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Atentados de 11 de setembro

Os atentados de 11 de setembro de 2001 foram realizados pela organização terrorista Al-Qaeda e atingiram o Pentágono e o World Trade Center, resultando em três mil mortos.

Torres gêmeas atingidas no atentado de 11 de setembro.
O World Trade Center foi o primeiro alvo dos terroristas durante os atentados de 11 de setembro. [1]
Crédito da Imagem: Shutterstock
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Os atentados de 11 de setembro foram atentados suicidas cometidos por fundamentalistas islâmicos vinculados à organização terrorista chamada Al-Qaeda. Essa organização, liderada na época por Osama bin Laden, mobilizou 19 terroristas que sequestraram quatro aviões comerciais, lançando-os contra locais específicos nos Estados Unidos.

Dois dos aviões chocaram-se contra as duas torres do World Trade Center, antigo prédio comercial localizado em Nova York. O terceiro avião chocou-se contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, e o quarto avião caiu em uma área inabitada da Pensilvânia. Em consequência dos atentados, os Estados Unidos organizaram a invasão do Afeganistão no ano de 2001.

Acesse também: Relembre a história dos atentados que aconteceram em Paris, em 2015

Tópicos deste artigo

Como foram os atentados de 11 de setembro?

Os atentados ocorridos no dia 11 de setembro de 2001 iniciaram-se com o sequestro de quatro aviões por 19 terroristas. Os aviões sequestrados foram dois Boeing 757 e dois Boeing 767, esses decolaram de diferentes locais do leste dos Estados Unidos, com direção ao estado da Califórnia, na costa oeste.

Os voos sequestrados foram estes:

  • Voo 11 da American Airlines: decolou de Boston para Los Angeles. Foi o primeiro avião a colidir contra World Trade Center, sendo jogado contra a Torre Norte.

  • Voo 77 da American Airlines: decolou de Washington para Los Angeles. Foi lançado contra o Pentágono.

  • Voo 175 da American Airlines: decolou de Boston para Los Angeles. Foi o segundo avião a colidir contra o World Trade Center, sendo jogado contra a Torre Sul.

  • Voo 93 da United Airlines: decolou de Newark para São Francisco. Provavelmente seria lançado contra o Capitólio, mas acabou caindo em uma região desabitada quando os passageiros rebelaram-se contra os terroristas sequestradores.

No dia 11 de setembro, os 19 terroristas embarcaram nos voos mencionados e, durante o trajeto, renderam os passageiros e a tripulação, e ajustaram a rota para os seus alvos. O voo 11 da AA decolou às 07:59 e, às 08:46, colidiu contra a Torre Norte do famoso World Trade Center.

O World Trade Center era um complexo de sete edifícios que foi inaugurado em 1973. Dentro desse complexo estavam as Torres Gêmeas, que possuíam 110 andares e 417 metros de altura. As Torres abrigavam inúmeras empresas e estavam localizadas em uma das regiões mais valorizadas de Nova York. Chegaram a ser um dos maiores prédios do mundo, e eram um dos grandes símbolos dessa famosa cidade norte-americana.

Torres Gêmeas em chamas durante o 11 de setembro.
Torres Gêmeas em chamas durante o 11 de setembro.[2]

Poucos minutos depois da primeira colisão, um segundo avião (voo 175 da AA) foi lançado contra o World Trade Center às 09:03, dessa vez contra a Torre Sul. Esse avião tinha decolado de Boston às 08:14. Às 09:37, o terceiro avião sequestrado (voo 77 da AA) foi lançado contra o Pentágono, e o quarto avião (voo 93 da UA) caiu na zona rural de Shanksville, na Pensilvânia, às 10:03.

O incêndio nas duas Torres fez com que a estrutura do prédio, feita de ferro e aço, fosse superaquecida, e, com isso, o prédio foi abaixo. A primeira torre a cair foi a Torre Sul, tendo isso acontecido às 09:59, e a segunda (Torre Norte) só desmoronou às 10:28. Antes de ambas caírem, algumas das pessoas que estavam entre os andares atingidos ficaram presas no incêndio e, em meio a uma situação desesperadora, acabaram jogando-se do prédio em alturas superiores a 100 metros.

Depois que a primeira torre foi atingida pelos terroristas, a imprensa começou a realizar a cobertura ao vivo do que acontecia. Quando a segunda torre foi atingida, na hora mencionada, as imagens foram televisionadas para milhões de pessoas. Assim, as imagens que ganharam grande destaque no atentado foram as das Torres Gêmeas ardendo em chamas e as do trabalho dos socorristas para evacuar os prédios o mais rapidamente possível. No caso do Pentágono, não existem muitas imagens do momento do atentado, e, quanto ao quarto avião (voo 93 da UA), não há nenhuma imagem da sua queda.

Momento do desmoronamento da Torre Sul do World Trade Center durante o atentado de 11 de setembro.
Momento do desmoronamento da Torre Sul do World Trade Center, às 09:59. [2]

Na hora do atentado, cerca de 15 mil pessoas estavam nas Torres. Por ser o maior alvo dos terroristas e um local extremamente movimentado, o número de mortos em Nova York foi o maior entre todos os alvos. O número total de vítimas fatais dos atentados de 11 de setembro foi de 2996, sendo:

  • 2606 mortes em Nova York;

  • 125 mortes no Pentágono;

  • 246 mortes nos aviões (entre tripulação e passageiros);

  • e 19 terroristas mortos.

O 11/9 representou o primeiro ataque que os Estados Unidos sofreram dentro de seu território desde Pearl Harbor, e, apesar dos quase três mil mortos, o 11/9 poderia ter tido um resultado ainda pior se seus organizadores tivessem levado à frente um dos planos originais: atacar instalações nucleares desse país. Os terroristas acabaram abandonando essa ideia por temerem suas consequências.

Acesse também: Os casos de bioterrorismo que aconteceram nos EUA depois do 11/9

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Autoria do ataque

Imediatamente após o ataque, o serviço de inteligência dos Estados Unidos (CIA) começou a suspeitar que a Al-Qaeda era a responsável. Essa organização fundamentalista islâmica surgiu no Afeganistão em 1988, e era conhecida por ter realizado dezenas de ataques terroristas em diferentes partes do mundo.

Pouco tempo depois, o líder da Al-Qaeda na época, o árabe Osama bin Laden, reconheceu em filmagens a autoria da organização nos atentados. O envolvimento de bin Laden nos atentados transformou-o em uma das pessoas mais procuradas do mundo naquela época. Bin Laden era um árabe milionário e adepto a ideais radicais do islamismo, além disso, como veremos, havia desenvolvido um ódio exacerbado pelos Estados Unidos.

Um dos principais organizadores do atentado foi Khalid Sheikh Mohammed, um fundamentalista que esteve envolvido em uma série de atentados terroristas nas décadas de 1980 e 1990, incluindo o atentado usando um carro-bomba contra o World Trade Center, em 1993. Khalid acabou sendo detido em uma operação conjunta entre a inteligência norte-americana e a paquistanesa em 2003, e atualmente está detido na prisão de Guantánamo, localizada em Cuba.

O que motivou os atentados de 11 de setembro?

Os atentados de 11 de setembro foram motivados pela inimizade existente entre os fundamentalistas islâmicos e os EUA, devido a intervenções e presença de tropas norte-americanas no Oriente Médio. Não obstante, para entendermos o porquê dessa situação, é necessário compreendermos que o fortalecimento do fundamentalismo islâmico tem relação direta com aquela potência.

A Al-Qaeda era uma organização terrorista baseada no Afeganistão e protegida do Talibã, grupo que governava esse país. No entanto, tal grupo fundamentalista surgiu no Afeganistão por meio do apoio dos Estados Unidos durante a Guerra do Afeganistão de 1979. Aqui nós entenderemos o surgimento da Al-Qaeda e sua relação com o Afeganistão.

