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A cordilheira do Himalaia é uma cadeia montanhosa localizada na Ásia, entre o planalto tibetano e as planícies do subcontinente indiano. Ela se estende por 2500 km e passa por cinco países:
As montanhas do Himalaia atuam como barreira orogenética, impactando o regime de ventos e chuvas na região. Suas geleiras dão origem e alimentam importantes rios asiáticos. Os Himalaias concentram algumas das montanhas mais altas do mundo, entre elas o monte Everest, cujo ponto culminante fica a uma altitude de 8849 metros.
Houve, nas últimas décadas, um crescimento expressivo do turismo na cordilheira do Himalaia, tornando essa a principal atividade econômica de muitas cidades e vilas situadas nas montanhas ou nos seus arredores. Apesar dos benefícios para a economia local, o turismo tem contribuído negativamente para os problemas ambientais nos Himalaias em conjunto com o crescimento das áreas habitadas, destacando-se impactos como a poluição, o desmatamento e a perda de biodiversidade.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a cordilheira do Himalaia
- 2 - Características da cordilheira do Himalaia
- 3 - Monte Everest
- 4 - Localização da cordilheira do Himalaia
- 5 - Mapa da cordilheira do Himalaia
- 6 - Formação da cordilheira do Himalaia
- 7 - Turismo no Himalaia
- 8 - Os impactos ambientais no Himalaia
- 9 - Curiosidades sobre a cordilheira do Himalaia
Resumo sobre a cordilheira do Himalaia
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A cordilheira do Himalaia é uma cadeia montanhosa localizada no continente asiático.
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Passa por cinco países: Nepal, Butão, China, Índia e Paquistão.
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Sua montanha mais alta é o monte Everest, seu cume está a 8849 metros de altitude.
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Apresenta climas muito variáveis, entre temperados e polares, com áreas de neve eterna.
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Desempenha ainda a função de barreira orográfica.
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Sua vegetação consiste em florestas tropicais no sopé, florestas temperadas e mistas, e vegetação alpina.
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Representa um divisor de águas na Ásia. Apresenta diversos vales e um denso sistema de drenagem, além de geleiras que originam importantes rios da região.
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Formou-se a partir da colisão entre as placas tectônicas Indiana e Eurasiática.
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O turismo é uma importante atividade econômica para as cidades e vilas formadas nas suas montanhas e na sua região.
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Muitos problemas ambientais a acometem hoje, como a poluição causada pelo descarte irregular de lixo, o desmatamento e a perda de biodiversidade.
Características da cordilheira do Himalaia
A cordilheira do Himalaia é uma cadeia ou conjunto de montanhas (definição de cordilheira) situada no continente asiático. Ela se estende por 2500 quilômetros, de leste a oeste, sendo assim a sexta maior cordilheira do mundo, e varia de 200 a 400 quilômetros, de norte a sul, totalizando uma área de aproximadamente 595.000 km².
Os Himalaias, como também é chamada a cordilheira, separam o planalto tibetano, ao norte das planícies aluviais, do subcontinente indiano, ao sul, e abriga alguns dos picos mais elevados de todo o mundo. Existem ao menos 110 montanhas com altitude superior a 7 mil metros, podendo chegar a 8849 metros de altitude, como é o caso do monte Everest, que estudaremos mais à frente.
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Clima da cordilheira do Himalaia
A cordilheira do Himalaia apresenta uma grande variabilidade climática. Ela é, além disso, um fator climático que interfere diretamente no comportamento dos elementos que definem os diferentes climas das áreas por onde se estende, em especial no planalto tibetano. As montanhas do Himalaia desempenham, nesse sentido, o papel de barreira orográfica.
No geral, nas áreas de maior elevação, as temperaturas são mais baixas e a amplitude térmica é menor. Como resultado também da altitude, muitas áreas apresentam o que se chama de neve eterna, ou seja, estão constantemente recobertas por uma camada de gelo. As temperaturas na cordilheira do Himalaia podem variar entre 11 ºC e -30 ºC.
As áreas localizadas ao sul dos Himalaias experimentam grandes volumes de chuva, resultantes das monções de verão e do obstáculo formado pela cordilheira aos ventos quentes e úmidos que sopram do oceano em direção ao subcontinente indiano. São as chamadas chuvas orográficas (ou de relevo). A precipitação pode chegar a 3000 mm em algumas regiões.
O lado oposto, em contrapartida, é caracterizado como uma região de sombra de chuva. Devido à presença das montanhas, os ventos úmidos ficam retidos na porção sul, e o planalto do Tibete registra índices baixíssimos de chuva, variando entre 75-150 mm anuais.
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Vegetação da cordilheira do Himalaia
Assim como as ocorrências climáticas, a vegetação presente na cordilheira do Himalaia varia de acordo com as características da região, como disponibilidade hídrica, incidência de luz solar, altitude e tipo de solo. Os solos, cabe destacar, são mais férteis nos vales, com exceção do vale do Indo, e na parcela leste da cordilheira.
Nos terrenos mais baixos, próximos ao sopé da cordilheira, observa-se a presença de florestas densas do tipo tropical, mas elas recobrem uma pequena área comparativamente às demais formações. Na medida em que a altitude se eleva, a paisagem sofre alterações, passando para as florestas de montanhas, florestas mistas temperadas e vegetação alpina, até áreas onde não se encontra nenhuma espécie vegetal.
A vegetação alpina, composta essencialmente por plantas herbáceas e arbustivas, começa a partir dos 3000 metros e se estende até, aproximadamente, os 4500 metros de altitude, marco esse que varia conforme a região observada.
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Hidrografia da cordilheira do Himalaia
A cordilheira do Himalaia é um importante divisor de águas do continente asiático. Nela nascem alguns dos rios principais que banham territórios tanto ao norte quanto ao sul das montanhas, além de apresentar geleiras que alimentam esses cursos d’água.
Entre os principais rios da cordilheira do Himalaia, estão o rio Indo e o rio Bramaputra, um dos principais afluentes do rio Ganges. Este, por sua vez, tem origem no rio Bhagirathi, cuja nascente está localizada nos Himalaias.
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Monte Everest
O monte Everest é a montanha mais alta da cordilheira do Himalaia e do mundo. Ele fica localizado na fronteira entre o Nepal e a região autônoma do Tibete, pertencente à subcordilheira de Mahalangur Himal. O pico do monte Everest fica a uma altitude de 8849 metros acima do nível do mar. Faz frio o ano todo no Everest, onde os termômetros marcam entre 0 e -30 ºC, havendo, por isso, uma camada permanente de neve na montanha.
Inúmeras expedições são realizadas em direção ao Everest todos os anos, muitas delas com alpinistas que desejam conquistar o feito de chegar até o cume da montanha. No entanto, eles se deparam muitas vezes com condições adversas de tempo e fenômenos naturais, como as avalanches (deslizamentos de neve e detritos), que impedem seu avanço e, em alguns casos, resultam em graves acidentes. As primeiras expedições para o Everest aconteceram nos anos 1920, e a primeira vez que o pico da montanha foi alcançado data de 1953, feito conquistado por um nepalense e um neozelandês.
Localização da cordilheira do Himalaia
A cordilheira do Himalaia está localizada na Ásia, separando o planalto tibetano, ao norte, da planície indo-gangética, ao sul. Limita-se, a noroeste, pelas cordilheiras de Hindu Kush e Caracórum e, a leste, pelas montanhas de Nanga Parbat e Namcha Barva, ambas parte dos Himalaias e localizadas, respectivamente, nas regiões da Caxemira e do Tibete.
As montanhas que formam o Himalaia integram o território de cinco países:
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Butão;
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Nepal;
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Índia;
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China;
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Paquistão.
