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Falésias

As falésias são paredões elevados e de declividade acentuada que se formam no litoral. São causadas pela abrasão marinha em diversos tipos de rocha, de calcárias a vulcânicas.

Falésias são escarpas íngremes formadas a partir da ação erosiva da água do mar, da chuva e dos ventos.
Falésias são escarpas íngremes formadas a partir da ação erosiva da água do mar, da chuva e dos ventos.
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Falésias são formas do relevo litorâneo derivadas do processo de abrasão marinha, que é a erosão ocasionada pela ação contínua da água do mar em uma superfície rochosa. Caracterizam-se por escarpas altas e muito íngremes, sem vegetação em sua extensão vertical.

Escarpas são formas de relevo compostas por um paredão íngreme situado comumente no limite entre planaltos e áreas rebaixadas, decorrentes da erosão ou de movimentos tectônicos.

As falésias são classificadas em ativas/vivas, aquelas em que a erosão marinha está em curso, ou inativas/mortas, que não sofrem mais a ação da água do mar. Elas constituem belas paisagens ao redor do mundo e são observadas também no Brasil, principalmente nas praias do litoral nordeste.

Leia também: Correntes marítimas — grandes porções de água que se deslocam pelos oceanos

Tópicos deste artigo

Resumo sobre falésias

  • Falésia é uma feição do relevo litorâneo formada pelo processo de abrasão marinha.

  • Constituem paredões íngremes que podem ter dezenas ou centenas de metros de altura.

  • As escarpas são desprovidas de vegetação.

  • A coloração que as falésias exibem depende do tipo de rocha em que se formaram.

  • São divididas em ativas (vivas), nas quais os processos de erosão marinha estão em curso, e inativas (mortas), já não mais suscetíveis ao desgaste pela ação da água do mar.

  • No Brasil, são encontradas em todo o litoral, mas se concentram nos estados do Nordeste.

O que são falésias?

Falésia é o nome dado a uma feição geomorfológica encontrada na zona costeira, isto é, no litoral. Elas estão presentes em diversos países e constituem uma escarpa abrupta, com acentuado grau de declividade, derivada da ação de agentes erosivos, em especial da água do mar.

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Causas das falésias

As falésias são formas de relevo causadas pela constante ação da água do mar e também das chuvas sobre as rochas que conformam o substrato de terrenos localizados no litoral, bem próximo da costa, muitos deles em contato quase direto com o mar devido à existência de praias estreitas. A definição oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inclui ainda a erosão fluvial como uma das causas das falésias|1|.

Formação das falésias

As falésias são formadas a partir do processo de abrasão marinha, que é o nome correspondente à erosão causada pelo impacto da água do mar nas superfícies rochosas que ficam próximas, dando origem a paisagens naturais características. Em relação aos paredões formados, a esculturação está diretamente associada à dinâmica dos oceanos e ao movimento das ondas, que fazem com que as águas entrem em contato com as porções emersas de terra e levem ao seu desgaste.

No decorrer do tempo, a água consegue escavar o sopé desses terrenos e provoca o desmoronamento de blocos superiores. Os sedimentos e outros tipos de fragmentos derivados desse processo se depositam na porção inferior dos paredões e formam os chamados terraços ou plataformas de abrasão. À medida que o mar avança e incide sobre as falésias, provocando a continuidade do processo erosivo, as plataformas de abrasão se ampliam.

Nota-se ainda que os sedimentos resultantes da abrasão marinha sobre os paredões podem ser transportados pelas águas e depositados em outra área, contribuindo igualmente para a formação de um relevo litorâneo.

  • Videoaula sobre agentes modeladores de relevo

Características das falésias

As falésias são caracterizadas por um extenso paredão rochoso que se distribui ao longo da linha costeira, muito próximo ou em contato direto com o mar. Esses paredões são bastante íngremes e possuem altura variável. No Brasil, por exemplo, existem falésias que se projetam de 20 até 30 metros acima do nível do mar.

No restante do mundo, são encontradas paredes de centenas e até milhares de metros de altura que se estendem horizontalmente por dezenas de quilômetros. É importante notar, ainda, que as falésias são desprovidas de vegetação em toda a sua extensão vertical.

A coloração que as falésias exibem depende do tipo de rocha que as compõem. As falésias esculpidas em rochas vulcânicas, muito comuns no norte da Europa, por exemplo, dispõem de coloração escura, ao passo que aquelas formadas por substrato sedimentar carbonático são geralmente claras. Quando formadas em arenitos, elas apresentam coloração que varia entre tons avermelhados e bege. Naqueles paredões formados em depósitos sedimentares, observa-se claramente a disposição das diversas camadas que apresentam cada uma uma cor ou tonalidade distinta.

Elas podem ser classificadas em falésias ativas (vivas) ou inativas (mortas). Falésias ativas são aquelas nas quais a abrasão marinha atua continuamente. Já as falésias inativas são aquelas que não estão mais sujeitas aos processos de erosão decorrente da água do mar. Elas possuem inclinações mais suaves e ficam um pouco distantes da linha costeira.

Saiba mais: Placas tectônicas — os semirrígidos blocos rochosos que formam a crosta terrestre

Falésias no Brasil

Falésias do Morro Branco em Beberibe, no Ceará.
Falésias do Morro Branco em Beberibe, no Ceará.

Existem diversas falésias ao longo do litoral brasileiro. A maior concentração dessa forma de relevo ocorre nos estados da região Nordeste, como veremos na lista abaixo. É importante ressaltar que elencamos apenas algumas das falésias existentes nessas áreas, muitas das quais constituem pontos turísticos e áreas de estudo.

Alguns dos estados brasileiros que possuem falésias são:

  • Maranhão, com as falésias de Itapari e Baronesa;

  • Rio Grande do Norte, nas praias das Minas e de Pipa, em Tibau do Sul;

  • Alagoas, em Barra de Santo Antônio;

  • Paraíba, na Ponta do Seixas, em João Pessoa, e Carapibus, em Conde;

  • Bahia, na praia do Farol, em Prado, Arraial d’Ajuda e Praia Dourada, em Mucuri;

  • Ceará, que abriga um grande número de falésias. São bastante conhecidas as formações do Morro Branco, situadas na cidade de Beberibe.

Na região Sudeste, as falésias são observadas em praias do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Considerando as localidades até então citadas, nota-se que essas formações ocorrem especialmente em rochas sedimentares que compõem o Grupo Barreiras.

Existem falésias também no Sul do Brasil, dentre elas as originárias de rochas vulcânicas em Torres, no Rio Grande do Sul.

Confira nosso podcast: Tsunamis no Brasil: possibilidade ou lenda?

Falésias no mundo

As falésias são encontradas em litorais dos cinco continentes, formadas nos mais diversos tipos de rocha. O estado norte-americano do Havaí possui algumas das mais belas paisagens com falésias do mundo, dentre as quais estão as falésias de Kalaupapa, que atingem uma extensão vertical de mil metros.

Países europeus possuem também um grande número de paredões esculpidos em rochas calcárias e vulcânicas, principalmente, como:

Destacam-se as falésias de Étretat, na região francesa da Normandia; a formação de Moher, na Irlanda; Dover, formada ao longo do Canal da Mancha; e Preikestolen, localizada em um fiorde na Noruega.

Falésias em Étretat, na França.
Falésias em Étretat, na França.

No noroeste africano é possível encontrar falésias na ilha de Tenerife, que compõe as Ilhas Canárias. Algumas paisagens impressionantes com imensos paredões verticais são vistas também em países e ilhas do Sul e Sudeste asiático, como em Taiwan, e na costa australiana.

No sul da Austrália, as falésias se estendem horizontalmente por 100 km e chegam a 120 metros de altura em seu ponto mais elevado.
No sul da Austrália, as falésias se estendem horizontalmente por 100 km e chegam a 120 metros de altura em seu ponto mais elevado.

Importância das falésias

As falésias são importantes para o estudo das dinâmicas oceânicas e da maneira como o comportamento das marés interfere no relevo costeiro. Além disso, a análise de sua evolução fornece evidências significativas do avanço das águas do mar sobre o continente ao longo do tempo geológico.

A importância das falésias compreende também a preservação ambiental, por se tratarem de formações com elevado grau de fragilidade e que demandam cuidados específicos no seu processo de uso e ocupação quando permitidos, além de algumas delas abrigarem espécies animais e vegetais, em especial as falésias inativas.

Ressalta-se ainda o papel econômico dessas formações, uma vez que elas contribuem para o turismo das áreas onde se localizam, tendo em vista a beleza de suas feições. Elas também podem ser uma fonte de matéria-prima para atividades como a construção civil e o artesanato. É o caso das falésias do Nordeste brasileiro, que apresentam uma diversidade de depósitos sedimentares e proporcionam a formação de areia colorida, empregada na composição de artes como a ciclogravura.

Notas

|1| IBGE. Glossário Geológico. Rio de Janeiro: IBGE, 1999. Disponível aqui. Acesso em 26 nov. 2021.

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Falésias"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/falesias.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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