Notificações
Você não tem notificações no momento.
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!
Whatsapp icon Whatsapp
Copy icon

Elizabeth I

Elizabeth I foi a última monarca da Casa de Tudor, nasceu em 1533 e enfrentou uma infância turbulenta após a execução de sua mãe, Ana Bolena.

Retrato de Elizabeth I de 1588.
Retrato de Elizabeth I de 1588.
Crédito da Imagem: Commons
Imprimir
Texto:
A+
A-
Ouça o texto abaixo!

PUBLICIDADE

Elizabeth I foi a última monarca da Casa Tudor, nasceu em 1533 e enfrentou uma infância turbulenta após a execução de sua mãe, Ana Bolena, e sua exclusão temporária da linha de sucessão. Ela se tornou rainha em 1558, após a morte de sua meia-irmã Maria I, contando com apoio popular e político, apesar das tensões religiosas.

Elizabeth nunca se casou, mantendo sua independência política e evitando alianças que poderiam comprometer a estabilidade do reino. Seu reinado, de 1558 a 1603, foi marcado pelo fortalecimento da Igreja Anglicana, por vitórias militares significativas, como a derrota da Armada Espanhola, e por um florescimento cultural que viu surgir nomes como Shakespeare.

Leia também: Maria Stuart — a rainha escocesa que disputou com Elizabeth o trono inglês

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Elizabeth I

  • Elizabeth I, última monarca da Casa Tudor, nasceu em 1533 e enfrentou uma infância tumultuada após a execução de sua mãe, Ana Bolena, e sua exclusão da linha de sucessão, sendo depois reintegrada e educada com um notável conhecimento em várias línguas e temas.
  • Elizabeth I tornou-se rainha em 1558, após a morte de sua meia-irmã Maria I, contando com apoio popular e político devido à sua posição como sucessora legítima, apesar das tensões religiosas e políticas que marcaram sua ascensão ao trono.
  • Elizabeth I escolheu não se casar para preservar sua independência política e evitar conflitos internos e alianças externas que poderiam comprometer a estabilidade da Inglaterra, além de usar sua condição de solteira como uma estratégia diplomática.
  • O reinado de Elizabeth I, de 1558 a 1603, foi marcado pelo fortalecimento da Igreja Anglicana, por derrotas militares significativas, como a da Armada Espanhola, e por um florescimento cultural sem precedentes, com nomes como Shakespeare e Marlowe.
  • Elizabeth I faleceu em 1603, encerrando a dinastia Tudor, após um longo reinado durante o qual enfrentou perdas pessoais e desafios de saúde, sendo sucedida pacificamente por Jaime I, seu primo, que unificou as coroas da Inglaterra e Escócia.
  • Elizabeth I é considerada uma das monarcas mais influentes da história britânica, consolidando a Inglaterra como potência emergente, promovendo a paz interna e um florescimento cultural que estabeleceu as bases para o futuro Império Britânico.

Biografia de Elizabeth I

Elizabeth I, também conhecida como a Rainha Virgem, foi a última monarca da Casa Tudor a governar a Inglaterra e a Irlanda. Nascida em 7 de setembro de 1533, no Palácio de Greenwich, Elizabeth era filha de Henrique VIII e sua segunda esposa, Ana Bolena.

Sua infância foi marcada por uma série de eventos turbulentos, começando com a execução de sua mãe, em 1536, acusada de adultério e conspiração contra o rei. Com a queda de Ana Bolena, Elizabeth foi declarada ilegítima e excluída da linha de sucessão.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Durante o reinado de seu meio-irmão, Eduardo VI, Elizabeth viveu relativamente protegida, mas a situação se complicou após a morte dele em 1553. Com a ascensão de Maria I, sua meia-irmã católica, Elizabeth se viu em perigo. A rainha Maria, determinada a restaurar o catolicismo na Inglaterra, via a irmã protestante como uma ameaça ao trono. Elizabeth foi presa na Torre de Londres sob acusação de conspiração, mas, devido à falta de provas e à pressão política, foi libertada após alguns meses e enviada para Hatfield House, onde permaneceu sob vigilância.

Apesar dos desafios, Elizabeth se destacou pela inteligência e habilidade política, recebendo uma educação superior para uma mulher da época. Ela dominava várias línguas, incluindo latim, grego, francês e italiano, e demonstrava uma compreensão profunda de filosofia, teologia e política. Sua capacidade intelectual e carisma contribuíram para que se tornasse uma figura popular e influente na corte.

