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História dos Estados Unidos

Os Estados Unidos foram colonizados pelos ingleses, conquistaram sua independência em 1776 e transformaram-se na maior potência econômica e militar do mundo.

A bandeira dos EUA contém 13 faixas simbolizando as Treze Colônias e 50 estrelas simbolizando os estados que formam o país.
A bandeira dos EUA contém 13 faixas simbolizando as Treze Colônias e 50 estrelas simbolizando os estados que formam o país.
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Os Estados Unidos (EUA) são a nação mais rica e poderosa do mundo atualmente, e a história dela é cheia de acontecimentos importantes que marcaram a história mundial. O território que corresponde ao atual Estados Unidos foi colonizado pelos ingleses, até que os colonos americanos conduziram um processo de independência pioneiro no continente.

Ao longo do século XIX, os Estados Unidos foram transformando-se em uma nação extremamente rica e tornaram-se uma potência econômica mundial no período da Primeira Guerra Mundial. Sua história ficou marcada por guerras como a Guerra de Secessão, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietnã.

Além disso, a história norte-americana foi marcada por movimentos sociais — como o movimento que lutava pelos direitos civis dos afro-americanos na década de 1960 e teve nomes de destaque, a exemplo de Martin Luther King Jr., Rosa Parks, Malcolm X, entre outros. Recentemente, a história americana teve como destaque a luta — questionada por muitos — do país contra o terrorismo.

Acesse também: Destino manifesto — a ideologia que impulsionou o crescimento dos EUA

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a história dos Estados Unidos

  • A colonização dos EUA foi realizada pelos ingleses.

  • Treze Colônias era o termo usado para definir as colônias britânicas situadas na Costa Leste dos EUA até que essas conquistassem sua independência.

  • A primeira tentativa de colonização inglesa foi realizada pelo corsário inglês Sir Walter Raleigh.

  • A primeira das treze colônias foi Virgínia, fundada em 1607 pela London Company,

  • As treze colônias puderam desenvolver-se de maneira bastante autônoma, com características que permitiram dividi-las em Colônias do Norte e Colônias do Sul.

  • A independência dos EUA foi resultado da divergência de interesses entre a colônia e a metrópole ao longo do século XVIII.

  • Após cinco anos de guerra, os ingleses, derrotados, reconheceram a independência dos Estados Unidos.

  • No século XIX, os norte-americanos expandiram seu território no que ficou conhecido como “Marcha para o Oeste”.

  • No auge do processo de expansão territorial, os EUA entraram em combate contra os mexicanos na Guerra Mexicano-Americana, que aconteceu entre 1846 e 1848.

  • A Guerra de Secessão foi resultado das divergências políticas entre os estados do norte e os estados do sul na questão da expansão do trabalho escravo para os novos territórios.

  • No processo de Reconstrução do Sul, uma série de leis racistas foram aprovadas no sul dos EUA, com o objetivo de retirar direitos civis e políticos dos afro-americanos.

  • No século XX, os EUA tornaram-se a maior potência econômica do mundo, mas sofreram um grande baque na Crise de 1929, muito conhecida por ter sido um colapso de superprodução.

  • Em 1941, os EUA entraram na Segunda Guerra Mundial em decorrência do ataque a Pearl Harbor realizado pelos japoneses.

  • Em 6 e 9 de agosto de 1945, os norte-americanos lançaram bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki como forma de forçar a rendição japonesa.

  • O discurso de Harry Truman, em 1947, é considerado o marco que deu início à polarização que simbolizou a Guerra Fria.

  • Ao longo da Guerra Fria, os americanos envolveram-se direta ou indiretamente com conflitos como a Guerra da Indochina, a Guerra da Coreia, a Guerra do Vietnã etc.

  • Ao final da década de 1950, foi iniciado no país o movimento pelos direitos civis dos afro-americanos, o qual teve como grandes nomes Malcolm X e Martin Luther King Jr.

  • A partir da década de 1960, os americanos financiaram ditaduras militares em países da América Latina, como Brasil, Argentina e Chile.

  • No século XXI, os EUA foram alvo de ataques terroristas em 2001, e, em represália, ordenaram a invasão do Afeganistão, em 2001, e do Iraque, em 2003.

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Colonização dos Estados Unidos

A colonização dos Estados Unidos foi realizada pelos ingleses no que ficou conhecido como Treze Colônias. Literalmente, tratava-se de 13 colônias fundadas por ingleses e que se transformaram nos EUA. Os espanhóis chegaram ao continente americano em 1492, e, no território dos atuais EUA, foram os primeiros europeus a estabelecerem-se.

