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Taxa de natalidade e taxa de mortalidade

Taxa de natalidade e taxa de mortalidade são indicadores que auxiliam na análise do desenvolvimento humano. Também são usados na análise do crescimento populacional de um lugar.

As taxas de natalidade e de mortalidade são indicadores sociais que representam a dinâmica da população mundial.
As taxas de natalidade e de mortalidade são indicadores sociais que representam a dinâmica da população mundial.
Crédito da Imagem: Shutterstock
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Taxa de natalidade e taxa de mortalidade são indicadores demográficos realizados por meio de cálculos. A taxa de natalidade representa o número de nascidos vivos, enquanto a taxa de mortalidade indica o número de óbitos de um determinado local. Os resultados obtidos auxiliam na compreensão da dinâmica populacional de um determinado lugar, demonstrando seu crescimento ou declínio.

Leia também: Quais são os principais indicadores sociais?

Tópicos deste artigo

Taxa de natalidade

A taxa de natalidade representa o número de crianças nascidas vivas no período de um ano. Exclui-se desse cálculo o número de crianças nascidas mortas ou que morreram logo após o nascimento. Esse indicador representa a relação entre o número de nascimentos e de habitantes de um determinado local. O cálculo é feito a cada mil habitantes, e o resultado é dado em permilagem (número por mil).

Cálculo da taxa de natalidade
 

Observe abaixo um exemplo hipotético de cálculo de taxa de natalidade:

População total do país: 1 500 000 habitantes

Nascimentos em um ano: 5000

Taxa de natalidade: 3,33‰

5000 x 1000  = 3,33‰
1 500 000                

O resultado acima indica que, nesse país, nascem, aproximadamente, três crianças a cada mil habitantes no período de um ano.

Taxa de natalidade nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos

Países desenvolvidos

Países subdesenvolvidos

- A taxa de natalidade apresenta-se estável, em declínio ou reduzida.

- Políticas públicas voltadas à saúde e à educação atendem à população de maneira eficiente.

- As famílias costumam ser planejadas.

- As mulheres encontram-se cada vez mais inseridas no mercado de trabalho, tardando casamentos e filhos.

- O acesso à saúde, medicamentos e métodos contraceptivos é uma realidade social

- A taxa de natalidade é elevada em decorrência dos problemas sociais vividos nesses países.

- As políticas públicas referentes à saúde, educação e oportunidades de emprego são ineficientes.

- Boa parte da população vive em situação de pobreza.

- Faltam recursos básicos para viver.

- A qualidade de vida é baixa.


Taxa de mortalidade

A taxa de mortalidade representa o número de óbitos ocorridos ao longo de um ano. Esse indicador é calculado a cada mil habitantes e reflete a relação entre o número de óbitos anuais e de habitantes de um determinado local. O resultado obtido por meio do cálculo é dado também em permilagem.

Cálculo da taxa de mortalidade

Observe abaixo um exemplo hipotético de cálculo de taxa de mortalidade:

População total do país: 8 200 000 habitantes

Óbitos em um ano: 20 000

Taxa de mortalidade: 2,43‰

20 000 x 1000   = 2,43‰
8 200 000                 

O resultado acima indica que, no país em questão, morrem aproximadamente duas pessoas a cada mil habitantes no período de um ano.

Taxa de mortalidade nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos

Países desenvolvidos

Países subdesenvolvidos

- A taxa de mortalidade é baixa.

- A boa qualidade e expectativa de vida fazem parte da realidade da população desses países.

- A população tem acesso a programas de saúde, medicamentos e vacinas.

- Saneamento básico adequado e programas educacionais públicos fazem parte da realidade social desses países.

- A taxa de mortalidade é elevada.

- As políticas públicas voltadas à saúde são ineficientes e o saneamento básico não é adequado.

- Muitas pessoas vivem em situação de miséria, subnutrição e imersas em meio a doenças e violências.

 


Taxa de mortalidade infantil

A taxa de mortalidade infantil é um indicador social de extrema relevância para a análise do desenvolvimento social e econômico de um país. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), reduzir a mortalidade infantil é uma das principais metas das políticas para a infância de todos os países.

