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Rio Ganges

Rio Ganges está localizado no sul da Ásia, no subcontinente indiano. Seu curso passa pela Índia e Bangladesh, sendo importante pelas questões hídrica e religiosa.

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O rio Ganges está localizado no continente asiático. É um rio de extrema importância para os habitantes que vivem às suas margens. Essa importância está além da questão hídrica, pois, em muitas cidades da Índia (um dos países banhados pelo Ganges), esse rio é utilizado em rituais culturais e religiosos.

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Tópicos deste artigo

Dados gerais do rio Ganges

  • Comprimento: 2510 km

  • Localização: sul do continente asiático

  • Nascente: rio Bhagirathi, norte da Índia, no Himalaia

  • Altitude da nascente: aproximadamente, 3900 m

  • Foz: delta do Ganges, na baía de Bengala, oceano Índico

  • Afluentes principais: rio Bramaputra, rio Gandak, rio Ghaghara, rio Ramgamga, rio Son e rio Yamuna

  • País(es): India e Bangladesh

  • País(es) da bacia hidrográfica: Índia, Nepal, China e Bangladesh

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Principais características do rio Ganges

O Ganges está localizado na bacia do Ganges, composta pelo rio de mesmo nome e seus afluentes. Esse rio tem mais de 2500 km de extensão, e seu curso passa por dois países, Índia e Bangladesh.

Esse rio também é conhecido como Benares, sendo considerado o mais importante da Índia. Sua bacia abrange uma área aproximada de um milhão de km², abastecendo direta e indiretamente 400 milhões de pessoas, sendo a mais densamente povoada do mundo.

Nascente do rio Ganges em Uttarakhand, norte oriental da Índia.
Nascente do rio Ganges em Uttarakhand, norte oriental da Índia.

É um dos maiores rios da Ásia em termos de fluxo de água. Em algumas localidades, a profundidade pode atingir 30 metros. Entretanto, a profundidade média de todo o rio é de 16 metros. É um rio que corre no sentido oesteleste, desaguando no oceano Índico, no delta de Ganges, o maior delta do planeta.

No Ganges podemos encontrar o golfinho-do-ganges, típico da região, mas que está ameaçado de extinção devido à quantidade de poluentes presentes nas águas desse rio.

História do rio Ganges

Na literatura hindu, o Ganges é citado no Rigveda, um dos livros mais antigos dessa religião que faz referências aos rituais e às oferendas aos deuses, além de vários hinos. Em um dos hinos, o Nadistuti Sukta, a literatura conta que um rei famoso chamado Bhagiratha praticava rituais para trazer a Mãe Ganga à terra.

Seu pedido era para que Ganga o salvasse dos pecados e das maldições mundanas, pois ele havia sido amaldiçoado por um profeta. Ganga desce dos céus, pela trança do deus Shiva, para lavar os pecados dos homens e purificá-los. Assim, o Ganges não é somente um rio, mas uma divindade líquida de pureza e proteção.

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Percurso do rio Ganges

O Ganges nasce do degelo da geleira Gangotri, localizada no estado de Uttarakhand, norte da Índia, aos pés do Himalaia. O degelo ocorre constantemente, mas é acelerado durante o verão, época em que o rio tem sua maior vazão. A nascente do Ganges é formada pelo rio Bhagirathi e outros afluentes, como o rio Mandakini e o rio Pindar, todos no norte ocidental da Índia.

Ao se juntar com o rio Alaknanda, o Bhagirathi recebe o nome de Ganges, na cidade de Rishikesh. De lá, percorre 200 km até atingir a planície gangética, em Haridwar. Esta cidade é centro de peregrinação indiana, bem como algumas outras cidades que estão na margem do Ganges.

A partir de Haridwar, o Ganges segue em direção ao sudeste, rumo a Sangam, a 800 km. Em seguida, passa por Varanasi, um dos locais mais visitados para rituais religiosos nas margens do Ganges.

Ao atingir a cidade de Bhagalpur, ainda em solo indiano, o rio Ganges contorna os montes RajMahal e corre para o sul, chegando a Pakur, cidade fronteiriça com Bangladesh. Ao entrar neste país, Ganges recebe as águas do Bramaputra, outro grande rio indiano que parte do norte oriental da Índia. A partir daí, o Ganges segue seu curso em direção à baía de Bengala, no delta com seu nome, desaguando no oceano Índico.

Importância do rio Ganges

O rio Ganges é vital para a Índia, não só por ser o maior rio do país mas também pela sua contribuição hídrica e religiosa. Sua bacia abastece quase meio bilhão de pessoas em quatro países (Índia, Nepal, China e Bangladesh), nos mais diversos setores: agricultura, pesca, transporte, consumo, lazer, atividades religiosas, entre outros.

Estima-se que somente na Índia, nas margens do Ganges, há uma população de 20 milhões de pessoas que se beneficiam diretamente do regime hídrico do rio. Durante a cheia, a irrigação do solo nas margens do rio é facilitada. Quando a vazão diminui, as áreas que estavam cobertas pela água servem de cultivo agrícola devido ao material orgânico deixado pelo rio.

Tanto na Índia quanto em Bangladesh, os solos férteis às margens do Ganges garantem alimentação para milhares de pessoas, pois é uma fonte constante de irrigação. Cultivos de arroz, cana-de-açúcar, batata e trigo estão presentes na agricultura local, além do cultivo de sementes que produzem óleos, muito úteis nos rituais hinduístas.

Importância religiosa

Para os indianos, o Ganges não é só um rio. Segundo a tradição hinduísta, a deusa Ganga está presente no rio, sendo ele uma divindade líquida, materna. Para os hindus, Ganga desceu de sua morada e está presente no Ganges para lavar os pecados mais sombrios dos humanos devotos a ela, uma forma de purificação e espiritualidade.

 Hindus em ritual sagrado às margens do Ganges, em Varanasi, Índia. [1]
Hindus em ritual sagrado às margens do Ganges, em Varanasi, Índia. [1]

Com isso, as cidades que se localizam às margens do Ganges são famosas por receberem turistas de toda a Índia que as procuram para seus rituais religiosos, como tomar banho e beber a água do Ganges, além de realizar preces e orações.

Uma das mais famosas cidades é Varanasi. Ela possui hotéis e templos à beira do rio para abrigar os peregrinos que buscam paz interior com as águas de Ganga. Muitos acreditam que, quando morrerem, seus corpos (ou cinzas, caso sejam cremados) devem ser jogados no Ganges para que a Mãe Ganga os receba e os livre de todo o mal vivenciado em vida.

Para os indianos, a vida só é completa quando se mergulha no Ganges. Famílias que vivem mais distantes do rio costumam guardar jarros com água dele. Segundo a tradição, essa água serve para abençoar a residência e ser dada aos enfermos que estão no leito de morte. Um rio, uma divindade, um espírito que salva os que nele acreditam.

Poluição do rio Ganges

Apesar de ser o rio sagrado e puro (em termos religiosos) da Índia, o Ganges sofre com a extrema poluição em suas águas. Isso devido ao grande nível de industrialização do país, associado com a pouca oferta de saneamento básico e os rituais sagrados do hinduísmo.

Ritual de cremação às margens do Ganges, em Varanasi, Índia. [2]
Ritual de cremação às margens do Ganges, em Varanasi, Índia. [2]

Estimativas apontam que o rio Ganges recebe cerca de um trilhão de litros de dejetos industriais e esgotos residenciais que não são tratados diariamente. A forte industrialização recente que ocorre na Índia não acompanha as mudanças estruturais da sociedade, que ultrapassa a marca de um bilhão de habitantes.

O baixo saneamento básico presente nas cidades banhadas pelo Ganges afeta a fauna, a flora e a população local. Um dos animais presentes no Ganges é o golfinho-do-ganges. Ele sofre com as canalizações do rio em áreas urbanas, pois a curvatura e sinuosidade auxiliam no nado desse animal. A pesca irregular e cada vez mais constante também é uma condição que, somada à poluição, está levando o golfinho à extinção.

Cadáveres e cinzas são comuns no Ganges devido aos rituais sagrados. A decomposição dos corpos intensifica a poluição do rio, que é considerado um dos mais poluídos do mundo.

Créditos das imagens

[1] CherylRamalho / Shutterstock

[2] Vinayak Jagtap / Shutterstock

 

Por Átila Matias
Professor de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Átila Matias Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

MATIAS, Átila. "Rio Ganges"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/rio-ganges.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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