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A Ku Klux Klan é uma organização terrorista formada por supremacistas brancos que surgiu nos Estados Unidos depois da Guerra Civil Americana com o intuito de perseguir e promover ataques contra afro-americanos e defensores dos direitos desse grupo. Ficaram conhecidos por suas vestimentas peculiares e por promoverem o espancamento de pessoas. O grupo chegou a possuir quatro milhões de membros na década de 1920 e existe até hoje, mas bastante enfraquecido.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a Ku Klux Klan
- 2 - O que é a Ku Klux Klan?
- 3 - Fases de atuação da Ku Klux Klan
- 4 - Contexto histórico da criação da Ku Klux Klan
- 5 - Símbolos da Ku Klux Klan
- 6 - Ku Klux Klan hoje
Resumo sobre a Ku Klux Klan
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A Ku Klux Klan é uma organização terrorista que surgiu nos Estados Unidos, na virada de 1865 para 1866, logo após a Guerra Civil Americana.
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Esse grupo foi criado para promover os ideais do supremacismo branco, ideais racistas que promovem a segregação e o ódio contra negros.
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O grupo surgiu com o intuito de atacar negros e defensores dos direitos civis para os afro-americanos.
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O Klan, como é chamado, foi responsável por cometer atos violentos, como incêndio de casas habitadas por afro-americanos, espancamentos, enforcamentos etc.
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Seus membros utilizavam capuzes e uma vestimenta branca e tinham como símbolo uma cruz. Em suas reuniões e ataques, também incendiavam cruzes.
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A atuação do Klan aconteceu em três fases distintas, sendo a terceira a fase do atual funcionamento da organização.
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O Klan hoje é um grupo terrorista bem pequeno. Possui algumas dezenas de células espalhadas no território americano e alguns milhares de membros.
O que é a Ku Klux Klan?
A Ku Klux Klan é uma organização terrorista que foi criada nos Estados Unidos logo após a Guerra Civil Americana, durante a fase conhecida como Reconstrução, que aconteceu entre o fim do conflito, em 1865, e estendeu-se até 1877. Também conhecida como “KKK” ou apenas “Klan”, essa organização surgiu com base nos ideais de supremacistas brancos que eram contrários às leis que estavam sendo debatidas na época em benefício dos afro-americanos. O nome da organização (Ku Klux Klan) faz menção à palavra do idioma grego kyklos, que significa “círculo”, e à palavra do inglês clan.
A Ku Klux Klan ficou conhecida pela perseguição que promovia contra negros no sul dos Estados Unidos, cometendo atos de violência, como espancamentos até a morte e enforcamentos de suas vítimas. O Klan também perseguia outras pessoas (inclusive americanos brancos) que se mostrassem favoráveis à concessão de direitos civis aos negros.
O grupo é classificado pelos historiadores como um movimento da extrema-direita, sobretudo pelos ideais que motivaram a criação desse grupo: o supremacismo branco. O Klan, ao longo de sua história, possuiu três grandes fases de atuação.
Fases de atuação da Ku Klux Klan
A primeira fase de atuação do Klan ocorreu entre 1865 e 1869 (alguns estendem até 1871). Surgiu logo após a Guerra Civil Americana e promoveu intensa violência no sul dos Estados Unidos contra aqueles que defendiam os direitos civis para os negros libertos. Essa fase encerrou-se quando foi decretada uma lei contra o grupo em 1871, o Klan Act.
A segunda fase do Klan ocorreu a partir de 1915 e estendeu-se até meados da década de 1940. Foi o período em que o Klan possuiu maior poder, tornando-se uma força política influente em alguns estados norte-americanos e possuindo milhões de membros. Nessa fase, continuavam sua perseguição contra os afro-americanos, mas focaram sua violência também contra católicos e judeus.
A influência da Ku Klux Klan nessa segunda fase foi tamanha que o grupo chegou a contar com quatro milhões de membros. O enfraquecimento do grupo nessa fase aconteceu em razão de disputas internas pelo poder, além de escândalos envolvendo o grupo que foram divulgados pela mídia norte-americana da época.