Primeiramente, na década de 1970, os Estados Unidos impuseram uma estratégia de maior interferência no Oriente Médio para garantir o acesso ao petróleo. Além disso, como forma de atingir a União Soviética, cujo governo comunista estava implementado no Afeganistão, os norte-americanos começaram a incentivar rebeldes fundamentalistas desse território.

O intuito era desestabilizar o governo comunista que existia no Afeganistão e forçar os soviéticos a intervirem na situação. Os norte-americanos queriam que a intervenção soviética fizesse a economia do seu grande rival sangrar. Esses grupos rebeldes eram formados por grupos reacionários que receberam pesado investimento dos EUA.

Um dos grandes nomes apoiados pelos norte-americanos foi o do palestino Abdullah Azzam, que convocou um jihad (guerra santa praticada contra os “infiéis”, na visão muçulmana) contra os soviéticos invasores do Afeganistão. Por meio de Azzam, bin Laden foi convidado a participar da luta. Tempos depois, bin Laden voltou-se contra Azzam e outros muçulmanos considerados por ele como “decadentes”. Depois desse rompimento, bin Laden participou da fundação da Al-Qaeda.

Quando os Estados Unidos invadiram o Iraque durante a Guerra do Golfo, com o apoio dos sauditas, bin Laden voltou-se contra a potência. Isso porque ele não concordava com a presença de estrangeiros em terras sauditas, consideradas por abrigarem duas cidades sagradas do islã. O líder da Al-Qaeda queria que suas tropas, e não as norte-americanas, fizessem a segurança do território árabe contra uma possível invasão iraquiana.

Além da citada presença de tropas norte-americanas no território saudita, outros fatores que podem ser considerados como razão da inimizade de Osama bin Laden pelos EUA são: apoio destes a Israel e sua atuação em ataques contra grupos islâmicos, em locais como Filipinas, Líbano e Índia.

A demonstração do ódio de bin Laden contra os Estados Unidos foi trazida pelo historiador Victor G. Kiernan, o qual afirmava que, na década de 1990, o círculo mais íntimo de Osama defendia abertamente a ideia de um grande ataque contra os EUA, e o próprio líder da Al-Qaeda emitiu uma fatwa (lei religiosa) que incentivava o assassinato de cidadãos norte-americanos.|1|

Acesse também: Conheça o grupo fundamentalista que chegou a dominar parte do Iraque e Síria

Consequências dos atentados de 11 de setembro

Invasão do Afeganistão, em 2001, uma das consequências do 11 de setembro.
A invasão do Afeganistão, em 2001, foi uma das consequências do 11 de setembro.

As consequências dos atentados de 11 de setembro foram inúmeras e atingiram os EUA e grande parte do mundo. As que devem primeiramente ser mencionadas são os quase três mil mortos, além da grande destruição material que os atentados causaram.

Os EUA reagiram imediatamente aos atentados, e, em outubro de 2001, por ordem do presidente George W. Bush, foi iniciada a invasão do Afeganistão. Os objetivos dessa invasão eram capturar Osama bin Laden e derrubar o Talibã, o governo fundamentalista que dava abrigo ao mandante do atentado: a Al-Qaeda. O governo Talibã foi derrubado, e governos democráticos foram organizados no Afeganistão, mas a situação do país nunca se estabilizou.

Atualmente, o Afeganistão possui um governo democrático que tenta reconstruí-lo, mas o Talibã atua como força insurgente tentando derrubar os governos estabelecidos. Algumas partes do território afegão estão nas mãos do Talibã, e a luta desses contra as tropas governamentais é frequente.

Apesar de ter derrubado esse governo, os norte-americanos não foram capazes de capturar Osama bin Laden. O líder da Al-Qaeda foi localizado, somente em 2 de maio de 2011, em uma casa no interior do Paquistão e morto em uma operação de tropas militares americanas. Seu corpo foi lançado, pelas tropas, no oceano.

