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Formas de degradação do solo

O processo de degradação do solo apresenta-se sob variados aspectos e proporciona perda de produtividade e impactos na dinâmica socioambiental.

A degradação dos solos torna-os improdutivos e prejudica as atividades humanas e naturais
A degradação dos solos torna-os improdutivos e prejudica as atividades humanas e naturais
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O processo de degradação do solo pode ocorrer de várias maneiras diferentes, geralmente resultantes de seu mau uso e conservação por parte das atividades humanas. A ocorrência dessas situações pode estar associada ao esgotamento de nutrientes ou à remoção da vegetação, entre outros inúmeros fatores.

As principais formas de degradação do solo, isto é, os tipos com que esse problema se apresenta, são:

1. Desertificação

A desertificação consiste no processo de degradação e esgotamento dos solos que ocorre em regiões de clima árido, semiárido e subúmido, onde a pluviosidade não é maior do que 1400mm anuais e, portanto, a evaporação é maior do que a infiltração. A desertificação recebe esse nome porque provoca uma mudança da paisagem para algo próximo à paisagem de um deserto, embora não necessariamente a área formada possa ser considerada como tal.

Embora esse problema apresente algumas causas naturais, como o clima e a predisposição para a sua ocorrência, os seus principais determinantes estão associados às práticas antrópicas, tais como o desmatamento, as queimadas, o uso intensivo do solo pela agropecuária, mineração, irrigação incorreta, entre outros.

2. Arenização

A arenização é, muitas vezes, confundida com a desertificação, mas se trata de fenômenos diferentes. A arenização consiste na formação de bancos de areia em solos já de consistência arenosa em regiões que, diferentemente das áreas que se desertificam, apresentam climas mais úmidos e com maiores volumes de chuva, onde a infiltração e o escoamento da água são superiores aos índices de evaporação.

As causas para o processo de arenização estão, sobretudo, relacionadas com a remoção da vegetação, que protege e firma os solos. Assim, as chuvas vão gradativamente lavando o terreno e removendo os seus nutrientes em um processo que pode ser ainda mais intensificado pela prática exaustiva da agricultura ou da pecuária. No Brasil, esse processo é bastante comum na região Sul.

3. Processos erosivos

A erosão é um dos mais conhecidos tipos de degradação do solos. Trata-se de um processo natural que pode ser intensificado pelas práticas humanas e que consiste no desgaste dos solos e das rochas com posterior transporte e deposição do material sedimentar que é produzido.

Os processos erosivos, além de alterarem a forma do relevo formando crateras que podem ocupar grandes áreas, também são responsáveis pela retirada de nutrientes dos solos. Em alguns casos, a lavagem excessiva da camada superficial pela água das chuvas – processo chamado de lixiviação ou erosão laminar – torna os solos mais ácidos ou improdutivos. Além disso, as erosões também estão associadas a problemas de movimentação de massas e desabamento de encostas.

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4. Salinização

A salinização consiste no processo de aumento dos sais minerais existentes, a ponto de afetar a produtividade dos solos de uma determinada região. Esses sais minerais apresentam-se na forma de íons, tais como o Na+ e o Cl-, sendo mais comuns em áreas de clima árido e semiárido, onde as taxas de evaporação são muito acentuadas.

Resumidamente, a ocorrência da salinização está relacionada com a prática da irrigação que se utiliza de água com elevado teor de sais (lembrando que os sais minerais estão sempre presentes na água, a exemplo do potássio e muitos outros). Assim, com a evaporação da água, os sais acumulam-se no solo e aumentam a sua salinidade. Outras causas possíveis para a salinização são a elevação acentuada do nível freático e a evaporação de águas salgadas ou salobras acumuladas de mares, lagos e oceanos.

5. Laterização

A laterização consiste no acúmulo de hidróxidos de ferro e alumínio, alterando a composição e a aparência dos solos. Esse processo é resultante, principalmente, da alteração da camada superficial pelo intemperismo químico associado à sua lavagem exaustiva pela lixiviação.

O processo de laterização é mais comum em áreas úmidas e quentes de climas tropicais e pode ser intensificado por queimadas e desmatamentos, pois a vegetação ajuda a proteger os solos do elevado desgaste proporcionado pela água das chuvas. Apesar de ser importante para a formação dos latossolos, a laterização pode ser considerada um problema de degradação ambiental, pois dificulta a penetração de raízes e diminui a fertilidade.

6. Poluição direta e contaminação

A poluição direta ou contaminação consiste na alteração química da composição dos solos, tornando-os, muitas vezes, inférteis. Trata-se de um problema eminentemente antrópico e causado pelo uso excessivo de agrotóxicos, defensivos e fertilizantes na agricultura e também pela infiltração de materiais orgânicos poluentes em áreas de lixões, aterros sanitários e até em cemitérios, onde há uma elevada taxa de formação de chorume.

Além de tornar os solos improdutivos e afetar a qualidade de vida da população que vive sobre eles, esse tipo de contaminação pode afetar o lençol freático, a vegetação de uma determinada localidade e até a fauna, prejudicamento o funcionamento dos ecossistemas. Para isso, é preciso haver uma maior conscientização social e a adoção de medidas de diminuição da poluição dos solos e de seus recursos naturais.


Por Me. Rodolfo Alves Pena

Escritor do artigo
Escrito por: Rodolfo F. Alves Pena Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PENA, Rodolfo F. Alves. "Formas de degradação do solo"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/formas-degradacao-solo.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


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Lista de exercícios


Exercício 1

No Brasil, em termos de esgotamentos dos solos, podemos citar as regiões áridas do Nordeste que sofrem com o processo de desertificação. Já no sul, o intensivo uso do solo em terrenos arenosos leva à arenização.

Arenização e desertificação são distintos processos de degradação do solo. O principal critério natural utilizado para diferenciar esses dois tipos é:

a) a composição dos solos

b) o nível de exploração dos recursos

c) o regime pluvial

d) a suscetibilidade a erosões

e) o índice de salinidade

Exercício 2

Deslizamento de Terra em Angra dos Reis, em 2010
Deslizamento de Terra em Angra dos Reis, em 2010

VIANA, D. / Agência Estado. Disponível: <http://noticias.r7.com/cidades>. Acesso em: 21 ago. 2015.

A imagem acima retrata um processo erosivo que se associa às chuvas:

a) pela remoção da vegetação

b) pela fixação do terreno argiloso

c) pelo nivelamento do relevo

d) pela intemperização química

e) pela saturação do solo