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Greenpeace é uma organização não governamental atuante em escala global que tem como objetivo promover a proteção do meio ambiente e da biodiversidade. Desde 1971, quando a sua história começou, o Greenpeace promove ações não violentas que têm como objetivo conscientizar, em médio e longo prazo, a população dos impactos ambientais, além de pressionar autoridades públicas e entes privados a agirem em prol de sua solução.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o Greenpeace
- 2 - Objetivos do Greenpeace
- 3 - Princípios do Greenpeace
- 4 - Como o Greenpeace atua?
- 5 - Origem e história do Greenpeace
- 6 - Importância do Greenpeace
- 7 - Greenpeace Brasil
Resumo sobre o Greenpeace
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O Greenpeace é uma organização não governamental que atua como uma rede internacional de instituições com o objetivo de promover a preservação do meio ambiente e a proteção da biodiversidade.
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Seu trabalho e suas ações são regidos pelos princípios da equidade, diversidade e inclusão.
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Suas ações visam a conscientizar a população acerca dos problemas ambientais e pressionar governantes e empresas privadas a agirem de forma a mitigar ou reduzir os impactos causados na natureza.
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Surgiu no início da década de 1970, quando um grupo de 12 ativistas se deslocou até o Alasca para pedir o fim dos testes nucleares na região.
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Ao longo dos anos, conquistou muitas vitórias, como a proibição da caça comercial de baleias em escala mundial.
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O Greenpeace Brasil começou as suas atividades em 1992, durante a ocorrência da ECO-92, sendo hoje muito ativo em pautas como o desmatamento da Amazônia, a proteção das populações e terras indígenas, a poluição dos oceanos e praias, a agroecologia e outras.
Objetivos do Greenpeace
O Greenpeace atua internacionalmente na promoção da conservação do meio ambiente e proteção das espécies ameaçadas de extinção, visando ao desenvolvimento sustentável. Tratando de forma mais detalhada, os objetivos do Greenpeace são, conforme apontam a própria organização internacional|1| e a sua vertente brasileira|2|, os seguintes:
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Proteção dos ecossistemas e da biodiversidade em todas as suas formas.
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Prevenção da poluição e da exploração irracional das águas doce e salgada, da terra e do ar.
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Promoção do fim das ameaças nucleares.
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Promoção da paz, do desarmamento global e da não violência.
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Promoção de ações sustentáveis por parte da sociedade e pressão aos governos e à iniciativa privada para colocarem em prática medidas de proteção ao meio ambiente.
Princípios do Greenpeace
Para atingir os objetivos descritos no tópico anterior, o Greenpeace atua seguindo princípios preestabelecidos. Um deles é o da sua independência financeira com relação a Estados e ao poder público, tendo em vista tratar-se de uma organização não governamental (ONG), mantendo-se por meio doações de indivíduos ou entes privados que compartilham dos mesmos ideais da ONG.
Com a independência financeira estão também a transparência e a responsabilidade nas suas campanhas e na gestão dos recursos arrecadados. Em se tratando das ações promovidas e do trabalho cotidiano do Greenpeace, os princípios estão baseados na equidade, na diversidade e na inclusão. Ao todo, são seis os princípios seguidos pelo Greenpeace:
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Equidade, diversidade e inclusão para a promoção de ações mais efetivas e abrangentes.
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Equipes de trabalho e organização estrutural, o que inclui os voluntários; também devem ser compostas de forma equitativa, diversa e inclusiva.
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Respeito e dignidade entre os trabalhadores, voluntários e nas ações de campo.
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Cooperação e compartilhamento de ideias e perspectivas para a obtenção de resultados mais eficazes.
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Diálogo, aprendizado e crescimento são parte dos trabalhos da organização, e quaisquer desavenças são identificadas e solucionadas com base nesses aspectos.
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Diversidade e inclusão nos trabalhos internos e nas ações externas são de responsabilidade de todos os membros do Greenpeace, sejam da equipe de trabalho, sejam voluntários.
Como o Greenpeace atua?
O Greenpeace atua por meio da identificação de um problema ambiental e da sua denúncia via atos não violentos e diretos, que, na maioria dos casos, envolvem intervenções de grande impacto cujo objetivo é explicitar a problemática e cobrar a ação das autoridades locais e/ou das empresas privadas responsáveis.
Diversas ações ambientais feitas pelo Greenpeace foram muito bem-sucedidas e trouxeram resultados positivos para a comunidade e, em extensão, para o meio ambiente. Destacamos algumas delas na sequência.
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Algumas ações do Greenpeace
1971 – Fim dos testes nucleares no Alasca |
Um grupo de ativistas se instalou na ilha de Amchitka, no Alasca, para pedir o fim dos testes de armas nucleares no território. Após cinco meses do início da ação, já em 1972, os Estados Unidos suspenderam os testes, e, mais tarde, a ilha foi transformada em um santuário de pássaros. |
1982 – Proibição da pesca comercial de baleias |
O Greenpeace deu início à campanha “Salve as baleias” em 1975, em Vancouver (Canadá), procurando sensibilizar a população sobre a forma como a pesca de baleias era realizada e sua motivação, e apontando os problemas ambientais decorrentes da prática. Após sete anos, a pesca comercial de baleias foi proibida em todo o mundo. |
1991 – Proibição da exploração mineral na Antártida por 50 anos |
Em meados da década de 1980, o Greenpeace instalou uma base na Antártida para protestar contra a exploração de minérios e petróleo no continente, pouco antes do fim do prazo de proteção previsto pelo Tratado da Antártida, assinado nos anos 1950. Em 1991, os países signatários firmaram o compromisso de proibir por, pelo menos, 50 anos a exploração mineral na Antártida. |
1998 – Proibição do descarte de material tóxico e sucatas de plataformas de petróleo no Atlântico Norte |
Após uma intervenção de larga escala do Greenpeace, que contou até mesmo com a ocupação de uma plataforma da empresa Shell, a Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste (Convenção Ospar) proibiu o descarte de lixo tóxico na região do Atlântico Nordeste, bem como sucatas de plataformas de petróleo e outros equipamentos marítimos. |
2004 – Demarcação de terras do povo Deni |
Em ação conjunta com o povo indígena Deni, que vive no sudoeste do Amazonas, houve a conquista da demarcação das terras em 2004, o que era aguardado desde, pelo menos, 1985. À época, uma madeireira malásia pretendia se instalar na região, o que ocuparia grande parte da terra do povo Deni. |
2020 – Fim da extração de petróleo no mar do Norte pela Dinamarca |
A Dinamarca anunciou a suspensão da extração de petróleo de seu território marítimo no mar do Norte, comprometendo-se ainda a encerrar a produção até o ano de 2050. |
Origem e história do Greenpeace
A história do Greenpeace teve início no ano de 1971, com a expedição de 12 ativistas norte-americanos, originários do estado da Colúmbia Britânica (Estados Unidos), rumo à ilha de Amchitka, no Alasca, para demandar o fim dos testes de armas nucleares. O barco de pesca alugado para realizar o transporte do grupo foi denominado “The Greenpeace”, pois carregava uma faixa com a palavra em inglês, surgida de um grito de protesto de um dos seus membros em manifestação no ano de 1970.
Poucos meses após o início da primeira missão do Greenpeace, em 1972, houve uma resposta satisfatória e aguardada do governo norte-americano, que pôs fim no teste nuclear na Antártida. A partir de então, a organização passou a atrair um maior número de adeptos e a se envolver em diversas causas de cunho ambientalista local, regional ou global, lutando contra:
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a pesca de baleias;
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o avanço do desmatamento na Amazônia;
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o uso de agrotóxicos;
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a poluição dos oceanos;
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a construção de novos reatores nucleares;
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os combustíveis fósseis e outros problemas que têm impacto negativo de médio e longo prazo no equilíbrio ambiental.
O Greenpeace é formado hoje por 26 organismos independentes (coordenados pelo Greenpeace International) que desempenham as suas atividades em 55 países, onde reúne 2500 funcionários e mais de 15 mil voluntários. A sede do Greenpeace International fica em Amsterdã, nos Países Baixos.
Confira no nosso podcast: Sustentabilidade, degradação ambiental e responsabilidade humana
Importância do Greenpeace
O Greenpeace se tornou uma das principais organizações de cunho ambientalista com ações de escala global. Ele é importante porque atua na exposição e denúncia das principais atividades responsáveis pela degradação do meio ambiente e que podem ter consequências graves, no longo prazo, para os ecossistemas e a biodiversidade do planeta. Com isso, ele conscientiza a população a respeito dos problemas ambientais em curso e pressiona as autoridades, os políticos e as empresas capazes de agir na gestão ou supressão desses impactos.
Greenpeace Brasil
A vertente brasileira do Greenpeace começou a atuar no país em 1992, e a sua primeira ação foi desenvolvida na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como ECO-92. Na ocasião, que ocorreu em 26 de abril de 1992, os protestos foram direcionados à Usina Nuclear de Angra dos Reis, situada no litoral do Rio de Janeiro.
Naquele mesmo ano, o navio do Greenpeace “Rainbow Warrior” (ou Guerreiro Arco-Íris) esteve na cidade de Angra dos Reis, e os ativistas prestaram uma homenagem às centenas de mortos do acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, que havia acontecido em 1986.
No ano seguinte, em 1993, o Greenpeace Brasil conquistou a sua primeira vitória com a assinatura brasileira na Convenção de Basileia, que controla o movimento de resíduos tóxicos e perigosos à saúde humana e ao meio ambiente entre países.
Ao longo de sua história, o Greenpeace Brasil efetivou diversas abordagens, cobrando ações das empresas privadas e do governo em várias frentes, com destaque para a proteção dos povos indígenas, como acontece atualmente na luta, com outras entidades e populações indígenas, contra a aprovação da lei do Marco Temporal, e na preservação da Floresta Amazônica.
Notas
|1| Greenpeace International. Disponível aqui.
|2| Greenpeace Brasil. Disponível aqui.
Créditos da imagem
[1] Tomasz Bidermann / Shutterstock
[2] Radiokafka / Shutterstock
[3] Alex Carvalho / Angra 3 – Greenpeace / Wikimedia Commons (reprodução)
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia