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A demografia estuda o perfil e a evolução das populações humanas no tempo e no espaço. Para isso, faz uso de conceitos e indicadores demográficos expressos quantitativamente, ou seja, na forma de dados estatísticos.
No Brasil, é o IBGE o principal responsável pela elaboração e divulgação de pesquisas de população, como o Censo Demográfico. O conhecimento mais aprofundado de uma população e do seu comportamento nos auxilia na compreensão da sua relação com o espaço bem como na elaboração de políticas públicas voltadas ao atendimento de suas necessidades e demandas.
Leia também: Imigração – processo de entrada de um indivíduo em um local que não seja o de origem
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre demografia
- 2 - O que é demografia?
- 3 - Conceitos e indicadores demográficos
- 4 - Importância da demografia
- 5 - Demografia do Brasil
- 6 - Demografia do mundo
- 7 - Origem da demografia
- 8 - Exercícios resolvidos sobre demografia
- 9 - Perguntas frequentes
Resumo sobre demografia
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A demografia é a área do conhecimento que se dedica ao estudo das populações humanas.
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Para a caracterização de uma população e análise da sua evolução no tempo, no espaço e a compreensão da sua composição, a demografia se utiliza de um conjunto de conceitos e indicadores, estes são dados estatísticos coletados periodicamente.
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No Brasil, a coleta e divulgação de estatísticas demográficas é realizada pelo IBGE.
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Em escala mundial, são bastante utilizados os dados da ONU e do Banco Mundial.
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A primeira menção ao termo demografia aconteceu, no século XIX, com a publicação do livro Elementos de estatística humana ou demografia comparada, de Achille Guillard.
O que é demografia?
A demografia é a área do conhecimento responsável pelo estudo das populações humanas. Esse estudo abrange a formação e evolução dos grupos populacionais em seus mais variados aspectos, que são o seu tamanho, distribuição espacial e composição (por idade, sexo, cor ou raça etc.), os quais são analisados dentro de um intervalo de tempo.
A análise das populações realizada no âmbito da demografia se apoia principalmente em dados quantitativos (ou seja, dados estatísticos), coletados de tempos em tempos para o acompanhamento da evolução de uma determinada população.
No Brasil, por exemplo, temos o Censo Demográfico feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada 10 anos, e, em um intervalo menor variável (mensal, trimestral, anual), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, realizada pela mesma instituição. Ambas possuem abrangência nacional, compreendendo, assim, a população de todo o território brasileiro.
Confira em nosso podcast: O que é preciso saber sobre teorias demográficas
Conceitos e indicadores demográficos
Para a caracterização das populações e compreensão da sua evolução temporal, a demografia faz uso de um conjunto de conceitos e indicadores demográficos. Descrevemos os principais deles abaixo.
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População absoluta: número total de habitantes em um determinado local (país, cidade, estado, continente).
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População relativa ou densidade demográfica: distribuição da população sobre o espaço. É calculada com base na divisão da população total pela área do local considerado.
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Crescimento populacional: aumento do número total de indivíduos em uma população em um determinado intervalo de tempo. Pode se dar somente pelo maior número de nascimentos com relação às mortes (crescimento vegetativo) ou pela diferença entre nascimentos e mortes somada ao saldo migratório (crescimento absoluto).
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Taxa de fecundidade: número médio de filhos que uma mulher teria em todo o seu período de vida.
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Taxa de natalidade: número de nascidos vivos em uma população expresso por mil habitantes.
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Taxa de mortalidade: número de óbitos que ocorrem a cada mil habitantes.
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Taxa de mortalidade infantil: expressa o número de indivíduos que morrem antes de completarem um ano de idade a cada mil nascidos vivos.
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Expectativa de vida ou esperança de vida ao nascer: diz respeito à quantidade total de anos que se espera que um indivíduo viva a partir do seu nascimento, levando em consideração alguns fatores relacionados à condição de vida local, como os serviços de saúde, saneamento, assistência social, acesso à educação, indicadores de violência, entre outros.
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Migração: deslocamento de pessoas pelo espaço de forma temporária ou permanente. O processo de chegada a um lugar é denominado imigração, enquanto a saída caracteriza a emigração.
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Saldo migratório: diferença entre o número de pessoas que chega a um território (imigrantes) e que deixam aquele mesmo local (emigrantes).
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Êxodo rural: migração da zona rural para a zona urbana.
Importância da demografia
A demografia nos auxilia na compreensão das dinâmicas populacionais, da sua composição e da forma como um determinado conjunto de indivíduos evolui tanto no tempo quanto no espaço. Com isso, a sua importância reside, entre outros, no fato de os indicadores demográficos servirem como elementos fundamentais para a política e gestão de territórios.
Somente com o conhecimento do perfil de uma população e a interpretação dos dados estatísticos a ela relacionados é possível entender as suas necessidades e atuar de forma a atendê-las, elaborando políticas voltadas a diversos setores, como de educação, saúde, saneamento e até mesmo de infraestrutura urbana.
Por meio da demografia, aliada a outras ciências, como a própria geografia, é possível compreender ainda as relações entre a população e o espaço, e de que forma a evolução dessa população pode interferir no uso de recursos naturais, por exemplo, e como decorrerão as transformações no meio ambiente com base em determinados padrões observados, possibilitando assim a elaboração de planos de ação e medidas adequadas para um melhor manejo ambiental.
Demografia do Brasil
Os principais dados demográficos do Brasil são levantados e divulgados pelo IBGE. O instituto contabiliza uma população absoluta de 213.317.639 habitantes (2021), os quais se distribuem por uma área de 8.510.345,538 km². Assim, sabe-se que a densidade demográfica do território brasileiro é de 22,43 hab./km². Diante desses dados, podemos concluir que o Brasil é um país populoso, ficando entre os maiores do mundo, mas pouco povoado, visto que a sua população relativa é consideravelmente baixa.
A população brasileira se encontra distribuída de forma irregular pelo território. O Sudeste é a região mais populosa, com 89.632.912 habitantes e cerca de metade deles vivendo no estado de São Paulo. A menos populosa é a região Centro-Oeste, que reúne 16.707.336 habitantes. Em nível de unidade federativa, temos que Roraima é a menos populosa. De acordo com dados de 2021, o estado tem uma população estimada de 652.713 habitantes.
Nos últimos anos, o crescimento da população do país tem passado por um processo de desaceleração, o que se deve à redução gradual das taxas de fecundidade e natalidade e, consequentemente, à diminuição do crescimento vegetativo. A fecundidade já foi de mais de dois filhos por mulher na metade do século XX, mas esse valor foi caindo, e, desde pelo menos 2000, ela vem se mantendo estável em valores próximos de 1,76. A mortalidade infantil também decresceu nas últimas décadas, chegando ao atual patamar de 11,56 por mil nascidos vivos.
Outro fenômeno em curso e mais recente é o de envelhecimento da população brasileira. Isso decorre de diversos fatores, como a diminuição do número de nascimentos, a melhoria na saúde, os melhores índices de desenvolvimento econômico e outros aspectos da vida cotidiana que aumentam a expectativa de vida. A esperança de vida ao nascer atualmente no Brasil é de 76,6 anos (IBGE, 2020).
Demografia do mundo
Existem diversas fontes que podem ser consultadas a fim de se conhecer um pouco melhor o perfil da população mundial. Entre as principais estão a Divisão de População da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial.
A população mundial chegou a 7.794.799 pessoas no ano de 2020, conforme as informações da ONU. A taxa anual de crescimento da população decresceu consideravelmente nos últimos anos, chegando a 1,1%, que é o valor atual. Isso significa que a população mundial cresce em um ritmo mais lento e vem diminuindo com o passar do tempo.
O que explica essa variação é a queda da fertilidade, e, consequentemente da natalidade, e também da mortalidade. A taxa de fecundidade mundial é de 2,47, enquanto os nascimentos ficam na casa de 18,2 por mil habitantes. A mortalidade hoje é de 7,6 a cada mil habitantes, mas a ONU indica uma tendência de crescimento desse indicador nas próximas décadas. Outro indicador que variou positivamente foi a expectativa de vida, que chega hoje a 72,6 anos.
Diante desse cenário, temos que a população mundial vive um processo de envelhecimento. Nas últimas duas décadas, a idade mediana saltou de 26,3 anos para 30,9 anos. Estima-se que esse valor chegará a 41,9 anos até 2100.
Entretanto, da mesma forma como a população se encontra distribuída de forma irregular pelo planeta, sendo maior a concentração na Ásia e na África principalmente, esses indicadores se comportam de forma distinta, sobretudo quando a comparação ocorre entre as nações desenvolvidas e subdesenvolvidas.
Veja também: Pirâmides etárias – representações gráficas da estrutura populacional de um lugar
Origem da demografia
O processo de contabilização da população é bastante antigo e estava presente em diversas épocas de nossa história. A sistematização do que viria a ser conhecido como a demografia, no entanto, apareceu entre os séculos XVII e XVIII na Europa, por meio de diversas publicações, de profissionais das mais variadas áreas e nacionalidades, versando a respeito das dinâmicas das populações humanas com base em estatísticas aliadas a questões políticas.
A nomeação dessa área do conhecimento que estava se desenvolvendo e, portanto, a primeira menção ao termo demografia de fato ocorreram somente no século XIX, mais especificamente em 1855. Foi nesse ano que o estatístico e botânico francês Achille Guillard (1799-1876) lançou a sua obra Elementos de estatística humana ou demografia comparada, inaugurando assim uma nova fase nos estudos de população.
Exercícios resolvidos sobre demografia
Questão 1 - (Uece) “O Japão é um dos países mais povoados do mundo, com uma área de 372.812 km² e uma população de 127,9 milhões de habitantes” (Dados da ONU-2012). A definição de país povoado nos remete a um conceito geodemográfico de:
A) população relativa.
B) população absoluta.
C) crescimento vegetativo.
D) transição demográfica.
Resolução
Alternativa A. A definição de um país povoado leva em consideração a sua população relativa, que é calculada com base na divisão do número de habitantes pela área do território.
Questão 2 - (UFRGS) Observe a tabela abaixo.
Sobre os dados apresentados, é correto afirmar que:
A) os números indicam o processo de envelhecimento da população brasileira, a subsequente diminuição da população jovem e a entrada do país no período chamado “bônus demográfico”.
B) a estrutura da população é típica de um país não desenvolvido, com predominância de jovens sobre idosos, devido às taxas de natalidade ainda altas e à baixa expectativa de vida.
C) a baixa variação apresentada nas porcentagens mostra que nada mudou sobre a estrutura da população, nos últimos 50 anos, no Brasil.
D) a razão de dependência é extremamente alta nos dois últimos censos, o que provoca pouca arrecadação e problemas para o sistema de previdência social.
E) a população brasileira está estagnada em seu crescimento, o que se reflete nas porcentagens, ao longo do período de 50 anos, mostradas na tabela.
Resolução
Alternativa A. A tabela mostra o encolhimento da população de 0 a 14 anos e aumento daqueles que possuem 64 anos ou mais, indicando assim o processo gradual de envelhecimento da população brasileira.
Perguntas frequentes
O que é demografia?
- A demografia é a área do conhecimento que se dedica ao estudo das populações humanas.
Qual o objetivo da demografia?
- A demografia nos auxilia na compreensão das dinâmicas populacionais, da sua composição e da forma como um determinado conjunto de indivíduos evolui tanto no tempo quanto no espaço.
Qual a importância da demografia?
- A demografia é importante porque os indicadores demográficos servem como elementos fundamentais para a política e gestão de territórios.