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Queimadas

Queimadas são eventos naturais ou antrópicos que podem causar sérios danos nas áreas em que ocorrem, podendo causar graves prejuízos econômicos, sociais e ambientais.

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As queimadas são fenômenos naturais que podem surgir em áreas secas, de clima árido e semiárido, que contenham vegetação. Com a ajuda do vento e da baixa umidade, fagulhas podem surgir de forma natural, causando incêndios que, em alguns casos, podem chegar a proporções enormes. Há, também, as queimadas antrópicas, muito comuns em áreas rurais para a limpeza do pasto ou para a preparação do solo para a próxima colheita.

Leia também: Ações antrópicas no meio ambiente: quais são as consequências?

Tópicos deste artigo

Tipos de queimadas e suas causas

Ao tratarmos de queimadas, podemos distinguir dois tipos: as naturais e as artificiais (antrópicas). As primeiras podem acontecer por meio de outros eventos naturais, como a queda de um raio ou a ocorrência de tempo muito seco com altas temperaturas e baixa umidade. Em regiões como o Cerrado brasileiro, focos de queimadas naturais podem ser identificados com facilidade nos períodos de estiagem, durante o inverno, de junho a setembro.

Muitas vezes, o fogo é usado para limpar uma área para a pastagem ou o plantio agrícola.
Muitas vezes, o fogo é usado para limpar uma área para a pastagem ou o plantio agrícola.

Já as queimadas artificiais são aquelas em que o ser humano ateia fogo em alguma área para eliminar possíveis entulhos ou matéria orgânica. É uma prática antiga, mas que traz sérios danos ao solo e à qualidade do ar. Geralmente, esse tipo de queimada tem como justificativa a limpeza de um terreno para um novo plantio, pasto, a abertura de grandes áreas, estradas e, também, o desmatamento.

Quando há queimadas provocadas por humanos, o risco é enorme, pois caso o vento mude de direção, fagulhas são levadas para outras áreas, podendo iniciar-se outro incêndio que pode ficar fora de controle. Além disso, a fumaça prejudica a qualidade do ar nas áreas de ocorrência de queimadas e em áreas distantes, pois ela é transportada pela ação das correntes de ar. Mesmo havendo técnicas, o ato de colocar fogo em um terreno é extremamente perigoso, tanto para os humanos quanto para o meio ambiente.

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Queimadas no Brasil

No Brasil há uma grande quantidade de queimadas dos dois tipos já citados, principalmente nos biomas Amazônia e Cerrado, com a expansão da fronteira agrícola, iniciada na década de 1970, e o desmatamento ilegal na Floresta Amazônica.

Diante disso, percebe-se um claro descaso em relação à preservação do meio ambiente, pois há maior preocupação com a produção econômica, o agronegócio e as grandes madeireiras do que com o uso ecológico e sustentável dos biomas.

Estima-se, segundo o MapBiomas, que a Amazônia já perdeu para o desmatamento e as queimadas, de 1985 até 2018, mais de 720 mil km² de cobertura vegetal, algo equivalente a todo o território chileno.

Vista do espaço mostrando queimadas na Amazônia.
Vista do espaço mostrando queimadas na Amazônia.
  • Controle de queimadas no Brasil

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é o órgão governamental responsável pela medição e análise dos focos de queimadas em todo o país.

Segundo o instituto:

  • em 2007 houve mais de 340 mil focos em todo o país, sendo o ano com o maior número de focos desde que a medição começou, em 1998;

  • em 2020 foram registrados mais de 198 mil focos até o mês de outubro, o maior número desde 2010, quando foram registrados 282.389 focos de queimadas.

Essa medição é feita com base em imagens de satélites, sendo atualizadas de dois em dois dias, e com base em dados enviados para centrais robotizadas, com a mínima interferência humana, para não haver alterações e/ou manipulações de números.

Veja também: Efeito estufa: causas e consequências

Queimadas pelo mundo

No mundo, áreas como o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, e a Austrália são constantemente afetadas por incêndios florestais que, na maioria das vezes, saem do controle e causam a morte de habitantes.

Floresta em chamas na Califórnia, Estados Unidos.
Floresta em chamas na Califórnia, Estados Unidos.

Na América do Norte, em especial na costa oeste dos Estados Unidos, onde está a Califórnia, os incêndios florestais são comuns no verão, entre junho e setembro, período em que as temperaturas são bastante elevadas, a umidade do ar é baixa e há fortes ventos, por ser uma área litorânea.

A maioria desses incêndios florestais é causada por ações humanas, como uma fogueira mal apagada de um acampamento, a limpeza de um terreno ou a queima de lixo nas residências próximas às florestas, situações bem comuns nessa região dos EUA.

Em 2018 faíscas de uma rede elétrica provocaram o maior incêndio da região, matando 85 pessoas e destruindo áreas de três cidades da Califórnia: Magalia, Paradise e Concow. O incêndio deixou um rastro de 62.053 hectares queimados.

No ano de 2020, segundo a Universidade de Stanford, pelo menos 1200 pessoas acima de 65 anos morreram em consequência das fumaças geradas pelos incêndios, número muito acima das estatísticas oficiais. Elas divulgaram que 23 pessoas haviam falecido em ocorrência direta das consequências dos incêndios florestais.

Na Austrália, as queimadas são frequentes nos finais do ano, entre novembro e dezembro, em áreas litorâneas do país, principalmente na costa leste. No último registro de janeiro de 2020, estima-se que 15 pessoas tenham morrido devido aos focos de incêndios, que também afetam áreas florestais do país.

Lá a combinação é semelhante a que ocorre na Califórnia: altas temperaturas (que podem ultrapassar os 40 ºC), baixa umidade do ar, ventos fortes e vegetação seca.

A fauna é bastante afetada pelos incêndios florestais.
A fauna é bastante afetada pelos incêndios florestais.

As duas localidades sofrem com um mal em comum: as mudanças climáticas. A cada ano, os incêndios florestais nessas áreas têm sido maiores e mais catastróficos, pois o período de estiagem é maior, bem como as temperaturas durante o verão. Devido a isso, qualquer tipo de queimada pode ser perigoso, pois a ação do vento, associada à vegetação seca, faz com que uma pequena fagulha transforme-se num evento aterrorizante e mortal.

Problemas causados pelas queimadas e suas consequências

As queimadas, quando naturais, podem trazer alguns benefícios para solos e biomas acostumados com esses eventos, como o Cerrado brasileiro. Pode haver a renovação de matéria orgânica e o potencial de fertilidade aumentar com as cinzas, além do desfalecimento das ervas daninhas, mas isso não é comprovado pelos cientistas.

Quando as queimadas são causadas de forma artificial, muitos perigos podem surgir tanto para o bioma quanto para quem as inicia. Elas podem sair do controle, dependendo das condições climáticas, e atingir áreas que estavam fora de alcance do foco inicial.

A fumaça prejudica toda a fauna da localidade, obrigando animais a irem para habitat que não os de origem. Há, também, a poluição causada nas estradas e rodovias, prejudicando o trânsito e podendo gerar graves acidentes, além do incômodo gerado para as pessoas, causando sérios problemas respiratórios.

De forma geral, os malefícios ocasionados pelas queimadas são muitos, como:

  • perca de umidade do solo;

  • acentuação de erosões e outros processos que degradam o solo;

  • aumento de dióxido de carbono na atmosfera;

  • poluição de rios e suas nascentes por meio das cinzas, transportadas para o leito dos rios nas primeiras chuvas;

  • destruição de habitat.

Além dessas, há várias outras situações semelhantes, como a poluição de aquíferos, lagos e açudes.

Acesse também: Quais são as formas de degradação do solo?

Possíveis soluções para as queimadas

A grande solução para as queimadas seria a interrupção dessa prática pela população, mas sabemos que isso é impossível, uma vez que tal ação é histórica e acompanha os seres humanos desde seus primórdios.

Assim, como grande parte das queimadas é oriunda de ações humanas, as soluções para esse problema também passam pela conscientização e mudança de hábitos da sociedade.

Evitar jogar bitucas de cigarros em áreas de vegetação seca já é um avanço, além de contribuir para a limpeza dos ambientes. Não colocar fogo em lixo, mesmo que nas residências ou áreas abertas, pois uma fagulha pode ser transportada pelo vento e atingir áreas distantes, dando início a um outro foco de queimada.

Para a limpeza de áreas imensas, o ideal é capinar o mato, e não promover o fogo como agente limpador.

A melhor solução para as queimadas é a preservação ambiental e a prevenção dos focos.
A melhor solução para as queimadas é a preservação ambiental e a prevenção dos focos.

As melhores soluções para as queimadas passam pela prevenção. Entretanto, caso encontre focos de incêndio e queimadas, chame as autoridades competentes, como o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 e a Polícia Militar pelo telefone 190. Se o incêndio for em área de morro e houver vítimas, procure também a Defesa Civil pelo telefone 199. Tais autoridades são treinadas para lidar com essas situações extremas.

 

Por Átila Matias
Professor de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Átila Matias Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

MATIAS, Átila. "Queimadas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/queimadas.htm. Acesso em 17 de dezembro de 2024.

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