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O Monte Everest é a montanha mais alta do planeta Terra, chegando a 8.848 metros acima do nível do mar. Parte da Cordilheira do Himalaia, o Monte Everest é uma montanha formada pelo choque entre placas tectônicas. Apesar de apresentar clima bastante hostil, com temperaturas abaixo de zero e ventos intensos, além do risco de avalanches e terremotos, o Monte Everest é um dos principais pontos turísticos do Nepal e do Tibete, visto que se situa na fronteira entre esses territórios.
Centenas de montanhistas escalam o Everest todos os anos, e a intensificação do número de acampamentos e da atividade humana na montanha tem provocado problemas, como a poluição pelo descarte do lixo.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o Monte Everest
- 2 - Origem do nome Monte Everest
- 3 - Formação do Monte Everest
- 4 - Localização do Monte Everest
- 5 - Características do Monte Everest
- 6 - Mapa do Monte Everest
- 7 - Exploração do Everest
- 8 - Importância do Monte Everest
- 9 - Problemas ambientais do Monte Everest
- 10 - Curiosidades sobre o Monte Everest
Resumo sobre o Monte Everest
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O Monte Everest está localizado na fronteira entre o Nepal e o Tibete, na Ásia.
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O nome do Monte Everest foi dado em homenagem ao topógrafo britânico George Everest.
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Faz parte da Cordilheira do Himalaia.
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Seu pico fica a 8.848,86 metros acima do nível do mar, sendo o ponto mais elevado do planeta Terra.
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Formou-se por meio do processo de orogênese no limite entre as placas Euro-asiática e Indiana.
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As expedições de escalada do Monte Everest começaram no século XX.
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As primeiras pessoas a chegar ao topo do Monte Everest foram Edmund Hillary e Tenzing Norgay, no ano de 1953.
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O Monte Everest é importante para a ciência e para a cultura do continente asiático, especialmente para os povos nativos do Tibete e do Nepal.
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É um dos principais pontos turísticos da região, sendo importante para a economia local.
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Problemas ambientais ocasionados pela intensificação da atividade turística e pelas mudanças climáticas são identificados no Monte Everest.
Origem do nome Monte Everest
O nome do Monte Everest foi dado em homenagem ao topógrafo britânico George Everest (1790-1866). Everest frequentou escola militar, onde se interessou pela topografia, e atuou na Companhia das Índias Orientais. Após essa experiência, foi convidado a participar do projeto de mapeamento topográfico do subcontinente indiano denominado Great Trigonometrical Survey, ou Grande Levantamento Trigonométrico, em tradução livre.
Sir George Everest, assim nomeado após receber o título de cavaleiro em 1861, trabalhou no projeto de mapeamento da região até se aposentar no ano de 1843. Seu sucessor, Andrew Scott Waugh, foi responsável por nomear a recém-descoberta montanha mais alta do mundo em homenagem a Everest. Cabe destacar que os cálculos referentes à altura do Monte Everest foram feitos pelo matemático indiano Radhanath Sikdar (1813-1870) no ano de 1856.
Formação do Monte Everest
O Monte Everest pode ser classificado como um dobramento moderno. Esse tipo de formação rochosa tem origem em movimentos orogenéticos (orogênese) que acontecem no limite entre placas tectônicas.
No caso aqui estudado, o Monte Everest se formou com o choque da placa Euro-asiática com a placa Indiana, que convergem uma em direção à outra. A colisão fez com que as rochas se dobrassem, e a continuidade do movimento convergente levou ao soerguimento da região, dando origem à Cordilheira do Himalaia e, portanto, ao Monte Everest.
O processo de formação do Monte Everest faz parte de uma sucessão de movimentos orogenéticos recentes, que datam do período geológico conhecido como Terciário. Estima-se que o soerguimento dos Himalaias tenha começado entre 40 e 50 milhões de anos atrás. Considerando a escala de tempo geológico, o Monte Everest é uma montanha jovem.
Localização do Monte Everest
O Monte Everest faz parte da Cordilheira dos Himalaias. Essa cadeia montanhosa fica localizada no continente asiático, estando inserida em cinco países: Nepal, China, Índia, Butão e Paquistão. O Monte Everest fica situado na fronteira entre o território do Nepal e a região autônoma do Tibete.
Características do Monte Everest
O Monte Everest é a montanha mais alta da Cordilheira do Himalaia e também do mundo. O pico do Everest fica a 8.848,86 metros acima do nível do mar, segundo um levantamento realizado pelo Departamento de Pesquisa do Nepal e divulgado em 2020.|1|
Estima-se que o Everest esteja crescendo cerca de 4 milímetros todos os anos, o que se deve à continuidade do processo de convergência das placas tectônicas que originaram a cadeia montanhosa do Himalaia. Trata-se, portanto, de uma área tectonicamente ativa e instável.
O Everest apresenta o formato que lembra uma pirâmide com três faces, sendo constituída por rochas sedimentares dobradas na maior parte de sua extensão. A porção inferior da montanha é formada por rochas metamórficas (rochas transformadas por mudança nas condições de temperatura e pressão a que estavam submetidas, o que pode se dar no movimento de placas tectônicas).
Como é possível observar pelas imagens, esse pico montanhoso está recoberto por uma camada de neve eterna. Isso se dá pelas temperaturas congelantes encontradas nos pontos de maior altitude do Everest. Nos meses correspondentes ao verão, registram-se valores de até -19 °C, enquanto nos meses de inverno os termômetros podem variar entre -35 °C e -60 °C, caracterizando um clima extremo que torna os pontos mais altos do Monte Everest inviáveis para o estabelecimento de formas de vida, seja animal ou vegetal.
É comum a ocorrência de ventos muito fortes no Monte Everest, principalmente nas áreas mais próximas do cume, onde se registram rajadas de 160 km/h. Nota-se ainda que o clima do Everest é bastante seco, e a precipitação se concentra durante o período das monções, que vai de junho a setembro. Os volumes anuais não ultrapassam 450 mm na base da montanha, e nas maiores altitudes a precipitação ocorre principalmente na forma de neve.
Mapa do Monte Everest
Exploração do Everest
A exploração do Monte Everest é uma tarefa bastante árdua por fatores como clima extremo, com ventos muito fortes e frio intenso, possibilidade de tremores de terra e avalanches (grandes deslizamentos de neve) e, sobretudo, pelo isolamento da área. Ainda assim, desde o início do século XX, há registros de expedições e montanhistas que, em grupo ou sozinhos, têm o objetivo de conquistar o topo da montanha mais alta do mundo.
As primeiras explorações do Monte Everest datam da década de 1920. Enquanto alguns grupos de alpinistas conseguiram atingir altitudes entre 7 e 8 mil metros, outros tiveram que abortar sua missão em decorrência do clima hostil, dos acidentes e até mesmo de mortes que ocorreram no percurso.
O ano de 1953 ficou marcado na história das expedições ao Monte Everest. Pela primeira vez, duas pessoas conseguiram atingir o ponto mais alto do planeta Terra. O neozelandês Edmund Hillary e o nepalês Tenzing Norgay concluíram a escalada até o topo do Everest no dia 29 de maio de 1953. Ambos permaneceram no cume do Monte Everest por cerca de dez minutos, onde fizeram fotos e deixaram alguns objetos, e logo retornaram em função do ar extremamente rarefeito.
Desde a conquista de Hillary e Tenzing, muitos montanhistas utilizam a mesma rota feita por eles para escalarem o Monte Everest, que consiste na rota meridional. Os grupos de alpinistas que sobem o Everest costumam realizar a montagem de acampamentos acima e abaixo do ponto da rota onde estão, prática que auxilia na adaptação aos efeitos da altitude. O último acampamento é montado a cerca de 900 metros abaixo do topo.
No ano de 1975, uma expedição formada somente por mulheres partiu do Japão em direção ao Nepal com o propósito de escalar o Monte Everest. Em 16 de maio daquele ano, a montanhista Junko Tabei se tornou a primeira mulher a chegar ao cume da montanha mais alta do mundo. Estima-se que até o início de 2023, mais de 6300 pessoas haviam escalado o Monte Everest.
Importância do Monte Everest
O Monte Everest é a maior montanha da Cordilheira do Himalaia e o pico mais elevado do mundo. Possui grande importância para a geologia mundial e do continente asiático, tendo em vista o seu processo de formação e a continuidade do soerguimento naquela área. Pensando ainda no Everest enquanto uma forma de relevo, ele constitui um fator de definição do clima tanto para o Nepal quanto para o Tibete, servindo como barreira orográfica.
Existe um grande simbolismo cultural e religioso associado à Cordilheira do Himalaia e, principalmente, ao Monte Everest, o que torna essa montanha importante culturalmente para as populações nativas de ambos os territórios onde ela está inserida.
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Turismo no Monte Everest
A importância do Monte Everest se estende também para a economia nepalesa e tibetana, visto que se trata de um dos principais pontos turísticos da região. Mais de 35 mil turistas viajam anualmente para o Monte Everest, e uma parcela significativa deles realiza expedições de escalada na montanha.
A subida do Everest é uma atividade que emprega muitos guias locais, em especial escaladores que conhecem a montanha e, por viverem ali, estão mais acostumados às condições de pressão atmosférica e ao clima adverso, como é o caso das pessoas da etnia Sherpa. Por essa razão, os moradores locais que acompanham os alpinistas são chamados de sherpa. Existe atualmente um debate acerca da subvalorização dessas pessoas, que recebem valores abaixo do que deveriam por realizarem um trabalho bastante intenso e, na maioria das vezes, perigoso.
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Problemas ambientais do Monte Everest
Os problemas ambientais observados no Monte Everest foram ocasionados pela intensificação da atividade turística na montanha e pela aceleração das mudanças climáticas. A poluição decorrente do descarte irregular de lixo produzido pelos acampamentos, equipamentos abandonados ou esquecidos pelos montanhistas e o derretimento de geleiras estão entre os principais impactos ambientais identificados no Everest.
Existem inúmeras iniciativas governamentais e promovidas também por ONGs que visam a manter o Monte Everest limpo, de forma a manter o equilíbrio ambiental na região. Para além de ações de limpeza, há uma iniciativa que faz com que o montanhista realize um depósito antecipado de 4 mil dólares. Caso ele retorne com pelo menos 8 quilogramas de lixo recolhido, o dinheiro é estornado. Se não, é mantido como um pagamento de multa. O peso de 8 kg foi estabelecido como o montante de lixo que cada alpinista produz, em média, durante a escalada.|2|
Curiosidades sobre o Monte Everest
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O nome do Everest no idioma nepali é Sagarmatha. Na língua tibetana, o monte é conhecido como Chomolungma (“Deusa-mãe do mundo”).
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O Parque Nacional Sagarmatha, no Nepal, é listado como Patrimônio Mundial Natural pela Unesco.
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Kami Rita, um guia nepalês que atua como sherpa, foi a pessoa que mais vezes atingiu o topo do Monte Everest: 26 vezes. A 26ª escalada aconteceu em 7 de maio de 2022.
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Algumas das geleiras que recobrem o Monte Everest derretem nos meses mais quentes do ano e formam importantes rios que banham tanto o Nepal quanto o Tibete.
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Apesar do clima hostil, existem algumas vilas formadas nas áreas de vale do Monte Everest, a cerca de 4200 metros de altitude. Dentre os povos que lá vivem estão os Sherpas, de origem tibetana.
Notas
|1| WILKINSON, Freddie. Monte Everest está quase um metro mais alto, segundo China e Nepal. National Geographic, 12 fev. 2021. Disponível aqui.
|2| Trash and Overcrowding at the Top of the World. National Geographic, 20 mai. 2022. Disponível aqui.
Créditos da imagem
[1] Jamling Tenzing Norgay / Wikimedia Commons
[2] Jaan Künnap / Wikimedia Commons
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia