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IDH, sigla para Índice de Desenvolvimento Humano, é uma medida de desenvolvimento de um país, que avalia não só os aspectos econômicos mas também sociais, considerando que não é apenas a economia que mede o avanço de uma população. Utilizado como parâmetro mundial, o IDH permite comparar a qualidade de vida de cada país, identificando o seu desenvolvimento socioeconômico e orientando as possíveis medidas a serem tomadas naquilo que se encontra deficiente.
Todos os anos os países são avaliados, avaliação essa que possibilita a Organização das Nações Unidas interferir, por meio da elaboração de políticas de ajuda humanitária, nos territórios que apresentem essa necessidade.
No entanto, vale ressaltar que, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD Brasil), o IDH não deve ser considerado um medidor de felicidade ou o indicador do melhor lugar para viver, pois não leva em consideração todos os aspectos necessários para chegar-se a essa conclusão, como equidade, sustentabilidade, democracia, entre outros.
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Tópicos deste artigo
Quem criou o IDH?
O IDH foi criado em 1990 por Mahbub ul Haq, economista paquistanês, em colaboração com Amartya Sen, economista indiano e ganhador do prêmio Nobel de economia de 1998. O Pnud — órgão da Organização das Nações Unidas que visa promover o desenvolvimento dos países e acabar com a pobreza — utiliza o IDH como medida comparativa para avaliar os países-membros da organização.
É hoje um dos principais indicadores do Relatório para o Desenvolvimento Humano (RDH), considerado pela ONU como um importante instrumento no progresso do desenvolvimento humano no mundo. Esse relatório é divulgado nacional, global e anualmente.
→ O que o IDH leva em consideração?
O desenvolvimento de um país geralmente está associado ao seu crescimento econômico medido pelo seu Produto Interno Bruto, que se refere à soma de todos os bens e serviços produzidos durante um determinado período, normalmente um ano. Contudo, não é esse o único aspecto a ser analisado para fazer essa avaliação. Assim, o IDH leva em consideração aspectos que estão relacionados à qualidade de vida, sendo três principais:
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Educação: refere-se ao nível de conhecimento da população. Para isso são observadas as taxas de alfabetização, de escolarização e o grau de instrução que se referem à média de anos de estudos de um adulto (a partir dos 25 anos) e à expectativa de anos escolares para cada criança. Esse resultado mostra como as políticas públicas de cada país atuam na educação a fim de promover o acesso à escola e a diminuição da evasão escolar.
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Saúde: refere-se à qualidade de vida. Para isso é observada a esperança de vida ao nascer, levando em consideração o número de mortes precoces condicionadas ao acesso à saúde, no que tange aos tratamentos, medicamentos e vacinas, às causas da mortalidade infantil e também às taxas de violência.
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Renda: refere-se à possibilidade de um nível de vida com dignidade. Para isso é observado o PIB per capita — que é o Produto Interno Bruto dividido pelo número de habitantes da área, indicando o que cada pessoa produziu. Esse é um indicador do padrão de vida de cada pessoa.
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Como é calculado o IDH?
O cálculo do IDH é feito anualmente e trata-se de uma média entre as três dimensões consideradas na análise: renda, saúde e educação, tendo cada dimensão o mesmo peso no cálculo a ser realizado. Para cada uma delas, é criado um índice, que seleciona os valores mínimo e máximo, entre 0 e 1, a fim de chegar-se a uma média.|1| Por exemplo:
→ Saúde
Para chegar-se à média do índice de expectativa de vida de um determinado lugar, dão-se os valores máximo e mínimo. Veja:
Suponhamos que o valor máximo de expectativa de vida é de 80 anos, e o mínimo, de 20. Verifica-se a real expectativa de vida desse lugar, por exemplo 72 anos. Calcula-se então:
72-20 dividido por 80-20 que resulta em: 0,866
→ Educação
Para chegar-se à média do índice de escolaridade de um determinado lugar, dão-se os valores máximo e mínimo. O valor máximo é 100% da população alfabetizada, e o mínimo é 0%.