Jornais com matérias sobre a morte de Osama bin Laden, uma das consequências do 11 de setembro.
A morte de Osama bin Laden, em 2 de maio de 2011, foi estampada nos principais jornais dos EUA e do mundo.[3]

Depois do atentado, foi criada nos Estados Unidos uma legislação antiterrorismo extremamente rígida. Essa lei, conhecida como Ato Patriota, até sua expiração, dava permissão ao governo norte-americano para interceptar ligações telefônicas e mensagens enviadas por pessoas suspeitas sem pedir autorização da justiça. Ela também tomava medidas para impedir a lavagem de dinheiro em movimentações bancárias suspeitas, e permitia as autoridades norte-americanas confiscarem propriedades de pessoas suspeitas de cooperarem com o terrorismo etc.

Medidas também foram tomadas nas práticas de segurança dos voos, tornando-as mais rigorosas e criteriosas. Em 2015, durante o segundo governo de Barack Obama, o Ato Patriota foi substituído pelo USA Freedom Act, após o seu prazo de validade ter expirado.

Créditos de imagens

[1] Ken Tannenbaum / Shutterstock

[2] Dan Howell / Shutterstock

[3] Carolina K. Smith MD / Shutterstock

Notas

|1| KIERNAN, Victor G. Estados Unidos: o novo imperialismo. Rio de Janeiro: Record, 2009, p. 421.

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Atentados de 11 de setembro"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/terrorismo-nos-eua-11-setembro-2001.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

(PUC-Rio) Sobre o significado e os desdobramentos dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, estão corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO DE:

a) Os ataques terroristas provocaram mudanças no cotidiano da população norte-americana, como o crescimento da vigilância e restrições à liberdade e à privacidade dos cidadãos.

b) A partir do atentado, o governo Bush introduziu na política externa americana o princípio da “guerra preventiva”, segundo o qual os Estados Unidos têm o direito de atacar países que possam representar uma ameaça política futura.

c) A reação do governo norte-americano aos atentados aumentou a tensão nas relações internacionais entre aliados importantes dos Estados Unidos, como a Alemanha e a França, que demonstraram algum descontentamento com a política unilateral adotada pelo governo Bush.

d) Devido aos avanços tecnológicos, ocorreu uma expressiva diminuição dos gastos militares e do número de vítimas, desde então, em comparação com os tempos da Guerra Fria.

e) Os ataques terroristas fizeram ressurgir a ideia de que os conflitos no século XXI seriam explicados pela existência de um conflito entre dois modelos de civilização.

Exercício 2

(FEI) O site Wikileaks, que tem como fundador o australiano Julian Paul Assange, ficou conhecido em 2010 por revelar milhares de documentos diplomáticos confidenciais do Departamento de Estado dos EUA. Uma mensagem da Secretaria de Estado dos EUA à embaixada americana em Assunção relatou a preocupação do governo americano da época com a suposta presença de organizações como Al Qaeda, o Hezbollah e o Hamas na tríplice fronteira (entre Brasil, Argentina e Paraguai), o que nunca foi confirmado. Essas três organizações são, respectivamente:

a) uma organização paramilitar então chefiada por Osama bin Laden, uma milícia fundamentalista islâmica xiita sediada no Líbano e uma organização palestina, de orientação sunita, que governa a faixa de Gaza.

b) uma organização paramilitar sediada no Afeganistão, uma milícia fundamentalista chechena e uma organização palestina xiita que controla a faixa de Gaza.

c) um grupo paramilitar iraquiano xiita, uma milícia fundamentalista saudita e um grupo paramilitar iraniano.

d) uma milícia fundamentalista iraniana, uma organização palestina que controla a faixa de Gaza e uma organização terrorista Líbia que era controlada por Muammar al-Gaddafi.

e) uma organização terrorista síria, um grupo paramilitar afegão e uma organização palestina de orientação sunita, que comanda a faixa de Gaza.