Desertificação é o processo de degradação dos solos pela seca excessiva e pela rápida perda de nutrientes, resultando na formação de uma paisagem correspondente à dos desertos. É importante destacar que esse fenômeno ocorre em regiões de clima árido, semiárido e subúmido, onde o processo de evaporação é superior ao de precipitação. Em regiões com outros tipos climáticos, com índices de chuvas superiores a 1400mm anuais, não ocorre a desertificação, e sim a arenização dos solos.
Entre as causas possíveis para o processo de desertificação, citam-se: uso inapropriado dos solos pelas práticas agropecuárias, esgotando-os; desmatamento e exploração em larga escala de ecossistemas frágeis, uso inadequado e intensivo de agrotóxicos, secas muito prolongadas, ação das queimadas, entre outros.
Existem, portanto, causas naturais e humanas relacionadas com o processo de desertificação, que só costuma ocorrer em áreas onde já existe um risco previamente estabelecido. Nesse sentido, a obtenção de informações sobre a susceptibilidade de um terreno à desertificação é extremamente importante para guiar ações de planejamento sobre o seu uso e manejo.
Entre as consequências da desertificação, encontram-se fatores naturais, sociais e econômicos, tais como: redução e escassez total de recursos hídricos; perda de áreas agricultáveis, rendendo prejuízos aos seus proprietários; salinização e alcalinização dos solos; aumento dos índices de erosão; eliminação da cobertura vegetal; aumento dos índices de pobreza na região afetada; entre outros problemas.
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O processo de desertificação abrange uma grande área em todo o mundo, afetando mais profundamente os territórios de países subdesenvolvidos. No entanto, quando esse problema atingiu regiões dos Estados Unidos, notadamente os estados de Oklahoma, Kansas, Novo México e Colorado, a questão passou a receber uma maior atenção política por parte da comunidade internacional. A Organização das Nações Unidas, desde os anos 1990, vem promovendo formas e auxílio de combate ao alastramento do número de áreas desertificadas.
No Brasil, a desertificação dos solos atinge a região Nordeste, onde dados do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas (Lapis) revelam a expansão de 230 km² de terras atingidas por esse problema nos últimos 25 anos. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, há cinco núcleos de desertificação manifestando-se na região do semiárido brasileiro, são eles: Irauçuba (CE), Gilbués (PI), Seridó (RN e PB) e Cabrobó (PE), totalizando uma zona que afeta quase 400 mil pessoas.
Para combater a expansão das áreas desertificadas, controlando o seu crescimento e promovendo medidas e restabelecimento dos solos, faz-se necessária a realização de estudos mais sistematizados, que sejam desenvolvidos a partir de uma ampla plataforma governamental. No entanto, a situação agrava-se, sobretudo pelos onerosos gastos que o processo de desertificação demanda para ser combatido.
Por Me. Rodolfo Alves Pena