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O Plano Marshall foi um programa de ajuda financeira dos Estados Unidos desenvolvido pelo general George C. Marshall com o objetivo de auxiliar na reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Foi bem-sucedido e promoveu um crescimento econômico significativo aos países da Europa Ocidental.
Leia também: Guerra Fria — detalhes sobre o conflito político-ideológico entre EUA e URSS que ocorreu entre 1947 e 1991
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o Plano Marshall
- 2 - Videoaula sobre o Plano Marshall
- 3 - O que foi o Plano Marshall?
- 4 - Criação do Plano Marshall
- 5 - Consequências do Plano Marshall
Resumo sobre o Plano Marshall
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O Plano Marshall foi um programa de ajuda financeira dos Estados Unidos desenvolvido pelo general George C. Marshall.
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Teve como principal objetivo a reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial.
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Foi implementado a partir de 1947.
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Como forma de rivalizar com o Plano Marshall, a União Soviética criou o Comecon (Conselho mútuo para assistência econômica).
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O Plano Marshall foi bem-sucedido e promoveu um crescimento econômico significativo aos países da Europa Ocidental.
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Também foram consequências do Plano Marshall a criação da Oece (Organização para Cooperação Econômica Europeia) e a criação da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Videoaula sobre o Plano Marshall
O que foi o Plano Marshall?
Desenvolvido pelo general estadunidense George C. Marshall (1880-1959), o Plano Marshall foi um programa de ajuda financeira dos Estados Unidos que consistiu na aplicação de medidas de política econômica para reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o que passou a ser feito a partir de 1947.
O nome oficial do plano era European Recovery Program (Programa de Recuperação Europeia). De 1948 a 1952, os Estados Unidos aplicaram cerca de 12,6 bilhões de dólares nos países europeus, sobretudo na Grã-Bretanha, França e Holanda.
Criação do Plano Marshall
A ideia original do general Marshall era incluir todos os países da Europa no Plano Marshall, incluindo aqueles pertencentes à União Soviética, pois o programa visava reconstruir toda a Europa após a Segunda Guerra Mundial. Mas, em 1947, Josef Stalin (1878-1953), que durante os anos finais da guerra havia lutado ao lado dos Aliados (comandados por Inglaterra e Estados Unidos) contra a Alemanha, Itália e Japão, negou-se a aceitar a ajuda dos EUA. A recusa se deu por motivos ideológicos e estratégicos e acabou por desencadear o início da Guerra Fria.
Como forma de rivalizar com o Plano Marshall, a União Soviética criou seu próprio plano de reconstrução econômica dos países do Leste Europeu que estavam sob a sua influência, o Comecon (Conselho Mútuo para Assistência Econômica).
→ Doutrina Truman
Dado esse acirramento político-ideológico entre EUA e URSS, o então presidente dos EUA, Harry Truman, e o diplomata George F. Kennan perceberam que o programa do general Marshall não poderia tornar-se efetivo sem um outro programa de contenção de um possível avanço do comunismo nos países arrasados pela guerra.
A ameaça desse avanço era real e poderia ser promovida tanto diretamente pela URSS quanto pelos próprios partidos comunistas desses países. A saída encontrada ficou conhecida como “Doutrina Truman”. A diplomacia estadunidense passou a se articular com políticos europeus de orientação social-democrata, contrários ao comunismo, mas com grande aceitação popular. Como dizem os pesquisadores Demétrio Magnoli e Elaine Senise Barbosa, no livro “O leviatã desafiado”:
Na contenção do Plano Marshall, os estrategistas americanos não tinham preferência por parcerias com governos conservadores. Na verdade, os mais argutos visualizavam nos social-democratas os melhores parceiros. Eles eram ideologicamente receptivos aos conceitos de planejamento e cooperação. Mais importante ainda, representavam a esquerda democrática e dividiam com os comunistas a influência sobre os sindicatos. Nos anos 1950, além de Attlee e Bevin, líderes social-democratas como o belga Paul-Henri Spaak, o francês Guy Mollet, o holandês Willem Drees e o norueguês Einar Gerhardsen cimentaram a ponte transatlântica entre a Europa e os Estados Unidos. |1|
A articulação da reconstrução econômica com a política social-democrata seguiu em grande parte também as orientações do keynesianismo, pensamento econômico desenvolvido pelo economista britânico John Maynard Keynes.
Para saber mais detalhes sobre a Doutrina Truman, clique aqui.
Consequências do Plano Marshall
O Plano Marshall foi bem-sucedido e possibilitou que os países da Europa Ocidental desfrutassem um crescimento econômico significativo nas décadas após o fim da Segunda Guerra Mundial. Outros desdobramentos importantes do Plano Marshall foram a criação da Oece (Organização para Cooperação Econômica Europeia) e a criação da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte):
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Oece: entrou em vigor em 16 de abril de 1948, e teve o objetivo de coordenar a distribuição dos fundos empregados pelos EUA e integrar os países europeus diretamente envolvidos com os investimentos. Em 1957, com o Tratado de Roma, a estrutura da cooperação econômica europeia evoluiria para o Mercado Comum Europeu e, depois, para a União Europeia.
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Otan: criada em 4 de abril de 1949, era uma aliança militar que tinha por objetivo integrar militarmente e consolidar a estrutura dos Estados-nação europeus financiados pelo Plano Marshall. Quando sobreveio a Guerra da Coreia e a consequente Guerra Fria, com o acirramento da disputa entre soviéticos e americanos, os países-membros da Otan reservaram-se do pacto que definia a agressão a uma das nações como sendo agressão a todas.
Notas
|1| BARBOSA, Elaine Senise; MAGNOLI, Demétrio. “O leviatã desafiado”. In: Liberdade versus igualdade (vol. 2). Rio de Janeiro: Record, 2013. p. p.100-101.
Fontes
BARBOSA, Elaine Senise; MAGNOLI, Demétrio. “O leviatã desafiado”. In: Liberdade versus igualdade (vol. 2). Rio de Janeiro: Record, 2013.