Essa taxa representa o número de crianças que morrem antes de completar um ano de idade e é calculada a cada mil crianças que nascem vivas no período de um ano.

Observe abaixo um exemplo hipotético de cálculo de taxa de mortalidade infantil:

Número de óbitos no primeiro ano de vida: 250

Nascimentos em um ano: 30 000

Taxa de mortalidade infantil: 8,33‰

250 x 1000  = 8,33‰
 30 000                

O resultado acima indica que morrem, no país em questão, aproximadamente oito crianças antes de completarem um ano de vida a cada mil crianças nascidas vivas no período de um ano.

Crescimento vegetativo

Crescimento vegetativo, também conhecido como crescimento natural, representa a diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade no período de um ano. Quando relacionado aos movimentos migratórios, permite a análise do crescimento demográfico de um lugar.

Análises das taxas de natalidade e de mortalidade permitem aferir algumas considerações a respeito da população. Por exemplo, se em um determinado lugar a taxa de natalidade é maior que a taxa de mortalidade, é possível constatar que, de forma geral, a população está crescendo. Se por outro lado, a taxa de mortalidade for maior que a taxa de natalidade, a população do local estará diminuindo. Se essas taxas mantiverem-se iguais ou bem próximas, é possível dizer que a população mantém-se estável, portanto, há um crescimento demográfico zero.

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Saiba mais: Controle demográfico na China

Taxa de fecundidade

A taxa de fecundidade representa a estimativa de filhos por mulher ao longo de seu período fértil. Os países desenvolvidos apresentam essa taxa em declínio em virtude do planejamento familiar, do maior acesso de mulheres ao mercado de trabalho, a programas de saúde, a métodos contraceptivos, bem como à educação. Isso reflete na dinâmica da população, que passa a apresentar maior envelhecimento populacional e diminuição da população economicamente ativa.

Nos países subdesenvolvidos, essa taxa, geralmente, apresenta-se elevada, pois é comum que as mulheres procriem mais em decorrência da falta de políticas públicas voltadas à saúde e ao planejamento familiar.

Densidade populacional

A respeito da densidade populacional, também chamada de densidade demográfica, que representa o número de habitantes dividido pela área, podemos constatar que:

Países desenvolvidos

Países subdesenvolvidos

-É observada uma menor densidade populacional.

- As taxas de natalidade, de mortalidade e de fecundidade tendem a diminuir.

- Boa parte da população possui acesso à saúde, à educação e à formação para o mercado de trabalho.

- Em países como a China (o mais populoso do mundo), é possível encontrar políticas de controle de natalidade que visam a diminuir a taxa de natalidade.

- A redução das taxas de natalidade gera um elevado número de idosos, o que demanda maiores gastos com sistemas de saúde e de previdência.

- Ocorre também a redução da população economicamente ativa e do número de adultos em idade pró-ativa.

 

- É observada uma maior densidade populacional.

- As taxas de natalidade, de mortalidade e de fecundidade são elevadas. As políticas públicas são inoperantes e não garantem o acesso à saúde, à educação e à cultura.

- A elevação dessas taxas reflete na condição socioeconômica das populações, que vivem, em sua maioria, imersas em condições miseráveis, como pobreza extrema, subnutrição e agravamento de doenças.

 

 

 

 

 

 


Taxas de natalidade e de mortalidade no mundo

Por meio da análise das taxas de natalidade, de mortalidade e de fecundidade, é possível observar aspectos gerais de uma determinada população. Estudos como a revisão apresentada em 2017 pelo núcleo de Divisão da População das Nações Unidas indicam queda nas taxas de crescimento populacional, especialmente nos países desenvolvidos. Apesar disso, o crescimento da população é expressivo em todas as partes do mundo.

Na primeira década do século XXI, a população do planeta já ultrapassava os sete bilhões de habitantes. Segundo previsões da Organização das Nações Unidas (ONU), por volta do ano de 2050, depois de atingir dez milhões de habitantes, o crescimento populacional entrará em declínio.

Maiores taxas de natalidade e de mortalidade do mundo

Países com maiores taxas de natalidade

Países com menores taxas de mortalidade

Níger – 50‰

Ucrânia – 17‰

Mali – 47‰

Letônia - 16‰

Uganda – 44‰

Lituânia - 16‰

Zâmbia – 43‰

Bulgária – 16‰

Burkina Faso – 41‰

Lesoto – 15‰

Dados IBGE – 2014

Taxas de natalidade e de mortalidade no Brasil

No Brasil, há uma tendência, não tão expressiva quanto nos países desenvolvidos, à diminuição da taxa de natalidade. Essa redução é consequente de uma significativa melhoria na qualidade de vida dos brasileiros, que passaram a ter maior acesso à saúde e à educação, mesmo que ainda precários.

O aumento do processo de urbanização, que modificou o modo de viver de muitas famílias, é também um fator preponderante para explicar essa redução na taxa de natalidade. A reorganização familiar passou a enxergar um novo membro como sinônimo de maiores despesas. Assim, o número de filhos nas famílias diminuiu. Além disso, o ingresso no mercado de trabalho tem levado as mulheres a tardarem o casamento e a escolherem ter menos filhos ou não os ter. Esses fatores refletiram na consequente diminuição da taxa de fecundidade.

É válido ressaltar que, apesar de apresentar tendências semelhantes, o Brasil não é considerado um país desenvolvido, visto que sua população ainda vive uma realidade de pobreza, fome e falta de recursos básicos em muitos lares.

No que diz respeito à taxa de mortalidade, avanços no campo da medicina permitiram que a sociedade pudesse ter acesso a vacinas, medicamentos e maiores cuidados com a saúde. Observa-se também no país uma mudança na população jovem, que tem apresentado redução em relação a períodos anteriores, reflexo da diminuição das taxas de fecundidade e natalidade. Por outro lado, observa-se o aumento do número de idosos, sugerindo melhoria na expectativa de vida dos brasileiros.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve diminuição da taxa de natalidade no Brasil nos últimos anos. No ano de 2000, a taxa de natalidade era de 20,86 ‰. Em 2005, essa taxa foi reduzida para 18,15‰. Já em 2014, o número de crianças nascidas reduziu ainda mais: 14,16 a cada mil habitantes.

Em relação à taxa de mortalidade, houve também uma queda, apesar de ter sido menos expressiva que a da taxa de natalidade. No ano de 2000, a taxa de mortalidade era de 6,67‰. Em 2005, essa taxa foi reduzida para 6,20 ‰. Já em 2015, esse número era de 6,08 óbitos a cada mil habitantes.


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*Crédito de imagem: Lewis Tse Pui Lung / Shutterstock



Por Rafaela Sousa
Graduada em Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Rafaela Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rafaela. "Taxa de natalidade e taxa de mortalidade"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/taxa-natalidade-mortalidade.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

As taxas de natalidade e mortalidade representam importantes elementos estatísticos para a compreensão da dinâmica populacional no que concerne ao seu:

a) nível de fecundidade

b) crescimento natural

c) crescimento absoluto

d) índice de densidade demográfica

e) nível de superpovoamento

Exercício 2

O processo de transição demográfica ocorre tanto no Brasil quanto em outros países, tendo se consolidado de forma mais notória em alguns países da Europa. Esse conceito diretamente se relaciona às taxas de natalidade e de mortalidade, haja vista que se entende por transição demográfica:

a) a queda das taxas de mortalidade com posterior decréscimo da natalidade, com explosão demográfica e uma posterior estabilização.

b) o aumento das taxas de mortalidade e também de natalidade, com alto índice de reposição transitória da população.

c) a inversão da pirâmide etária graças ao controle da natalidade e ao insucesso do aumento da expectativa de vida.

d) a transição entre períodos de altas taxas de natalidade e baixa mortalidade e o seu correspondente inverso posterior.

e) a relação de equilíbrio entre as taxas de natalidade e também de mortalidade, com declínio no crescimento vegetativo e aumento do saldo migratório.