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Sudão do Sul

O Sudão do Sul é o país mais jovem do mundo, tendo se formado oficialmente em 2011. Trata-se de uma nação extremamente pobre e altamente dependente das atividades primárias.

Bandeira do Sudão do Sul.
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Sudão do Sul, ou República do Sudão do Sul, é um jovem país africano criado no ano de 2011 após a consolidação de sua independência do Sudão. Trata-se de uma nação subdesenvolvida com baixos índices de desenvolvimento social onde mais de três quartos da população vivem abaixo da linha da pobreza e dependem das atividades agropecuárias para a sobrevivência.

Apesar disso, o país é rico em recursos naturais como o petróleo, cuja exploração e comercialização compõe a maior parcela das receitas do país. O Sudão do Sul enfrentou décadas de guerra civil e, após a separação, conflitos com o país vizinho, especialmente na área de fronteira.

Leia também: Afeganistão — uma das regiões mais conflituosas do mundo

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Sudão do Sul

  • O Sudão do Sul é um país africano localizado na região da África Oriental.

  • Sua capital é a cidade de Juba.

  • O território que hoje é conhecido como Sudão do Sul conquistou a sua independência no ano de 2011 e é o país mais jovem do mundo.

  • Apresenta clima tropical e relevo formado por planaltos e planícies, além de uma vegetação formada predominantemente pela cobertura de savana.

  • A população do país é de 11.381.000 habitantes.

  • A taxa de urbanização do Sudão do Sul é baixíssima, de 20,8%. Juba é a sua maior cidade, com 440 mil habitantes.

  • O Sudão do Sul é um país subdesenvolvido, com elevado nível de pobreza.

  • A maior parte de sua população depende das atividades agropecuárias para a subsistência, enquanto as receitas do país são provenientes da exploração e comercialização do petróleo.

  • O país dispõe de uma infraestrutura precária que foi fragilizada durante as décadas de guerra civil.

  • Os principais conflitos acontecem hoje na região da fronteira com o Sudão.

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Dados gerais sobre o Sudão do Sul

  • Nome oficial: República do Sudão do Sul.

  • Gentílico: sul-sudanês.

  • Extensão territorial: 658.841 km².

  • Localização: África Oriental.

  • Capital: Juba.

  • Clima: tropical.

  • Governo: república presidencialista.

  • Divisão administrativa: dez estados, duas áreas administrativas e uma área de estatuto administrativo especial.

  • Idiomas: inglês (oficial), árabe e outras línguas locais.

  • Religiões:

    • religiões cristãs: 60,5%;

    • religiosidade popular: 32,9%;

    • islâmica: 6,2%;

    • outras: <1%.

  • População: 11.381.000 habitantes (ONU, 2021).

  • Densidade demográfica: 18,6 hab./km².

  • Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,433.

  • Moeda: libra sul-sudanesa.

  • Produto Interno Bruto (PIB): US$ 5,73 bilhões (FMI, 2022).

  • PIB per capita: US$ 392,7.

  • Gini: 0,460.

  • Fuso horário: GMT +2.

  • Relações exteriores:

    • Organização das Nações Unidas (ONU);

    • Fundo Monetário Internacional (FMI);

    • Banco Mundial;

    • União Africana (UA).

História do Sudão do Sul

O Sudão do Sul era parte do território do Sudão. Os primeiros grupos populacionais nativos que se fixaram na região ali chegaram por volta do século XV, algumas centenas de anos antes do início da sua colonização. Inicialmente, os povos norte-africanos se instalaram naquela região, mais precisamente os egípcios, e o território se tornou uma colônia do Egito.

Os egípcios mais tarde passaram a governar o Sudão com o auxílio da Grã-Bretanha, a partir do final do século XIX, constituindo assim a autoridade colonial que predominou no Sudão até a sua independência.

O território sudanês se viu livre dessa influência colonizadora somente em meados do século XX, o que se deu mediante um acordo firmado entre o Egito e o Reino Unido a partir de 1956. Um pouco antes desse acontecimento, o Sudão imergiu em uma longa e devastadora guerra civil entre as porções norte e sul que fez ao menos 2 milhões de vítimas em decorrência da fome e das secas, tendo sido o conflito desencadeado por desentendimentos políticos entre as ambas as partes, que têm em suas raízes diferenças étnico-religiosas.

A guerra civil sudanesa se estendeu até 2005, com uma pequena trégua entre 1972 e 1983, após a assinatura do Tratado de Adis Abeba. Subsequentemente, ao menos um período de cessar-fogo foi solicitado pelo Exército Popular de Libertação do Sudão, que atuava pelo atual Sudão do Sul, em decorrência do agravamento da seca e consequente fome na região.

