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A população mundial atingiu a marca de 1 bilhão de pessoas em 1800. Na época, as condições sanitárias eram precárias se compararmos com as atuais, e esse número foi assustador, uma vez que perspectivas pessimistas foram criadas em torno do alto número de habitantes no planeta, como a teoria de Thomas Malthus.
Com o passar do tempo e as evoluções científicas e tecnológicas, a população mundial continuou crescendo, chegando a 7 bilhões em 2011 e, em 2020, a 7,8 bilhões.
Leia também: O que é transição demográfica?
Tópicos deste artigo
- 1 - Crescimento da população mundial
- 2 - Distribuição da população mundial
- 3 - Ranking de países mais populosos do mundo
- 4 - Países populosos X países povoados
- 5 - População do Brasil
- 6 - População da China
- 7 - Exercícios resolvidos
Crescimento da população mundial
Desde quando atingimos a marca de 1 bilhão de habitantes, em 1800, o ritmo de crescimento da população mundial tem sido expressivo, principalmente no século passado. Desde a Revolução Industrial, no século XVIII, os habitantes do globo vivenciaram significativas mudanças, que permitiram mais longevidade e melhores condições de vida.
São exemplos dessas mudanças significativas:
-
desenvolvimento da penicilina;
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uso da tecnologia na produção alimentar;
-
surgimento de vacinas para erradicação de doenças;
-
saneamento básico, tratamento de esgoto e planejamento urbano, além de infraestruturas que possibilitaram a população mundial viver mais e melhor.
Desde que nos tornamos sedentários, durante a Revolução Neolítica, nossa alimentação e o estilo de vida nos levaram a viver mais, sem os perigos da natureza vivenciados pelos nossos ancestrais. Entretanto, mesmo com uma vida mais confortável, a população não aumentava de forma expressiva, pois em muitos locais a produção de alimentos não conseguia atender a todos, além da existência de doenças sem tratamento, como o evento da peste negra na Europa Medieval.
Foi com o desenvolvimento tecnológico e com a ciência que o ser humano atingiu o patamar de viver por mais tempo: vacinas, remédios, produção alimentícia em larga escala, entre outras inovações, o que reduziu consideravelmente a taxa de mortalidade.
Chegamos a 2 bilhões de pessoas em 1930, época da proliferação da penicilina pelo mundo e do desenvolvimento de vacinas. Cinquenta anos depois, na década de 1980, já éramos mais que o dobro de pessoas, 5 bilhões. No início do século XXI, em 2000, 6 bilhões. Atualmente, somos quase 8 bilhões de habitantes. Esse crescimento é assustador, mas nos faz refletir sobre as positivas mudanças para a vida humana, tornando-a mais confortável do que há 12 mil anos.
Veja também: Quais são as teorias demográficas?
Distribuição da população mundial
A população mundial não está distribuída de forma regular pelo globo. Há enormes áreas com vazios demográficos, como no continente africano e na América do Sul. Porém, existem territórios pequenos que abrigam uma significativa quantidade de pessoas, fazendo-as viver em condições de superlotação em determinados locais.
Como exemplo, vejamos o caso do Japão, país pequeno em extensão territorial, mas que abriga mais de 120 milhões de pessoas. A China é outro exemplo: é o país que possui a maior população do globo, mas essa população está concentrada, em sua maioria, na vertente oriental do país.
Segundo a Worldometer, organização que estuda dados demográficos, a população mundial está distribuída pelo planeta da seguinte forma:
Continente |
População |
Percentual em relação à população mundial |
4.641.054.775 |
59,5 % |
|
1.340.598.147 |
17,2 % |
|
1.022.831.978 |
13,1% |
|
747.636.026 |
9,6 % |
|
42.677.813 |
0,5 % |
Ranking de países mais populosos do mundo
Vejamos os 10 países mais populosos do mundo e suas respectivas populações, com dados de 2019.
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10º lugar: México — 127.575.529 habitantes.
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9º lugar: Rússia — 145.872.260 habitantes.
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8º lugar: Bangladesh — 163.046.173 habitantes.
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7º lugar: Nigéria — 200.963.603 habitantes.
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6º lugar: Brasil — 211.049.519 habitantes.
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5º lugar: Paquistão — 216.565.317 habitantes.
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4º lugar: Indonésia — 270.625.567 habitantes.
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3º lugar: Estados Unidos da América — 326.766.748 habitantes.
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2º lugar: Índia — 1.366.417.756 habitantes.
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1º lugar: China — 1.433.783.692 habitantes.
Países populosos X países povoados
O termo populoso faz referência à população absoluta de um local, ou seja, à quantidade total de pessoas que ali vivem. A China, por exemplo, é o país mais populoso do planeta.
Já o termo povoado volta-se para a forma como a população absoluta está distribuída pelo território, fazendo referência ao que se conhece como população relativa, que é medida pelo índice da densidade demográfica (a relação proporcional entre o número de pessoas e a área da localidade). O país mais povoado do mundo é Mônaco, com uma densidade demográfica de 26.152 hab/km² e uma população de 38.967 pessoas
Acesse também: Qual é a diferença entre população absoluta e população relativa?
População do Brasil
A população brasileira é uma das mais heterogêneas do planeta, com grande diversidade de etnias. É, também, uma população concentrada na vertente oriental do país, herança do processo histórico de colonização, que sempre priorizou o leste brasileiro. Para corroborar, basta observarmos que as principais cidades brasileiras estão localizadas no litoral do país.
O responsável pela contagem da população do Brasil é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fundado em 1937, durante o governo de Getúlio Vargas. Contudo, registros históricos afirmam que o primeiro censo brasileiro foi feito em 1872, durante o reinado de D. Pedro II.
Para contar a população, o IBGE realiza um censo com a ajuda do Programa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que é feito anualmente. O censo com o total de brasileiros é atualizado de 10 em 10 anos.
Os dados do Pnad são importantes para o desenvolvimento de políticas públicas, além de servir para conhecermos a realidade nacional das cinco regiões do país.
Segundo as estimativas de 2020, a população brasileira era de 211,8 milhões. O município mais populoso é São Paulo, com 12.325.232 de habitantes.
População da China
Considerado o país mais populoso do mundo, a China viu sua população aumentar de forma considerável na segunda metade do século XX, o que trouxe benefícios ao país, como grande fornecimento de mão de obra, atraindo empresas transnacionais a partir da década de 1970, com a abertura do país à economia capitalista, após a morte do líder Mao Tsé-Tung.
Contudo, a explosão demográfica fez com que houvesse um rígido controle de natalidade, levando o governo a implantar na década de 1980 a política do filho único, uma frustrada tentativa de diminuir o crescimento populacional. Foi frustrada porque, ao longo das últimas décadas, houve uma brusca redução das taxas de natalidade, aumento da expectativa de vida e redução da mortalidade, fatores que, somados, levaram a um progressivo envelhecimento populacional.
Com isso, em 2018 o governo chinês revogou essa política e melhorou as políticas de incentivo à natalidade, como aumento das licenças-maternidades, tanto em tempo quanto em salário para as chinesas.
A maior população do mundo carrega consigo enormes problemas. As cidades chinesas são gigantescas em termos de quantidade populacional. Isso sobrecarrega o sistema de saúde, previdenciário, além de trazer à tona a fragilidade de políticas de moradia. Há, também, o peso de ser uma grande economia industrial, o que acarreta poluição do ar e diminuição da qualidade de vida.
Exercícios resolvidos
Questão 1 – (UECE 2016) Atente ao excerto a seguir:
“Duzentos e cinquenta milhões de habitantes na época da Antiguidade Clássica, meio bilhão pelos meados do século XVII, um bilhão em 1850, dois bilhões em 1940, mais quatro bilhões antes de 1980. [...] A mais inelutável das razões de desigualdade entre os homens é hoje a sua origem geográfica, isto é, o lugar onde nascem”.
George, 1986, p.7-8. In. Moreira, Ruy. Para onde vai o pensamento geográfico. Por uma epistemologia crítica. Contexto, São Paulo, 2011. p.78- 79.
As reflexões históricas, sociais e espaciais sobre a distribuição do homem na Terra podem ser as mais diversas. Dentre as causas da explosão demográfica, pode-se apontar corretamente
A) a revolução na higiene, que acompanhou a Revolução Industrial, principalmente nas áreas da medicina e do saneamento básico.
B) o acesso de toda a população mundial a remédios e tratamento de saúde mais modernos e eficazes.
C) o aumento global da produção de alimentos, que eliminou a fome e a desnutrição em todos os continentes.
D) o aumento do número de cidades no mundo, fato que elevou drasticamente a população global.
Resolução
Alternativa A. A população cresceu, de forma considerável, graças aos avanços medicinais e melhorias no saneamento básico, como acesso à água potável e tratamento de esgoto.
Questão 2 – (IFBA 2017) A geografia da população corresponde à constituição histórica, distribuição, dinâmica e distribuição dos habitantes do globo. Sabendo dessa complexidade de fatores e características, é correta a alternativa que afirma que:
A) a distribuição e as condições sociais da população dependem da localização e do tamanho dos países, de modo que sempre nos países menores encontra-se baixa densidade demográfica.
B) a estrutura da população no mundo é caracterizada pelo conflito entre o crescimento do número de idosos e as altas taxas de natalidade, que são características dos países mais desenvolvidos no cenário mundial.
C) o neomalthusianismo traz elementos da teoria malthusiana para justificar a desigualdade econômica entre os países e atribuir responsabilidade pelo desenvolvimento precário ou retardatário dos países a suas taxas de natalidade.
D) as teorias populacionais buscam explicar a relação entre o crescimento da população e o desenvolvimento social, de modo que a teoria malthusiana aponta para a real escassez de alimentos para a população atual.
E) a estrutura etária populacional tende ao equilíbrio entre natalidade, população jovem e adulta e longevidade.
Resolução
Alternativa C. A teoria populacional neomalthusiana atribui a miséria e pobreza de alguns países ao alto número de habitantes, pregando soluções drásticas, como um rígido controle de natalidade, algo polêmico e que não surte efeito, como o caso da China, que aboliu a política do filho único em 2018.
Por Átila Matias
Professor de Geografia