Elizabeth I enquanto princesa.
Elizabeth I enquanto princesa.

Como Elizabeth I virou rainha?

Elizabeth I tornou-se rainha da Inglaterra em 17 de novembro de 1558, após a morte de sua meia-irmã, Maria I. A ascensão de Elizabeth ao trono não foi um processo simples ou garantido. Durante o reinado de Maria, Elizabeth havia sido colocada sob intensa vigilância e até mesmo aprisionada por suspeitas de conspiração. A desconfiança de Maria em relação a Elizabeth era alimentada pela percepção de que a irmã mais nova representava uma ameaça potencial ao trono e à restauração católica que Maria promovia com tanto fervor.

Quando Maria I faleceu sem deixar herdeiros, a questão da sucessão se tornou urgente. Elizabeth era a próxima na linha de sucessão, de acordo com a Lei de Sucessão de 1544, que havia restaurado seu lugar após anos de incerteza. Sua popularidade entre o povo inglês e o apoio político dos protestantes foram fatores decisivos para sua ascensão. No entanto, a transição não foi isenta de tensões. Os católicos ingleses e alguns nobres ainda consideravam Elizabeth ilegítima, devido ao casamento controverso de seus pais e à subsequente anulação pelo próprio Henrique VIII.

Mesmo assim, Elizabeth foi rapidamente aceita como soberana e coroada em 15 de janeiro de 1559, na Abadia de Westminster. Sua coroação foi cercada de simbolismos que reforçavam a unidade nacional e a restauração da paz, após o período tumultuado de perseguições religiosas durante o reinado de Maria. A partir desse momento, Elizabeth começou a moldar seu governo com base em uma política de tolerância religiosa e estabilidade política, características que definiriam seu longo reinado.

Leia também: Maria Leopoldina — a monarca austríaca que veio para o Brasil

Por que Elizabeth I nunca se casou?

A decisão de Elizabeth I de nunca se casar foi uma das mais comentadas e discutidas de sua vida e seu reinado. Muitos motivos foram atribuídos à sua escolha, desde questões pessoais até considerações políticas e dinásticas. O casamento de uma monarca na época era, antes de tudo, uma questão de Estado. As alianças políticas que poderiam ser formadas ou rompidas por um casamento eram de suma importância para a segurança do reino.

Do ponto de vista pessoal, a infância e juventude de Elizabeth foram profundamente afetadas pelo fracasso do casamento de seus pais e pela execução de sua mãe. Além disso, o destino de várias mulheres em sua família e ao redor dela, que sofreram por causa de casamentos políticos, pode ter contribuído para sua decisão. Elizabeth também viu de perto como o casamento de sua meia-irmã Maria I com Filipe II da Espanha foi impopular e causou descontentamento no reino.

Politicamente, Elizabeth percebeu que manter-se solteira lhe conferia uma liberdade única de ação. Casar-se com um nobre inglês poderia provocar divisões internas, enquanto um casamento com um príncipe estrangeiro poderia submeter a Inglaterra a interesses externos. Ao se manter solteira, Elizabeth utilizou sua condição de Rainha Virgem como uma poderosa ferramenta diplomática, mantendo as potências europeias em suspenso e garantindo sua independência.

Finalmente, Elizabeth cultivou sua imagem como a Rainha Virgem, casada apenas com seu reino e seu povo, o que reforçou seu papel como soberana absoluta e inquestionável. Essa postura a ajudou a consolidar sua autoridade e a evitar conflitos internos e externos que poderiam ter surgido de um casamento.

Reinado de Elizabeth I

O reinado de Elizabeth I, que durou de 1558 a 1603, é frequentemente chamado de Era Elisabetana, um período de grande florescimento cultural, político e econômico na Inglaterra. Seu governo ficou marcado por um equilíbrio delicado entre as forças protestantes e católicas, políticas internas de fortalecimento do Estado e uma expansão significativa da influência inglesa no mundo.

Uma das primeiras ações de Elizabeth foi estabelecer o acordo religioso elisabetano, que procurou restaurar o protestantismo como religião oficial do Estado, mas com certa tolerância para com os católicos, a fim de evitar a violência sectária que havia marcado o reinado de sua meia-irmã. A rainha buscou uma via de moderação religiosa, posicionando a Igreja Anglicana como uma via média entre o catolicismo e o protestantismo radical.