Em 9 de janeiro de 2005, norte e sul assinaram um Acordo de Paz Abrangente que previa a fragmentação do país e a independência do Sudão do Sul em um período de seis anos. O novo território elegeu o seu primeiro presidente no ano de 2010 e um ano mais tarde realizou um referendo para decidir a respeito da separação, confirmando o desejo pela independência com relação ao Sudão pela maioria de 98,86% dos votos.

O Sudão do Sul foi oficializado enquanto uma nação soberana em 9 de julho de 2011, tornando-se no mesmo mês membro da ONU e da União Africana. Apesar disso, os conflitos na região da fronteira com o Sudão não cessaram com a independência, e uma nova guerra com o país vizinho e também um conflito civil eclodiram na região no ano de 2013, perdurando até 2020.

Mapa do Sudão do Sul

Mapa do Sudão do Sul

Geografia do Sudão do Sul

O Sudão do Sul é um país africano localizado na região da África Oriental, com capital na cidade de Juba. O território sul-sudanês se estende por 658.841 km² ao sul da região denominada Sahel, que separa o deserto da savana e não dispõe de saída para o oceano.

Faz divisa territorial com outros seis países, os quais estão listados abaixo:

Na sequência, vamos estudar as principais características físicas desse país.

→ Clima do Sudão do Sul

O Sudão do Sul apresenta clima tropical com estações alternadamente quentes e úmidas. Isso ocorre em decorrência da oscilação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), responsável pelas chuvas sazonais no país. No entanto, algumas áreas chegam a experimentar chuvas recorrentes durante oito meses do ano, com uma curta estação seca entre janeiro e abril.

As temperaturas médias anuais são elevadas e ficam em torno de 35 °C, enquanto as mínimas variam entre 10 e 20 °C. O volume acumulado de chuvas em 12 meses chega a 1.500 mm em boa parte do país, com exceção do sudeste, onde chove menos de 500 mm durante o ano.

→ Relevo do Sudão do Sul

O relevo do Sudão do Sul é caracterizado pela presença de extensas planícies ao norte e planaltos ao sul, onde se localizam os terrenos mais elevados do país. O ponto culminante é o monte Kinyeti, a 3.187 metros de altitude.

→ Vegetação do Sudão do Sul

A cobertura vegetal do Sudão do Sul é característica da savana, com predominância de plantas arbustivas, árvores de pequeno e médio porte bem espaçadas, contando ainda com uma faixa de transição ao sul marcada pela presença da vegetação savânica e também de florestas.

→ Hidrografia do Sudão do Sul

O rio Nilo e o rio Nilo Branco são os dois principais cursos d’água que banham o território do Sudão do Sul, que tem a maior parte da sua rede de drenagem inserida na bacia hidrográfica do Nilo.

 Vista aérea de Juba, capital do Sudão do Sul, às margens do rio Nilo.
 Vista aérea de Juba, capital do Sudão do Sul, às margens do rio Nilo.

Demografia do Sudão do Sul

O Sudão do Sul possui, atualmente, 11.381.000 habitantes, sendo assim o 32º país em população do continente africano. Apesar de populoso, o país apresenta uma baixa densidade demográfica, com alguns bolsões de povoamento nas áreas urbanizadas e outros próximo do curso do Nilo Branco. A distribuição populacional do território sul sudanês é da ordem de 18,6 hab./km², uma das mais baixas de toda a África.

A maior parcela da população sul-sudanesa vive na zona rural do país. Somente 20,8% dos moradores do Sudão do Sul vive nas áreas urbanas, o que corresponde a 2.367.248 de pessoas, dos quais 440 mil vive em Juba, capital e a maior cidade do país.

A população do Sudão do Sul dispõe da segunda maior taxa de crescimento anual do mundo, que é atualmente de 4,91%. Isso acontece por dois motivos. O primeiro deles é a elevada taxa de natalidade comparada à mortalidade, além da alta fecundidade (5,32 filhos por mulher). O número de crianças que nasce no país é o nono maior do mundo e quase quatro vezes maior do que o número de mortes.

A segunda causa para o elevado crescimento populacional é o saldo migratório positivo, o que indica que a entrada de migrantes no país é maior do que a saída. Nesse caso, os migrantes que chegam estão na categoria de refugiados, vindos de outros países africanos em conflito.

