feitas para conter o crescimento do buraco na camada de ozônio está:
-
a adoção de práticas sustentáveis na indústria e na agropecuária, reduzindo a emissão de gases poluentes;
-
emprego de sistemas de resfriamento alternativos e sustentáveis nas cadeias do frio (armazenamento e transporte de produtos e medicamentos), que não dependam de gases como CFC e HCFC;
-
ampliar a fiscalização das regras impostas localmente acerca do uso e da produção das substâncias destruidoras de ozônio (SDO), aplicando multas a agentes que descumprem as normas;
-
mudança nos hábitos de consumo de modo a reduzir as emissões de gases poluentes com potencial para ampliar a destruição da camada de ozônio.
Acesse também: 16 de setembro – Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio
Curiosidade sobre o buraco na camada de ozônio
-
A maior extensão atingida pelo buraco na camada de ozônio foi registrada em 3 de setembro de 2000, quando chegou a 28,3 milhões de quilômetros quadrados. Recentemente, em 16 de setembro de 2023, sua área chegou a 26 milhões de quilômetros quadrados. A título de comparação, a área da superfície do Brasil é de 8,5 milhões de km².
Fontes
AFP. Mesmo proibido, acúmulo de gases CFC segue preocupando especialistas. UOL Notícias, 03 abr. 2023. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2023/04/03/mesmo-proibido-acumulo-de-gases-cfc-segue-preocupando-especialistas.htm.
BRAUN, Stuart. Recuperação da camada de ozônio combate aquecimento global. DW, 09 jan. 2023. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/recupera%C3%A7%C3%A3o-da-camada-de-oz%C3%B4nio-combate-aquecimento-global/a-64327530.
DEWAN, Angela. Anúncio de recuperação da camada de ozônio foi prematuro, diz estudo. CNN, 21 nov. 2023. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/anuncio-de-recuperacao-da-camada-de-ozonio-foi-prematuro-diz-estudo/.
DW. Camada de ozônio está se recuperando, indica estudo da Nasa. DW, 06 jan. 2018. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/camada-de-oz%C3%B4nio-est%C3%A1-se-recuperando-indica-estudo-da-nasa/a-42050976.
EEA. What is the current state of the ozone layer? European Envirnment Agency (EEA), 23 mai. 2024. Disponível em: https://www.eea.europa.eu/en/topics/in-depth/climate-change-mitigation-reducing-emissions/current-state-of-the-ozone-layer.
NASA. NASA Ozone Watch. NASA Goddard Space Flight Center, [s.d.]. Disponível em: https://ozonewatch.gsfc.nasa.gov/facts/hole_SH.html.
NASA. World of Change: Antarctic Ozone Hole. NASA Earth Observatory, [s.d.]. Disponível em: https://earthobservatory.nasa.gov/world-of-change/Ozone.
REDAÇÃO. Uso do gás CFC. Superinteressante, 31 out. 2016. Disponível em: https://super.abril.com.br/ideias/uso-do-gas-cfc.
WALKER, Kira. What happened to the world's ozone hole? BBC, 21 mar. 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/future/article/20220321-what-happened-to-the-worlds-ozone-hole.