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Estado Islâmico: o novo califado extremista

O Estado Islâmico é um grupo jhadista radical que se autoproclamou um califado e vem conquistando territórios na Síria e no Iraque.

Homem portando armamento pesado em uma mesquita
Homem portando armamento pesado em uma mesquita
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O Estado Islâmico (EI) é um grupo Jihadista sunita radical que, baseado no Império Islâmico do século VII, autoproclamou-se, através da dominação sucessiva de territórios pertencentes à Síria e ao Iraque, um califado, isto é, um governo parecido com uma monarquia em que o Califa é escolhido a partir do seu parentesco com Maomé e deve governar o Estado seguindo fielmente a Shária (conjunto de leis religiosas, jurídicas e sociais baseadas no Alcorão e na biografia de Maomé, que dita a maioria dos aspectos da vida dos muçulmanos).

O El tem como principal objetivo a criação do califado, a prática do Islamismo tal como proposto por Maomé e sua propagação pelo mundo, tanto a partir da conversão de seguidores, conquistados através de uma forte propaganda, quanto pela Jihad (guerra santa), na qual todos os infiéis ou práticas incoerentes à fé islâmica são combatidas.

O grupo surgiu como uma ramificação da Al Quaeda, responsável pelo ataque de 11 de setembro aos Estados Unidos, mas rompeu laços com a organização em 2014, ao continuar expandindo seu domínio na Síria, sendo considerados por essa organização muito extremistas. No mesmo ano, realizou uma série de ataques na Síria, conquistando diversas cidades e se autoproclamaram o califado do Estado Islâmico. Bastante organizado, com muitos recursos, vindos de várias direções (da exploração de petróleo iraniano, saques e vendas de artefatos valiosos no mercado negro, cobranças de impostos e alugueis nas áreas controladas por ele, doações de apoiadores e etc) e uma violência extrema, o grupo tem conseguido muitos adeptos de todo o mundo, inclusive de países ocidentais. Acredita-se¹ que o Estado Islâmico possua entre 20 mil e 31,5 mil combatentes da causa Islâmica, desses, mais de 12 mil seriam combatentes estrangeiros de mais de 50 países do mundo que se radicalizaram.

Atuando principalmente na Síria e no Iraque, países que se encontram enfraquecidos seja pela invasão norte-americana, no caso do Iraque, ou por conflitos internos, em ambos os casos, o Estado Islâmico vem se expandindo rapidamente, pretendendo, inclusive, ampliar os seus domínios para além da área ocupada por esses dois países e se envolver no conflito entre Israel e Palestina. Estima-se² que atualmente a área controlada por ele chegue a mais de 230 mil quilômetros quadrados, englobando cidades como Mossul, terceira maior cidade do Iraque; Tikrit; pequenas cidades nas províncias de Salaheddin, Dyala e Anbar.

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A população da área ocupada pelos Jihadistas, que já chega a mais de 8 milhões, têm que se submeter às leis impostas, que são baseadas em uma interpretação bastante extremista da Shária. Nas escolas, disciplinas como filosofia e química foram proibidas e as demais matérias precisam passar por aprovação de uma junta do grupo. Álcool, cigarros, comidas enlatadas e músicas são proibidos. Implantaram cobrança de impostos, muitas vezes abusivos, e alugueis, até mesmo para os proprietários dos imóveis. Instituiu-se a segregação por gênero, em que as meninas e mulheres devem ser submissas aos homens, não podem trabalhar, devem usar o véu e a burca e praticar a mutilação genital.

A situação é ainda pior para os membros de outras religiões e etnias (como cristãos e yazidi, Xiitas, ocidentais e etc) que são considerados inimigos que devem se arrepender e se converter ao Islamismo ou serem combatidos brutalmente. Já houve diversos casos de saques, abusos sexuais, sequestros, execuções por enforcamento, decapitação, crucificação, apedrejamento, sepultamento de pessoas vivas, execuções em massa contra estrangeiros, membros de outras religiões e etnias, tudo filmado e transmitido online para demonstrar a “superioridade” do grupo.

Em razão da extrema violência e a sua expansão territorial forçada a partir da ocupação de territórios de outros países, o Estado Islâmico tem sido considerado por diversos países e organizações uma milícia terrorista. Ainda em 2014, foi criada uma coalizão com mais de 30 países visando combater o avanço do El, porém, em virtude de conflitos de interesses entres esses países, o acordo ainda não tem alcançado grandes vitórias.

Notas

¹ MORAES, Mayara. Desvendando o Estado Islâmico. Acesso dia 18/01/2016.

² WELLE, Deutsche. A vida sob domínio do estado Islâmico. Acesso em: 18/01/2016.


Por Thamires Olimpia
Graduada em Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Thamires Olimpia Silva Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Thamires Olimpia. "Estado Islâmico: o novo califado extremista"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/estado-islamico-novo-califado-extremista.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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