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Pangeia é o nome dado ao supercontinente que compunha a superfície terrestre dos períodos Permiano ao Triássico. Essa massa única era banhada também por um único oceano, chamado de Pantalassa. A separação da Pangeia, que deu origem à configuração dos continentes como hoje conhecemos, teve início há 230 milhões de anos.
O primeiro a sistematizar a hipótese da existência desse supercontinente foi Alfred Wegener, na teoria da deriva continental, no início do século XX. A explicação sobre o mecanismo que ocasionou a movimentação das massas continentais surgiu somente na década de 1960 e é conhecida como teoria das placas tectônicas.
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Pangeia
- 2 - O que é a Pangeia?
- 3 - Características da Pangeia
- 4 - Surgimento da Pangeia
- 5 - Exercícios sobre a Pangeia
Resumo sobre Pangeia
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A Pangeia é o supercontinente que compunha a superfície terrestre no período Permiano, há aproximadamente 300 milhões de anos.
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Essa gigantesca massa de terra começou a se fragmentar na era Mesozoica, no período Triássico, há 230 milhões de anos.
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Era banhada por um único oceano, chamado Pantalassa.
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A sua existência e posterior fragmentação é explicada por duas teorias principais: a teoria da deriva continental e a teoria das placas tectônicas.
O que é a Pangeia?
Pangeia é o nome utilizado para designar a gigantesca massa de terra que compunha um único continente, referido também como supercontinente, e que formava a superfície do planeta no passado geológico, mais precisamente entre a segunda metade da era Paleozoica, a partir do período Permiano (há aproximadamente 300 milhões de anos), e o início da era Mesozoica (há 230 milhões de anos).
A palavra pangeia é bem representativa da estrutura do supercontinente, pois ela é derivada de dois termos em grego antigo que, juntos, significam “todas as terras” ou “toda a Terra” (pan = todo; gea = terra).
Características da Pangeia
A Pangeia era uma enorme massa de terras emersas que continha todos os continentes hoje conhecidos unidos em um só bloco, correspondendo a aproximadamente um terço da área da superfície terrestre. Acredita-se que a Pangeia não foi o primeiro supercontinente formado na história geológica do planeta Terra, embora seja aquele do qual há evidências observadas em padrões físicos (forma dos continentes), geológicos (distribuição de rochas e sua composição) e nos fósseis (tanto da vida animal quanto vegetal).
Da mesma forma como a Pangeia representava um único continente, ela era banhada por um extenso oceano que recebeu o nome de Pantalassa. Esse oceano possuía somente um mar, denominado mar de Tethys, e que banhava o leste do supercontinente.
Dividindo-se a Pangeira em hemisférios Norte e Sul, temos que, ao norte, ficavam a atual América do Norte e a Eurásia, que compreende a Europa e parte da Ásia. No hemisfério meridional, encontravam-se as terras equivalentes à América do Sul, África, Antártica, Índia e Austrália.
A fragmentação da Pangeia teve início no período Triássico, há, aproximadamente, 230 milhões de anos, e deu origem a outros dois grandes continentes: Laurásia, no Hemisfério Norte, e Gondwana, no Hemisfério Sul. As correntes de convecção e movimentação das placas tectônicas, como hoje é sabido, deram continuidade ao processo de separação dos continentes até a atual configuração.
Surgimento da Pangeia
A formação dos continentes e o surgimento da Pangeia são um assunto bastante discutido no escopo das ciências da Terra e que suscita questionamentos até o presente. As pesquisas a respeito dessa temática indicam que o supercontinente foi formado na segunda metade da era Paleozoica, entre os períodos do Carbonífero e do Permiano, o que teve início entre 280 e 230 milhões de anos antes do presente.
As evidências da existência da Pangeia, sua correlação com os atuais continentes e o mecanismo atrás do processo de formação e fragmentação desses grandes blocos de terra emersa são explicados por duas teorias principais e que se complementam: a teoria da deriva continental e a teoria das placas tectônicas.
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Teoria da deriva continental
A primeira teoria sistematizada a respeito da origem dos continentes e da composição da crosta terrestre foi a teoria da deriva continental. Antes dela, é claro, outros pensadores e cientistas aventaram a ideia de que os blocos continentais outrora formavam uma única massa, e isso era teorizado com base na geometria de cada um deles.
Foi Alfred Wegener, no entanto, que publicou, no ano de 1915, um livro que apresentava todas as suas observações a respeito da existência do que ele chamou de Pangeia, um continente único que teria existido há mais de 230 milhões de anos e cuja fragmentação deu origem à atual configuração do mundo. Sua teoria se baseou na observação do formato da América do Sul e da África, cujas linhas costeiras formavam um encaixe perfeito, sugerindo que estiveram juntas em algum momento do passado geológico.
A teoria de Wegener era ainda mais abrangente no sentido de ter apontado evidências geomorfológicas e paleoclimáticas que indicavam a continuidade de paisagens observadas na América do Sul, Antártida, África, Índia e Austrália. Não bastasse isso, o pesquisador encontrou também fósseis de répteis e espécies de plantas iguais nesses territórios.
O que Wegener não conseguiu explicar com maior precisão, no entanto, era o mecanismo que fez os continentes se movimentarem e se fragmentarem eventualmente. Ele faleceu no ano de 1930, sem conseguir provar a sua teoria.
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Videoaula sobre teoria da deriva continental
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Teoria das placas tectônicas
A teoria da deriva continental foi retomada em meados do século XX, e, mediante o aperfeiçoamento dos instrumentos de pesquisa, o que permitiu a datação de rochas e a análise e coleta em águas profundas, e o próprio avanço teórico realizado, foi possível compreender melhor a estrutura do planeta e o que condicionou o movimento de separação dos continentes.
Com base no estudo do assoalho oceânico entre as décadas de 1950 e 1960, surgiu a teoria das placas tectônicas ou tectônica global. Ela foi levantada das observações de Harry Hess realizadas em 1962 sobre a expansão do assoalho oceânico e a existência de correntes de convecção no manto terrestre, no interior do planeta, que permitiram com que as massas de terras emersas, presas então a uma placa na crosta, se movessem. Essa teoria, então, substituiu a da deriva continental e conseguiu explicar de que maneira se deu a fragmentação da Pangeia e a formação da atual configuração da superfície terrestre.
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Videoaula sobre teoria das placas tectônicas
Exercícios sobre a Pangeia
1) (Udesc) A teoria da tectônica de placas afirma que a América do Sul e a África estiveram unidas e iniciaram sua separação há cerca de 125 milhões de anos.
Assinale a alternativa que contém o nome da era geológica em que se iniciou tal separação, o do bloco formado pela América do Sul e África e o do continente que também fazia parte desse bloco, sequencialmente.
a) Cenozoico – Laurásia – América do Norte
b) Arqueozoico – Pangea – Europa
c) Mesozoico – Gondwana – Ásia
d) Mesozoico – Gondwana – Antártida
e) Cenozoico – Laurásia – Austrália
Resolução: Alternativa D. Após a separação da Pangeia, o movimento das placas tectônicas continuou ocasionando a fragmentação dos continentes. A separação de Gondwana ocorreu na era Mesozoica, e, além da América do Sul e da África, esse continente continha a Índia, a Austrália e a Antártida.
2) (Enem) A partir da análise da imagem, o aparecimento da Dorsal Mesoatlântica está associado ao(à)
a) separação da Pangeia a partir do período Permiano.
b) deslocamento de fraturas no período Triássico.
c) afastamento da Europa no período Jurássico.
d) formação do Atlântico Sul no período Cretáceo.
e) constituição de orogêneses no período Quaternário.
Resolução: Alternativa D. A dorsal Mesoatlântica é uma cordilheira formada na porção central do oceano Atlântico e decorrente do processo de expansão do assoalho oceânico, o que, por sua vez, ocorreu devido ao movimento divergente de placas que resultou na separação dos continentes africano e americano, conforme identificado na imagem 4. Esse processo ocorreu no período Cretáceo.
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia