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Entende-se por desertização o processo natural e gradativo de formação das paisagens dos desertos. Geralmente, a combinação de diferentes fatores climáticos faz com que, com o passar do tempo, uma área verde ou ecúmena transforme-se em uma área desértica, que apresenta condições naturais inóspitas (desfavoráveis à ocupação humana).
Existe, portanto, uma grande diferença entre desertização e desertificação. A desertização é um processo natural, lento e que resulta na formação dos desertos. A desertificação, embora também possa ocorrer naturalmente, é considerada um impacto ambiental, em que há a expansão de terrenos arenosos em climas com baixos índices de precipitação em virtude do esgotamento do solo e sua desidratação.
Como os desertos formam-se?
O processo de desertização acontece de diferentes maneiras, haja vista que existem diferentes tipos de desertos. Alguns deles são quentes e arenosos, como o Saara; outros são congelados, como a Antártida; ao passo que alguns até manifestam transformações paisagísticas periódicas, como o deserto do Kalahari. Existem, ao total, quatro diferentes tipos de desertização:
a) Formação de células de alta pressão
Em áreas tropicais, a maior incidência solar ao longo do ano faz com que se formem células de alta pressão atmosférica, o que torna o ambiente mais seco. Em alguns casos, os ventos contra-alísios fazem com que essas características também se anunciem em zonas subtropicais. O resultado é a baixa média pluviométrica anual. Sem chuvas, os desertos vão se formando gradativamente ao longo do tempo. O deserto do Saara e alguns desertos do Oriente Médio surgiram desse processo.
b) Barreiras orográficas
Em determinadas situações, o relevo forma algumas grandes barreiras naturais que impedem a passagem de ar úmido, as chamadas barreiras orográficas. Nas regiões onde elas se encontram, formam-se chuvas torrenciais ocasionadas pela retração da umidade, ao passo que as massas de ar tornam-se mais secas desse ponto em diante. Com isso, nos locais onde esse ar úmido deveria chegar, formam-se grandes paisagens desérticas, como é o caso do Vale da Morte, nos EUA, e do deserto da Judeia, em Israel.
c) Correntes marinhas costeiras
Em áreas litorâneas, correntes marinhas frias retiram a umidade das massas de ar que se deslocam em direção ao continente, tornando-as secas. Do mesmo modo que no caso anterior, as áreas atingidas passam a ficar com baixa umidade do ar e raríssimas chuvas, transformando-se em grandes desertos. Um exemplo clássico é o deserto do Atacama, no Chile, que surge pela presença da Corrente de Humboldt no Oceano Pacífico.
d) Regiões polares
Nas regiões polares da Terra, todos os ambientes que apresentam médias pluviométricas anuais inferiores a 250 mm e temperaturas que nunca ultrapassam os 10ºC formam os chamados “desertos polares”, como na Antártica e na Groenlândia.
Deserto polar na Antártida, completamente inóspito
Por Me. Rodolfo Alves Pena