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Omã

Omã é um país de cinco milhões de habitantes situado no extremo leste do Oriente Médio, com saída para o mar Arábico. É rico em recursos naturais, como petróleo e gás natural.

Bandeira de Omã
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Omã ou Sultanato de Omã é um país do Oriente Médio com capital em Mascate. Localiza-se no extremo leste dessa região, em uma área banhada pelo mar da Arábia, onde os golfos Pérsico e de Omã se encontram. Formado por desertos e uma extensa cadeia montanhosa ao norte, o país é rico em recursos como o petróleo e o gás natural, que constituem os pilares de sua economia. Omã é um país urbanizado que possui mais de cinco milhões de habitantes, com grande contingente populacional concentrado nas regiões montanhosa e costeira, ao norte.

Leia também: Turquia — outro país localizado no Oriente Médio

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Omã

  • Omã é um país localizado na região do Oriente Médio.

  • Sua capital é a cidade de Mascate.

  • O país é um sultanato, o que significa que o sistema de governo em voga é uma monarquia.

  • É banhado pelo oceano Índico na região do mar Arábico. O norte do país está situado na conexão entre os golfos Pérsico e de Omã.

  • Dispõe de clima árido e subtropical, com relevo marcado por montanhas ao norte e um extenso planalto desértico nas porções centrais e sul do território.

  • A população de Omã é de 5.223.000 habitantes. O país é esparsamente povoado, visto que a sua densidade demográfica é baixa.

  • É rico em recursos naturais como petróleo e gás natural, que constituem a base de sua economia.

  • Devido às condições climáticas, depende dos aquíferos para o abastecimento de água. Além disso, utiliza um sistema de irrigação construído à época da dominação persa e que foi tombado pela Unesco como patrimônio da humanidade.

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Dados gerais sobre Omã

  • Nome oficial: Sultanato de Omã.

  • Gentílico: omani.

  • Extensão territorial: 309.980 km².

  • Localização: Oriente Médio.

  • Capital: Mascate.

  • Climas:

  • Governo: monarquia absolutista.

  • Divisão administrativa: 11 governadorias.

  • Idioma: árabe.

  • Religiões:

    • islâmica: 85,9%;

    • cristãs: 6,4%;

    • hindu: 5,7%.

  • População: 5.223.000 habitantes (ONU, 2021).

  • Densidade demográfica: 16,9 hab./km².

  • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,813.

  • Moeda: rial omani.

  • Produto Interno Bruto (PIB): US$ 110,13 bilhões (FMI, 2022).

  • PIB per capita: US$ 23.420 (FMI, 2022).

  • Gini: não disponível.

  • Fuso horário: GMT +4.

  • Relações exteriores:

    • Organização das Nações Unidas (ONU);

    • Organização Mundial do Comércio (OMC);

    • Fundo Monetário Internacional (FMI);

    • Banco Mundial;

    • Liga Árabe;

    • Conselho de Cooperação do Golfo.

Etimologia de Omã

O termo Omana foi descrito pelo naturalista romano Plínio, o Velho, há mais de 2 mil anos, assim como Omanon apareceu em uma das obras do grego Cláudio Ptolomeu, durante o século II, em uma referência à cidade de Sohar, localizada na governadoria de Batina Setentrional, no litoral norte do país. Acredita-se que a origem do nome Omã venha de alguma dessas menções.

Mapa de Omã

 Mapa de Omã.

Geografia de Omã

Omã é um país do Oriente Médio situado no extremo leste dessa região. Sua capital é a cidade de Mascate. O território omani se estende por 309.980 km² e faz divisa com os seguintes países:

A leste e ao norte, o país é banhado pelo mar Arábico, com parte do seu território na região do golfo de Omã, que consiste em um canal de acesso ao golfo Pérsico. Nos Emirados Árabes fica uma parcela não contínua do território de Omã o que chamamos de enclave. Os enclaves de Mada e Nahwa se localizam no litoral nordeste dos Emirados Árabes, banhados pelo oceano na área onde se formou o estreito de Ormuz, que separa os golfos Pérsico e de Omã.

→ Clima de Omã

O clima de Omã varia consideravelmente da região costeira para o interior, sendo predominantemente subtropical. As áreas próximas ao litoral experimentam condições quentes e úmidas, com máximas que chegam a 43 °C no verão e invernos amenos. No interior, dispõe de clima árido, com temperaturas semelhantes às da zona costeira, mas índices de umidade muito baixos e pluviosidade anual de 100 mm.

→ Relevo de Omã

O relevo de Omã é formado por um amplo planalto desértico no seu interior, contrastando com as montanhas que compõem a cordilheira de Hajar, no norte do país. O relevo litorâneo é caracterizado por uma estreita planície costeira que se estende do sul até a região do golfo de Omã. A elevação média dos terrenos é de 310 metros.