A terceira fase do Klan iniciou-se em meados da década de 1950 em resposta ao crescimento do movimento afro-americano que lutava pelos direitos civis dessa comunidade nos Estados Unidos. Essa fase do Klan estende-se até hoje, e a atuação dessa nova fase ocorreu visando, principalmente, aos ativistas que lutavam pelos direitos civis dos afro-americanos e seus aliados.
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Contexto histórico da criação da Ku Klux Klan
A fundação da Ku Klux Klan aconteceu entre 1865 e 1866 em Pulaski, uma pequena cidade do interior do Tennessee. Os fundadores do Klan eram seis ex-membros do Exército Confederado, as tropas que lutaram pelos estados sulistas que buscavam a separação durante a Guerra Civil Americana.
A criação do Klan relacionou-se diretamente com as transformações que a sociedade sulista sofreu após a Guerra Civil Americana. Essa guerra foi travada no período de 1861 a 1865 entre os estados do norte (chamados de União) e os estados do sul (chamados de Confederados). Na época, havia uma disputa política intensa entre nortistas e sulistas a respeito da expansão da mão de obra escrava para os novos territórios conquistados.
Em virtude do impasse dessa disputa e da vitória de Abraham Lincoln na eleição de 1860, os estados sulistas declararam a secessão, isto é, a separação. A guerra foi iniciada em 1861 em resposta à separação dos sulistas. A guerra acabou em 1865 com a derrota dos Confederados e sua reintegração à União. Iniciou nesse momento uma nova disputa política, agora a respeito de como a integração desses estados aconteceria.
Uma das consequências diretas da derrota dos sulistas na guerra foi a abolição do trabalho escravo dos negros nos Estados Unidos. Com a abolição, começou a ser debatida a extensão de direitos políticos e civis para os negros libertos. Esse período ficou conhecido como Reconstrução e foi nesse contexto em que os negros libertos estavam ganhando novos direitos que surgiu a Ku Klux Klan.
Nessa época, debatiam-se, por exemplo, a extensão do direito de voto aos negros, a possibilidade de que eles pudessem ter direito à propriedade privada e que tivessem garantias que resguardassem seus direitos civis. A reação conservadora dos sulistas brancos e contrários à concessão de mais direitos para os negros libertos pode ser exemplificada pelos Black Codes, leis aprovadas pelos estados do Sul dos EUA que tiravam a liberdade dos negros em diversos aspectos.
Assim, foi nesse contexto em que o Congresso americano travava uma luta política para ampliar os direitos dos negros libertos que nasceu a Ku Klux Klan. Os seis fundadores do Klan, conforme mencionado, eram seis ex-oficiais do exército confederado. Seus nomes eram: Frank McCord, John Kennedy, Richard Reed, Calvin Jones, John Lester e James Crowe.
Símbolos da Ku Klux Klan
Os símbolos dessa organização terrorista era um capuz cônico e uma vestimenta, ambos na cor branca. O objetivo dessa roupa, além de esconder a identidade dos que se envolviam nos atos de violência, era o de intimidar as vítimas. Na segunda fase do Klan, os membros da organização também adotaram a cruz em chamas como símbolo. A cruz também só se tornou um símbolo oficial no emblema do Klan durante a segunda fase.
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Ku Klux Klan hoje
O Klan é uma organização terrorista que existe até hoje, e sua atuação é acompanhada por entidades como o Southern Poverty Law Center (SPLC), responsável pelo estudo de organizações extremistas nos Estados Unidos. Segundo essa entidade, existem atualmente 72 células do Klan nos Estados Unidos, que agrupam, aproximadamente, de 5 mil a 8 mil membros|1|.
A atuação do grupo atualmente é bem enfraquecida porque muitas das células ramificaram-se e deram origens a novos grupos de supremacistas brancos. Há também muitas disputas internas pelo poder nas células do Klan, e o combate do governo contra essa organização terrorista também contribuiu para o seu enfraquecimento.
O Klan atualmente está diretamente ligado com ideais supremacistas, anticatólicos, antissemitas, antiliberais, anticomunistas, além de promoverem discurso de ódio contra muçulmanos e LGBTs e terem envolvimento com movimentos de neonazistas.
Notas
|1| Ku Klux Klan. Para acessar, clique aqui [em inglês].
Créditos da imagem
[1] Everett Historical e Shutterstock