 

Os pais peregrinos são considerados os fundadores dos EUA.*
Os pais peregrinos são considerados os fundadores dos EUA.*

Os primeiros espanhóis chegaram à Flórida no começo do século XVI, mas a colonização dos EUA foi realizada pelos ingleses. As primeiras tentativas de colonização desses na América do Norte deram-se no reinado de Elizabeth I, que permitiu que Sir Walter Raleigh iniciasse a conquista da região.

Essa tentativa inicial de ocupação fracassou, e o símbolo desse fracasso é o caso da colônia instalada na ilha de Roanoke. Em 1590, chegou a Roanoke uma expedição inglesa, mas a colônia estabelecida lá previamente estava deserta. Acredita-se que nativos tenham atacado-a.

No começo do século XVII, foram estabelecidas novas tentativas de ocupação, e considera-se a fundação da colônia de Virgínia, em 1607, como o ponto de partida da colonização inglesa. Os ingleses realizaram a concessão dos direitos de colonização e exploração para duas empresas privadas, que rapidamente faliram (London Co. e Plymouth Co.).

Na medida em que o projeto colonizador concretizou-se, 13 colônias inglesas surgiram:

  • Virgínia, fundada pela London Company, em 1607.

  • New Hampshire, fundada pela London Company, em 1623.

  • Massachusetts, fundada por John Mason e outros separatistas puritanos, entre 1620-1630.

  • Maryland, fundada por Lord Baltimore, em 1634.

  • Connecticut, fundada por emigrantes de Mass, em 1635.

  • Rhode Island, fundada por Roger Williams, em 1636.

  • Carolina do Norte, fundada por emigrantes da Virgínia, em 1653.

  • Nova York, fundada pela Holanda, em 1613.

  • Nova Jersey, fundada por Berkeley Carteret, em 1664.

  • Carolina do Sul, fundada por nobres ingleses, em 1670.

  • Pensilvânia, fundada por William Penn, 1681.

  • Delaware, fundada pela Suécia, em 1638.

  • Geórgia, fundada por James Oglethorpe, em 1733.

Um marco importante para os americanos é a chegada dos peregrinos por meio de um navio chamado Mayflower, que, de acordo com eles, trouxe os “pais fundadores”. Um dos principais feriados dos EUA — Dia de Ação de Graças — é em celebração a esse dia realizado pelos pais peregrinos, pela primeira vez, em Massachusetts, no ano de 1621.

O crescimento da colônia foi rápido, e um símbolo disso é o grande crescimento populacional das Treze Colônias. Assim, se em 1620 a população era de 2500 pessoas, um século depois essa tinha ultrapassado os três milhões de habitantes, segundo aponta o historiador Leandro Karnal.|1|

As Treze Colônias desenvolveram-se cada qual com suas características, uma vez que a colonização inglesa foi menos controladora do que a espanhola e a portuguesa. Com essa maior autonomia, foi possibilitado às Treze Colônias a promoção do seu desenvolvimento da forma como achavam melhor.

Essas foram agrupadas em dois grupos, dependendo de suas características. Esses grupos eram as colônias do Sul e colônias do Norte. Explicamos brevemente as características de cada um deles a seguir:

  • Colônias do Norte: apresentavam clima temperado, parecido com o encontrado na Inglaterra e, por isso, a agricultura não era muito rentável. A produção agrícola baseava-se na policultura e era voltada para atender as necessidades de consumo interno. O trabalho preponderante nessa região era o trabalho livre e familiar, outras atividades econômicas de destaque eram a manufatura, a produção de navios e a pesca, e o mercado triangular era importante para a economia local.

  • Colônias do Sul: seu clima e solo permitiam que a agricultura fosse realizada em grande escala e voltada para a exportação. Os produtos de maior destaque eram o tabaco e o algodão, produzidos em grandes propriedades conhecidas como plantations. A forma de trabalho preponderante foi a do trabalho escravo realizado pelos africanos.

Independência dos Estados Unidos

Na Revolução Americana, os colonos lutaram contra a Inglaterra pela sua independência.
Na Revolução Americana, os colonos lutaram contra a Inglaterra pela sua independência.

A independência dos Estados Unidos foi declarada no dia 4 de julho de 1776, e esse acontecimento também é conhecido como Revolução Americana. A independência dos Estados Unidos foi resultado do desgaste da relação entre metrópole e colônia e resultou no fim do vínculo colonial que existia entre a Inglaterra e as Treze Colônias.

Os Estados Unidos surgiram em um modelo republicano e federalista, tendo nos ideais iluministas a sua grande referência. Esses ideais fizeram os colonos defenderem as liberdades individuais e o livre comércio, por exemplo. Apesar disso, a independência americana foi conduzida pela elite colonial, que estava irritada com a postura da metrópole.

O processo de independência dos Estados Unidos teve como ponto de partida a divergência de interesses entre colonos e metrópole. Isso porque a postura da Inglaterra em relação a sua colônia alterou-se drasticamente, sobretudo porque esta foi vista como fonte que financiaria o desenvolvimento do processo industrial em curso daquela.

Isso resultou no aumento de impostos para os colonos, e foi isso que ocasionou crescimento do sentimento de oposição dos colonos em relação à Inglaterra. Algumas das leis decretadas por esse país, a partir da década de 1760, foram:

  • Lei do Açúcar

  • Lei do Selo

  • Lei da Hospedagem

  • Atos Townshend

Essas leis decretavam, por exemplo, o aumento nos impostos de produtos como açúcar, vinho, café, vidros, chá, entre outros; tornavam obrigatório que um selo pago estivesse em qualquer tipo de documento emitido na colônia; e determinavam que os colonos arcassem com os custos de abrigar os soldados estabelecidos nas Treze Colônias.

A última determinação da Inglaterra que deu início ao processo de independência foi a Lei do Chá, a qual estipulava o monopólio da venda de chá para uma empresa inglesa. Essa lei revoltou os colonos e levou a uma revolta conhecida como Festa do Chá de Boston. Nesse acontecimento, colonos, disfarçados de índios, invadiram o porto de Boston e jogaram 340 caixas de chá no mar.

A ação da metrópole em represália foi dura e ficou conhecida como Leis Intoleráveis. Isso levou os colonos a reunirem-se no Primeiro Congresso Continental da Filadélfia, no qual foi emitido um documento que protestava contra as medidas do rei inglês. Logo depois, iniciaram-se os primeiros conflitos entre colonos e ingleses e foi organizado o Segundo Congresso Continental da Filadélfia.

Em seguida foi emitida a Declaração de Independência dos Estados Unidos, o que resultou em uma guerra contra os ingleses que se estendeu até 1781 e foi concluída com a vitória dos colonos e a ratificação da independência americana. Os vencedores escolheram o branco, vermelho e azul como cores da bandeira e a águia como símbolo do novo país.

Mapa Mental: Revolução Americana

Mapa Mental: Revolução Americana

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Estados Unidos no século XIX

A reorganização do novo país não foi fácil, sobretudo politicamente. Além disso, o processo de crescimento econômico e territorial dos Estados Unidos foi realizado às custas da exploração do trabalho escravo dos africanos, levados para lá por meio do tráfico negreiro, e dos indígenas, que foram expulsos de suas terras à força.

Primeiro acontecimento de destaque do século XIX é a marcha para o oeste, nome que se dá para o processo de expansão territorial americano. Esse processo aconteceu por meio da compra de territórios: Luisiana, dos franceses (1803), Flórida, dos espanhóis (1819), e Alasca, dos russos (1867).

Outros territórios foram obtidos por meio de uma guerra contra o México, conhecida como Guerra Mexicano-Americana, que aconteceu entre 1846 e 1848, devido a desentendimentos entre os dois países por questões territoriais. O México foi compensado financeiramente pelas suas perdas territoriais, que chegaram a cerca de 40% do seu território inicial.

  • Guerra de Secessão

Na Guerra de Secessão, Norte e Sul dos Estados Unidos lutaram em um conflito que levou 600 mil pessoas à morte.**
Na Guerra de Secessão, Norte e Sul dos Estados Unidos lutaram em um conflito que levou 600 mil pessoas à morte.**

A Guerra de Secessão ou Guerra Civil Americana foi um dos acontecimentos mais marcantes da história americana, aconteceu entre 1861 e 1865 e resultou na morte de 600 mil pessoas. Esse conflito armado teve como grande causa a questão do trabalho escravo e sua utilização nos novos territórios conquistados a Oeste.

Como mencionado, o Norte dos EUA desenvolveu-se baseado na manufatura, na agricultura familiar e no trabalho livre, enquanto o Sul desenvolveu-se baseado no plantation, na monocultura e no trabalho escravo africano. Com a independência, essas diferenças aprofundaram-se e cada região do país tinha opinião distinta a respeito dos motivos para o conflito em questão.

Os sulistas defendiam a expansão do trabalho escravo para os novos territórios enquanto os nortistas eram contrários a isso. Essa divisão alcançou a disputa presidencial, e quando Abraham Lincoln foi eleito presidente, em 1860, os sulistas ficaram extremamente insatisfeitos. No ano seguinte, declararam a sua secessão (separação dos EUA).

A separação dos sulistas em relação à União foi o fator que levou ao início do conflito mais sangrento da história dos EUA. Esses organizaram-se nos Estados Confederados da América e, ao longo de quatro anos de conflito, foram derrotados, reintegrados à União e tiveram de aceitar a abolição da escravidão por meio da 13ª Emenda Constitucional.

Depois da Guerra de Secessão, os Estados Unidos promoveram a chamada Reconstrução do Sul dos Estados Unidos, destruído completamente após a guerra. A reconstrução do Sul e o novo status conquistado pelos afro-americanos levaram a uma resposta da sociedade sulista, altamente racista.

Assim, uma série de leis (conhecidas como Leis Jim Crow) restringindo os direitos civis dos afro-americanos no sul dos EUA foi aprovada, e grupos terroristas que assassinavam negros, como a Ku Klux Klan, surgiram.

Estados Unidos no século XX

No começo do século XX, os Estados Unidos transformaram-se na maior potência econômica do mundo. Na virada do século XIX para o XX, a industrialização do país aconteceu em uma velocidade elevadíssima, e a população do país aumentou consideravelmente com a entrada de milhões de imigrantes.

  • Crise de 1929

O acontecimento da Primeira Guerra Mundial só reforçou essa posição dos EUA na economia mundial, e a década de 1920 foi um período de grande euforia conhecido como Loucos Anos Vinte. A animação com o desenvolvimento econômico deu margem para uma bolha de prosperidade que acabou estourando drasticamente na Crise de 1929, a maior crise da história do capitalismo.

O crédito desregulado, aliado à especulação financeira e à estagnação dos salários, criou uma falsa sensação de prosperidade que estourou na Quinta-feira Negra, no dia 24 de outubro de 1929. Na segunda, dia 28, mais de 33 milhões de ações estavam à venda fazendo com que seu valor despencasse e bilhões de dólares desaparecessem, resultando na falência da economia americana.

O período mais crítico dessa crise foi de 1929 a 1933, e os impactos na economia americana e mundial foram drásticos. Milhões de pessoas perderam seus empregos e a economia americana só se recuperou com a Segunda Guerra Mundial.

  • Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial

Tropas americanas durante a invasão a Okinawa, Japão, em 1945.
Tropas americanas durante a invasão a Okinawa, Japão, em 1945.

A Segunda Guerra Mundial, que aconteceu de 1939 a 1945, foi um acontecimento de extrema importância no século XX e contou com grande envolvimento dos Estados Unidos. A entrada dos EUA na guerra deu-se quando os japoneses atacaram a base naval de Pearl Harbor, em 7 de dezembro de 1941.

No dia seguinte, os americanos declararam guerra aos japoneses e ao Eixo, e a atuação dos americanos na guerra deu-se em duas frentes de batalha. Na Europa e no Norte da África, lutaram contra as forças de italianos e alemães, e na Ásia e no Pacífico, lutaram contra as forças japonesas. O envolvimento dos americanos durou de 1941 a 1945.

Atuações relevantes dos americanos na Segunda Guerra Mundial deram-se em batalhas como a Batalha de Midway, que aconteceu em 1942 e resultou na destruição de grande parte da Marinha japonesa. Na Europa, os americanos tiveram papel crucial no Dia D, nome que se dá ao desembarque de tropas aliadas na Normandia, no dia 6 de junho de 1944.

Uma grande polêmica a respeito da participação americana no conflito originou-se com o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e 9 de agosto de 1945. O lançamento aconteceu como forma de forçar a rendição japonesa e evitar que fosse necessário promover a invasão territorial da ilha principal do Japão. A rendição japonesa oficializou-se em 2 de setembro de 1945.

Acesse também: Por que os EUA criaram campos de concentração durante a 2ª Guerra?

  • Estados Unidos na Guerra Fria

Na Guerra Fria, americanos e soviéticos lutaram pela supremacia internacional, entre 1947 e 1991.
Na Guerra Fria, americanos e soviéticos lutaram pela supremacia internacional, entre 1947 e 1991.

Logo depois da Segunda Guerra Mundial, teve início a Guerra Fria, conflito político-ideológico que aconteceu, de 1947 a 1991, entre os EUA e a União Soviética (URSS). Nesse conflito, americanos e soviéticos disputaram a supremacia internacional, cada qual baseando-se na sua ideologia. É considerado como início da Guerra Fria o discurso de Harry Truman, presidente dos EUA, afirmando a necessidade de conter o avanço do comunismo na Europa.

Os americanos atuaram diretamente na reconstrução da Europa no pós-guerra e financiou a reconstrução desses países por meio do Plano Marshall. Ao longo desse período, os EUA investiram maciçamente no desenvolvimento armamentista e lançaram-se na corrida espacial, enviando uma expedição tripulada à Lua, em 1969.

O momento de maior tensão na história americana no período da Guerra Fria aconteceu na Crise dos Mísseis em Cuba, em 1962. Os americanos exigiram a retirada dos mísseis soviéticos que estavam sendo instalados no país caribenho. A ameça de guerra levou a um clima de forte tensão que resultou na retirada dos propulsores.

Outras interferências indiretas ou diretas dos americanos, durante a Guerra Fria, foram na Revolução Chinesa, na Guerra da Indochina, na Guerra da Coreia e na Guerra do Vietnã. O envolvimento dos EUA nesta última foi marcante na história do país e aconteceu entre 1965 e 1973, resultando na morte de, aproximadamente, 60 mil soldados americanos.

Os americanos tentaram conter os avanços dos comunistas no país asiático, mas, ao longo de oito anos de envolvimento no conflito, foram derrotados e as tropas retiradas do país pelo presidente Richard Nixon. Este, por sua vez, foi protagonista do maior escândalo político da história americana: Watergate. Nesse escândalo foi descoberto que o então presidente coordenava um esquema de espionagem contra opositores do governo e ativistas. As investigações levaram à renúncia de Nixon, em 1973.

Na década de 1980, os americanos envolveram-se indiretamente com a Guerra do Afeganistão, iniciada em 1979, quando os soviéticos invadiram esse país. Os norte-americanos passaram a financiar e treinar grupos fundamentalistas que resistiam aos soviéticos. Pouco tempo depois, os EUA saíram como vencedores da Guerra Fria depois que a União Soviética dissolveu-se em 26 de dezembro de 1991, um dia depois da renúncia de Mikhail Gorbachev, então seu presidente.

  • Movimento dos direitos civis

No final da década de 1950 e começo da década de 1960, um movimento começou a ganhar força nos Estados Unidos: o movimento dos direitos civis dos afro-americanos. Até então, essa parcela da sociedade americana era altamente segregada por meio das mencionadas Leis Jim Crow. Sobretudo no Sul dos EUA, existiam leis que criavam espaços os quais os afro-americanos não podiam frequentar.

Uma série de movimentos e associações começaram a surgir exigindo e lutando pelos direitos civis dos afro-americanos, e grandes nomes também surgiram dessa mobilização. Os mais conhecidos foram Martin Luther King, Rosa Parks e Malcolm X. Martin Luther King, por exemplo, ficou conhecido por promover essa luta de maneira pacífica e ficou imortalizado com seu discurso I have a dream (Eu tenho um sonho).

Saiba mais: Segregação racial nos EUA

  • Estados Unidos e o continente americano

Ao longo do século XX, os EUA interferiram direta e indiretamente em assuntos relacionados aos outros países americanos. No começo do século XX, a política do Big Stick dava o tom da ideologia norte-americana: colocava-se como protetor do continente, interferiria nos países vizinhos se necessário e atuaria contra a influência europeia aqui.

A influência americana aconteceu, sobretudo, em países da América Central e Caribe. Assim, em 1898, os americanos lutaram contra os espanhóis e promoveram a independência de Cuba, transformando-a em uma espécie de quintal dos EUA, ao instalarem governos corruptos que atendiam aos interesses econômicos dos norte-americanos.

Quando cubanos nacionalistas voltaram-se contra os norte-americanos na década de 1950, estes isolaram Cuba por meio de um pesado embargo econômico que dura até hoje. Isolada, a ilha aliou-se com a União Soviética e converteu-se em uma nação comunista.

Os americanos também tiveram forte influência em países como a Nicarágua, implantando lá uma ditadura extremamente corrupta. Quando um grupo guerrilheiro voltou-se contra esse governo ditatorial e impôs um governo baseado no regime soviético, os americanos começaram a influenciar movimentos contrarrevolucionários.

Outros países que sofreram forte interferência dos EUA ao longo do século XX foram o México e o Panamá, por exemplo. No caso da América do Sul, o destaque a ser feito vai para as décadas de 1960 e 1970, quando os governos americanos apoiaram e financiaram ditaduras militares corruptas e violentas que se instalaram em países como Brasil, Chile, Uruguai, Argentina, entre outros.

Nas décadas de 1980 e 1990, a guerra contra as drogas levou os americanos a interferirem diretamente nos assuntos colombianos, país que se tornou grande produtor de cocaína. Mais recentemente, o país no centro dos interesses norte-americanos é a Venezuela, o qual possui as maiores reservas de petróleo do mundo e vive uma intensa crise política, econômica e humanitária desde 2013.

Estados Unidos no século XXI

No 11 de setembro, o World Trade Center foi atacado por aviões sequestrados por terroristas da Al-Qaeda.***
No 11 de setembro, o World Trade Center foi atacado por aviões sequestrados por terroristas da Al-Qaeda.***

Os EUA entraram no século XXI como a maior potência política, econômica e militar do mundo de maneira indiscutível. Nesse momento, o poderio dos Estados Unidos foi desafiado por um novo inimigo: o terrorismo. Em 11 de setembro de 2001, os EUA sofreram atentados terroristas organizados pela Al-Qaeda.

Nesse atentado foram atacados o World Trade Center (o prédio acabou desabando), importante prédio comercial de Nova York, e o prédio do Pentágono, em Washington. Os ataques aconteceram com aviões sequestrados sendo lançados nas duas construções. Os atentados de 11 de setembro resultaram na morte de cerca de três mil pessoas.

Em represália, os EUA lançaram a conhecida “Guerra ao Terror”. Em 2001, o Afeganistão foi invadido com o objetivo de pôr fim na atuação da Al-Qaeda. Apesar de ter destituído o Talibã, até hoje o grupo tem forte atuação em partes do Afeganistão e do Paquistão. Em 2003, foi a vez do Iraque ser invadido, e os motivos para essa invasão até hoje são considerados nebulosos.

Mais recentemente, os Estados Unidos estiveram envolvidos na coalizão internacional que atuava contra o Estado Islâmico, grupo terrorista que surgiu da desorganização do Iraque promovida pelos próprios americanos.

|1| KARNAL, Leandro. A Formação da Nação. In.: KARNAL, Leandro (org.). História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2008, p. 47.

*Crédito das imagens: chrisdorney / Shutterstock

**Crédito das imagens: Everett Historical / Shutterstock

***Crédito das imagens: Ken Tannenbaum / Shutterstock


Por Daniel Neves
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "História dos Estados Unidos"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/historia-eua.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

A expansão empreendida pelos EUA rumo ao oeste do continente foi fundamentada em uma ideia de que os povos de origem anglo-saxônica supostamente seriam predestinados por Deus para ocupar o território americano. Qual o nome dado a esta ideia?

  1. Doutrina Monroe.
  2. Destino Manifesto.
  3. América para os Americanos.
  4. Aliança para o Progresso.

Exercício 2

(Fuveste-SP) O puritanismo era uma teoria quase tanto quanto uma doutrina religiosa. Por isso, mal tinham desembarcado naquela costa inóspita (...) o primeiro cuidado dos imigrantes (puritanos) foi o de organizar em sociedade.

Essa passagem de A Democracia na América, de A. de Tocqueville, diz respeito à tentativa:

  1. malograda dos puritanos franceses de fundarem no Brasil uma nova sociedade, a chamada França Antártida.
  2. malograda dos puritanos franceses de fundarem uma nova sociedade no Canadá.
  3. bem-sucedida dos puritanos ingleses de fundarem uma nova sociedade no sul dos Estados Unidos.
  4. bem-sucedida dos puritanos ingleses de fundarem uma nova sociedade no norte dos Estado Unidos, na chamada Nova Inglaterra.
  5. bem-sucedida dos puritanos ingleses, responsáveis pela criação de todas as colônias inglesas na América.

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