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Desertos

Desertos podem ser muito frios ou muito quentes, a depender da sua localização. Uma característica que eles possuem em comum é a baixa umidade do ar e escassez de chuvas.

Os desertos são áreas onde predominam o clima árido e a escassez de chuvas, com volumes anuais de 250 mm. A vegetação é bastante rarefeita ou inexiste
Os desertos são áreas onde predominam o clima árido e a escassez de chuvas, com volumes anuais de 250 mm. A vegetação é bastante rarefeita ou inexiste
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Desertos são áreas caracterizadas por baixíssimo teor de umidade relativa do ar e chuvas escassas que não ultrapassam os 250 milímetros anuais. Podem ser formados naturalmente, pela ação de fatores como correntes marítimas frias, ventos secos e quentes e barreiras orogenéticas, ou pelo processo de desertificação, que consiste na degradação do solo de uma determinada área pela ação humana.

A vegetação de deserto, quando existente, é adaptada ao clima extremo. Além dos desertos quentes, como os desertos do Saara e do Atacama, há desertos frios (polares), como é o caso da Antártida, considerada o maior deserto do mundo.

Leia mais: Ações antrópicas no meio ambiente

Tópicos deste artigo

Resumo sobre deserto

  • É uma área que acumula menos de 250 mm de chuvas por ano. As chuvas, quando ocorrem, são irregulares e mal distribuídas.

  • Seu clima é árido, caracterizado pela acentuada amplitude térmica diária.

  • Sua vegetação é esparsa e de pequeno e médio porte, além de ser adaptada ao clima extremo. Seus animais também dispõem de características específicas que proporcionam a vida em condições adversas.

  • Seu solo é pobre em nutrientes e arenoso ou pedregoso. Está suscetível à erosão eólica.

  • Possui diversos tipos: subtropicais, de contra-alísios, polares, costeiros e de monções.

  • É formado naturalmente ou pelo processo de desertificação.

  • Seus perigos incluem calor ou frio em excesso, tempestades de areia e enxurradas.

Características do deserto

Os desertos são caracterizados como regiões que dispõem de um regime pluviométrico bastante irregular e que acumulam baixo volume de chuvas durante o ano, ficando em torno de 250 milímetros. Diante desse cenário, a capacidade que essas formações têm de sustentar diferentes formas de vida é baixa, embora exista.

As áreas desérticas, mais comumente associadas ao calor extremo e a grandes dunas, dispõem de características bastante heterogêneas que conformam paisagens com fisionomias diversas ao redor do mundo, conforme veremos na sequência.

  • Localização do deserto

A maior parte dos grandes desertos do mundo está localizada no Hemisfério Norte do planeta. Eles se distribuem pelo norte e oeste da África, Oriente Médio, regiões sul e central da Ásia e também na parcela oeste da América do Norte. Quando analisamos o Hemisfério Sul, os desertos estão situados também no oeste da América do Sul, na parcela meridional do continente africano e em grande parte da Oceania, predominantemente na Austrália.

  • Clima do deserto

O clima característico dos desertos é o árido. Esse tipo climático é caracterizado pela grande amplitude térmica diária, que corresponde à acentuada variação de temperaturas entre os dias e as noites.

Durante o dia, a temperatura dos desertos é elevada, superando os 40 ºC na maioria das regiões, com exceção dos desertos polares. Pela madrugada, quando não há incidência direta da luz do Sol e a maior parte do calor já se dissipou, os termômetros podem marcar de 0º até temperaturas negativas. No deserto de Gobi, na Ásia Central, por exemplo, o frio é extremo durante a madrugada e pode registrar temperaturas de -40 ºC.

As chuvas nos desertos são escassas e mal distribuídas. Essas regiões são marcadas pelo baixo volume pluviométrico anual, acumulando 250 milímetros no máximo. Quando ocorrem, as chuvas tendem a ser muito intensas e concentradas em um curto espaço de tempo. Para saber mais sobre o tema deste tópico, leia: Clima desértico.

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  • Vegetação e flora do deserto

Vegetação típica do deserto, com dois cactos em primeiro plano
A flora do deserto é composta por espécies adaptadas às mudanças extremas de temperatura e aos longos períodos de escassez.

O termo deserto designa um bioma de vegetação rarefeita ou inexistente, o que se deve às condições edafoclimáticas (referente ao solo e ao clima) encontradas nessas áreas. As plantas do deserto são geralmente espécies de pequeno e médio porte adaptadas aos longos períodos de seca e a variações bruscas de temperatura. Entre essas adaptações, estão:

    • presença de espinhos;

    • ausência de folhas;

    • folhas, quando presentes, estreitas revestidas por uma camada de cera para evitar a perda de água pelos processos de evapotranspiração;

    • raízes rasas ou superficiais para absorver rapidamente a água que cai das chuvas;

    • raízes profundas em algumas espécies para absorção de água do lençol freático (30 metros em média);

    • estruturas para armazenamento de água.

Tendo em vista as características acima descritas, encontra-se na flora dos desertos ao redor do mundo:

    • suculentas;

    • cactos (como saguaros);

    • pequenas árvores (como mesquite);

    • arbustos (como o ouriço);

    • gramíneas;

    • famílias como da margarida e do girassol;

    • palmeiras (mais comuns nos desertos africanos).

  • Fauna do deserto

Assim como a flora, muitos dos animais que formam a fauna dos desertos dispõem de adaptações às condições extremas desse habitat; são, por isso, classificados como xerocoles. Entre eles se encontram insetos, mamíferos, pássaros e répteis. Outra característica a se destacar dos animais dos desertos é que parte deles é noturna, ou seja, dorme durante o dia e executa suas tarefas durante a noite. Abaixo listamos alguns animais do deserto.

    • marsupiais;

    • coelhos-europeus;

    • lebres;

    • camelos;

    • dromedários;

    • cangurus e wallabies;

    • ratos;

    • escorpiões;

    • lagartos (como o diabo-espinhoso);

    • tartarugas (de cascos mais grossos);

    • raposas;

    • cabras;

    • antílopes;

    • coiotes.

  • Solo do deserto

Os solos do deserto possuem baixíssima fertilidade química e são geralmente muito arenosos ou pedregosos. Por estarem descobertos, com a ausência de uma camada de vegetação que os proteja da ação de agentes externos, os solos de regiões áridas são bastante suscetíveis à erosão física, que acontece quando há desagregação da estrutura do substrato e carreamento de materiais. No caso dos desertos, o principal causador desse processo é o vento (erosão eólica).

Ressalta-se ainda que os solos do deserto podem ter uma camada superior muito rígida e impermeável, o que se deve à grande concentração de minerais. Em desertos polares, os solos se encontram permanentemente congelados.

  • Relevo do deserto

Os desertos conhecidos se formaram sobre as mais diversas formas de relevo, assim como o seu processo de composição deu origem a feições características. Como exemplo do segundo caso temos as dunas e os relevos residuais ou inselbergs (chamados ainda de testemunhos), formados, respectivamente, pela deposição de material sedimentar e pela erosão promovida pela ação do vento ou das águas.

É comum também a presença de desertos em extensas áreas de planície e depressão. Em alguns deles, observa-se a ocorrência de relevo montanhoso e planáltico, como é o caso daqueles localizados no sul dos continentes americano e africano e também no Oriente Médio.

  • Hidrografia do deserto

Oásis no deserto do Saara
Exemplo de oásis no deserto do Saara.

Como sendo áreas em que há pouca ou nenhuma incidência de precipitação, não há rios perenes nos desertos. No entanto, determinados desertos possuem grandes rios em suas proximidades que permitem até mesmo o estabelecimento de assentamentos humanos. Citamos assim os rios Colorado (Estados Unidos), Nilo (Egito) e Jordão (entre Israel, Cisjordânia e Jordânia).

Quando as fortes pancadas de chuva acometem algumas áreas, ocorre a formação de pequenos lagos ou piscinas naturais temporárias, que logo se dissipam. Os desertos são supridos principalmente por aquíferos, e em alguns deles são encontrados oásis.

Um oásis nada mais é do que uma pequena área em que o lençol freático aflorou e chegou à superfície. Ao redor dessas áreas, é comum a presença de vegetação, criando assim uma paisagem contrastante com a desértica.

Leia mais: Oriente Médio — localiza-se nessa região grande quantidade de desertos, como o deserto da Arábia

Tipos de deserto

Deserto na Antártida
A Antártida é o maior deserto do mundo.

Os desertos podem ser classificados de acordo com a sua localização e processo de formação. Os principais tipos são:

    • Desertos subtropicais ou de latitudes médias: formados em latitudes médias, entre 15º e 30º norte e sul. São muito quentes durante o dia e apresentam grande amplitude térmica diária, com noites geladas. Como exemplo, temos os desertos de Sonora e Mojave, localizados, respectivamente, nos estados do Arizona e Califórnia, nos Estados Unidos.

    • Desertos de ventos contra-alísios: formados próximo ao Equador, onde há a incidência dos ventos contra-alísios, que ocorrem quando o ar seco e quente se desloca em direção aos trópicos. Os desertos formados por meio desse sistema apresentam calor extremo durante o dia e noites frias, como é o caso do deserto do Saara.

    • Desertos costeiros: formam-se pela influência de correntes marítimas frias que banham o litoral das suas áreas de ocorrência. Em função de suas propriedades, essas correntes não transmitem umidade para o continente, uma vez que o grau de evaporação em sua superfície é baixo. O principal exemplo é o deserto do Atacama, no Chile, cuja formação foi proporcionada pela atuação da corrente de Humboldt. No litoral sul e sudoeste da África, a corrente de Benguela está associada ao surgimento dos desertos de Kalahari e Namíbia.

    • Desertos polares: formados nas áreas mais frias do planeta, onde há predominância de água congelada e solos muito pedregosos, muitos deles também congelados. Em função das condições climáticas extremas, não há disponibilidade de água no seu estado líquido e vegetação. O principal exemplo é o continente Antártico, considerado o maior deserto do mundo, e parte da Groenlândia.

    • Desertos de monção: formados no interior dos territórios acometidos pelos ventos quentes e úmidos das monções. Estes concentram a umidade no litoral e perdem força à medida que se deslocam para o continente, proporcionando a formação de desertos. São exemplos os desertos de Thar e Rajastão, no Paquistão.

Quais são os principais desertos do mundo?

Aproximadamente 33% das terras do nosso planeta são constituídos de desertos. Listamos abaixo os principais deles.

    • Antártica e Ártico, em ambos os polos;

    • deserto do Saara, no norte da África;

    • deserto da Namíbia, no sudoeste da África;

    • deserto de Kalahari, no sul da África;

    • deserto da Arábia, no Oriente Médio;

    • deserto de Gobi, entre a China e a Mongólia;

    • deserto do Atacama, a oeste dos Andes, entre o Peru e o Chile;

    • Patagônia, no sul da Argentina;

    • deserto da Grande Bacia, nos Estados Unidos;

    • deserto de Chihuahua, entre México e Estados Unidos;

    • deserto de Sonora, nos Estados Unidos;

    • grande deserto de Vitória, na Austrália.

Mapa dos desertos

Mapa dos desertos
O mapa da imagem mostra em amarelo a localização dos desertos pelo mundo.

Formação do deserto

A formação dos desertos se dá em decorrência de processos e fenômenos naturais ou é resultado da ação antrópica, isto é, da atividade humana. Como vimos anteriormente, muitos fatores próprios da composição e circulação atmosférica condicionam o aparecimento de áreas desérticas, como os ventos contra-alísios e as monções. Mudanças climáticas drásticas no passado geológico, por exemplo, foram as responsáveis pela formação do deserto do Saara.

Além disso, a geomorfologia dos locais que impedem a passagem de umidade, o que chamamos de barreiras orogenéticas, e a distribuição das correntes marítimas frias, responsáveis pela retirada de umidade de algumas massas de ar oceânicas que se deslocam em direção ao continente, condicionam a formação de desertos.

Os desertos podem ser formados ainda por meio da desertificação, ocasionada pela ação humana. Trata-se da remoção da vegetação nativa de determinada área e do uso e exploração intensivos e muitas vezes de forma inadequada do solo, o que resulta na redução da fertilidade, desestruturação física, intensificação de processos erosivos e salinização. Esse solo se torna, com o tempo, impróprio para cultivos e para o desenvolvimento e sustentação de diferentes formas de vida.

  • Videoaula sobre erosão

Perigos do deserto

O clima extremo e a própria configuração dos desertos oferecem perigos àqueles que visitam essas áreas e aos poucos moradores que vivem nas suas proximidades. Tais perigos são:

  • temperaturas extremas e acentuada amplitude térmica (calor extremo durante o dia e muito frio durante a noite);

  • ventos muito intensos;

  • solos bastante instáveis;

  • deslizamento de areia ou avalanches;

  • tempestades de areia;

  • chuvas intensas seguidas de enxurradas;

  • presença de plantas e animais venenosos.

Exercícios sobre deserto

1) (UFRGS) Considere as seguintes afirmações em relação à ocorrência dos desertos.

I- A presença dos ventos alísios nas zonas tropicais é determinante para a ocorrência de desertos.

II- As correntes frias oceânicas, a exemplo das correntes de Humboldt e Benguela, contribuem para as formações desérticas do Atacama e da Namíbia.

III- A presença dos ventos das monções é a causa principal da formação desértica do Saara, o maior deserto do planeta.

Quais estão corretas?

a) Apenas I

b) Apenas II

c) Apenas III

d) Apenas II e III

e) I, II e III

Resolução: Alternativa B. Somente a segunda afirmação é verdadeira. O primeiro item é falso pelo fato de os ventos alísios carregarem elevado teor de umidade e, portanto, não influenciarem na formação de desertos. A terceira afirmativa é falsa porque os ventos de monções são também úmidos e nada têm a ver com o deserto do Saara. Essa paisagem sofreu a influência dos ventos contra-alísios.

2) (Mackenzie)

Mapa-múndi em que estão destacadas regiões desérticas

No mapa, estão destacadas, regiões:

a) onde há a ocorrência de climas muito úmidos, com influências das “monções”.

b) de grandes concentrações populacionais.

c) com as principais áreas de vegetação adaptada a ambientes secos.

d) das mais importantes áreas de criação de bovinos no mundo.

e) onde se localizam as maiores jazidas de ferro e de manganês no mundo.

Resolução: Alternativa C. O mapa destaca áreas desérticas e, portanto, onde há a ocorrência de vegetação adaptada a ambientes secos.

 

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Desertos"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/desertos.htm. Acesso em 20 de novembro de 2024.

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