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Erosão

Erosão é um processo natural de desgaste do solo, geralmente ocorrendo de áreas mais altas para mais baixas. Pode ser agravada pelas ações do ser humano, como o desmatamento.

Grand Canyon, Arizona, EUA. Exemplo de erosão fluvial.
Grand Canyon, Arizona, EUA. Exemplo de erosão fluvial.
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A erosão é um processo natural e presente na dinâmica do planeta há milhares de anos (tempo geológico). Esse fenômeno consiste no desgaste do solo e das rochas de áreas mais altas para áreas mais baixas, ocasionando a sedimentação dos detritos. Ao longo dos anos, esse desgaste altera paisagens, cursos de rios, relevos, entre outros.

Percebemos que o planeta é um ser vivo, mutável e que se modifica a cada momento. Tudo que fazemos está interligado com essas mudanças. A erosão é um processo de transformação ocorrido no exterior da crosta terrestre, sendo classificada no grupo de fatores exógenos de modificação do relevo.

Leia também: Bacias hidrográficas – parte do relevo abastecida por rios e seus afluentes

Tópicos deste artigo

Classificação das erosões

Esse processo natural, mas que pode ser agravado pela ação do homem, pode ocorrer de diversas maneiras. Com isso, podemos listar os processos erosivos pela forma como eles ocorrem. Vamos aos exemplos:

  • Erosão pluvial: é ocasionada a partir da transformação do relevo oriunda das águas da chuva (em latim pluvia = chuva). Essas águas agem com grande intensidade em algumas regiões do mundo, em especial nas áreas tropicais e equatoriais, onde a precipitação é mais intensa. Com isso, essas águas infiltram-se no solo, deixando-o encharcado e cheio de sedimentos propícios a serem carregados para outras áreas.

  • Erosão fluvial: é a erosão causada pelos rios ao longo de seu curso, nas suas margens e em seu leito. Pode ser mais comum em áreas de elevada altitude e relevos montanhosos, pois a gravidade tende a tornar o rio mais veloz, deixando as margens mais suscetíveis ao processo erosivo. Além disso, pode acontecer em épocas de chuvas mais intensas, quando a quantidade de água aumenta, provocando mais erosões.

  • Erosão oceânica/marinha: acontece com a destruição e construção constantes feitas pelas águas dos mares ao longo das áreas litorâneas, no encontro entre a terra e a água. Essa erosão é conhecida também por abrasão e pode originar várias formas de relevo, como as falésias, as praias e as restingas.

  • Erosão glacial: envolve as geleiras, que são importantes itens nos processos erosivos naturais. Elas atuam como uma lixa sobre a rocha, tendo seu poder de abrasão maior que de um rio. Essas erosões, atualmente, ocorrem nos polos do planeta e nos picos das grandes montanhas. Porém, houve uma época no mundo em que as geleiras cobriam a maior parte dos continentes, época essa conhecida como Era Glacial. Com o desgaste do gelo, que também se movimenta das áreas mais altas para as mais baixas, todo solo e rocha encontrados pelo caminho foram transportados, mostrando toda sua força e intensidade.

  • Erosão eólica: é causada pelo vento ao transportar materiais que se desgastam das rochas e solos. É mais frequente em áreas semiáridas, áridas e desérticas. Ao transportar as partículas de areia ou mesmo fragmentos de rochas, esses sedimentos, ao longo de milhares de anos, desgastam as áreas que atingem, esculpindo arcos, rochas ou formando desertos pedregosos, como os regs do deserto do Saara, no continente africano.

  • Erosão antrópica (seres humanos): é a erosão causada pelo homem, que tem papel importante na modificação do relevo, acelerando o processo de erosão, seja desmatando florestas para pastos, estradas, cidades, seja cavando túneis, aplainando morros, alterando biomas, conquistando mares, entre outras ações. Das erosões citadas acima, esta pode ser considerada a mais fugaz e, por conta dessa velocidade, a mais violenta com a natureza. Na maioria das vezes, essa erosão ocorre por motivos sociais (a construção de moradias, por exemplo) e econômicos (a implantação de uma indústria).

Tipos de erosão

Os processos erosivos, em algumas regiões da natureza, são importantes para a dinâmica ambiental e renovação do solo, pois permitem a movimentação de sedimentos para outras áreas, o que pode transportar sedimentos férteis e contribuir para o progresso natural da localidade. Entretanto, algumas erosões prejudicam o ritmo da natureza, pois não podem ser contidas em curto espaço de tempo. Para compreender melhor essas peculiaridades das erosões, é importante entender como elas são classificadas, isto é, em sulcos, ravinas e voçorocas.

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Esses tipos de erosões variam de acordo com sua intensidade e seu grau de destruição/construção no solo. Em muitas ocasiões, esses três tipos de processos erosivos podem ser encontrados a partir das erosões fluviais, pluviais e glaciais, mas podem coexistir com outros processos.

Os sulcos erosivos são as estratificações deixadas no solo pela erosão fluvial. Em algumas regiões, eles são conhecidos como os “caminhos” da água, sendo caracterizados por pequenos buracos formados pela ação das enxurradas, mas são fáceis de serem recuperados.

Sulcos provocados pelos “caminhos” da água – erosão pluvial.
Sulcos provocados pelos “caminhos” da água – erosão pluvial.

Já as ravinas são buracos maiores, causados pelo transporte exagerado de sedimentos e pela alta suscetibilidade do solo a se desagregar da sua rocha-mãe. Em geral, um solo fica mais suscetível à formação de ravinas quando há muita precipitação e baixa quantidade de árvores para segurar o solo com suas raízes. As ravinas são encontradas em encostas de morros que tiveram sua vegetação original retirada, seja pela natureza, seja pela ação humana.

As voçorocas são processos mais graves, que em muitos casos atingem o lençol freático. Esse tipo de erosão é o agravamento das ravinas, quando a intensidade de desgaste aumenta, tornando o solo fraco e muito suscetível à formação de imensos buracos. A retirada da cobertura vegetal contribui para o surgimento de voçorocas, pois aumenta a percolação (capacidade de infiltração subterrânea da água) no solo.

Exemplo de voçoroca agravada pela ausência da cobertura vegetal e pela precipitação.
Exemplo de voçoroca agravada pela ausência da cobertura vegetal e pela precipitação.

Fatores que afetam uma erosão

As erosões são processos que alteram a paisagem de uma área e podem ser afetadas pelos aspectos naturais de uma região, como o clima, o relevo, os biomas, entre outros.

O clima afeta os processos erosivos devido à disposição de índices pluviométricos, temperatura, quantidade de ventos e incidência solar, pois esses fatores somados podem intensificar ou diminuir a erosão de determinada área.

Como a erosão ocorre, em sua maioria, das áreas mais altas para as áreas mais baixas, o relevo é um aspecto importante a ser estudado. Em áreas planas, há o predomínio da sedimentação trazida pela erosão, ou seja, áreas mais altas estão mais sujeitas às erosões.

A presença intensa de árvores e plantas contribui para que as erosões ocorram com menos intensidade, pois a cobertura vegetal protege o solo, diminuindo eventuais desgastes naturais.

Veja também: Impactos ambientais causados pela mineração

Fatores que contribuem com a erosão

O aumento do processo erosivo pode acontecer naturalmente ou por meio da ação do ser humano. Na natureza, o intemperismo causa a desintegração e transformação das rochas. O intemperismo é o conjunto de processos químicos, biológicos e físicos que alteram toda a estrutura rochosa do solo.

O intemperismo químico acontece pela ação das águas (de rio, mar ou precipitações). Quando as rochas entram em contato com a água, elas são modificadas internamente, pois há uma interação entre os componentes da água com os componentes minerais das rochas.

Já o intemperismo físico se dá pela variação das temperaturas, pois, com o frio, as rochas contraem-se e, com o calor, elas dilatam. O intemperismo biológico é o que mais contribui para os processos erosivos. Trata-se da ação dos organismos vivos, como as raízes de plantas e pequenos animais que vivem no solo (formigas, minhocas) que adentram as rochas e o solo, modificando-os e abrindo pequenos canais, o que facilita a ocorrência de processos erosivos.

Consequências da erosão

Nas grandes cidades com relevos montanhosos, chuvas constantes podem ocasionar deslizamentos de terra em terrenos ondulados. Esses deslizamentos ocorrem, em sua maioria, nas áreas em que a vegetação natural foi retirada para a construção de moradias, problema agravado nas localidades mais pobres.

O risco de deslizamento é maior quando as áreas de morro são desmatadas pelos humanos, pois o solo sem cobertura vegetal fica mais desprotegido das fortes chuvas.

Há também um grave problema ambiental causado pela erosão nas margens de rios quando a mata ciliar diminui: o assoreamento. Quando a ação humana retira parte da vegetação, a erosão vem com mais força, levando parte da margem para dentro do rio, acumulando sedimentos no seu leito. O assoreamento pode causar a seca de vários cursos d’água, pois reduz a profundidade e, com o passar dos anos, causa a perda da biodiversidade aquática.

As ações humanas nem sempre levam em consideração os impactos ambientais que são causados quando se desmata uma área. Erosões graves podem começar com simples sulcos e gerar danos ambientais irreversíveis, como o surgimento de ravinas e voçorocas, que podem ser aceleradas com a ação humana.

Acesse também: Desmatamento na Amazônia: causas e consequências

Como evitar a erosão?

A erosão, por ser um processo natural, não pode ser evitada. Porém, nas áreas urbanas, onde o estrago erosivo é maior devido aos deslizamentos de terra, os transtornos podem ser amenizados e solucionados de forma definitiva desde que haja um grande envolvimento entre o poder público e a sociedade.

A não retirada da cobertura vegetal e, consequentemente, a preservação das encostas são ações que contribuem para diminuir os efeitos erosivos. A cobertura vegetal (plantio, reflorestamento, não desmatamento) minimiza os efeitos das erosões pluviais e fluviais, além de criar barreiras naturais que amenizam a erosão eólica.

Nas cidades, as encostas de morros são habitadas, ocorrendo desmatamento da área, impermeabilização do solo e interrupção de um ciclo natural da precipitação. Com o excesso de chuva, a água que deveria infiltrar no solo causa enxurradas, agravando ainda mais a situação cotidiana dessas localidades.

Ilustração dos efeitos da erosão nas encostas.
Nas encostas, a retirada da cobertura vegetal pode agravar os processos erosivos.

Outras técnicas também são utilizadas para amenizar os efeitos erosivos, como o terraceamento (técnica de construir terraços, degraus nas encostas dos morros), o cultivo em curvas de nível (cultivos alternados nas diferentes altitudes dos morros), o plantio associado de culturas que expõem menos o solo, etc.

Exercícios resolvidos sobre erosão

Questão 1 - (Fac. Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein SP/2016)

"A recuperação e manutenção das áreas próximas às nascentes e rios, bem como a ocupação disciplinada da terra e medidas de controle da erosão têm efeitos positivos na proteção dos recursos hídricos, tanto no volume quanto na qualidade da água presente no manancial."

(Eduardo Dibieso. A fonte do conhecimento. São Paulo: Jornal da Unesp no 309, abril 2015, p. 8)

Não basta apenas chover. Ações de proteção de recursos hídricos estocados em mananciais são de grande importância. A esse respeito é correto dizer que

a) matas ciliares que protegem nossos rios e represas estão perdendo sua eficácia na proteção, pois com as constantes secas que nos atingem, elas estão desaparecendo.

b) a principal forma de proteção dos recursos hídricos nos rios e nos mananciais é a recuperação e a manutenção, em dimensões adequadas, de matas ciliares.

c) em vista da gravidade das crises hídricas, nossas leis ambientais têm se tornado mais rígidas, o que já gera efeitos positivos nas áreas de mananciais urbanos.

d) o essencial em termos de recursos hídricos é a proteção das nascentes com a manutenção de florestas. Com isso, garante-se a existência adequada de um rio.

Resolução

Alternativa B. As matas ciliares são assim chamadas porque protegem os rios do assoreamento, assim como os cílios humanos protegem os olhos de impurezas trazidas pelo ar. A manutenção dessas matas é essencial para a preservação da vida em um rio.

Questão 2 - (Centro Universitário de Franca SP/2016)

O desmatamento decorre, em grande parte, da exploração de recursos naturais e do uso comercial da madeira. Sob o ponto de vista ambiental, são consequências do desmatamento

a) a erosão do solo e a redução da biodiversidade.

b) o desequilíbrio no ecossistema e a diminuição dos processos erosivos.

c) a redução da vazão dos rios e a manutenção da biodiversidade.

d) a elevação da temperatura e o aumento da vazão dos rios.

e) a poluição do ar e o aumento dos índices pluviométricos.

Resolução

Alternativa A. O desmatamento contribui significativamente para o aumento da erosão e reduz a biodiversidade no local, afugentando a fauna.

Escritor do artigo
Escrito por: Átila Matias Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

MATIAS, Átila. "Erosão"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/erosao.htm. Acesso em 20 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

É um processo natural que consiste no desgaste do solo e das rochas de áreas mais altas para áreas mais baixas, ocasionando a sedimentação dos detritos.

O enunciado faz referência a qual processo?

a) Intemperismo.

b) Tectonismo.

c) Desertificação.

d) Erosão.

e) Laterização.

Exercício 2

A erosão, em seu processo mais avançado, quando atinge o lençol freático, recebe a denominação:

a) Sulco.

b) Voçoroca.

c) Ravina.

d) Laminar.

e) Pluvial.