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A Guerra Mexicano-Americana aconteceu entre os Estados Unidos e o México, de 1846 a 1848, e foi motivada pela ambição americana sobre territórios que pertenciam originalmente aos mexicanos. Esse conflito foi uma das etapas da “marcha para o oeste”, processo de expansão territorial realizado pelos Estados Unidos durante o século XIX.
Antecedentes
As tensões entre Estados Unidos e México principiaram-se com a chegada de colonos americanos ao Texas, ainda na década de 1820. O México havia conquistado sua independência da Espanha em 1821 e, portanto, havia herdado todos os territórios que faziam parte do Vice-Reino da Nova Espanha, dos quais o Texas fazia parte.
Nesse período, o governo mexicano, visando incentivar a ocupação e colonização do território correspondente ao Texas, assinou um acordo com Moses e Stephen Austin (ambos americanos) permitindo a mudança deles para essa região. Esse acordo iniciou a colonização do Texas por cidadãos americanos. O governo mexicano esperava que o aumento populacional diminuiria os ataques indígenas nas terras que correspondiam ao estado de Coahuila y Tejas.
Pouco tempo depois, a relação entre os colonos americanos e o governo mexicano azedou. Os colonos americanos não aceitavam obedecer a algumas determinações do governo mexicano, tais como libertação dos escravos, conversão ao catolicismo e pagamento de determinados impostos. Esses atritos levaram os colonos a organizarem-se contra o governo mexicano e pela independência do Texas.
Esse processo desencadeou a Revolução do Texas em 1836, na qual houve batalhas significativas em determinados locais, como Béxar (atual cidade de San Antonio) e no forte do Álamo. O combate decisivo aconteceu em San Jacinto, quando as tropas mexicanas foram definitivamente derrotadas pelos rebeldes texanos.
Com a derrota do governo mexicano, o Texas separou-se do México e declarou sua independência como República do Texas. Pequenas batalhas marítimas entre o governo mexicano e forças texanas estenderam-se até a década de 1840, porém o México não conseguiu retomar o controle sobre o Texas em nenhum momento. Uma consequência importante desse conflito foi o rompimento de relações entre México e Estados Unidos.
Guerra Mexicano-Americana
A partir de 1845, o presidente americano James K. Polk (1845-1849), imbuído do espírito do “destino manifesto”, demonstrou interesse em expandir ainda mais o território americano. O alvo dessa vez foi o estado mexicano da Califórnia. O governo americano ofereceu a quantia de 25 milhões de dólares para que o México vendesse os estados da Califórnia e do Novo México. A oferta foi rejeitada pelo governo mexicano.
Além disso, em 1845, os Estados Unidos haviam começado o processo de anexação do Texas, o que desagradou o governo mexicano que ainda reivindicava aquele território. Por fim, havia uma disputa fronteiriça que debatia a extensão da divisa mexicana com o Texas. Nessa questão, o governo americano afirmava que a fronteira estendia-se até o Rio Grande, enquanto o governo mexicano estabelecia essa fronteira no Rio Nueces.
Em abril de 1846, o presidente mexicano declarou que o México estava em uma “guerra defensiva” contra os Estados Unidos. Essa declaração deu início às hostilidades de fato entre esses dois países. O conflito decorrente desses atritos prolongou-se por dois anos, com o exército americano vencendo todas as grandes batalhas da guerra. O destaque da vitória americana foi a conquista da Cidade do México, capital mexicana, em setembro de 1847, após a vitória na Batalha de Chapultepec.
Após a conquista da Cidade do México, o governo mexicano aceitou negociar os termos da rendição com os Estados Unidos. A rendição mexicana foi oficializada no Tratado Guadalupe-Hidalgo, assinado em 1848. Com a assinatura desse acordo, o México reconheceu a derrota e cedeu o Texas, o Novo México e a Califórnia para os Estados Unidos. Além disso, foi estabelecido o Rio Grande como fronteira entre esses dois países. Com isso, o México perdeu aproximadamente 40% do seu território.
Em troca, os Estados Unidos pagaram 15 milhões de dólares para o México como compensação e perdoaram algumas dívidas que o governo mexicano possuía com cidadãos americanos, as quais totalizavam 3,2 milhões de dólares. A expansão territorial dos Estados Unidos sobre territórios mexicanos ainda levou à Compra Gadsden, em 1853, quando territórios que integram parte do Arizona e Novo México foram comprados por 10 milhões de dólares.
Créditos da imagem: Everett Historical e Shutterstock
Por Daniel Neves
Graduado em História