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Agricultura intensiva é um sistema produtivo caracterizado pela utilização intensiva das novas técnicas e tecnologias para o aumento da produtividade agrícola. É um agrossistema típico de países desenvolvidos e, quando presente nos países subdesenvolvidos, frequentemente a produção destina-se à exportação.
Agricultura intensiva e meio ambiente
É fato que a Agricultura Intensiva, por meio dos recursos por ela utilizados, promoveu uma verdadeira revolução no aumento da produtividade e na redução de tempo para a obtenção de resultados na agricultura. Entretanto, esse avanço não ocorreu sem custos aos recursos naturais. Há diversos aspectos desse sistema que provocam críticas dos ambientalistas.
Vejamos alguns dos impactos ambientais provocados pela agricultura intensiva:
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Uma área que será cultivada pela primeira vez já sofrerá o primeiro impacto, que é a retirada da cobertura vegetal original. O desmatamento de áreas para o cultivo é essencial para a agricultura intensiva, pois a utilização de maquinário não é compatível com o plantio integrado à vegetação original;
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A agricultura intensiva, por ser mecanizada, é uma modalidade que utiliza muita energia e combustíveis fósseis, como o óleo diesel. A utilização de implementos agrícolas e máquinas, como arados mecânicos, plantadeiras, pulverizadores e colheitadeiras, contribui para a queima desses combustíveis e a consequente poluição do ar;
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Poluição dos solos e da água pelo uso de defensivos agrícolas, os chamados agrotóxicos, que são utilizados para combater as pragas que atingem as lavouras. Entretanto, esses produtos químicos não atingem apenas o campo cultivado. Muitas vezes, quando chove ou quando o terreno é irrigado, os pesticidas são levados para as camadas mais profundas do solo e para os mananciais de água doce;
A poluição dos solos e da água e a diminuição da biodiversidade são consequências do uso de agrotóxicos
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Além da poluição, o uso indiscriminado de agrotóxicos pode colaborar para a diminuição da biodiversidade, pois esses pesticidas, muitas vezes, não atingem apenas as pragas, mas também organismos (animais e plantas) que estão no raio de aplicação do agrotóxico;
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O uso dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM), os chamados transgênicos, também é alvo de queixas por parte dos ambientalistas. Uma das contestações faz referência à perda ocasionada à vegetação e lavouras vizinhas ao local que recebeu imunidade a alguma infestação. Como as pragas (fungos, bactérias, insetos) não conseguem atingir a lavoura transgênica, elas migram para as lavouras ou vegetação vizinhas;
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Segundo os ambientalistas, o uso de sementes transgênicas pode acarretar impactos negativos ao meio ambiente
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Enfraquecimento total do solo pelo uso ininterrupto e pela excessiva utilização de minerais corretivos e agrotóxicos, que podem salinizá-lo. Essa ocorrência pode prejudicar permanentemente o solo, tornando-o inapto a receber qualquer tipo de cultivo;
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A irrigação é responsável pela utilização de grande parte da água potável. Mais da metade da água consumida é destinada a irrigar campos cultivados. Em uma época como a atual em que já se tem falta de água para o consumo em diversos locais, essa informação por si só já se configura como uma preocupação ambiental importante;
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A retirada da cobertura vegetal original para o plantio (desmatamento) em conjunto com a irrigação e utilização de minerais corretivos é a combinação ideal para o surgimento de erosões no solo. Mesmo no período em que o solo está recebendo plantações, podem ocorrer, quando a drenagem da água não é bem feita, erosões que podem comprometer, inclusive, a produção.
As técnicas utilizadas na agricultura intensiva podem acarretar prejuízos irreparáveis ao solo
Ao mesmo tempo em que ocorrem protestos e críticas ao modelo de produção da agricultura intensiva, muitos pesquisadores e ambientalistas têm proposto alternativas de produção agrícola que não causem tantos impactos ao meio ambiente. Algumas das soluções apontadas são o reúso da água na agricultura, a utilização de fertilizantes e defensivos biológicos e a agricultura orgânica, que elimina a utilização de produtos químicos em sua produção. Essas e outras iniciativas trazem esperança de uma produção agrícola que tenha uma convivência mais pacífica com o meio ambiente.
Por Amarolina Ribeiro
Graduada em Geografia