Suponhamos que a taxa de alfabetização desse lugar seja de 78,6%. Calcula-se então:
78,6 - 0 dividido por 100 - 0 = 0,786
E assim é feito com os demais índices dessa dimensão, como a taxa de escolarização e o grau de instrução.
→ Renda
Para chegar-se à média do índice de vida digna por meio do PIB per capita, o cálculo é feito segundo o logaritmo do rendimento. Esse cálculo é mais complexo em valores máximo e mínimo de dólares. É necessário, para tanto, verificar qual o PIB per capita do país. Veja:
Suponhamos que o PIB per capita seja de US$ 8000, o valor máximo seja de US$ 40.000 e o mínimo de US$ 100. Calcula-se em escala de logaritmo, chegando a um valor aproximado de 0,700.
Assim, chegando-se às médias de cada dimensão, é feita a média entre os três resultados, obtendo-se então no Índice de Desenvolvimento Humano. Quanto mais próximo de 0 o resultado, pior é a qualidade de vida no país. Ou seja, há deficiências na área da saúde, educação e/ou renda. Quanto mais próximo de 1, melhor é a qualidade de vida no país, mostrando que as políticas públicas bem como a economia vão bem. O IDH é classificado em: baixo, médio, alto e muito alto.
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IDH no Brasil
O IDH brasileiro, segundo o ranking apresentado pela ONU em 2018, é de 0,759, estando na 79º posição entre 189 países, resultado esse classificado como alto desenvolvimento humano. Entre os países da América do Sul, o Brasil apresenta o quinto melhor IDH. Contudo, o país encontra-se estagnado nessa posição há três anos, evidenciando dificuldades tanto econômicas quanto sociais.
Em 2018 o país apresentou melhoras no que tange à saúde e renda e manteve-se estagnado quanto à educação. A média de anos de escolarização do brasileiro é de 7,8 e mantém-se desde 2016. A média de anos escolares esperada para um adulto é de 15,4 anos. Em 2016 a expectativa de vida dos brasileiros era de 75,5, passando para 75,7 em 2018, o que representa melhoria nas políticas públicas voltadas à saúde.
Além do Índice de Desenvolvimento Humano do país, há também o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), que analisa também três dimensões: expectativa de vida, educação e renda, assim como o IDH global. Aquele analisa a qualidade de vida nos municípios brasileiros segundo à realidade do país, apontando os desafios regionais bem como as suas potencialidades.
Segundo o IDHM, os 100 municípios com melhor qualidade de vida encontram-se principalmente na região Sudeste e na região Sul do país. Segundo o Pnud Brasil, São Caetano do Sul, no estado de São Paulo, lidera o ranking com IDHM de 0,862. A última posição é ocupada por Melgaço, no Pará, com IDHM de 0,418. Para saber mais sobre o assunto, leia nosso texto: IDH do Brasil.
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IDH mundial
O IDH mundial é liderado por países com alto desenvolvimento humano. Os primeiros dez países do ranking encontram-se nos continentes europeu e asiático. Já os países com baixo desenvolvimento humano estão na Oceania, África e Ásia.
Veja a lista com os melhores e piores IDHs do mundo:
Alto desenvolvimento humano |
Baixo desenvolvimento humano |
Noruega – 0,953 |
Níger – 0,354 |
Suíça – 0,944 |
República Centro Africana – 0,367 |
Austrália – 0,939 |
Sudão do Sul – 0,388 |
Irlanda – 0,938 |
Chade – 0,404 |
Alemanha – 0,936 |
Burundi – 0,417 |
Islândia – 0,935 |
Serra Leoa – 0,419 |
Suécia – 0,933 |
Burkina Faso |
Singapura – 0,932 |
Mali – 0,417 |
Holanda – 0,931 |
Libéria – 0,435 |
Dinamarca – 0,929 |
Moçambique – 0,437 |
Notas
|1| Cálculo dos índices de desenvolvimento humano. Para acessar, clique aqui.
Por Rafaela Sousa
Professora de Geografia