Mapa da cordilheira do Himalaia
Formação da cordilheira do Himalaia
A cordilheira do Himalaia é um dobramento moderno, tipo de estrutura geológica de formação recente e que concentra as maiores altitudes do planeta Terra. Outro famoso exemplo de dobramento moderno é a cordilheira dos Andes, na América do Sul. Essas estruturas são formadas por meio dos movimentos orogenéticos que acontecem na crosta terrestre, e por essa razão recebem também o nome de cadeias orogenéticas.
No caso dos Himalaias, a movimentação de placas tectônicas que deu origem a essa cadeia montanhosa teve início, há 200 milhões de anos, com a fragmentação do supercontinente Pangeia. A partir de então, a placa Indiana, sobre a qual está o subcontinente indiano, passou a se movimentar em direção à placa Eurasiática, e a colisão aconteceu há aproximadamente 50 milhões de anos, fechando o oceano Tétis, que banhava a região.
O movimento contínuo de colisão das placas, que permanece até o presente, originou as montanhas que compõem a cordilheira do Himalaia. É interessante notar que a placa Indiana segue rumo a noroeste, e move-se a uma velocidade de 5 cm/ano. Em função disso, os Himalaias se tornam alguns milímetros mais elevados todos os anos.
Leia também: Terremotos — fenômenos resultantes da movimentação das placas tectônicas
Turismo no Himalaia
O turismo é uma atividade econômica de grande importância para as comunidades que vivem nos Himalaias. Estima-se que a cordilheira receba anualmente 700 mil turistas. Daqueles que buscam a Índia como destino turístico, pelo menos um quarto se aventura em direção às montanhas do Himalaia. Destaca-se ainda que 10% da receita de Katmandu, capital nepalense, localizada nos Himalaias, são derivados do turismo.
O monte Everest é um dos principais locais de visitação dos Himalaias, mas o turismo na região não se resume a ele. Muitas cidades e pequenas vilas, algumas delas anteriormente isoladas, se abrem para a recepção de turistas interessados em conhecer as paisagens naturais, a vida cotidiana e a cultura da população que vive nas encostas ou no sopé da cordilheira do Himalaia. Nos estados indianos de Himachal Pradesh, Sikkim e Uttarakhand, estão algumas dessas localidades, como o Spiti Valley, entre a Índia e o Tibete, o Yumtang Valley e Rishikesh, considerada a capital mundial da ioga.
Os impactos ambientais no Himalaia
O avanço da ocupação humana na região da cordilheira do Himalaia e o aumento expressivo na atividade turística nas montanhas têm provocado uma série de impactos ambientais, os quais se agravam com as mudanças climáticas e a recorrência de fenômenos naturais anteriormente pouco frequentes. Entre os principais impactos e problemas ambientais observados no Himalaia, estão:
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Remoção da cobertura vegetal e intensificação dos deslizamentos de terra.
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Aumento da poluição do ar devido ao maior número de veículos circulando.
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Poluição dos solos e dos cursos d’água devido ao descarte irregular de lixo.
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Perda de biodiversidade e ampliação do número de espécies ameaçadas de extinção.
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Derretimento de geleiras e formação de lagos em locais onde antes não existiam, além da ocorrência mais frequente de inundações.
Curiosidades sobre a cordilheira do Himalaia
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Aproximadamente 53 milhões de pessoas vivem nos Himalaias.
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As montanhas do Himalaia abrigam o terceiro maior depósito de neve e gelo do mundo, depois do Ártico e da Antártida.
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O terremoto mais intenso que aconteceu nos Himalaias foi registrado em 15 de agosto de 1950, e marcou 8,7 na escala Richter. Acometeu principalmente o norte da Índia.
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Índia, Nepal e Butão mantêm controle sobre a cordilheira do Himalaia, tendo em vista que a maior parte dessa cadeia montanhosa se estende por esses territórios.
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A parcela leste dos Himalaias apresenta uma rica biodiversidade que inclui 163 espécies animais ameaçadas de extinção, de acordo com a ONG WWF, como o elefante-asiático, o rinoceronte-indiano e búfalo-d’água-selvagem.
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Mais de 10 mil espécies de plantas são encontradas na parcela oriental da cordilheira do Himalaia, de acordo com o WWF.
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia