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Rio Grande do Norte

O Rio Grande do Norte é um estado da região Nordeste. De clima Tropical e relevo modesto, destaca-se pela matriz energética renovável e pertence ao estado o Atol das Rocas.

Bandeira do Rio Grande do Norte.
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O Rio Grande do Norte é um estado brasileiro que compõe a região Nordeste. Sua capital é o município de Natal, no litoral leste. Pertence ao território potiguar o Atol das Rocas, formação única no Atlântico Sul e patrimônio natural mundial pela Unesco.

O relevo do estado é formado em sua maioria por depressões, e o clima predominante é o Tropical, com variações regionais. Em termos econômicos, o Rio Grande do Norte desponta como principal produtor de camarão e de sal marinho do Brasil.

Leia também: Regiões do Brasil – divisão do território nacional com base em aspectos geográficos semelhantes

Tópicos deste artigo

Dados gerais do Rio Grande do Norte

  • Região: Nordeste.

  • Capital: Natal.

  • Governo: democracia representativa.

  • Área territorial: 52.809,59 km² (IBGE, 2022).

  • População: 3.302.729 habitantes (estimativa IBGE, 2022).

  • Densidade demográfica: 62,59 hab./km² (IBGE, 2022).

  • Fuso: Horário Padrão de Brasília (GMT -3 horas).

  • Clima: Tropical.

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Geografia do Rio Grande do Norte

O estado do Rio Grande do Norte integra a região Nordeste. É a sexta menor unidade federativa do Brasil, com 52,8 mil km². O estado possui saída para o oceano Atlântico através de sua faixa litorânea, que se estende por mais de 400 km ao norte e a leste. Limita-se também com:

Grande parte do oeste potiguar compõe a sub-região do Sertão nordestino. A Zona da Mata abrange o leste, com uma estreita faixa de transição entre ambas que caracteriza o Agreste.

  • Clima do Rio Grande do Norte

Dois tipos climáticos são predominantes no estado. O primeiro é o clima Semiárido, que abrange o oeste e é caracterizado por baixa umidade relativa do ar, elevadas temperaturas e períodos em que há pouca ou nenhuma precipitação. As chuvas anuais variam entre 250 mm e 750 mm.

No leste do estado, há ocorrência do clima Tropical, que se divide entre o úmido, nos municípios localizados na faixa litorânea e imediações, e quente, com inverno seco nas demais áreas. É caracterizado pelas temperaturas elevadas (acima dos 18 ºC) e pluviosidade de 750 mm a 1600 mm no litoral potiguar.

  • Relevo do Rio Grande do Norte

Em função do seu substrato rochoso muito antigo e intensamente alterado pela ação dos agentes intempéricos, grande parte do relevo do Rio Grande do Norte é composta pelas formas características da depressão Sertaneja ou do São Francisco.

Pelo sul do estado, na fronteira com a Paraíba, encontra-se o planalto da Borborema, onde se concentram as maiores elevações. Destaca-se, ainda, a presença da chapada do Apodi, na região noroeste, estendendo-se até a divisa com o Ceará. A zona costeira é marcada pelos tabuleiros e pela planície costeira.

A média altimétrica do estado varia entre 200 m e 300 m. Fica na serra do Coqueiro, no sudoeste, o ponto culminante do Rio Grande do Norte, situado a 868 metros acima do nível do mar.

  • Vegetação do Rio Grande do Norte

Quase todo o Rio Grande do Norte está compreendido na Caatinga, bioma que corresponde a 96% da área do estado. É caracterizado pela vegetação esparsa e adaptada a longos períodos de estiagem, como as espécies xerófitas. Pelo litoral leste, estende-se a Mata Atlântica, composta por floresta ombrófila (densa e aberta). Na zona costeira, é possível observar a presença de mangues e restingas.

  • Hidrografia do Rio Grande do Norte

O Atol das Rocas é considerado uma área de proteção ambiental.[1]
O Atol das Rocas é considerado uma área de proteção ambiental.[1]

O estado pertence à bacia hidrográfica do Atlântico Norte Oriental. Seus principais rios são: Piranhas-Açu, Apodi-Mossoró, Potengi, Trairi, Curimataú, Seridó e Jacu.

Localiza-se, a nordeste da costa potiguar, a aproximadamente 269 km de Natal, o Atol das Rocas. Trata-se de um conjunto de ilhas em formato circular constituído sobre corais. É único no Atlântico Sul, e, dada a sua grande biodiversidade, é caracterizado como uma reserva biológica. Desde 2001, o Atol das Rocas é listado como um patrimônio natural mundial pela Unesco.

Leia também: Bacias hidrográficas – unidade do relevo abastecida por rios e seus afluentes

Mapa do Rio Grande do Norte

Fonte: IBGE.
Fonte: IBGE.

Demografia do Rio Grande do Norte

A população do Rio Grande do Norte é de 3.302.729 habitantes (IBGE, 2022), a 17ª entre os estados brasileiros. Considerando apenas as unidades de federação nordestinas, o estado reúne 6,04% da população regional. Sua densidade demográfica era de 59,99 hab./km² à época do Censo de 2010. Atualmente, esse valor é de 62,59 hab./km², tendo subido em função do aumento populacional de 134.379 habitantes entre 2010 e 2022, conforme indicam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A maior parcela da população potiguar vive nas cidades, sendo a sua taxa de urbanização de 77,8%. Natal é o município mais populoso do estado e o 24º do Brasil, com 751.300 habitantes. Logo na sequência, está Mossoró, que conta com 264.577 habitantes. Destacam-se, também, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante. Conforme o Censo de 2022, pouco mais da metade da população potiguar (50,9%) se autodeclara parda; 39,5%, branca; 9,2%, preta; e 0,3%, indígena.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Rio Grande do Norte é de 0,728, o 14º entre os estados brasileiros. A expectativa de vida no estado é de 76,7 anos, a mais elevada da região Nordeste.

Divisão geográfica do Rio Grande do Norte

O Rio Grande do Norte possui 167 municípios, os quais se dividem em 11 regiões geográficas imediatas estabelecidas pelo IBGE. Essas regiões, por sua vez, integram três regiões geográficas intermediárias conforme listado a seguir:

  • Natal:

    • Canguaretama

    • João Câmara

    • Natal

    • Santa Cruz

    • Santo Antônio-Passa e Fica-Nova Cruz

  • Caicó:

    • Caicó

    • Currais Novos

  • Mossoró:

    • Açu

    • Mossoró

    • Pau dos Ferros

Economia do Rio Grande do Norte

O Rio Grande do Norte possui um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 80,18 bilhões, o equivalente a 0,9% do PIB brasileiro. Com exceção da administração pública e das atividades correlatas, o setor terciário representa o principal setor da economia potiguar, com 40,3% do valor adicionado ao PIB.

Além do comércio e dos serviços, o turismo desempenha importante e crescente papel na economia do Rio Grande do Norte, com grande contribuição das atividades atreladas ao ecoturismo, não somente no litoral mas também no interior do estado.

A indústria responde por 18,36% do PIB do estado. O setor é liderado pelos serviços de utilidade pública e pela construção civil, seguido pela extração de petróleo e de gás natural e pela indústria petroquímica. Com o Ceará, o Rio Grande do Norte se destaca na produção petrolífera em terra do país. As atividades da Petrobras tiveram início no estado ainda na década de 1950.

Ressalta-se também a importância da indústria salineira para a economia potiguar. O Rio Grande do Norte é o maior produtor de sal marinho do Brasil.

Os principais produtos agrícolas do estado são a cana-de-açúcar e diversas frutas, como banana, abacaxi, melão, melancia e caju. Na criação de animais, o Rio Grande do Norte se garante como maior produtor de camarão do Brasil. A pecuária bovina é também desenvolvida, bem como a avícola e a suína, das quais derivam as produções de leite, de ovos e de carnes. O setor como um todo responde por uma fatia de 3,9% do PIB estadual.

Veja também: Qual é o PIB do Brasil?

Governo do Rio Grande do Norte

O Rio Grande do Norte é uma democracia representativa. Eleições são realizadas periodicamente, a cada quatro anos, para que a população potiguar escolha os seus governantes. O Poder Executivo estadual é chefiado pelo governador. O Legislativo é composto por três senadores federais, oito deputados federais e 24 deputados estaduais. Fica em Natal a sede do governo do estado.

Bandeira do Rio Grande do Norte

Infraestrutura do Rio Grande do Norte

A rede de transportes do Rio Grande do Norte é composta pelos modais hidroviário, aeroviário, ferroviário e rodoviário, sendo este o principal meio de integração entre as cidades potiguares e entre o estado e outras regiões do país. As rodovias são utilizadas também para o transporte de cargas. Uma delas é a BR-101, que interliga todo o litoral leste brasileiro desde o Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte. A BR-406 atravessa o estado ligando Natal a Macau, cidade que realiza a produção salina. Destacam-se, ainda, as BR 226, 304 e 405.

O transporte de cargas como os minérios de ferro é efetuado através das ferrovias. O escoamento da produção se dá principalmente por meio dos portos, como o Porto de Natal, na capital do estado, o Porto de Guamaré e o Terminal Salineiro de Areia Branca. As conexões aéreas, por sua vez, são feitas por intermédio dos aeroportos de Natal, Parnamirim e Mossoró principalmente.

Situada em uma zona do planeta onde há grande incidência de ventos, a matriz energética do Rio Grande do Norte é composta predominantemente pela energia eólica. Da mesma forma, o estado possui grande potencial para a geração de energia por meio da luz solar. No entanto, atualmente as fontes como a biomassa e os combustíveis fósseis completam o quadro energético potiguar.

Parque eólico no município de Galinhos (RN).[2]
Parque eólico no município de Galinhos (RN).[2]

Cultura do Rio Grande do Norte

O Rio Grande do Norte é detentor de uma rica cultura que carrega consigo a influência dos costumes e das tradições das populações indígenas, africanas e europeias, notadamente portuguesas, que deram origem à sua população. A identidade cultural potiguar se vê expressa por meio das festas populares, da música, das danças, da culinária e das artes em geral.

As festas tradicionais do estado possuem elementos tanto religiosos quanto folclóricos, como a Festa dos Santos Reis, o Carnaval, a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, a Festa do Boi, as Festas Juninas, que acontecem em diversas partes do Rio Grande do Norte, e a Festa de Santana de Caicó. Popular em todo o país, o bumba-meu-boi representa também a cultura potiguar, que engloba outras danças e ritmos como o coco, o fandango e o forró.

A culinária potiguar é representada por meio de um amplo cardápio que inclui muitos preparos à base de frutas, que se encontram entre as especialidades da agricultura do estado, e frutos do mar. O baião de dois, a tapioca, a paçoca de carne de sol e o arroz de leite são também algumas das iguarias da cozinha do Rio Grande do Norte.

História do Rio Grande do Norte

O território potiguar está localizado em uma posição estratégica do país, e, em função do fácil acesso, foi alvo de diversas expedições estrangeiras. Tão logo os portugueses se aproximaram das terras brasileiras, determinou-se o seu domínio a partir do Cabo de São Roque, em 1501, no atual município litorâneo de Maxanguarape, no Rio Grande do Norte. Isso não impediu, entretanto, o avanço dos franceses pela região em 1535, logo após a divisão do país em capitanias hereditárias e a não fixação imediata dos portugueses em terras potiguares naquele mesmo ano.

A derrocada dos franceses ocorreu apenas em 1598, e a retomada do domínio pelos portugueses foi marcada pela construção da Fortaleza dos Reis Magos, na atual capital do Rio Grande do Norte. Algumas décadas mais tarde, em 1633, as disputas pelo controle da área recomeçaram, dessa vez com os holandeses, que permaneceram na região até o ano de 1654. Trinta anos mais tarde, aconteceu, no interior do estado, a Confederação dos Cariris (1683-1713), conflito entre os indígenas e os portugueses iniciado pelos nativos com o intuito de expulsar, sem sucesso, os estrangeiros.

No século XVIII, o território potiguar não era politicamente independente. Essa conquista aconteceu apenas em 1824, quando o Rio Grande do Norte se tornou uma província. Nesse intervalo de tempo, em 1883, a cidade de Mossoró foi a primeira a decretar o fim da escravidão, cinco anos antes do decreto da Lei Áurea. O território potiguar ganhou o status de estado da federação no ano de 1889.

Créditos das imagens

[1] Rodrigo Pereira Barbosa | Wikimedia Commons (reprodução)

[2] Caio Pederneiras | Shutterstock

Fontes

Atlas Brasil. Disponível em: https://atlasbrasil.org.br/.

CARTE, Regy. Câmara celebra 135 anos do fim da escravidão em Mossoró. Câmara Municipal de Mossoró, 27 set. 2018. Disponível em: https://www.mossoro.rn.leg.br/institucional/noticias/camara-celebra-135-anos-do-fim-da-escravidao-em-mossoro.

CRELIER, Cristiane. Expectativa de vida dos brasileiros aumenta 3 meses e chega a 76,6 anos em 2019. Agência de Notícias IBGE, 26 nov. 2020. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/29505-expectativa-de-vida-dos-brasileiros-aumenta-3-meses-e-chega-a-76-6-anos-em-2019.

FAERN. Propostas para a agricultura potiguar: 2019 – 2022. Natal: FAERN, 2019. Disponível em: https://www.senarrn.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Propostas_Candidatos_2019-2022.pdf.

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IBGE. Estimativa da população residente no Brasil e nas Unidades de Federação (2020). Disponível em: https://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2020/estimativa_dou_2020.pdf.

IBGE. Panorama: Rio Grande do Norte. IBGE Cidades. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/panorama.

IBGE. Panorama do Censo 2022. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/index.html.

IBGE. População residente, por cor ou raça, segundo a situação do domicílio, o sexo e a idade. SIDRA, 2018. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/Tabela/3175.

IBGE. Produto Interno Bruto (PIB) dos Municípios. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-nacionais/9088-produto-interno-bruto-dos-municipios.html.

IPHAN. Atol das Rocas – Rio Grande do Norte (RN). Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/690.

MORAES, Jann Erick Possati de; MOURA, Johnson Pontes. Estudo dos ecossistemas e unidades de conservação da bacia potiguar e análise dos impactos ambientais das atividades petrolíferas na região costeira do Rio Grande do Norte. In: Educação Ambiental em Ação, vol. 1, n. 3, 2002/2003. Disponível em: https://www.revistaea.org/pf.php?idartigo=1706.

MOREIRA, Igor. O Espaço Geográfico: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Editora Ática, 2004, 47ª edição, 3ª reimpressão.

NATALRN. Cultura do Rio Grande do Norte. Disponível em: https://blog.natalrn.com.br/cultura-do-rio-grande-do-norte/.

PETOBRAS. Bacia Potiguar. Disponível em: https://petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-operacoes/bacias/bacia-potiguar.shtml.

PRATES, Jean-Paul. Resumo executivo do setor energético do RN. Apresentação para o Lançamento do Observatório da Energia Renovável, 2017. Disponível em: https://portal.ifrn.edu.br/ifrn/campus/natalcentral/observatorio-da-energia/lateral/documentos/setor-energetico-do-rn.

VALDIVINO, Emmanoel. Cultura Popular do Rio Grande do Norte é umas das mais ricas do nordeste aponta o Portal Educação. Jornal Folha Regional, 21 fev. 2019. Disponível em: http://www.jornalfolharegional.com.br/cultura-popular-do-rio-grande-do-norte-e-umas-das-mais-ricas-do-nordeste-aponta-portal-educacao/.

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Rio Grande do Norte"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/rio-grande-norte.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.