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Cataratas do Iguaçu

As Cataratas do Iguaçu são um dos principais destinos turísticos do Brasil. Elas são formadas por 275 cachoeiras e estão localizadas na fronteira do Brasil com a Argentina.

Cataratas do Iguaçu, um conjunto de 275 quedas d’água localizado na fronteira entre o Brasil e a Argentina.
As Cataratas do Iguaçu correspondem a um conjunto de 275 quedas d’água localizado na fronteira entre o Brasil e a Argentina.
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As Cataratas do Iguaçu são um conjunto de 275 quedas d’água localizado na fronteira entre o Brasil e a Argentina. Alimentadas pelas águas do rio Iguaçu, as cataratas se estendem por 2,7 quilômetros e têm entre 60 e 82 metros de altura de queda. Em 1986 elas foram listadas como Patrimônio Mundial pela Unesco e, no ano de 2012, entraram para a lista das Sete Maravilhas da Natureza.

As Cataratas do Iguaçu apresentam uma grande biodiversidade preservada por meio do Parque Nacional do Iguaçu, tanto do lado argentino quanto do lado brasileiro. São ainda importantes para a economia local, atraindo anualmente milhões de turistas de diversas partes do mundo.

Veja também: Pantanal — o bioma brasileiro conhecido como a maior planície alagada do mundo

Tópicos deste artigo

Resumo sobre as Cataratas do Iguaçu

  • Seu nome é derivado do tupi-guarani, e significa “água grande”.

  • Estão localizadas na fronteira do Brasil com a Argentina.

  • Inserem-se no Parque Nacional do Iguaçu, nas cidades de Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú.

  • Formaram-se sobre rochas basálticas características da formação Serra Geral, na bacia do Paraná.

  • São formadas por 275 quedas d’água, o que as torna as maiores do mundo nesse aspecto, e possuem 2,7 quilômetros de extensão.

  • As quedas apresentam altura que varia de 60 a 82 metros, sendo o maior desnível observado na Garganta do Diabo, cartão-postal das Cataratas do Iguaçu.

  • As águas das cataratas são provenientes do rio Iguaçu, e sua vazão média é de 1500 m³/s.

  • O clima da região é o subtropical úmido, marcado por elevada umidade do ar e chuvas bem distribuídas durante o ano.

  • O Parque Nacional do Iguaçu abriga uma ampla floresta tropical, com remanescentes da Mata Atlântica, e milhares de espécies de animais.

  • As cataratas são importantes para a manutenção da biodiversidade e para a economia local em função do turismo. Todos os anos, mais de 1,6 milhão de pessoas visitam a região.

  • As cataratas apresentam também importância cultural, e sua origem é contada pelo folclore brasileiro.

  • As cheias e o aumento da vazão das Cataratas do Iguaçu em 2022 contrastam com as secas de 2021, ambas causando a redução do número de visitantes. A pandemia também ocasionou um menor fluxo de turistas.

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Toponímia das Cataratas do Iguaçu

As Cataratas do Iguaçu recebem o mesmo nome dado ao rio Iguaçu, cujas águas formam as quedas características desse monumento. A denominação Iguaçu também se encontra presente em diversas das cidades brasileiras, mais especificamente paranaenses, nas quais o Parque Nacional do Iguaçu está.

A palavra iguaçu é derivada do tupi-guarani e significa “água grande” ou “rio grande”, em referência às características tanto do rio quanto das quedas d’água que são proporcionadas pelo relevo local.

Localização das Cataratas do Iguaçu

As Cataratas do Iguaçu estão localizadas na América do Sul, mais precisamente na fronteira entre o Brasil e Argentina. Trata-se de uma estrutura binacional, situada em dois territórios ao mesmo tempo:

  • Do lado argentino, o Parque Nacional do Iguaçu fica em Puerto Iguazú, cidade do estado de Misiones.

  • Do lado brasileiro, o parque corresponde a uma Unidade de Conservação (UC) Federal administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A sede fica em Foz do Iguaçu, cidade na região oeste do Paraná.

Características das Cataratas do Iguaçu

Vista superior das quedas d’água das Cataratas do Iguaçu.
As quedas d’água das cataratas se estendem por 2,7 quilômetros na fronteira do Brasil com a Argentina.

As Cataratas do Iguaçu são compostas por um conjunto de 275 quedas d’água, considerado o maior do mundo. As cachoeiras se estendem por aproximadamente 2,7 quilômetros, a maior parcela dos quais está situada em território argentino. Em contrapartida, aproximadamente 73% dos 252.982 hectares da área do Parque Nacional do Iguaçu estão situados em território brasileiro.

O desnível das quedas d’água varia entre 60 e 82 metros. O maior deles corresponde ao da queda conhecida como Garganta do Diabo, que compõe a paisagem que se tornou o cartão-postal das cataratas. Veja, na sequência, outras importantes características fisiográficas e infraestruturais das Cataratas do Iguaçu.

Geografia das Cataratas do Iguaçu

As Cataratas do Iguaçu se formaram sobre uma estrutura de rochas basálticas derivadas de derrames de lava que aconteceram na bacia sedimentar do Paraná, os quais deram origem então à formação Serra Geral.

Os episódios de vulcanismo nessa estrutura geológica datam do Cretáceo, período geológico entre 144 e 64 milhões de anos atrás, e as cataratas se estabeleceram em um cânion localizado a uma distância aproximada de 15 km do local onde o rio Iguaçu se encontra com o rio Paraná.

No trajeto, a altitude em que corre o rio Iguaçu passa de 200 metros para pouco menos de 90 metros, quando cai no cânion característico da paisagem natural das cataratas.|1| A largura do seu canal também se altera consideravelmente, passando de 1200 metros para apenas 65 metros.

Em situação de normalidade, a vazão das Cataratas do Iguaçu varia no intervalo de 1500-1750 m³/s. Nas secas, entretanto, esse volume de águas cai para 500 m³/s. Já no período das cheias, caracterizado pelo aumento no nível das águas dos rios, a vazão registrada chega a 8500 m³/s.

Clima das Cataratas do Iguaçu

O clima característico da região de ocorrência das Cataratas do Iguaçu é o subtropical úmido. Como o próprio nome sugere, a umidade do ar é elevada e pode chegar a 84%. As chuvas são bem distribuídas durante o ano, o que garante a alimentação do rio Iguaçu e, por conseguinte, das quedas d’água, e as temperaturas variam entre 30 ºC, nos meses mais quentes, e 10 ºC, nos meses mais frios do ano.

Fauna e flora das Cataratas do Iguaçu

O Parque Nacional do Iguaçu serve de habitat para centenas de espécies de plantas e animais. A floresta tropical é a vegetação característica do parque. No Brasil, essa floresta corresponde à Mata Atlântica.

Trata-se de uma das maiores áreas remanescentes desse ecossistema no interior do país, do que vem a importância em preservá-la. De acordo com o ICMBio, a flora do parque é composta por 700 espécies diferentes de plantas, incluindo algumas ameaçadas de extinção.

Quati, um exemplo de animal encontrado nas proximidades das Cataratas do Iguaçu.
O quati faz parte da fauna do Parque Nacional do Iguaçu.

A fauna do Parque Nacional do Iguaçu é composta por mais de 1500 espécies de animais, entre mamíferos, aves, répteis, peixes, anfíbios e invertebrados. Confira na tabela abaixo alguns animais que podem ser encontrados na unidade de conservação.

onça-pintada

jararaca

lontra

quati

tucano

pica-pau

borboleta

jacaré-do-papo-amarelo

garça

tamanduá

macaco-prego

macuco

Infraestrutura das Cataratas do Iguaçu

Anteriormente vimos que as Cataratas do Iguaçu ficam no interior do Parque Nacional do Iguaçu. No lado argentino, o parque foi criado no ano de 1934, enquanto no Brasil o seu estabelecimento aconteceu em 1939. O acesso às cataratas pode ser feito de ambos os lados, embora seja necessária documentação adequada no caso da travessia do Brasil para a Argentina.

Existem nas cidades mais próximas ao acesso a esse sítio natural dois importantes aeroportos, um argentino e outro brasileiro, pelos quais os visitantes estrangeiros podem chegar com mais facilidade. São eles o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu e o Aeroporto Internacional Cataratas del Iguazú, na cidade argentina de Puerto Iguazú.

Um trem na Argentina, o Trem Ecológico da Floresta Tropical, faz um trajeto no interior da mata e em pontos importantes das Cataratas do Iguaçu, aproximando-se de áreas como a Garganta do Diabo, sendo uma infraestrutura bastante útil aos visitantes. Já nas proximidades das quedas d’água, mirantes e uma passarela foram instalados para permitir o maior acesso do público e uma melhor vista das paisagens formadas.

Leia também: Bacia Amazônica — a maior bacia hidrográfica do mundo

Importância das Cataratas do Iguaçu

A importância das Cataratas do Iguaçu é ambiental, cultural e econômica. Como aprendemos, elas se inserem em uma região de grande biodiversidade, onde a Mata Atlântica apresenta elevado grau de preservação.

Algumas das espécies que vivem hoje naquela área se encontram ameaçadas de extinção, e por isso é muito significativo que o parque seja uma unidade de conservação. A Unesco, em 1986, tombou as Cataratas do Iguaçu como Patrimônio Mundial Natural. Em 2012, elas passaram a integrar a lista das Sete Maravilhas da Natureza.

Cultural e economicamente falando, as Cataratas do Iguaçu movimentam um circuito econômico local baseado nas atividades turísticas desempenhadas no Parque Nacional e nas cidades próximas, atraindo turistas de todos os países.

Turismo das Cataratas do Iguaçu

Turistas nas Cataratas do Iguaçu.
As Cataratas do Iguaçu estão entre os principais destinos turísticos do Brasil.

O turismo é uma das principais atividades econômicas para os municípios que abrigam as Cataratas do Iguaçu. Estima-se que 1,6 milhão de visitantes brasileiros e estrangeiros visitem as quedas d’água todos os anos, gerando milhões de dólares em receitas. A grandiosidade das cachoeiras e as belas paisagens naturais encontradas no Parque Nacional do Iguaçu, tanto no Brasil quanto na Argentina, são os aspectos responsáveis por esse grande interesse.

Chegando lá, os turistas podem realizar trilhas, passeios guiados, conhecer a floresta através do trem que mencionamos, e até mesmo se aventurar nos mirantes e passarelas que se encontram bem próximo das quedas d’água. Há, além disso, um tradicional passeio de barco que leva grupos de pessoas ao interior do cânion, o que garante uma experiência completa de visitação.

Cataratas do Iguaçu hoje

A pandemia da covid-19 afetou as viagens turísticas às Cataratas do Iguaçu pelo fechamento de fronteiras e pelas restrições impostas pelas autoridades sanitárias.

Além disso, um severo período de estiagem acometeu parte da região Sul do Brasil em 2021 e diminuiu significativamente a vazão das cataratas, transformando a paisagem natural e gerando uma diminuição do fluxo de visitantes aos parques nacionais.

O cenário de 2022, no entanto, foi o oposto, mas com impacto semelhante. O grande volume de chuvas que atinge a região Sul do país provocou cheias nos rios, em especial do rio Iguaçu, cuja nascente está localizada em Curitiba (PR).

Em função disso, a vazão média das cataratas aumentou mais de 10 vezes e atingiu a marca de 13 milhões de litros por segundo. Isso levou ao fechamento temporário das passarelas e dos mirantes pelo risco que o intenso fluxo de águas oferece aos visitantes.

Cataratas do Iguaçu e o folclore

A riqueza cultural das Cataratas do Iguaçu abrange a sua íntima ligação com os povos nativos brasileiros e o folclore nacional. Uma das histórias mais famosas do folclore brasileiro conta como as cataratas surgiram.

De acordo com essa história, às margens do rio Iguaçu vivia um povo indígena, os caingangues, que depositavam sua fé no deus M’Boi, filho de Tupã que apresentava forma de serpente. Naipi, filha do cacique de uma das tribos que ali vivia, era conhecida pela sua beleza tamanha que as águas dos rios paravam quando ela se olhava nelas.

Um jovem guerreiro chamado Tarobá por ela se apaixonou e aproveitou um momento de festejo e distração durante a consagração de Naipi para fugir com a moça rio abaixo. M’Boi se enfureceu com a fuga, adentrou na terra e provocou uma enorme fenda no solo, onde se formou uma série de quedas d’água.

A embarcação na qual Naipi e Tarobá fugiam desapareceu na fenda criada, e os jovens foram castigados. Naipi foi transformada em rocha e Tarobá, em uma palmeira que pende sobre a Garganta do Diabo, de onde a serpente os vigia eternamente.|2|

Notas

|1| SALAMUNI, R.; SALAMUNI, E.; ROCHA, L.A.; ROCHA, A.L. O Parque Nacional do Iguaçu. In: SCHOBBENHAUS, C.; CAMPOS, D.A.; QUEIROZ, E.T.; WINGE, M.; BERBERT-BORN, M. (Edit.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil, 1999. Disponível aqui.

|2| GRUPO CATARATAS. A Lenda das Cataratas. Disponível aqui.

 

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Cataratas do Iguaçu"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/cataratas-do-iguacu.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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