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O fim da União Soviética ocorreu em 1991 após a abertura política e econômica do governo Gorbatchev e o movimento político de Boris Iéltsin. O governo Gorbatchev (1985-1991) realizou dois projetos de reforma: a Glasnost, uma abertura política do regime; e a Perestroika, uma reestruturação econômica. Nesse contexto, o deputado Boris Iéltsin se torna presidente da Rússia e inicia um movimento de dissolução da União Soviética.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o fim da União Soviética
- 2 - Antecedentes históricos do fim da União Soviética
- 3 - Causas do fim da União Soviética
- 4 - Marco do fim da União Soviética
- 5 - Quem acabou com a União Soviética?
- 6 - Consequências do fim da União Soviética
- 7 - As ex-repúblicas soviéticas
- 8 - Exercícios resolvidos sobre o fim da União Soviética
Resumo sobre o fim da União Soviética
- O fim da URSS ocorreu em 1991 após a abertura política e econômica do governo Gorbatchev e o movimento político de Boris Iéltsin.
- Os antecedentes históricos do fim da União Soviética remontam aos governos de Leonid Brejenev (1964-1982) e Mikhail Gorbatchev (1985-1991).
- O governo Brejenev foi marcado por territórios soviéticos da Europa Oriental que iniciaram movimentos de contestação ao comunismo aspirando democracia, como é o exemplo da Primavera de Praga (1968).
- O governo Gorbatchev realizou dois projetos de reforma: a Glasnost, uma abertura política do regime; e a Perestroika, uma reestruturação econômica.
- As causas do fim da União Soviética estão ligadas à crise econômica, desgaste político e tensões sociais.
- O marco do fim da União Soviética foi o movimento liderado por Boris Iéltsin contra o governo Gorbatchev no ano de 1991. Iéltsin foi eleito presidente da Rússia e promoveu sua independência da URSS.
- As consequências do fim da URSS foram a descomunização da Rússia e da Europa Oriental e a introdução de governos representativos e democráticos em seus territórios.
- A partir de setembro de 1991, as 15 repúblicas que formavam a URSS se tornaram países independentes.
Antecedentes históricos do fim da União Soviética
Os antecedentes históricos do fim da União Soviética remontam aos governos de Leonid Brejenev (1964-1982) e Mikhail Gorbatchev (1985-1991) como líderes da URSS. O governo Brejenev foi marcado por anos iniciais de manutenção do alto desenvolvimento econômico, mas seguidos por estagnação e tensões políticas.
Os territórios soviéticos da Europa Oriental iniciaram movimentos de contestação ao comunismo e aspirando democracia, como é o exemplo da Primavera de Praga (1968). A conjuntura de crise se estende para o derradeiro governo de Gorbatchev, no qual ela se agrava, dando motivo a planos de reforma e abertura econômica e política.
É importante frisar que a estrutura de governo da União Soviética possuía uma organização própria: a URSS era formada por diversas repúblicas socialistas, cada qual governada por um presidente, e possuía um governo supranacional, ou seja, que se impunha acima dos governos desses presidentes e governava toda a URSS. Desse modo, a Rússia era governada por um presidente e o conjunto das repúblicas da União Soviética era governado por outra pessoa, o líder do Soviete Supremo da URSS. Quando se fala em Stalin, Brejenev e Gorbathcev, por exemplo, se refere aos líderes do Soviete Supremo da URSS, ou seja, às pessoas que governaram toda a União Soviética.
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Videoaula sobre a União Soviética
Causas do fim da União Soviética
Em linhas gerais, as causas do fim da União Soviética estão ligadas à crise econômica, desgaste político e tensões sociais. Durante os anos do governo Gorbatchev (1985 – 91), foram realizados dois projetos de reforma: a Glasnost, uma abertura política do regime na qual seriam concedidos direitos civis à população, como a liberdade de expressão; e a Perestroika, uma reestruturação econômica na qual o Estado reduziria seus gastos militares e adotaria posturas liberais, em nome da manutenção do socialismo.
Além disso, a manutenção da estrutura rígida de controle soviético sobre as nações da Europa Oriental estava desgastada, e muitas dessas nações enfrentavam movimentos de contestação ao comunismo. Internamente, Gorbatchev e o próprio Partido Comunista sofriam crescente oposição.
Saiba mais: Perestroika e Glasnost — as medidas que levaram a URSS ao declínio total
Marco do fim da União Soviética
O marco do fim da União Soviética foi o movimento liderado por Boris Iéltsin contra o governo Gorbatchev no ano de 1991. Iéltsin foi um importante político que realizou uma divisão entre os membros do Partido Comunista da URSS. Como membro do partido, ocupou destaque como líder da ala liberal, favorável à democratização e à liberalização econômica. Em março de 1989, foi eleito deputado por Moscou com 92% dos votos e com isso conseguiu um posto de destaque no Soviete Supremo, um dos órgãos mais importantes do governo soviético.
Para entender o contexto da dissolução da URSS é necessário compreender a estrutura de governo russa e soviética: a Constituição da União Soviética dispunha que diversos territórios nacionais a formavam, como Rússia, Ucrânia e Azerbaijão. Cada um desses territórios teria um governo próprio, e o conjunto deles seria governado pela União Soviética. Em outras palavras, esses territórios seriam as repúblicas socialistas que se uniram sob o governo soviético, gerando a URSS. Então, durante toda a existência da URSS, coexistiram os cargos de líder da União Soviética e presidente da Rússia, ocupado por pessoas diferentes.
O líder da URSS nesse contexto era Mikhail Gorbatchev, e em 1991 Boris Iéltsin foi eleito presidente da Rússia. Os projetos de ambos, embora significassem uma ruptura com o comunismo tradicional, não eram compatíveis, e Iéltsin era o símbolo da oposição tanto a Gorbatchev quanto ao Partido Comunista, do qual se retirou em 1990.
Essa tensão chegou a seu ápice em 1991, quando ocorreu uma tentativa de golpe de Estado pensado e executado por membros do Partido Comunista contrários à abertura e às reformas promovidas no governo Gorbatchev e às defendidas por Iéltsin. Diante de uma grande reação militar o golpe fracassou, mas a população enalteceu Iéltsin como um ícone político, símbolo da resistência ao comunismo e da vitória ao golpe.
Fortalecido, em 1991 Iéltsin se reuniu com os presidentes da Bielorrússia e Ucrânia, recém-independentes da URSS, e assinou o Pacto de Belaveja, anunciando a independência da Rússia e a dissolução da União Soviética.
Quem acabou com a União Soviética?
A União Soviética não foi dissolvida pela ação de uma única pessoa ou por um único evento. Como todo evento histórico, trata-se de um processo complexo. De forma mais simplificada, pode-se afirmar que foi por meio das reformas de Gorbatchev e do processo de oposição e ascensão de Boris Iéltsin que a URSS foi dissolvida.
Consequências do fim da União Soviética
Com o fim da União Soviética, entraram em vigor diversas pautas em seu antigo território:
- descomunização da Rússia e da Europa Oriental;
- introdução de governos representativos e democráticos;
- garantia de liberdades individuais, coletivas e de imprensa;
- liberalização da economia, adotando práticas de mercado;
- dissolução da burocracia soviética e reorganização política de seus países;
- concretização da independência de suas repúblicas.
Leia também: Revolução Russa — o acontecimento que originou a URSS
As ex-repúblicas soviéticas
A partir de setembro de 1991, as 15 repúblicas que formavam a URSS se tornaram países independentes: Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Estônia, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Letônia, Lituânia, Moldávia, Rússia, Tajiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão. Após a independência, passaram a formar a CEI (Comunidade de Estados Independentes).
Exercícios resolvidos sobre o fim da União Soviética
1. Em março de 1985, assumiu o governo, na União Soviética, o dirigente Mikhail Gorbatchev. Tinha como objetivo realizar reformas de ordem política e econômica. Para dinamizar essas mudanças, foi/foram implantada(s) a(s) alternativa(s)
A) Kolkhozes e Planos Quinquenais.
B) Glasnost e a Perestroika.
C) Sovkhozes.
D) Nova Política Econômica (NEP).
Gabarito: B. As mudanças implementadas foram a Glasnost e a Perestroika.
2. Leia o texto a seguir.
A revolução permanente é uma utopia: a guerra permanente é uma realidade. 1914–1985: Primeira Guerra Mundial, Guerra do Rif, Guerra Civil Espanhola, Segunda Guerra Mundial, guerras da Indochina, da Coreia, do Vietnã, da Argélia, a chamada “Guerra Fria”.
VICENT, G; PROST, A. História da Vida Privada. São Paulo: Cia. das Letras, 1992. p. 201. v. 5.
Após a morte de Lênin houve um racha entre os líderes da Revolução Russa. Como contraposição à tese da “revolução em um só país”, a concepção de Revolução Permanente, uma proposta que pretendia transformar o processo revolucionário em ação incessante e global, foi defendida por
A) Stalin, sucessor de Lenin.
B) Trotsky, líder do exército vermelho.
C) Nicolau II, último czar da Rússia.
D) Gorbatchov, criador da Perestroika.
E) Marx, principal teórico do comunismo.
Gabarito: D. A proposta foi defendida por Mikhail Gorbatchev, líder da URSS e criador da Perestroika.
Créditos da imagem
[2] Dmitry L. Medvedev / Shutterstock
Fontes
FILHO, Daniel Aarão Reis. As Revoluções Russas e o Socialismo Soviético. São Paulo: Unesp, 2004.
FITZPATRICK, Sheila. Breve História da União Soviética. São Paulo: Todavia, 2023.
KENEZ, Peter. História da União Soviética. São Paulo: Edições 70, 2017.
UNIÃO SOVIÉTICA. Constituição de 1936. Disponível em: https://www.marxists.org/portugues/stalin/biografia/ludwig/constituicao.htm.