Cultura do Sudão do Sul

O Sudão do Sul apresenta uma cultura bastante diversificada em decorrência dos vários grupos étnicos que compõem a sua população, cada qual com os seus costumes e tradições próprios. Os grupos Dinka e Nuer são os dois maiores e representam aproximadamente metade de toda a população sul-sudanesa, mas estima-se que haja ao menos 64 grupos étnicos no país.

Muitos desses grupos possuem aspectos em comum, como o pastoreio e o desenvolvimento do cultivo agrícola, a oferta do gado como dote de casamento e o artesanato advindo de fibras e outras matérias-primas obtidas na vegetação da savana.

Embora o inglês seja o idioma oficial do país, uma influência da colonização, a língua árabe e as suas variantes locais, bem como outros idiomas característicos dos grupos étnicos do Sudão do Sul, são faladas no país. Na gastronomia, um dos pratos tradicionais é um pão fermentado e muito fino chamado de Kisra, que é muito consumido também em outros países africanos.

Economia do Sudão do Sul

O Sudão do Sul é uma economia subdesenvolvida que apresenta um dos menores índices de desenvolvimento humano do mundo, sendo um país marcado pela acentuada desigualdade socioeconômica em que 76,4% da população vive abaixo da linha da pobreza.

Vivenciando uma profunda crise humanitária e econômica ocasionada pelos conflitos com o agora vizinho Sudão, o Sudão do Sul depende quase exclusivamente da exploração e comercialização de petróleo para a manutenção das contas internas. Sabe-se que a parcela das receitas do país derivada dessa atividade chega a 98%.

Em contrapartida, sua população se apoia na atividade agropecuária e no auxílio externo para a subsistência, enfrentando ainda elevadas taxas de desemprego, que em 2017 era de 38,6% entre os indivíduos de 15 a 24 anos de idade.

Os principais cultivos agrícolas e produtos derivados da pecuária desenvolvidos pela população sul-sudanesa são: vegetais em geral, mandioca, sorgo, semente de gergelim, leite (de vaca, cabra e ovelha) e carne bovina.

Saiba mais: Haiti — o país mais pobre do continente americano

Infraestrutura do Sudão do Sul

A infraestrutura do Sudão do Sul é bastante limitada e precária. Aproximadamente um quarto da população não possui acesso a fontes de água potável, ao passo que somente 24,6% é atendido por redes adequadas de saneamento básico. A energia elétrica chega a 28,2% dos sul-sudaneses, sendo toda ela proveniente de combustíveis fósseis.

Quase todos os mais de 90 mil km de estradas do país não estão pavimentados, com exceção de 300 km que interligam a capital, Juba, com a fronteira com Uganda. As ferrovias do Sudão do Sul somam 248 km, mas elas não se encontram em operação atualmente. Além disso, o país dispõe de 89 aeroportos, a maioria dos quais também não possui vias pavimentadas.

Governo do Sudão do Sul

A forma de governo vigente no Sudão do Sul é o presidencialismo. O presidente da república, chefe do Poder Executivo, é eleito diretamente por meio do voto popular para exercer um mandato de quatro anos, com possibilidade de reeleição.

A Legislatura Nacional é o órgão bicameral responsável pelo Poder Legislativo no Sudão do Sul. Uma das câmaras corresponde ao Conselho de Estados, cujo estabelecimento foi previsto pela constituição interina de 2011 e foi reconstituído dez anos mais tarde. Atua junto do Conselho de Estados a Assembleia Legislativa Nacional de Transição, que foi instituída no ano de 2015 e oficialmente criada um ano mais tarde.

Etimologia de Sudão do Sul

O nome Sudão do Sul faz referência à posição geográfica do país, diferenciando-o do Sudão, território ao qual era integrado até a sua independência no ano de 2011. No idioma árabe, a palavra “Sudão” é oriunda da expressão bilad-as-sudan, que significa “terra dos homens negros”.

Curiosidades sobre o Sudão do Sul

  • A população do Sudão do Sul é a mais jovem do mundo. A idade mediana de sua população é de apenas 18,6 anos.

  • O Sudão do Sul apresenta a maior taxa de mortalidade materna do mundo, que é de 1.150 mortes para cada 100.000 habitantes.

  • As exportações de petróleo do Sudão do Sul são feitas por meio do mar Vermelho, com oleodutos que atravessam o território do Sudão.

  • Petróleo foi descoberto no território do Sudão do Sul em 1977, quando ainda era parte do Sudão.

 

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Sudão do Sul"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/sudao-do-sul.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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