Na política externa, Elizabeth enfrentou desafios significativos, como as tensões com a Espanha, que culminaram na derrota da Armada Espanhola, em 1588. Esse evento foi um dos maiores triunfos de seu reinado e consolidou a Inglaterra como uma potência naval emergente. Além disso, durante o seu reinado, exploradores como Francis Drake e Walter Raleigh contribuíram para a expansão do comércio e das colônias inglesas no Novo Mundo.

O período também é lembrado pelo florescimento cultural, com a ascensão de figuras como William Shakespeare e Christopher Marlowe, cujas obras refletem a complexidade e a riqueza da sociedade elisabetana. A corte de Elizabeth tornou-se um centro de arte e cultura, promovendo um ambiente que celebrava a inovação e o talento artístico.

Em termos de política interna, Elizabeth enfrentou e reprimiu diversas rebeliões, como a Rebelião do Norte (1569) e a Conspiração Babington (1586), que buscavam substituí-la por Maria, rainha dos escoceses. Sua habilidade em lidar com essas ameaças e sua política de pragmatismo garantiram a estabilidade de seu governo e a lealdade de muitos de seus súditos.

Morte de Elizabeth I

Elizabeth I faleceu em 24 de março de 1603, no Palácio de Richmond, após um reinado de 45 anos. Sua morte marcou o fim da dinastia Tudor e o início da dinastia Stuart, com a ascensão de seu primo, Jaime VI da Escócia, que se tornou Jaime I da Inglaterra. A morte de Elizabeth, aos 69 anos, foi cercada de uma atmosfera de luto e incerteza. Ela havia governado por tanto tempo que muitos súditos nunca conheceram outro monarca.

Durante seus últimos anos, Elizabeth sofreu uma série de perdas pessoais, incluindo a morte de conselheiros próximos, como William Cecil, Lord Burghley, e seu favorito, Robert Devereux, conde de Essex, cuja execução, em 1601, a afetou profundamente. Além disso, sua saúde física e mental começou a declinar, com relatos de depressão e insônia.

Sua sucessão foi cuidadosamente orquestrada, e, apesar das tensões religiosas e políticas, a transição para o governo de Jaime I ocorreu de forma relativamente tranquila. Elizabeth foi sepultada na Abadia de Westminster, onde seu túmulo continua a ser um ponto de interesse e respeito.

Leia também: Elizabeth II — a monarca com o reinado de maior duração na história da monarquia britânica

Importância de Elizabeth I

Elizabeth I é amplamente considerada uma das monarcas mais importantes e influentes da história britânica. Seu reinado consolidou a Inglaterra como uma potência europeia emergente, tanto em termos políticos quanto culturais. A habilidade de Elizabeth em navegar pelas complexas águas da política europeia, manter a paz interna e promover o florescimento cultural fez de seu reinado um período de prosperidade e crescimento.

A rainha também é lembrada por sua imagem carismática e pelo papel que desempenhou na formação da identidade nacional inglesa. Seu culto à personalidade e a ideia da Rainha Virgem devotada a seu povo e à nação ajudaram a criar um sentido de unidade e lealdade que transcendeu as divisões religiosas e políticas.

Além disso, Elizabeth I deixou um legado duradouro na forma da Igreja Anglicana, que permanece uma instituição central na vida religiosa britânica. Sua política de pragmatismo e moderação religiosa estabeleceu as bases para uma Inglaterra que, embora protestante, permitiu uma convivência relativa entre diferentes confissões cristãs.

Seu reinado também preparou o caminho para o desenvolvimento do Império Britânico, com as primeiras colônias estabelecidas na América do Norte e o início de uma era de exploração marítima que mudaria a face do mundo. A Era Elisabetana é, até hoje, vista como um período dourado, simbolizando o auge do poder e da cultura inglesa.

Fontes

GEORGE, Margaret. Elizabeth I - O Anoitecer de um Reinado. Tradução de Lara Freitas. São Paulo: Geração Editorial, 2019. eBook Kindle.

HILTON, Lisa. Elizabeth I: Uma biografia. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2016. 416 p.

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "Elizabeth I"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia/elizabeth.htm. Acesso em 15 de outubro de 2024.

De estudante para estudante