Parte da cordilheira de Hajar, no norte de Omã.
Parte da cordilheira de Hajar, no norte de Omã.

→ Vegetação de Omã

Em função da baixa disponibilidade de umidade no país, a cobertura vegetal de Omã é escassa, caracterizada por estepes. Áreas de maior concentração vegetal ocorrem somente onde há sistemas de irrigação.

→ Hidrografia de Omã

A baixa pluviosidade anual registrada em Omã impede a formação de rios perenes no país. Os cursos d’água que se formam são muito rasos e curtos e aparecem nas áreas com a presença de uades (wadis), que constituem vales ou leitos de rios ressecados que são preenchidos por água durante as chuvas.

Demografia de Omã

Omã é um dos países menos populosos do Oriente Médio. A sua população atual é de 5.223.000 habitantes, de acordo com dados das Nações Unidas. O território omani é também esparsamente povoado, com uma densidade demográfica de 16,9 hab./km². A região norte é a mais populosa do país, especialmente na área por onde se estende a cordilheira de Hajar. O interior, a partir do centro-sul, concentra um menor contingente populacional, especialmente devido às condições climáticas.

Quase 88% dos omanis vive nas cidades, o que torna o país urbanizado. A capital, Mascate, é a maior cidade de Omã, com 1,6 milhão de habitantes, o equivalente a 31% de toda a sua população. Seeb é outra grande cidade, onde vivem 361 mil pessoas.

A população cresce a um ritmo acelerado de 1,84% ao ano, superior à taxa mundial. Isso se deve sobretudo ao número de nascimentos muito elevado, que fica na 59ª colocação em escala global e supera a taxa de mortalidade em sete vezes, o que condiciona assim um grande crescimento vegetativo da população omani. Além da natalidade, a fertilidade é também elevada (2,7 filhos por mulher). A expectativa de vida no país é hoje de 76,9 anos.

Economia de Omã

Omã é rico em recursos naturais como petróleo, gás natural, cobre e outros minerais, que constituem a base da sua economia. O país apresenta um Produto Interno Bruto (PIB) de 110 bilhões de dólares, além de uma elevada renda per capita que chega a 23,4 mil dólares, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O setor terciário e o setor secundário são responsáveis pela maior parcela do PIB. Os serviços respondem por 51,8%, enquanto a fatia correspondente à indústria é de 46,4%.

A principal atividade do país é a exploração de petróleo e de gás natural aliada à indústria petroquímica. Os produtos derivados de ambas constituem a pauta exportadora de Omã, que destina mercadorias para países como China, Índia, Japão, Coreia do Sul e algumas nações vizinhas do Oriente Médio.

A área designada à agropecuária é restrita e corresponde a menos de 5% da superfície do país, o que se deve às suas condições climáticas. A agricultura propriamente dita é desenvolvida com o auxílio da irrigação intensiva. Em linhas gerais, a agricultura e a pecuária de Omã produzem:

  • tâmara;

  • pepino;

  • pimenta;

  • melancia;

  • tomate;

  • leite de cabra.

Confira nosso podcast: A geopolítica do petróleo

Infraestrutura de Omã

Omã é um país urbanizado, com uma ampla rede de infraestrutura que atende à maior parcela de sua população. Um dos problemas enfrentados pelo país, entretanto, diz respeito ao abastecimento de água. Devido ao clima seco, a disponibilidade de água superficial é muito baixa, fazendo com que seja necessária a exploração dos aquíferos. O principal deles é o Sistema Aquífero Árabe, que serve a um total de dez países. Destaca-se ainda a utilização dos Sistemas de Irrigação de Aflaj, construídos pelo Império Persa.

Parte dos Sistemas de Irrigação de Aflaj, utilizados até o presente em Omã.
Parte dos Sistemas de Irrigação de Aflaj, utilizados até o presente em Omã.

Diversos oleodutos e gasodutos compõem a rede do país, que é produtor e exportador de petróleo e gás natural. A rede logística de Omã é composta ainda por grandes portos e terminais portuários ao longo da costa. Nos transportes, o modal rodoviário é o mais utilizado. O país dispõe de mais de 60 mil km de rodovias, e não há, em contrapartida, nenhuma estrada de ferro. Da centena de aeroportos, o principal deles fica em Mascate.

História de Omã

Registros arqueológicos indicam que a ocupação da região onde se localiza o território de Omã aconteceu há muitos milênios. No entanto, assentamentos definitivos se formaram com a chegada dos persas e a instalação que fizeram dos sistemas de irrigação conhecidos como Sistemas de Irrigação de Aflaj, presentes até hoje em Omã e tombados pela Unesco como patrimônio da humanidade.

Um sistema de grupos (chamados também de tribos) foi estabelecido em Omã no século II da era comum com a chegada dos árabes oriundos de outros países da região, que se deslocaram gradativamente do sul em direção ao norte, onde se encontrava a maior parte da população do país à época. Algum tempo mais tarde, durante o século VII, os árabes introduziram naquele território a religião islâmica, que hoje é praticada pela maior parcela da população omani.

Durante o século VIII, ocorreu a unificação política dos grupos de Omã, criando um território governado por uma dinastia. Os anos subsequentes foram marcados por disputas políticas e pelo enfraquecimento do sistema dinástico, impulsionado pela intensa atividade marítima dos omanis no oceano Índico e pelo fortalecimento de laços com outros territórios, o que ocasionou o desenvolvimento econômico do atual país.

Omã passou por ocupações portuguesas e persas a partir do século XVI. Durante o século XVIII, acabou por assinar tratados de amizade com a Grã-Bretanha. A influência britânica permaneceu nas decisões políticas de Omã por um longo período, mas o país nunca se tornou uma colônia europeia. O século XX foi marcado pela entrada do país na Liga Árabe e também na Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 1971.

A Primavera Árabe, desencadeada no ano de 2011, inspirou protestos em Omã por uma série de melhorias políticas e sociais, algumas das quais acabaram por ser acatadas. Uma delas foi a criação do Conselho Consultivo, cuja votação é aberta e permite, portanto, a atuação da sociedade civil. Apesar disso, as decisões tomadas nessa câmara dependem da aprovação da Corte Real.

O ano de 2020 foi marcado pela ascensão de um novo sultão ao poder, primo do sultão Qabus bin Said Al Said, que faleceu naquele mesmo ano e se tornou, até então, o monarca que ficou mais tempo no poder. O sultanato de Quabus se estendeu de 23 de julho de 1970 até a sua morte, em 10 de janeiro de 2020.

→ Videoaula sobre Império Persa

Cultura de Omã

A cultura omani foi constituída por meio da influência de diversos povos do Oriente Médio, especialmente aqueles oriundos das nações vizinhas, como a Arábia Saudita. A organização tribal na formação desse país contribuiu ainda para a sua diversidade cultural. A população omani é composta por árabes, balúchis, africanos oriundos de vários países do continente e migrantes sul-asiáticos. O árabe é o idioma oficial de Omã, mas outras línguas são faladas no país, como inglês, balúchi, dialetos indianos, suaíli e urdu.

Um dos aspectos mais importantes da cultura omani é a religião, que tem impacto na vida cotidiana e nos costumes. Quase 86% dos omanis é seguidor da fé islâmica. Seu calendário festivo possui muitas celebrações associadas a essa religião, como o tradicional Ramadã. No dia 18 de novembro, os omanis celebram a expulsão dos portugueses de seu território, que é o dia da independência. Outro feriado importante é o aniversário do sultão Qabus bin Said Al Said.

A confecção de peças artesanais em madeiras e tecidos e o trabalho em pedras preciosas são uma importante manifestação cultural em Omã, sendo uma forma de arte perpetuada por vários séculos no país. Na gastronomia se destacam preparos com carne de cordeiro, como o shuwa, prato tradicional que consiste em cordeiro marinado cozido lentamente, por um período de 24 a 48 horas.

Veja também: Indonésia — o país que possui a maior população islâmica do mundo

Governo de Omã

A forma de governo vigente em Omã é a monarquia absolutista. Sultão é o título dado ao monarca nos países islâmicos, sendo esse o caso do país. O sultão desempenha as funções de chefe de governo e de chefe de Estado, e a sucessão do cargo acontece hereditariamente. Ou seja, com o falecimento do atual sultão, o seu parente mais próximo é quem assume o poder.

Existe ainda o Poder Legislativo, desempenhado no âmbito do Conselho de Omã. O conselho é um órgão bicameral formado pelo Conselho de Estado, composto por 85 membros indicados pelo sultão, e pelo Conselho Consultivo, cujos 86 membros são eleitos pela população. As decisões dessa segunda casa, no entanto, passam posteriormente pelo Conselho de Estado e pela corte real.

Curiosidades sobre Omã

  • A montanha de Jebel Shams abriga o ponto mais elevado de Omã, situado a 3004 metros acima do nível do mar.

  • Omã é o único país do mundo cujo nome começa com a leta O.

  • É o estado independente mais antigo dentre os países árabes.

  • A primeira universidade de Omã foi aberta em 1986. Trata-se da Universidade Sultan Qaboos, em Al Seeb, na governadoria de Mascate.

  • A bebida nacional de Omã é o café.

 

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia 

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Omã"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/oma.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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