O Setor Secundário da economia é o responsável pela transformação dos bens e matérias-primas advindos do setor primário em mercadorias, que são transferidas para a comercialização no setor terciário. Assim, o setor secundário corresponde à produção fabril, com vários tipos de indústrias que se estruturam em diferentes áreas e aspectos do mercado.
Quando o setor secundário passa a crescer e a dinamizar-se em um dado local, dizemos que está ocorrendo o processo de industrialização, ou seja, a produção mecanizada ou manufaturada de mercadorias.
A industrialização ocorreu de diferentes formas ao redor do mundo: os países desenvolvidos foram os primeiros a passar por esse processo, notadamente a Inglaterra, considerada o seio da I Revolução Industrial ao longo do século XVIII. Esse país, além da França, Estados Unidos, entre muitos outros, é chamado de país de industrialização clássica. Nos territórios onde o desenvolvimento ocorreu pela implantação do socialismo ou do capitalismo de Estado, ocorreu uma industrialização planificada, com a maior parte das indústrias pertencente ao poder público.
Já em países emergentes e subdesenvolvidos, tais como o Brasil, manifestou-se a industrialização tardia, caracterizada por consolidar-se apenas na segunda metade do século XX, com a instalação predominante de empresas estrangeiras, também chamadas de multinacionais.
A atividade industrial é uma das mais relevantes no processo de produção do espaço geográfico. Isso porque, além de dinamizar a economia, ela amplia, ao menos inicialmente, a geração de empregos e é responsável pelo rápido crescimento das cidades. No Brasil, como a industrialização ocorreu primeiramente na região Sudeste, em face das heranças estruturais herdadas da economia cafeeira, essa região é a que concentra a maior parte da renda e da população do país.
Existem três tipos de indústrias, categorizadas conforme a sua especialização produtiva:
a) Indústrias extrativas: são aquelas que operam a partir da extração vegetal ou mineral, seja com a retirada direta ou com a transformação de bens extrativistas, tais como o petróleo, a madeira, entre outros.
b) Indústrias de base: são responsáveis pela produção de maquinários utilizados para estruturar outras indústrias e também possuem a função de produzir materiais que não são diretamente destinados ao consumo, mas que são novamente utilizados para outras produções industriais. Exemplo: produção do aço.
c) Indústrias de bens de consumo: são as responsáveis pela produção ou montagem de mercadorias em sua fase final, que serão diretamente direcionadas ao setor terciário. É segmentada em indústria de bens duráveis (mercadorias não perecíveis) e bens não duráveis (mercadorias perecíveis).
O setor secundário da economia, inicialmente, era o ramo de atividade que mais gerou empregos. No entanto, com a modernização dos sistemas produtivos e dos transportes, além da implantação do toyotismo ou produção flexível, a maior parte da mão de obra vem deslocando-se das fábricas para o comércio e os serviços. Além disso, os empregos na área industrial exigem cada vez mais uma maior qualificação profissional por parte do trabalhador.
A indústria automotiva atualmente emprega menos trabalhadores, que precisam qualificar-se ¹
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¹ Créditos da imagem: bibiphoto / shutterstock
Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
PENA, Rodolfo F. Alves. "Setor secundário"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/economia/setor-secundario.htm. Acesso em 01 de março de 2021.
Maioria das multinacionais brasileiras é do setor secundário
De acordo com uma pesquisa da ESPM divulgada nesta quarta-feira, a maioria (69%) das empresas brasileiras que têm atividades no exterior pertence ao setor manufatureiro, principalmente aos ramos de peças automotivas e têxtil. Companhias do setor terciário ficam em segundo lugar (26%), seguidas pelas do primário (5%).
(Revista Exame. Disponível em: http://exame.abril.com.br).
O panorama apresentado pela notícia acima se justifica:
a) pelos incentivos fiscais e mão de obra barata oferecidos às indústrias no Brasil.
b) pelas baixas taxas de desemprego no país, o que atrai mais investidores.
c) pela menor presença de indústrias no Brasil, com menor concorrência.
d) pelo fato de o Brasil ser um país desindustrializado.
e) pelos históricos investimentos brasileiros em sistemas alternativos de transporte.
Nas antigas sociedades agrárias, a ocupação agrícola chegou a representar quatro em cada cinco postos de trabalho. Com a passagem para a sociedade urbana e industrial, a partir do século 19, o emprego da mão de obra no setor secundário das economias (construção civil e manufatura) chegou a alcançar quase dois quintos do total da ocupação, especialmente nos países de industrialização madura.
E desde a segunda metade do século passado a nova transição da sociedade industrial aponta para a concentração dos postos de trabalho no setor terciário (serviços e comércio). Nas economias desenvolvidas, o setor de serviços responde por 83% do emprego da mão de obra [...].
(POCHMANN, M. O desafio do emprego no novo mundo dos serviços. Rede Brasil Atual, 15/08/2014. Disponível em: http://www.redebrasilatual.com.br)
O esvaziamento progressivo da mão de obra do setor secundário mencionado pelo texto deve-se principalmente:
a) ao processo de constituição da revolução verde.
b) ao caráter especulativo do capital financeiro.
c) à queda da qualidade dos serviços manufatureiros.
d) à ampliação do desemprego estrutural nas indústrias.
e) à retração das leis trabalhistas nas fábricas.
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